O pastor Silas Malafaia e o golpista Paulo Figueiredo. Foto: Reprodução
O pastor bolsonarista Silas Malafaia e o golpista Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo, continuam na mira das autoridades e podem ser denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), conforme informações do Globo.
Embora não tenham sido formalmente indiciados no relatório final da Polícia Federal (PF) sobre as ações de Jair e Eduardo Bolsonaro para tentar interferir no julgamento da tentativa de golpe de Estado, os dois permanecem investigados e aguardam a avaliação da PGR, que decidirá se o material reunido até agora é suficiente para apresentar denúncia.
No caso de Malafaia, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que suas condutas representaram “claros e expressos atos executórios” de crimes como coação no curso do processo e obstrução de investigações.
Jair e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução
Segundo a PF, o pastor teria aconselhado Bolsonaro a condicionar a suspensão de sanções impostas pelos Estados Unidos a uma anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Além disso, mensagens revelam ameaças a ministros do STF e a seus familiares. O celular de Malafaia ainda passará por perícia, e ele deverá prestar depoimento.
Já Paulo Figueiredo é investigado por atuar nos Estados Unidos ao lado de Eduardo Bolsonaro para tentar influenciar Donald Trump em favor do ex-presidente. A PF aponta que ele ajudou a difundir narrativas falsas no exterior para deslegitimar as instituições brasileiras e aumentar a pressão internacional contra o Supremo.
Mesmo sem indiciamento formal, Figueiredo e Malafaia seguem sob risco de denúncia em um processo que pode ampliar a lista de acusados pela trama golpista.
Diego Henrique Afonso (à esquerda), Robishley Hirnani De Oliveira (no centro) e Rafael Juliano Marascalchi (à direita) desapareceram no interior do Paraná. Foto: Reprodução
A Polícia Civil do Paraná investiga o desaparecimento de seis pessoas em Icaraíma, no interior do estado, após uma cobrança de dívida. O caso completa 15 dias e envolve três amigos de São José do Rio Preto (SP), o contratante do serviço e dois suspeitos. A dívida em questão seria de R$ 255 mil, referente à negociação de um imóvel.
Entre os desaparecidos está Robishley Hirnani de Oliveira, que viajou com os amigos para cobrar a dívida. Sua esposa registrou o boletim de ocorrência após a falta de contato. O grupo também era formado por Rafael Juliano Marascalchi, que costumava compartilhar fotos da família nas redes sociais, e Diego Henrique Afonso, sobre quem há poucas informações pessoais disponíveis.
O trio foi contratado por Alencar Gonçalves de Souza, produtor rural descrito por familiares como um homem tranquilo e confiável. Alencar, também desaparecido, é casado e o caçula de três irmãos. Um parente declarou que seu “erro foi confiar demais”.
Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo, pai e filho, são suspeitos de envolvimento no desaparecimento dos homens. Foto: Divulgação/Polícia Civil do Paraná
Entre os suspeitos está Antônio Buscariollo, de 66 anos, suplente de vereador de Icaraíma pelo PSD em 2020 e candidato derrotado em 2024. Ele declarou bens de R$ 108 mil à Justiça Eleitoral, incluindo dois lotes rurais e um carro. Antônio tem antecedente por posse ilegal de arma de fogo e está foragido.
O outro suspeito é seu filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22 anos. Ambos chegaram a prestar depoimento, negaram envolvimento e fugiram após serem liberados. Eles também são considerados desaparecidos pela polícia.
Segundo familiares, os três amigos atuavam há 13 anos na cobrança de dívidas, utilizando métodos de pressão, mas sem armas ou violência. O delegado Gabriel Menezes explicou que o serviço era oferecido a credores que não conseguiam receber seus valores. Para a polícia, os desaparecidos podem ter caído em uma emboscada, já que a dívida seria quitada em dez parcelas de R$ 25 mil.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retirou do ar, nesta quarta-feira (20), um relatório de auditoria que mostrava como o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) autorizou a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) a aplicar mais de 30 mil descontos irregulares em aposentadorias e pensões. Com informações do G1.
O documento havia sido publicado pela manhã no site oficial da autarquia, mas foi removido poucas horas depois, no mesmo dia em que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS iniciou seus trabalhos, com derrota do governo Lula (PT) na escolha da presidência e da relatoria.
A decisão partiu do presidente do órgão, Gilberto Waller Júnior, após reportagem da revista Piauí expor o conteúdo do relatório.
Segundo o INSS, o documento não estava concluído e teria sido publicado por uma “falha de procedimento”, não possuindo “validade institucional”. Já a Contag afirmou que não pode comentar o caso porque ele corre em sigilo, mas ressaltou que já havia denunciado descontos indevidos e práticas abusivas à autarquia em duas ocasiões.
◈ Contag
A Contag, considerada uma das maiores entidades sindicais do Brasil, tem grande influência em diferentes ministérios da gestão Lula (PT). Nos últimos anos, a organização esteve entre as que mais realizaram descontos em benefícios previdenciários.
A oposição tenta associar a proximidade da entidade com o PT ao escândalo do INSS para responsabilizar o governo atual. No entanto, o relatório de auditoria revela que a Contag também exerceu influência sobre a autarquia durante o governo Bolsonaro.
A Auditoria-Geral do INSS, responsável pela apuração, destacou que o desbloqueio em lote de 30.211 benefícios foi autorizado em 28 de setembro de 2022 pelo então presidente do órgão, Guilherme Serrano, em pleno período eleitoral.
A medida beneficiou diretamente a Contag, sem que fosse exigida a comprovação da autorização dos aposentados, descumprindo as normas da instituição.
◈ “Fui enganado”
O relatório mostra ainda que muitos beneficiários relataram não ter autorizado os descontos. Entre outubro de 2022 e maio de 2025, mais de 4 mil aposentados contestaram as cobranças, e cerca de 65% declararam que nunca haviam dado permissão.
Em um dos relatos, um segurado afirmou: “Fui enganado. O presidente do sindicato em nenhum momento me informou sobre esses descontos. Simplesmente pediu para eu assinar alguns documentos, mas não me informou do que se tratava ou que teria algum desconto em meu benefício.”
Outra aposentada disse: “Fui enganada. Me aposentei pelo sindicato e eles não me falaram que iam fazer isso.”
Os auditores concluíram que “os controles instituídos pelo INSS para assegurar a conformidade dos procedimentos, como o serviço de desbloqueio oferecido nos canais remotos e unidades de atendimento, foram desconsiderados na execução do desbloqueio em lote. Isso comprometeu a rastreabilidade, transparência e efetividade das salvaguardas operacionais, agravando os impactos identificados.”
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução
O novo indiciamento da Polícia Federal (PF) deixou a situação jurídica de Jair Bolsonaro ainda mais delicada. O ex-presidente e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), foram apontados por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado. Somadas, as penas desses crimes podem chegar a 12 anos de prisão, segundo o relatório apresentado na última quarta-feira (20). Agora, o futuro do caso está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferece denúncia, arquiva ou pede novas diligências.
O relatório entregue pela PF, com 170 páginas, reúne provas, depoimentos e mídias apreendidas que sustentam acusações de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Entre os elementos, investigadores destacam um repasse de R$ 2 milhões feito por Bolsonaro para manter o filho nos Estados Unidos, onde buscava apoio do governo de Donald Trump para pressionar o Judiciário brasileiro. O documento também cita a possibilidade de um pedido de asilo ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Apesar de o indiciamento não transformar automaticamente Bolsonaro em réu, a pressão aumenta. Caso o procurador-geral Paulo Gonet apresente denúncia, caberá ao STF decidir se ela será aceita.
O processo ficará sob análise da Primeira Turma, formada por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux. A avaliação é de que a chance de arquivamento é remota, o que amplia os riscos políticos e jurídicos para Bolsonaro e seu filho.
O pastor bolsonarista Silas Malafaia. Foto: Reprodução
O pastor Silas Malafaia gravou um vídeo nas redes sociais nesta quinta-feira (21) no qual chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “ditador de toga” e o acusou de “promover perseguição religiosa”.
A reação do bolsonarista ocorreu horas depois de ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que cumpriu mandado de busca e apreensão contra ele no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Na gravação, com pouco mais de quatro minutos, Malafaia relatou que teve o celular, o passaporte e três cadernos com “mensagens bíblicas” apreendidos.
“Cheguei de Portugal e no aeroporto fui interceptado pela Polícia Federal. Levaram meu celular, meus cadernos de mensagens bíblicas e até meu passaporte. Que país é esse?”, questionou. O pastor afirmou que os cadernos continham anotações de pregações, roteiros de vídeos e registros de manifestações.
Ele também atacou o vazamento de informações do inquérito para a imprensa, antes que seus advogados fossem oficialmente notificados. “Se eu falar do inquérito, sou preso. Mas a Gestapo de Alexandre de Moraes vaza tudo”, disse, em referência à polícia política nazista.
O mandado cumprido contra Malafaia faz parte da investigação que apura tentativa de obstrução de Justiça e coação no processo sobre a trama golpista envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar das críticas, o pastor afirmou ver um “lado bom” na exposição do caso, ressaltando sua proximidade com o clã Bolsonaro. Ele chegou a chamar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de “amigo”, horas depois de terem sido reveladas mensagens em que chama o deputado federal de “babaca”.
“Mostrou minha honestidade, minha independência. Não sou bajulador, não sou puxa-saco, falo o que tenho que falar. E sou considerado. São meus amigos. Bolsonaro, Carlos, Flávio, Eduardo, Michelle. Me consideram pela minha lisura”, declarou.
O deputado respondeu ironizando a candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas
Eduardo e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Mensagens trocadas por WhatsApp entre Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), foram reveladas em relatório da Polícia Federal e divulgadas nesta quarta-feira (20). O documento faz parte da investigação que levou ao indiciamento dos dois por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
De acordo com a apuração da PF, as conversas aconteceram logo após a divulgação de uma pesquisa eleitoral, em 24 de junho deste ano. Em um dos trechos recuperados, o ex-presidente Jair Bolsonaro envia uma pesquisa eleitoral e afirma: “Você perde para o molusco”, em referência a Lula. Na sequência, Eduardo responde em tom irônico: “Acho melhor eu ficar de fora mesmo! Tarcísio vai levar à frente suas bandeiras”.
O deputado licenciado completa enviando uma nova mensagem irônica sobre uma possível presidência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Já imagino o TF [Tarcísio de Freitas] falando com o Trump sobre a China…Futuro dos seus netos é falar inglês mesmo”, completou.
Em outro trecho das conversas, Jair Bolsonaro pergunta quem teria “plantado” na imprensa informações sobre uma possível permanência de Eduardo nos EUA até 2027, sem mandato eletivo, ou seu retorno ao Brasil como candidato a presidente ou vice. O deputado responde: “Sei lá […] Mas certamente os 171 de SP [São Paulo] já estão tramando isso”.
Ao comentar novamente a pesquisa enviada pelo pai, Eduardo afirma: “E não perco para o Lula, dá empate técnico – há 1 ano da eleição!”. Em outro recado, ele direciona críticas ao governador paulista: “Só para te deixar ciente: Tarcísio nunca te ajudou em nada no STF. Sempre esteve de braço cruzado vendo vc se fuder e se aquecendo para 2026 [sic.]”.
Um conta vinculada à dentista Fernanda Bolsonaro criou o documento de 33 páginas
Fernanda Bolsonaro e Flavio Bolsonaro (Foto: Reprodução)
A dentista Fernanda Bolsonaro, casada com o senador Flávio Bolsonaro, foi mencionada pela primeira vez em um relatório da Polícia Federal que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o documento, Fernanda seria a “criadora e última autora” do texto em que Jair Bolsonaro pede asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, logo após ter o passaporte apreendido.
De acordo com o relatório policial, o texto foi identificado em um arquivo chamado Carta JAIR MESSIAS BOLSONARO.docx, armazenado no celular do ex-presidente no dia 10 de fevereiro de 2024, às 18h28. A última modificação ocorreu dois dias depois, em 12 de fevereiro, data em que Bolsonaro se abrigou por duas noites na embaixada da Hungria em Brasília.
A análise de metadados do arquivo indica que o documento foi criado e alterado por um usuário registrado como Fernanda Bolsonaro, que a PF acredita estar vinculado a Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e nora do ex-presidente.
O texto, com 33 páginas, apresenta como argumento central a alegação de que Bolsonaro é vítima de perseguição política no Brasil. “De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares", diz um trecho do rascunho.
Para os investigadores, embora se trate de um único arquivo sem data e sem assinatura, o conteúdo demonstra que Bolsonaro “planejou atos para fugir do país, com o objetivo de impedir a aplicação de lei penal” desde a deflagração da operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado.
Navios transportando 4.500 militares, incluindo 2.200 fuzileiros navais devem chegar à costa da Venezuela ainda neste domingo
Destróier americano (Foto: Sputnik)
Os Estados Unidos determinaram o deslocamento de um esquadrão anfíbio para o sul do Caribe, em mais um movimento do presidente Donald Trump contra cartéis de drogas latino-americanos. A informação foi revelada por duas fontes à agência Reuters nesta quarta-feira (14). De acordo com as fontes ouvidas pela agência, que pediram anonimato, três navios — USS San Antonio, USS Iowa Jima e USS Fort Lauderdale — devem chegar à costa da Venezuela ainda neste domingo. Juntas, as embarcações transportam cerca de 4.500 militares, incluindo 2.200 fuzileiros navais.
O envio da frota se insere na estratégia de Trump de endurecer o combate ao narcotráfico e reforçar a segurança na fronteira sul. Em fevereiro, Washington classificou o Cartel de Sinaloa, no México, e o grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua como organizações terroristas internacionais. No mesmo período, dobrou para US$ 50 milhões a recompensa pela captura do presidente venezuelano Nicolás Maduro.
A missão específica do esquadrão não foi detalhada pelas fontes, mas o governo norte-americano afirma que as operações recentes são parte da repressão a “organizações narcoterroristas”. Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, os EUA estão dispostos a utilizar “toda a força” contra o regime de Maduro, embora analistas avaliem que a presença naval tenha sobretudo caráter dissuasório.
De Caracas, a resposta foi imediata. Maduro anunciou uma mobilização em larga escala da Milícia Bolivariana, criada ainda no governo de Hugo Chávez como apoio às Forças Armadas. Segundo o presidente venezuelano, mais de 4,5 milhões de voluntários serão ativados em um plano especial de defesa nacional.
“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de voluntários, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas”, declarou Maduro. O líder ainda ressaltou: “Nenhum império tocará a terra sagrada da Venezuela, nenhum império no mundo pode tocar a terra sagrada da América do Sul”.
Além disso, Maduro detalhou que a defesa incluirá a mobilização de milícias camponesas e operárias, com armamento fornecido a trabalhadores em fábricas e centros produtivos. O governo venezuelano classifica a medida como uma resposta às “ameaças” de Washington.
Para o professor Vitelio Brustolin, da Universidade Federal Fluminense e pesquisador de Harvard, ouvido pelo g1, o envio da frota representa uma mensagem de intimidação, não necessariamente uma operação para derrubar Maduro.
“O que os EUA estão fazendo é emitir um sinal de força e um meio de coerção com capacidade para ataques pontuais, se autorizados, e não uma arquitetura completa de mudança de regime”, explicou. Segundo ele, Caracas também explora politicamente a crise, buscando consolidar apoio interno ao elevar os custos de uma possível ação militar estadunidense.
A movimentação de navios norte-americanos e a reação venezuelana aumentam os riscos para a navegação no Caribe e no Atlântico próximo. Especialistas destacam que operações anfíbias com fuzileiros oferecem flexibilidade para evacuações, missões de precisão e projeção de força, mas dependem de objetivos políticos claros.
Até o momento, a análise predominante é de que a presença militar funciona como instrumento de pressão, tanto contra atividades ilícitas na região quanto contra o governo Maduro, elevando a tensão geopolítica em uma das áreas mais estratégicas do continente.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em mensagens reveladas pela Polícia Federal e divulgadas pela Folha de S.Paulo, chamou os Estados Unidos de “essa porra aqui” ao reclamar com o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar está em Washington desde março, onde atua em articulações políticas para promover ataques do governo norte-americano contra a soberania brasileira.
O estopim da troca de ofensas foi uma entrevista concedida em 15 de julho ao portal Poder360, quando Jair Bolsonaro afirmou que o filho ainda era “imaturo” para a política. Irritado, Eduardo disparou pelo WhatsApp: “VTNC SEU INGRATO DO CARALHO!”, além de reclamar que estava sendo prejudicado em sua atuação no exterior: “Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VC ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se fuder é vc E VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA VIDA NESTA PORRA AQUI”.
☆ Conflito familiar
As mensagens mostram que Eduardo se sentiu desautorizado pelo pai ao falar sobre sua relação com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Jair Bolsonaro havia dito na entrevista que as divergências entre os dois estavam superadas e, ao comentar sobre o filho, declarou: “Apesar de ter feito 40 anos, ele não é tão maduro assim, talhado para a política. Acerta 90% das vezes, 9% quando meio e 1% erra”.O deputado respondeu pedindo que fosse tratado como outros ex-presidentes: “Quero que vc olhe para mim e enxergue o Temer, vc falaria isso do Temer?”. Mais tarde, na madrugada de 16 de julho, Eduardo pediu desculpas: “Peguei pesado... estava puto na hora”.
☆ Malafaia repreende Bolsonaro
O relatório da PF também cita mensagens do pastor Silas Malafaia criticando a postura de Jair Bolsonaro. “Você queimar seu garoto, aí não. Vai me desculpar. E olha que eu bato. Eu mando mensagem para EDUARDO batendo nele”, afirmou. Para Malafaia, a declaração foi um equívoco político: “Você podia até defender o Tarcísio. Agora, você batendo no teu filho, que está trabalhando junto a assessores de Donald Trump, aí você errou, mas errou feio”.
☆ Investigações no STF e articulações nos EUA
A atuação de Eduardo nos Estados Unidos, onde busca sanções contra autoridades brasileiras, levou a Procuradoria-Geral da República a solicitar ao STF a abertura de inquérito. O deputado é investigado por possíveis crimes como obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.
Em nota, Eduardo disse que as acusações são um “crime absolutamente delirante” e classificou como “lamentável e vergonhoso” o vazamento de conversas privadas com o pai.
Paralelamente, ele tem defendido a ampliação das sanções contra autoridades brasileiras com base na Lei Magnitsky, em articulação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em reuniões recentes em Washington, Eduardo apontou supostos ganhos financeiros da família do ministro Alexandre de Moraes e acusou bancos brasileiros de não aplicarem integralmente as punições determinadas pelo governo norte-americano.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Novo PAC Saúde investe R$ 152 milhões em veículos que atenderão 1,4 milhão de pessoas em áreas remotas do país
Unidades Odontológicas Móveis (Foto: Igor Evangelista/MS)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta quinta-feira (21), em Sorocaba (SP), da cerimônia de entrega de 400 Unidades Odontológicas Móveis (UOM) a municípios de todo o Brasil. A iniciativa integra o Novo PAC Saúde e representa um investimento de R$ 152 milhões.
O evento conta com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), e de outras autoridades. As novas unidades vão reforçar a cobertura odontológica do Sistema Único de Saúde (SUS), beneficiando diretamente cerca de 1,4 milhão de pessoas em comunidades rurais, indígenas, quilombolas, assentamentos e entre a população em situação de rua.
☆ Retomada do programa Brasil Sorridente
A ação marca a retomada, após uma década, do programa Brasil Sorridente, voltado para levar atendimento odontológico a regiões de difícil acesso. Cada veículo é equipado com consultório completo, incluindo cadeira odontológica, aparelho de raio-X, gerador de energia, ar-condicionado e equipamentos essenciais para o tratamento de pacientes. A frota terá renovação prevista a cada cinco anos, garantindo mais eficiência e continuidade dos serviços.
As unidades móveis funcionam como extensão das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e podem oferecer desde procedimentos primários até serviços especializados, como tratamento de canal e próteses dentárias. Quando necessário, os pacientes podem ser encaminhados para Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) ou Serviços de Especialidades em Saúde Bucal (Sesb).
☆ Ampliação das equipes de saúde bucal
O Ministério da Saúde informou que o número de equipes de Saúde Bucal credenciadas cresceu de 29 mil, em 2022, para 34 mil em 2024. Cada UOM contará com dentistas e auxiliares ou técnicos de saúde bucal, e os gestores municipais poderão compartilhar os veículos entre diferentes equipes, ampliando a cobertura em localidades prioritárias.
☆ Distribuição das novas unidades
O Nordeste foi a região que mais recebeu veículos nesta primeira etapa, com 207 UOMs. Em seguida, o Norte ficou com 95, o Sudeste com 45, o Centro-Oeste com 32 e o Sul com 21 unidades. Até 2026, o governo prevê a entrega de mais 400 veículos, totalizando 800 novas unidades em todo o país.
A seleção dos municípios levou em conta critérios como vulnerabilidade socioeconômica, extensão territorial e proporcionalidade regional, buscando equilibrar a distribuição e garantir que o atendimento chegue a quem mais precisa.
☆ Novas regras e investimentos
Durante o evento, também será assinada uma portaria que reajusta os valores de implantação das unidades móveis, de R$ 7 mil para R$ 9,36 mil, igualando o repasse ao valor mensal. Além disso, as equipes de saúde bucal poderão atuar em diferentes frentes, como as Estratégias de Saúde da Família Ribeirinhas, o programa Consultório na Rua e a e-Multi Indígena.
Outro avanço é que os municípios passam a poder credenciar suas próprias unidades, inclusive as adquiridas por meio de emendas parlamentares, o que deve ampliar ainda mais o alcance da assistência.
O Ministério da Saúde destacou que os investimentos em saúde bucal no SUS triplicaram entre 2022 e 2024, passando de R$ 1,5 bilhão para R$ 4,3 bilhões. Os recursos são destinados à ampliação do acesso, melhoria da qualidade dos serviços e fortalecimento do Brasil Sorridente.
☆ Integração com outros programas
A entrega das unidades móveis também está alinhada ao programa Agora Tem Especialistas, que busca ampliar o atendimento especializado em áreas de difícil acesso. Enquanto carretas de saúde levam exames e cirurgias, as UOM reforçam o atendimento primário e odontológico nessas mesmas regiões, garantindo mais inclusão e qualidade nos cuidados.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) utilizou as redes sociais para prestar apoio ao pastor bolsonarista Silas Malafaia depois de o líder religioso ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). A PF cumpriu mandados de busca pessoal e de apreensão de celulares contra Malafaia, nesta quarta-feira (20), no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que investiga coação no curso do processo sobre a tentativa de golpe de Estado. Nesse processo, Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo também figuram como réus.
Em vídeo publicado no X (antigo Twitter), Eduardo Bolsonaro enviou uma mensagem direta ao pastor. “Então, siga firme e forte, ‘tamo’ junto pastor, o senhor, igual a mim, está preocupado com o Brasil e com os brasileiros, bola para frente, vamos embora”, disse o parlamentar, de acordo com a CNN Brasil.
O deputado também classificou a operação e a divulgação de diálogos envolvendo Malafaia como uma “cortina de fumaça”.“Tem circulado aí uns áudios do pastor Silas Malafaia, vazaram, mais uma vez, através de Fishing Expedition. Pegam o celular do Bolsonaro, vazam o que interessa, jogam uma cortina de fumaça para o que realmente importa”, afirmou.
No mesmo dia da operação, a Polícia Federal tornou públicas conversas extraídas do celular do celular de Jair Bolsonaro, nas quais Malafaia teceu duras críticas a Eduardo Bolsonaro. “Esse seu filho Eduardo é um babaca. Inexperiente que está dando a Lula e a esquerda o discurso nacionalista, e, ao mesmo tempo, te ferrando”, diz o pastor-emporesário em um dos apudios extraídos pela perícia da PF.
Na sequência, Malafaia prosseguiu: “Um estúpido de marca maior, estou indignado. Só não faço um vídeo e arrebento com ele por consideração a você. Não sei se vou ter paciência e ficar calado, se esse idiota falar mais alguma asneira”. As críticas estariam relacionadas à condução de Eduardo diante da repercussão do tarifaço imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou que Malafaia entregasse seu passaporte e fique proibido de deixar o país. O religioso também não poderá manter contato com outros investigados, como Jair Bolsonaro e o próprio Eduardo. O religioso foi abordado no momento em que embarcava para Lisboa, Portugal, e teve bens pessoais recolhidos pela Polícia Federal.
Parlamentar bolsonarista fez ataque ao ministro do STF ao defender Silas Malafaia, mas depois tentou recuar da declaração
Zé Trovão (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) ameaçou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante discurso na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (20). Em uma fala para defender o pastor Silas Malafaia, alvo de um mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal, o deputado afirmou que a oposição "acabaria com a vida" de Moraes.
“Que dia para se dizer mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal. Continuem perseguindo as pessoas. Estão no caminho certo para que, daqui a pouco tempo, este país seja uma desgraça definitiva. Alexandre de Moraes, presta atenção, o seu dia, o seu fim está próximo e nós vamos acabar com a sua vida”, disse Zé Trovão.
☆ Tentativa de recuo após a repercussão
Após o impacto de suas palavras, o deputado voltou ao microfone para tentar suavizar o teor de sua declaração. “Quero fazer uma correção na minha fala quando citei o Moraes. Eu disse ‘destruir a sua vida’ e isso não é verdade de maneira nenhuma. Nós não estamos aqui para destruir vidas, e sim as ações erradas que ele tem tomado, então eu quero retirar a minha palavra. Nós iremos acabar com a injustiça que ele comete”, declarou Zé Trovão.
☆ O caso de Silas Malafaia
O alvo da operação que motivou o pronunciamento do parlamentar foi o pastor Silas Malafaia. Ele foi abordado por agentes da Polícia Federal no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, logo após retornar de Lisboa, onde participava de eventos ligados à Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Na decisão, Alexandre de Moraes destacou que as condutas de Malafaia, em “vínculo subjetivo” com o ex-presidente Jair Bolsonaro, configuram “claros e expressos atos executórios” dos crimes de coação no curso do processo e de obstrução de investigação de organização criminosa.
☆ Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro também são investigados
O mesmo inquérito levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusados de coação contra integrantes da Corte. Moraes já havia determinado que o ex-presidente usasse tornozeleira eletrônica e se abstivesse de manter contato com autoridades estrangeiras e com o próprio filho, Eduardo.
A medida foi descumprida quando Bolsonaro participou por telefone de atos de apoiadores em diferentes capitais. O ministro considerou a conduta uma violação das cautelares e determinou prisão domiciliar ao ex-mandatário. Em sua decisão, Moraes escreveu: “Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus três filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos, com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal”.
O advogado Paulo da Cunha Bueno, responsável pela defesa de Jair Bolsonaro (PL) no processo que apura a suposta trama golpista, afirmou que o cliente recebeu, de fato, uma sugestão para solicitar asilo político na Argentina, mas rejeitou a proposta. De acordo com Cunha Bueno, uma minuta chegou a ser enviada ao ex-mandatário, como apontou a Polícia Federal (PF), mas Bolsonaro não levou a ideia adiante.
“Essa proposta ocorreu há mais de um ano e meio, e ele rechaçou”, disse o advogado, de acordo com a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. “A fuga nunca foi uma opção. Depois de rejeitar a ideia do asilo, o ex-presidente não apenas permaneceu no Brasil, como compareceu a todos os atos do processo contra ele, inclusive àqueles para os quais não foi convocado”, completou.
O advogado destacou que Bolsonaro esteve presente inclusive na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) em que a Corte decidiu pelo recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele. Segundo Cunha Bueno, a presença não era obrigatória, mas demonstraria que o ex-presidente não tinha intenção de se ausentar da Justiça.
Apesar das declarações da defesa, a Polícia Federal localizou no celular de Bolsonaro um rascunho de carta destinada ao presidente de extrema direita da Argentina, Javier Milei, com um pedido de asilo. O documento teria sido redigido, segundo a investigação, pela esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, destacou que a minuta foi salva no aparelho de Bolsonaro em 10 de fevereiro de 2024, apenas dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, autorizada pela Suprema Corte. Moraes determinou que a defesa apresentasse explicações para o documento no prazo de 48 horas.
O ministro também chamou atenção para outro ponto do relatório da Polícia Federal: a constatação de que Bolsonaro teria descumprido repetidas vezes medidas cautelares impostas pelo STF. De acordo com a apuração, a restauração de dados de backup revelou intensa atividade do ex-mandatário nas redes sociais, o que contrariava determinações judiciais anteriores.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo