Mobilizações contra a PEC da Blindagem e a anistia aos golpistas superaram os atos da direita
São Paulo (SP), 21/09/2025 Manifestantes participam de ato contra a PEC da Anistia e da Blindagem, no MASP. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)
As mobilizações organizadas por frentes de esquerda no domingo (21) registraram maior engajamento nas redes sociais do que as manifestações da direita realizadas no 7 de Setembro, segundo a Folha de S. Paulo, que acompanhou o monitoramento feito pela empresa de análise digital Palver em mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp.
A mobilização da esquerda começou logo após duas votações polêmicas na Câmara dos Deputados: a aprovação da chamada PEC da Blindagem, que exige autorização do Congresso para que parlamentares sejam investigados e o requerimento de urgência para a anistia aos condenados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro. A aprovação da PEC contou com o apoio de oito deputados do PT, contrariando a orientação da bancada e gerando forte repercussão negativa.
☆ O impulso das redes sociais
A partir de 18 de setembro, convocações começaram a circular de forma intensa no WhatsApp. O anúncio de apresentações de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil no ato do Rio de Janeiro ampliou a adesão, transformando a mobilização em um fenômeno digital. Até as 18h do dia 21, a participação nos grupos públicos superava a registrada durante os atos bolsonaristas de 7 de setembro.
Os números mostram que, a cada 100 mil mensagens trocadas, 865 faziam referência ao protesto contra a anistia e à crítica à PEC da Blindagem. No 7 de Setembro, esse número havia sido de 724. Termos como “bandidagem” e “corrupção” se tornaram recorrentes, sinalizando uma percepção de que a proposta legislativa aumentaria a impunidade.
☆ Reações internas e críticas
Embora a mobilização não tenha sido liderada por figuras governistas ou petistas, parte das críticas também se voltou ao próprio PT. Circulou em grupos de esquerda uma lista com os nomes dos parlamentares da sigla que votaram a favor da PEC, acompanhada de mensagens de repúdio e até pedidos de expulsão.
Inicialmente, a pauta da anistia esteve dominada pela direita, com mensagens favoráveis representando de 70% a 90% do conteúdo nos grupos. Mas, a partir do dia 18, o equilíbrio mudou: o campo progressista conseguiu empatar a discussão e, no auge do engajamento, alcançou 60% das mensagens contrárias à anistia.
☆ Desequilíbrio estrutural
Apesar da força pontual das mobilizações do dia 21, os dados mostram que a direita bolsonarista mantém presença constante e majoritária nos grupos de WhatsApp. Já a esquerda alcançou seu auge de visibilidade quando conseguiu inverter temporariamente essa hegemonia.
O monitoramento da Palver indica que, mesmo sem protagonismo de líderes partidários, o engajamento revelou um movimento genuíno da sociedade civil contra a PEC da Blindagem e a anistia, impulsionando uma mobilização digital capaz de superar, ainda que por um breve período, o domínio bolsonarista nas redes.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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