O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nesta terça-feira (27), logo após ela abandonar uma sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado devido a ataques machistas de senadores de extrema-direita.
No diálogo, segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, Lula elogiou a postura da ministra: “Me senti melhor depois que você tomou a decisão de se retirar da comissão. Você fez certo. Era isso mesmo que você deveria ter feito”.
A ligação ocorreu quando Marina buscava saber do estado de saúde do presidente, diagnosticado com labirintite na segunda-feira (26).
Além de Lula, a ministra recebeu manifestações de apoio da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e do deputado Sidônio Palmeira. No entanto, durante a sessão conturbada, apenas dois senadores da base governista, Rogério Carvalho (PT-SE) e Eliziane Gama (PSD-MA), se solidarizaram publicamente com ela.
Os ataques machistas
O conflito teve início quando o senador Marcos Rogério (PL-RO), presidente da comissão, cortou repetidamente o microfone da ministra durante sua fala. Marina reagiu: “O senhor gostaria que eu fosse uma mulher submissa”. Rogério respondeu com a frase que se tornou símbolo do episódio: “Me respeite, ministra, se ponha no teu lugar”.
O clima se agravou com a intervenção do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que declarou: “A mulher merece o respeito. A ministra, não”. A fala remete a um episódio anterior, quando a ministra exigiu um pedido público de desculpas por Valério afirmar que tinha “vontade de enforcá-la”.
Diante da recusa dos parlamentares em se retratarem, a ministra encerrou sua participação: “Sou uma mulher de luta e de paz. Mas, nunca vou abrir mão da luta”, afirmou ao deixar a sessão.
Fonte: DCM com informações do jornal O Globo
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