segunda-feira, 2 de junho de 2025

Senadores bolsonaristas vão aos EUA com dinheiro público para visitar fugitivas do 8/1


                Senador Eduardo Girão em acampamento golpista no DF

Uma comissão formada por senadores brasileiros, financiada com recursos públicos do Congresso Nacional, vai passear nos Estados Unidos com a desculpa de visitar brasileiras envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro, que estão fugindo da Justiça.

A viagem foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, após um requerimento apresentado pelo bolsonarista Eduardo Girão (Novo-CE).

O requerimento menciona quatro mulheres, sendo que três delas já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos, e uma outra ainda é ré e responde por cinco crimes cometidos durante os protestos. Após fugirem do Brasil e tentarem entrar nos Estados Unidos, elas foram detidas pelas autoridades norte-americanas.

Uma das mulheres, Cristiane da Silva, moradora de Balneário Camboriú, foi condenada a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime, mas já foi deportada de volta ao Brasil. As outras três continuam presas em El Paso, no Texas, desde 21 de janeiro, no dia seguinte à posse de Donald Trump.

As mulheres que serão visitadas, conforme o requerimento de Girão, são Rosana Maciel Gomes, de Goiânia, condenada a 14 anos de prisão por cinco crimes; Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC), condenada a 17 anos de prisão também por cinco crimes; Michely Paiva Alves, de Limeira (SP), ré, acusada por cinco crimes relacionados ao 8 de janeiro.

No requerimento, Girão argumenta que a visita tem como objetivo verificar as condições carcerárias e investigar possíveis violações de direitos humanos em relação às presas em El Paso.

Maciel Gomes, condenada no 8/1, presa ao tentar entrar ilegalmente nos EUA

“Essas mulheres estão presas há quatro meses em um presídio americano aguardando decisão da Justiça dos EUA sobre seus pedidos de asilo político”, destaca Girão, que acrescenta que as fugitivas saíram do Brasil em busca de proteção contra o que ele classifica como “perseguição política”.

“Não há qualquer indício de que elas invadiram prédios públicos ou participaram de atos de depredação. Elas apenas entraram em um prédio para se proteger das bombas que estavam sendo atiradas por helicópteros”. É inacreditável a cara de pau.

Girão ainda reforça que a missão visa reafirmar o compromisso do Senado com a defesa dos direitos humanos. “Portanto, é imprescindível que a Comissão de Direitos Humanos do Senado realize uma diligência, com urgência, para verificar as condições dessas presas e investigar as denúncias de abusos e violações de direitos humanos. A visita proporcionará uma avaliação direta da situação e ajudará a promover a responsabilização de todos os envolvidos nesses atos arbitrários.”

Fonte: Brasil 247

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