O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e seu irmão, o senador Flávio (PL-RJ). Foto: Adriano Machado/Reuters
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) embarca nesta segunda (17) para El Salvador, mas não será recebido pelo presidente Nayib Bukele, figura admirada por setores da direita brasileira. Ele e o irmão Eduardo (PL-SP), que viajará a partir dos Estados Unidos, terão apenas uma reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública salvadorenho, Héctor Gustavo Villatoro Funes.
Segundo a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo, o ministro tem recebido políticos brasileiros interessados em conhecer o modelo de segurança implantado no país. A viagem ocorre após Flávio, presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado, apresentar um requerimento de “visita institucional” para se encontrar com Bukele.
O pedido foi aprovado pelo colegiado e descreve a missão como um intercâmbio sobre políticas de segurança, sistema penitenciário e legislação penal. Eduardo, em “autoexílio” nos EUA desde março, deve se juntar ao irmão diretamente em El Salvador.
Flávio também integra a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado e diz querer observar de perto o regime de exceção adotado por Bukele desde 2022, que levou à prisão de cerca de 88 mil pessoas.

A viagem marca o segundo reencontro dos irmãos em menos de um mês; em outubro, Flávio esteve em Washington para visitar Eduardo. A aproximação reforça a admiração pública dos dois pelo presidente salvadorenho.
Bukele, reeleito com 85% dos votos, costuma debochar das acusações de autoritarismo. “Sabem de uma coisa? Não me importo que me chamem de ditador”, disse ao completar um ano de seu segundo mandato. Seu governo afirma ter reduzido drasticamente os homicídios, mas enfrenta denúncias de organizações de direitos humanos sobre prisões arbitrárias, torturas, mortes sob custódia e perseguição a críticos.
Nos últimos meses, ativistas e advogados contrários às medidas de segurança foram presos. Em outro episódio, 252 venezuelanos deportados pelos EUA relataram abusos dentro do megacomplexo penitenciário projetado para isolar membros de gangues. Mesmo assim, o presidente segue extremamente popular.
Fonte: DCM
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