sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Governo Lula acelera preparação de sistema próprio de navegação por satélite até 2026

MCTI coordena desenho de um Sistema de Posicionamento, Navegação e Tempo com inspiração asiática, interoperável e voltado à soberania tecnológica do país

      Comunicação via satélite (Foto: Reuters)

O governo federal estruturou, sob coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), um plano para criar um Sistema de Posicionamento, Navegação e Tempo (PNT) brasileiro com ambição regional e interoperável com constelações globais. A informação foi detalhada por Osório Coelho Guimarães Neto, diretor do Departamento de Programas de Inovação do MCTI, em entrevista à coluna Tilt, do UOL, nesta sexta-feira (22)

Segundo a coluna assinada por Helton Simões Gomes, o grupo interministerial instalado em julho tem prazo de 180 dias para entregar à ministra Luciana Santos uma estratégia completa — previsão entre janeiro e fevereiro de 2026 — antes de submissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desenho técnico se inspira em modelos de Índia, Japão e Coreia do Sul e mira um sistema local (regional) para reduzir custos e acelerar a implementação

O MCTI conduz o processo em parceria com quase duas dezenas de órgãos públicos — entre eles GSI, AEB, Telebras, Anatel e Inpe — em quatro frentes: definição da estratégia tecnológica; mapeamento das dependências e vulnerabilidades do Brasil frente a GPS (EUA), Glonass (Rússia), Galileo (UE) e Beidou (China); avaliação de rotas tecnológicas (geoestacionários, baixa órbita ou soluções sem satélite, em estudo na China); e modelagem de custos e financiamento (FNDCT, BNDES, PAC e cooperação internacional)

A opção de um PNT local, à semelhança do QZSS (Japão), do KPS (Coreia do Sul) e do IRNSS (Índia), é hoje a favorita por exigir menos satélites em operação e reduzir a barreira orçamentária. A interoperabilidade com sistemas globais é vista como condição para ampliar a cobertura e tornar o serviço útil não só no Brasil, mas em toda a América do Sul.

A entrevista rebate abordagens sensacionalistas que circulam em parte da mídia ocidental ao sugerir um suposto “botão de desligar” do GPS por motivações políticas. Em referência a especulações envolvendo Donald Trump, o atual presidente dos Estados Unidos, Osório foi direto: “Dizem assim: ‘ah, o Trump vai desligar o GPS!’ Não vai, né? Mas a gente não pode ficar dependente de humores (?) Quando desenvolve essa solução própria, a gente não só fortalece a segurança nacional, como também aumenta a nossa autonomia tecnológica e estratégica”

Para o diretor do MCTI, o PNT é infraestrutura crítica equiparável a serviços essenciais. “A gente considera o GPS como uma infraestrutura crítica, do mesmo jeito que são portos, aeroportos, escolas, hospitais e estradas.” Nessa lógica, o PNT nacional teria impacto em três frentes: social (transporte público, monitoramento ambiental e de fronteiras, gestão de riquezas como água e minérios), econômica (alternativa doméstica para agronegócio, mineração, telecom, bancário e energia, inclusive com potencial de receitas via chips compatíveis) e geopolítica (ganho de autonomia tecnológica e mitigação de riscos num cenário internacional mais hostil)

Embora o projeto esteja em formulação, a pasta reconhece que a sustentação do sistema exigirá orçamento contínuo — tanto para a operação orbital quanto para a rede terrestre. Osório indica que há fontes acessíveis hoje: linhas do BNDES, cooperação internacional e fundos setoriais como o FNDCT, que desde 2023 opera com disponibilidade superior a R$ 10 bilhões. Parcerias não estão descartadas; Brasil e China, por exemplo, firmaram acordo para o CBERS-5, o primeiro satélite geoestacionário do país.

A criação do grupo de trabalho precedeu em uma semana a onda de rumores sobre um eventual “desligamento” do GPS pelos EUA — narrativa repetida em espaços informativos sem lastro técnico. A iniciativa, na verdade, decorre de estudo do CGEE apresentado em 2023 ao MCTI e amadurecido ao longo de pelo menos dois anos, com foco em soberania e resiliência. “A soberania tecnológica está completamente vinculada à soberania nacional”, afirmou Osório.

Ao explicar o timing, o diretor recorreu ao coloquial para defender urgência e pragmatismo: “Por que fazer isso agora? Desculpa a expressão, mas antes tarde do que nunca, né? Toda a nossa dependência em relação aos sistemas estrangeiros, ainda mais diante do contexto econômico, geopolítico e social, torna essa iniciativa bem urgente”

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Rússia expressa apoio à Venezuela para proteger sua soberania

Moscou e Caracas irão fortalecer a parceria estratégica

Putin e Maduro em Moscou - 25/9/2019 (Foto: Sputnik/Alexei Druzhinin/Kremlin via REUTERS)

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia manifestou nesta sexta-feira (22) solidariedade à Venezuela e afirmou que apoia as medidas tomadas por Caracas no sentido de proteger a sua soberania, em meio a ameaças intervencionistas do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“No dia 22 de agosto, ocorreu uma conversa telefônica entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, e a vice-presidente executiva da República Bolivariana da Venezuela, Delcy Rodríguez Gómez. Serguei Lavrov expressou sua solidariedade à liderança venezuelana e confirmou seu amplo apoio aos esforços do país para proteger a soberania nacional e garantir a estabilidade institucional diante da crescente pressão externa sobre Caracas”, diz o informe do Ministério das Relações Exteriores russo.

O comunicado especifica que, durante a conversa, as partes confirmaram a intenção mútua de reforçar ainda mais a parceria estratégica entre Moscou e Caracas, além de concordarem em ampliar a interação e a coordenação em assuntos globais, inclusive no âmbito do Grupo de Amigos em defesa da Carta da ONU.

Anteriormente, Washington havia manifestado sua disposição de utilizar “todos os elementos do poder norte-americano” na luta contra o narcotráfico. A declaração ocorreu em meio ao envio de três navios de guerra dos Estados Unidos para as costas da Venezuela, com cerca de 4.000 fuzileiros navais a bordo.

Fonte: Brasil 247

Aliados tratam como “inevitável” prisão de Bolsonaro nesta sexta


      O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

A prisão de Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (22) é tratada como inevitável por seus próprios aliados e apoiadores. Réu por tentativa de golpe, com julgamento marcado para 2 de setembro, o ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por novas violações e pode deixar a prisão domiciliar para cumprir pena em regime fechado ainda hoje.

A PF descobriu que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares e elaborou um plano de fuga para a Argentina. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo até a noite desta sexta para que a defesa se manifeste. Caso não aceite as explicações, ele poderá decretar a prisão preventiva.

Nos bastidores bolsonaristas, a expectativa é de derrota. O golpista Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo, que atua nos Estados Unidos ao lado de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em articulações com Donald Trump, comentou a possibilidade.

“Rumores de que está em discussão, neste momento, o envio de Bolsonaro para a prisão comum já amanhã. Moraes quer, mas muitos parecem perceber que tirar um idoso doente da prisão domiciliar e colocá-lo na comum só reforçaria a percepção de violações de direitos humanos. A ver”, escreveu no X.

Há quem diga ainda que Moraes teria escolhido o dia 22 para prender Bolsonaro em alusão ao número eleitoral do PL, partido do ex-presidente. “Hoje é dia 22. 22 é o número de urna de Bolsonaro. O pacote de maldades não tem fim”, escreveu um apoiador do ex-presidente.


Cela preparada


O espaço está localizado no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, no Setor Policial de Brasília, e foi equipado com banheiro reservado, cama, mesa de trabalho, cadeira e televisão.

A “cela de Bolsonaro”, como vem sendo chamada por policiais no DF, segue os moldes da que abrigou o presidente Lula (PT) na Superintendência da PF no Paraná, entre 2018 e 2019.

Integrantes da PF explicaram que a sala foi montada há mais de três meses e não tinha foco específico em Bolsonaro, podendo ser usada para qualquer autoridade presa.

“Ela foi montada e reestruturada após a cúpula da PF e a Vara de Execuções Penais do DF consultarem a Superintendência para checar se haveria um lugar específico para custodiar o ex-presidente”, revelaram fontes.

Fonte: DCM

"STF não pode ceder a coações, chantagens e ameaças", afirma Dino

Ministro diz que decisão que invalida leis estrangeiras no Brasil visa “evitar conflitos no futuro" e garante a soberania da Constituição

     Flávio Dino (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

Durante participação em um evento na Bahia nesta sexta-feira (22), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino defendeu que a Corte não deve se curvar a pressões externas e ressaltou que decisões recentes visam resguardar a soberania brasileira.

Segundo o g1, Dino ressaltou que a decisão que impede a aplicação de legislações internacionais sem a devida tramitação jurídica no Brasil tem como objetivo "harmonizar situações contenciosas e, sobretudo, evitar conflitos no futuro". O ministro enfatizou que “um país que valoriza a sua Constituição não pode aceitar medidas de força que ameacem os seus cidadãos, as suas cidadãs e que ameaçam as suas empresas”.

A medida foi tomada no âmbito de uma ação movida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) contra processos abertos por municípios brasileiros na Inglaterra. Dino explicou que empresas nacionais estavam sendo alvo de determinações da justiça estrangeira sem observância das convenções internacionais.

Embora não tenha citado diretamente a chamada Lei Magnitsky — sanção aplicada pelos Estados Unidos contra o ministro do STF Alexandre de Moraes em julho — a decisão foi interpretada como uma resposta a esse episódio. A interpretação gerou preocupação no mercado financeiro, levando a uma queda generalizada nas ações de bancos brasileiros na última terça-feira (19).

Dino alertou que o precedente de aceitação de sanções externas poderia atingir não apenas políticos, mas também companhias nacionais em disputas comerciais internacionais. “Hoje a sanção ou as sanções podem se dirigir contra o ministro, contra um político. Amanhã, essas sanções, não só de um país, mas de outros, podem se dirigir contra qualquer empresa brasileira, por exemplo, por protecionismo”, afirmou.

Ainda de acordo com a reportagem, ele reforçou que o Brasil é signatário de acordos que determinam como devem ser reconhecidas decisões de tribunais estrangeiros, mas destacou que aceitar leis extraterritoriais sem esse devido processo equivaleria a uma renúncia inconstitucional. “Se a justiça brasileira aceita isso, significa dizer que nós renunciamos àquilo que não pode ser renunciado, que é o cumprimento da Constituição”, declarou.

No encerramento de sua fala, Dino destacou que o STF tem a responsabilidade de julgar com independência e não pode ceder a intimidações. “O que eu posso afirmar, contudo, é que, de um modo geral, o Supremo não pode renunciar ao seu papel de julgar as questões que lhe são apresentadas. [...] Por outro lado, significa dizer que o Supremo não pode ceder a coações, chantagens, ameaças”, concluiu.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Trump usa navios de guerra para intimidar e ameaçar a América Latina, avalia o governo Lula

Percepção é de que Trump tenta emparedar governos que adotam postura independente em relação à Casa Branca

      Lula e Donald Trump (Foto: ABR | Reuters)

O envio de navios de guerra norte-americanos para a costa da Venezuela é visto pelo governo brasileiro como uma tentativa explícita de intimidação da América Latina. Segundo integrantes do Executivo ouvidos pela CNN Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, busca transmitir um recado direto aos países da região: se necessário, estaria disposto a recorrer ao uso da força para conter governos que adotem políticas contrárias aos interesses ideológicos ou econômicos de Washington. Entre as nações mencionadas estão Brasil, Colômbia, México e Panamá.

O Brasil, que tem resistido a iniciativas de interferência externa, figura entre os alvos dessa ofensiva política. Colômbia e México, liderados por governos de esquerda, também mantêm atritos importantes com Trump. No caso panamenho, apesar do governo de direita, há forte preocupação na Casa Branca com a presença chinesa em torno do Canal do Panamá e com o fluxo migratório pela região do Darién, considerado uma das principais rotas de entrada rumo à América do Norte.

Fontes do governo brasileiro destacam que, apesar da retórica agressiva, não há expectativa de que a Casa Branca ordene, neste momento, uma ação militar direta contra a Venezuela de Nicolás Maduro. A estratégia estaria mais voltada a demonstrar poder, reforçando a presença estadunidense com fuzileiros navais e embarcações de guerra para manter a região sob influência de Washington. Essa postura é comparada por analistas à antiga Doutrina Monroe, formulada no século 19 para consolidar o controle dos EUA sobre o continente.

Ainda conforme a reportagem, um dos principais articuladores dessa política de pressão é o secretário de Estado Marco Rubio. Filho de exilados cubanos que se opuseram à revolução de Fidel Castro, Rubio mantém histórico de forte hostilidade contra governos progressistas na América Latina e tem desempenhado papel central no endurecimento da diplomacia da Casa Branca.

Na Colômbia, as divergências estão relacionadas ao combate à produção de cocaína e à imigração. O presidente Gustavo Petro, um dos principais líderes da esquerda latino-americana, tem sido vocal em suas críticas a Trump, o que acirrou ainda mais a relação.

No México, governado por Claudia Sheinbaum, o impasse se concentra na crise migratória e no fentanil, droga que se tornou uma das maiores emergências de saúde pública nos EUA. Washington acusa os cartéis mexicanos de controlar a produção e distribuição da substância e critica o governo local pela falta de ação. Trump e Rubio chegaram a ameaçar o uso das Forças Armadas para bombardear instalações ligadas ao narcotráfico no país vizinho. Já o Panamá segue na lista de preocupações de Washington por conta do papel estratégico do canal interoceânico e do aumento da influência chinesa na região.

De acordo com as fontes consultadas pela CNN, todas essas movimentações fazem parte de um pacote maior da Casa Branca para reafirmar que os Estados Unidos não admitirão políticas que tirem a América Latina de sua órbita de influência.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Com Fachin, STF forma 7 a 2 por prisão e cassação de Carla Zambelli

Ministro acompanha relator e amplia maioria no plenário virtual do STF; deputada foi condenada por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal

          Carla Zambelli (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O Supremo Tribunal Federal (STF) consolidou maioria de 7 a 2 para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato. O voto que ampliou a maioria foi proferido pelo ministro Edson Fachin, que aderiu integralmente ao entendimento do relator, ministro Gilmar Mendes. As informações são do Metrópoles.

A ação penal trata dos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, relacionados ao episódio de outubro de 2022, durante o segundo turno das eleições, quando Zambelli sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo, apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas ruas do bairro Jardins, em São Paulo. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e aceita pelo STF em agosto de 2023.

Pelo voto do relator, as penas foram unificadas nos termos dos artigos 69 e 72 do Código Penal, totalizando 5 anos e 3 meses de reclusão e 80 dias-multa, com fixação de regime inicial semiaberto. O entendimento majoritário sustenta que a condenação criminal transitada em julgado resulta na perda do mandato parlamentar, independentemente do tamanho da pena, do regime de cumprimento ou de posterior decisão da Casa legislativa. O relator também determinou o cancelamento definitivo do porte de arma da ré e o envio da arma apreendida ao Comando do Exército.

Até o momento, acompanharam o relator os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Edson Fachin. As divergências partiram de André Mendonça e Nunes Marques, que votaram contra a condenação. Ainda faltam os votos de Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, mas a maioria pela condenação está formada. A sessão virtual está aberta até as 23h59 desta sexta-feira (22).

Carla Zambelli encontra-se presa na Itália e é alvo de um processo de extradição no país europeu. A detenção, contudo, está ligada a outro caso: no primeiro semestre deste ano, o STF a condenou a 10 anos de prisão por participação na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quando foi inserido um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

A advogada Dora Cavalcanti, representante do jornalista Luan Araújo, elogiou o voto do relator. Segundo ela, o entendimento de Gilmar Mendes “reconstitui com precisão a dinâmica da violência sofrida pela vítima”. A defesa da deputada sustenta que houve cerceamento de defesa no processo.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

PF diz que Bolsonaro e Eduardo atuaram para “causar tumulto processual” no STF; entenda

 

Eduardo Bolsonaro ao lado de seu pai Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) afirmou em relatório que Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atuaram de forma coordenada com a defesa do ex-assessor Filipe Martins para “causar tumulto processual” no Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

O documento embasou o indiciamento do ex-presidente e de seu filho por obstrução no julgamento da trama golpista, que pode levar Bolsonaro a uma condenação de até 43 anos de prisão.

Segundo a PF, pai e filho “atuaram em ação coordenada” com o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Martins, “com o intuito doloso de causar tumulto processual, em clara tentativa de subverter a lógica jurisdicional do julgamento da Suprema Corte”.

A conclusão foi tirada a partir da análise de mensagens de WhatsApp trocadas entre Jair e Eduardo, que tratavam do mandado de segurança protocolado por Chiquini contra decisões do ministro Alexandre de Moraes.

O mandado contestava o andamento “a toque de caixa” das investigações, criticava o indeferimento de depoimentos de testemunhas e o “pouco tempo hábil” para a defesa analisar as provas coletadas, alegando “grave violação ao devido processo legal e à ampla defesa”.

O caso foi sorteado para o ministro André Mendonça, nomeado por Bolsonaro ao STF, o que animou bolsonaristas que viam chance de impor derrota a Moraes.

Escritório de Jeffrey Chiquini assume defesa de Filipe Martins e fala em 'farsa processual' - Hora Brasília
O ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins, e o advogado Jeffrey Chiquini. Foto: Reprodução

As mensagens

Nas mensagens, Eduardo escreveu ao pai: “Bom dia. Temos a oportunidade de mudar a relatoria da trama golpista. Mendonça pode ficar prevento das questões que irão para o plenário. Vitória gigante hoje. Precisamos que o Mendonça dê essa liminar”.

Em seguida, reforçou: “Se Mendonça conhecer [admitir] este MS [mandado de segurança], o Moraes fica relator dos processos (sic) 8JAN [8 de Janeiro] na 1ª Turma, já no plenário seria o Mendonça. Basta conhecer, pouco importa ele deferir ou indeferir”.

O deputado ainda acrescentou: “O advogado Jeffrey Chiquini pede uma liminar para cancelar audiência que será nesta segunda-feira e para suspender o processo da trama golpista até que se julgue o agravo regimental que suscita nulidade”.

Jair Bolsonaro respondeu com um áudio, cujo conteúdo não foi recuperado, e pediu ao filho: “Me ligue”.

Apesar das tentativas, a PF destacou que não há “nenhum indício que demonstre ciência ou conhecimento” por parte de Mendonça “quanto à pretensão dos investigados”.

Integrantes do Supremo, no entanto, já afirmaram que a jurisprudência da Corte não permite mandado de segurança contra decisão individual de um ministro, no caso Alexandre de Moraes.

O relatório aponta que, mesmo sem êxito, Jair e Eduardo Bolsonaro buscaram influenciar o STF para travar o processo. A ofensiva da defesa também é vista com ceticismo até entre outros réus, que reconhecem não haver chance de sucesso no Supremo.

Filipe Martins integra o núcleo 2 da trama golpista, acusado de articular ações para impedir a posse de Lula, junto a outros nomes como Silvinei Vasques e Marília Ferreira de Alencar.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Risco de fuga: Bolsonaro tem até hoje para explicar descumprimento de obrigações

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (22), termina o prazo para que a defesa de Jair Bolsonaro (PL) explique ao Supremo Tribunal Federal (STF) os descumprimentos de medidas restritivas impostas ao ex-presidente. O ministro Alexandre de Moraes estabeleceu 48 horas para que os advogados apresentem esclarecimentos sobre as condutas atribuídas ao ex-chefe de Estado.

A investigação apura a atuação de Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação contra autoridades ligadas ao processo sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O julgamento da ação penal está marcado para setembro, e Bolsonaro figura entre os réus.

Na última quarta-feira (20), Moraes determinou que a defesa se manifeste sobre três pontos: o reiterado descumprimento das medidas cautelares, a repetição de condutas ilícitas e a existência de risco de fuga.

O ministro do STF Alexandre de Moraes – Foto: Reprodução
Segundo a Polícia Federal, foram identificadas evidências de que o ex-presidente continuava ativo em redes sociais e em contato com outros investigados, além de manter em seu celular um texto que poderia ser utilizado para pedir asilo político na Argentina.

Página de documento em que Bolsonaro pede asilo na Argentina
Página de documento em que Bolsonaro pede asilo na Argentina – Reprodução


A defesa de Bolsonaro declarou na quinta-feira (21) que entregará a manifestação dentro do prazo fixado pelo STF. “Os elementos apontados na decisão serão devidamente esclarecidos dentro do prazo assinado pelo ministro relator, observando-se, desde logo, que jamais houve o descumprimento de qualquer medida cautelar previamente imposta”, afirmaram os advogados.

Esta é a segunda vez que Moraes cobra explicações formais da defesa. Em julho, pouco após a imposição das restrições, Bolsonaro foi ao Congresso, discursou à imprensa e teve falas replicadas nas redes sociais, o que gerou nova contestação judicial. A defesa negou descumprimento das ordens.

Em agosto, diante de novas violações, o magistrado determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, que segue em vigor. Além disso, a PF indiciou o ex-presidente e Eduardo por atuarem juntos em atos de coação contra ministros do STF e parlamentares, com o objetivo de influenciar a ação penal em curso.

Fonte: DCM

Bolsonaro recebeu R$ 44,3 milhões em dois anos, diz PF


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução

A Polícia Federal apontou que Jair Bolsonaro (PL) movimentou cerca de R$ 44,3 milhões em suas contas bancárias entre março de 2023 e junho de 2025. Com informações da Folha de S.Paulo.

Os dados, obtidos a partir de relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), foram anexados ao inquérito que investiga suspeitas de obstrução no julgamento da trama golpista. O ex-presidente e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados na quarta-feira (20).

Segundo a análise, a maior parte das transações ocorreu entre março de 2023 e fevereiro de 2024, quando Bolsonaro recebeu R$ 30,5 milhões, sendo R$ 19,3 milhões em mais de 1,2 milhão de transferências via Pix. No período de dezembro de 2024 a junho de 2025, foram mais R$ 11,1 milhões em créditos. O PL aparece como pagador de R$ 1,1 milhão, enquanto os maiores gastos foram com advogados, no valor de R$ 6,8 milhões.

MIchelle e Jair Bolsonaro: o inelegível repassou R$ 2 milhões para a esposa. Reprodução

A PF destacou transferências de Bolsonaro para familiares, incluindo R$ 2 milhões enviados a Michelle Bolsonaro em 4 de junho de 2025, um dia antes de prestar depoimento, e repasses de R$ 2 milhões a Eduardo Bolsonaro em maio. Há também registros de valores enviados quando o parlamentar já estava nos Estados Unidos. Para os investigadores, as movimentações sugerem o uso de familiares e contas paralelas para evitar bloqueios judiciais.

O relatório ainda menciona que o ex-chefe do governo realizou 40 transações em dinheiro físico no primeiro semestre de 2025, somando R$ 130,8 mil. Para a PF, o volume de saques e depósitos em espécie, aliado às transferências a Michelle e Eduardo, indica indícios de lavagem de dinheiro e outros ilícitos.

A defesa do ex-presidente afirmou que recebeu o indiciamento com surpresa e negou descumprimento de medidas impostas pelo STF.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Em menos de dois anos, Eduardo recebeu R$ 4,1 milhões e Carlos R$ 4,8 milhões, diz PF

 

Os irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recebeu R$ 4,1 milhões em menos de dois anos e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) movimentou R$ 4,8 milhões em apenas um ano, segundo relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) analisados pela Polícia Federal (PF).

As movimentações fazem parte do inquérito que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu filho Eduardo por coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

De acordo com a PF, entre setembro de 2023 e 5 de junho deste ano, Eduardo Bolsonaro movimentou R$ 4,14 milhões. Em outro recorte, entre 15 de março de 2023 e 21 de fevereiro de 2024, o deputado recebeu R$ 1,08 milhão em créditos e realizou R$ 1,5 milhão em débitos.


Carluxo, por sua vez, recebeu R$ 4,8 milhões entre setembro de 2023 e agosto de 2024 e transferiu R$ 4,9 milhões no mesmo período. Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teve movimentações de R$ 2,9 milhões recebidos e R$ 3,4 milhões transferidos no intervalo de setembro de 2023 a agosto de 2024.


Segundo a análise, a maior parte das transações ocorreu entre março de 2023 e fevereiro de 2024, quando Bolsonaro recebeu R$ 30,5 milhões, sendo R$ 19,3 milhões em mais de 1,2 milhão de transferências via Pix. No período de dezembro de 2024 a junho de 2025, foram mais R$ 11,1 milhões em créditos. O PL contribuiu com apenas R$ 1,1 milhão neste tempo.

Sendo assim, o clã Bolsonaro, que vive acusando “perseguição política”, vive de fortunas arrecadadas às custas da fé cega de seus seguidores, enganados por uma campanha de arrecadação que prometia pagar multas e advogados. Enquanto posam de vítimas, movimentam milhões em contas próprias e de familiares. O discurso de patriotismo não passa de cortina de fumaça para um esquema milionário que só enriquece a família.

Bolsonaro pediu ajuda a advogado de Trump para post após tarifaço
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Fonte: DCM

“Graças a Deus ainda temos eleições”, diz Moraes durante palestra em SP


Alexandre de Moraes entre o advogado Raphael de Matos Cardoso e sua mulher Viviane Moraes. Foto: Eduardo Knapp/Folhapress

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), participou nesta quinta-feira (21) de uma palestra para profissionais do direito no centro de São Paulo, mas evitou falar com a imprensa após o bloqueio de seu cartão de crédito por uma bandeira estadunidense e a nova operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados. Durante o discurso, Moraes disse que “graças a Deus ainda temos” eleições no país.

O ministro chegou ao evento caminhando pelo calçadão do centro velho, acompanhado da esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, de integrantes do Instituto de Direito Administrativo Sancionador Brasileiro (Idasan) e de seguranças. Ele falou por cerca de 50 minutos a um público formado por advogados sobre as mudanças recentes na lei de improbidade administrativa.

Ao abordar os efeitos da legislação, que prevê inelegibilidade em casos de condenações, Moraes citou também uma hipótese já superada que poderia ter deixado partidos de fora da aplicação da norma.

Foi nesse momento que afirmou: “nós temos, graças a Deus ainda temos, eleições a cada dois anos”, arrancando risos da plateia. O ministro é relator do inquérito que apura a trama golpista, cuja fase final do julgamento está prevista para o mês que vem.

Após a palestra, Moraes posou para fotos com advogados e foi aplaudido pelos presentes, mas se recusou a atender a imprensa, mesmo após insistência dos jornalistas. A postura ocorreu em meio à repercussão das investigações que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), indiciados pela Polícia Federal na noite anterior pelos crimes de coação e obstrução de Justiça.

Eduardo Bolsonaro nos EUA. Foto: reprodução

No mesmo inquérito, Moraes autorizou uma nova operação da PF, que resultou na apreensão de celulares e do passaporte do pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente. A medida fez parte do conjunto de diligências relacionadas às acusações contra Bolsonaro e integrantes de sua base política.

Paralelamente, Moraes enfrentou repercussões pessoais da aplicação da Lei Magnitsky pelo governo dos Estados Unidos, sob gestão de Donald Trump. Conforme revelado pela imprensa, o ministro teve um cartão de crédito de bandeira estadunidense bloqueado. Em substituição, a instituição financeira de que é cliente ofereceu a ele um cartão da bandeira brasileira Elo.

A sanção é resultado da decisão de Trump de incluir Alexandre de Moraes entre as autoridades brasileiras alvo da Lei Magnitsky, legislação que prevê restrições a indivíduos acusados de violações de direitos humanos.

O governo estadunidense, alinhado ao clã Bolsonaro, classificou o julgamento do ex-presidente como uma “caça às bruxas”, justificando a medida contra o magistrado.

Fonte: DCM

Mensagens obtidas pela PF expõem 'treta' entre Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira

Mensagens citam insatisfação com a ausência de divulgação de atos pró-Bolsonaro por parte do deputado mineiro

     Nikolas Ferreira (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF) no celular de Jair Bolsonaro (PL) revelam que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou com o pai publicações críticas ao também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta sexta-feira (22), com base no relatório final da investigação que resultou no indiciamento de Bolsonaro e de seu filho por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O conteúdo extraído do telefone de Jair Bolsonaro foi enviado na quarta-feira (20) ao Supremo Tribunal Federal (STF). As mensagens mostram que Eduardo Bolsonaro encaminhou links do X (antigo Twitter) ao pai, com críticas a Nikolas por não engajar na divulgação de convocações para atos de apoio ao ex-presidente.

◈ Críticas à ausência de mobilização

Entre os textos compartilhados, um internauta ironizou a postura do deputado mineiro: “Divulgar a manifestação na Av. Paulista, ZERO. Divulgar palestra em Curitiba, vale até repostar o Silvio Grimaldo. Jair Bolsonaro está em BH, já já veremos na prática a arte de ‘COLAR no Bozo’ pra depois ‘DESCOLAR do BOZO’.”

Outra publicação mencionava o silêncio de Nikolas Ferreira diante de convocações: “Sinceramente, você acha isso normal? Ele tem 5MI seguidores e não pode divulgar? Só se o Pablo Farçal mandar? Não passo pano para deslumbrado...”, dizia a mensagem, ironizando ainda o empresário Pablo Marçal.

Segundo a PF, esse conteúdo foi repassado a Jair Bolsonaro em 17 de julho. Dias depois, Eduardo Bolsonaro voltou a criticar publicamente o colega de bancada: “É triste ver a que ponto o Nikolas chegou”, escreveu o parlamentar ao comentar uma suposta interação do mineiro com uma influenciadora antibolsonarista.

◈ Pressão sobre o STF e divisão na base bolsonarista

Eduardo Bolsonaro tem atuado nos Estados Unidos para tentar pressionar a Suprema Corte em meio ao julgamento que apura a chamada “trama golpista”. Já Nikolas Ferreira, mesmo sendo um dos nomes mais populares da extrema-direita nas redes sociais, vem sofrendo resistência de apoiadores de Bolsonaro por não demonstrar, segundo eles, apoio integral.

Após o indiciamento de Jair e Eduardo, Nikolas reagiu ao vazamento das mensagens, mas sem citar diretamente pai e filho. Ele escreveu nas redes: “As únicas coisas que não vazam no Brasil é o celular do Adélio, a filmagem do aeroporto de Roma e as gravações do 08/01". Em seguida, concentrou seu discurso na defesa do pastor Silas Malafaia, alvo de buscas recentes, a quem classificou como vítima de “perseguição implacável”.

◈ Investigação e prisão domiciliar

Jair Bolsonaro e Eduardo são investigados pela suposta articulação de pressões contra ministros do STF nos Estados Unidos, em troca de perdão político relacionado à tentativa de golpe. O ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica desde o mês passado, foi acusado de descumprir medidas cautelares ao participar por telefone de manifestações em diferentes capitais.

A decisão de Alexandre de Moraes, ministro do STF, reforçou o cerco judicial contra a família Bolsonaro e expôs mais um capítulo de desgaste dentro da própria base aliada, com Nikolas Ferreira cada vez mais na mira dos aliados do ex-presidente.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Daniel Vilela lidera disputa ao governo de Goiás; Marconi Perillo aparece em segundo, aponta Genial/Quaest

Cenário goiano tem Vilela com 26%, Perillo com 22% e eleitorado mais propenso a aliado de Jair Bolsonaro

       Daniel Vilela (Foto: Reprodução/X/@DanielVilela15)

A disputa pelo governo de Goiás em 2026 tem Daniel Vilela (MDB) na dianteira, seguido de perto por Marconi Perillo (PSDB), indica pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira (22) e publicada pela Folha de S. Paulo. O estudo também mapeou o humor do eleitorado em relação a alinhamentos políticos e à atuação de autoridades diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Segundo a Genial/Quaest, Daniel Vilela soma 26% das intenções de voto, enquanto Marconi Perillo aparece com 22%. Na sequência estão Wilder Morais (PL), com 10%, Adriana Accorsi (PT), com 8%, e Telêmaco Brandão (Novo), com 1%. Brancos e nulos somam 19%, e 14% não souberam responder.

No quesito popularidade, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) apresenta o maior índice de aprovação entre gestores estaduais avaliados: 88%, contra 9% de desaprovação. Entre as preferências políticas, Goiás está entre os estados com maior propensão a um governador aliado de Jair Bolsonaro: 30% manifestam essa opção. Também foi registrada avaliação positiva da atuação dos governadores locais diante das tarifas dos EUA, com 59% de menções favoráveis; já Bolsonaro teve seu melhor desempenho relativo em Goiás, com 33% de avaliação positiva.

O levantamento, financiado pela Genial Investimentos, foi feito entre 13 e 17 de agosto, por meio de 10.146 entrevistas presenciais. A margem de erro em Goiás é de três pontos percentuais.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo