quarta-feira, 30 de julho de 2025

Leilane Neubarth é hostilizada em loja: 'vocês da Globo são insuportáveis' (vídeo)

Jornalista foi alvo de ataques verbais enquanto fazia compras

     Leilane Neubarth (Foto: Reprodução/Instagram)

A jornalista Leilane Neubarth, de 66 anos, foi vítima de uma agressão verbal na terça-feira (29) enquanto fazia compras em uma loja. A informação, segundo a CNN Brasil, foi divulgada pela própria apresentadora do telejornal Conexão Globonews, exibido nas manhãs do canal de notícias da TV Globo, em vídeo publicado em seu perfil no Instagram.

Segundo Leilane, a gravação registra apenas o momento final do ataque. No vídeo, uma mulher aparece criticando duramente os jornalistas da emissora. “Vocês repórteres da Globo são insuportáveis, fazem um jornalismo de lixo. Eu posso dizer porque eu assistia à Rede Globo”, dispara a agressora. Em seguida, ironiza: “Vai botar jornal? Eu tô com cabelo bom hoje? Queria estar melhor, tô vindo do hospital, entendeu? Trabalho pra cacete, trabalho com gente pobre, muito pobre, que acredita nas bobagens que vocês falam. Jornalixo”.

Na legenda da publicação, Leilane explicou que não reagiu imediatamente à agressão por estar atônita com a situação. “Eu estava numa loja, tranquilamente fazendo compras, quando fui vítima de uma agressão gratuita”, relatou.

A jornalista afirmou que só decidiu filmar após perceber o tom de deboche da mulher. “Além de agressiva, ela foi extremamente debochada, parecendo se exibir na agressão. Por isso decidi postar aqui”, escreveu Leilane na rede social.

Leilane encerrou o texto com uma reflexão sobre respeito em tempos de intolerância: “Ninguém precisa gostar de ninguém. Mas acredito realmente que ‘o respeito é a luz que ilumina a escuridão da intolerância’”.

A publicação mobilizou colegas de profissão e personalidades da mídia, que prestaram solidariedade à jornalista. Nos comentários, nomes como Sandra Annenberg, Renata Ceribelli, Natuza Nery e Marcelo Cosme manifestaram apoio. A cantora Fafá de Belém também reagiu. A jornalista Flávia Oliveira escreveu: “Leilane, querida, não se deixe abater. Proteja-se dessa gente careta e covarde. Elas passarão”.
Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

“Eduardo Bolsonaro tem de ser cassado”, diz Estadão


O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

Em editorial publicado nesta quarta-feira (30), o Estadão afirmou que o mandato do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deve ser cassado por atuar deliberadamente para prejudicar o Brasil em nome dos interesses particulares de sua família. Para o jornal, a Câmara não pode repetir com o “bananinha” o erro cometido há 25 anos, ao deixar impune seu pai, Jair Bolsonaro:

Diante das barbaridades protagonizadas pelo então deputado federal Jair Bolsonaro, este jornal pediu a sua cassação em janeiro de 2000, classificando-o pelo que ele era – um dejeto da democracia, alguém desqualificado que se servia das mesmas liberdades democráticas que sempre desejou eliminar. Passados pouco mais de 25 anos, é preciso dizer o mesmo sobre seu filho Eduardo Bolsonaro. Por atuar deliberada e sistematicamente para prejudicar o Brasil, em nome dos interesses particulares de sua família, Eduardo Bolsonaro precisa ter cassado seu mandato de deputado federal. Trata-se da única reação cabível por parte de uma democracia digna do nome.

Eduardo já fez de tudo, mas não há afronta à democracia que não possa ser superada por outra maior. Não lhe pareceu suficiente, por exemplo, regozijar-se do lobby que fez junto ao governo dos EUA como forma de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a desistir dos processos contra seu pai, tornando-se responsável, em grande medida, pelo tarifaço convertido em chantagem explícita do presidente americano, Donald Trump, contra o Brasil e a favor de Jair Bolsonaro.

Também não lhe bastou arvorar-se em negociador diplomático e pedir sanções contra autoridades brasileiras, entre as quais os presidentes da Câmara e do Senado, o ministro do STF Alexandre de Moraes e o presidente Lula da Silva. Era preciso, como fez o pai durante as décadas que passou no Congresso, enxovalhar a instituição parlamentar que ele mesmo integra: nesta semana, o deputado admitiu na caradura que está sabotando o esforço da comitiva de senadores brasileiros que viajou aos EUA para tentar abrir algum canal de diálogo com o Congresso e o governo americanos a fim de evitar as tarifas impostas por Trump.

O que faz o embaixador nos EUA. E o caso Eduardo Bolsonaro - Nexo Jornal
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado de Eduardo e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Dias antes, reclamou dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), por se pronunciarem sobre o tarifaço sem mencionar o que realmente importa para os Bolsonaros – a liberdade de Jair Bolsonaro. (…) Segundo a cartilha bolsonarista, qualquer ação que se afaste da defesa direta da impunidade para o ex-presidente e outros golpistas equivale a uma declaração de guerra.

Com o prazo expirado da licença que o deputado tirou para sabotar o Brasil em solo americano, e sem planos imediatos de retornar ao País, esperava-se que ele renunciasse ao mandato que os paulistas infelizmente lhe deram.

Nos últimos dias, difundiu-se na imprensa a possibilidade de a Câmara adotar o mesmo artifício usado no caso do deputado Chiquinho Brazão, réu pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco: deixar que as faltas às sessões cumprissem a função da perda do mandato. Será um erro gravíssimo. A fim de cuidar da própria imagem, não bastará ao Legislativo federal recorrer a essa solução. Afinal, Eduardo Bolsonaro passou dos limites e merece não a inércia corporativista da Casa, mas uma punição dura, real e imediata.

Há 25 anos, quando poupou o então deputado Jair Bolsonaro, a Câmara escolheu desmoralizar-se. Que não repita esse erro agora com Eduardo Bolsonaro.

Fonte: DCM

CNN Brasil “entrevista” lobista ligado a Trump e pró-Bolsonaro que é sócio do CEO da emissora


“Entrevista” de lobista ligado a Trump na CNN Brasil: sócio do CEO da emissora – Foto: Reprodução

A CNN Brasil publicou nesta quarta-feira, 30 de julho, uma entrevista com Brian Ballard, advogado e lobista ligado ao presidente dos EUA Donald Trump. Apresentado como conselheiro experiente para negociações internacionais, Ballard recomendou ao governo brasileiro que “ligue diretamente” para Trump para tentar reverter a tarifa de 50% imposta às exportações brasileiras. Ainda defendeu Bolsonaro e alertou para o risco do Brasil “virar uma Cuba ou uma Venezuela”, mantra da extrema-direita.

A emissora, no entanto, omitiu do público uma informação essencial: Brian Ballard é dono da Ballard Partners, firma americana de lobby que firmou uma parceria com a Esfera Brasil — organização comandada pelo lobista João Camargo, presidente do conselho da CNN Brasil e dono de 30% da emissora.

João Camargo, presidente do conselho da CNN Brasil – Foto: Reprodução

Em resumo: a CNN deu holofotes, sem qualquer menção ao conflito de interesses, a um empresário que mantém relações comerciais e políticas diretas com seu principal executivo.

Defesa escancarada de Trump e Bolsonaro e justificativa para interferir no Brasil

Questionado sobre a carta enviada por Trump a Lula, uma chantagem explícita se transformou no tarifaço, Ballard afirmou: “Vou dizer que este presidente é muito sensível e solidário com líderes políticos que são processados por aqueles que assumem o poder posteriormente. Ele acredita que isso está acontecendo no Brasil.”

A declaração tenta justificar a intromissão de Trump em assuntos internos de outra nação com base na ideia de que o golpista Bolsonaro estaria sofrendo “perseguição política”. O processo, no entanto, tramita no Poder Judiciário do Brasil. A CNN não esclareceu esse ponto nem questionou a distorção.

“Em muitos aspectos, isso é muito semelhante ao que aconteceu nos EUA. E sei que este presidente está muito preocupado em ver processos políticos contra ex-líderes de um país”, disse Ballard.

Brian Ballard – Foto: Reprodução

CNN omite sociedade entre lobista americano e CEO da emissora

A Ballard Partners e a Esfera Brasil vão atuar juntas oferecendo serviços de lobby e relações governamentais. O próprio Brian Ballard declarou, no comunicado oficial da parceria, que o objetivo é “ampliar o acesso ao mercado e às instituições públicas” para seus clientes.

João Camargo, dono da Esfera, também é presidente do conselho da CNN Brasil.

A Esfera se apresenta como um “think tank”, mas atua como espaço de articulação entre empresários, políticos e autoridades. Seus eventos reúnem ministros, parlamentares, membros do Judiciário e executivos do alto escalão. Os encontros ocorrem em locais como restaurantes, resorts e embaixadas — inclusive no exterior. Jornalistas recebem jabá para cobrir os convescotes e produzem matérias laudatórias. A Folha de S.Paulo, por exemplo, fez uma reportagem vergonhosa de um encontro empresarial no Guarujá. No pé, a informação de que a repórter viajou de graça.

Camargo rejeita o rótulo de lobista, mas admite que promove reuniões entre interessados e autoridades públicas para tratar de temas como leis e regulação econômica. Ele foi vice-presidente da Vasp no governo Quércia, de São Paulo, e assessor particular de Zélia Cardoso de Mello na presidência de Fernando Collor, até cair em meio ao escândalo PC Farias.

João Camargo e seus irmãos adquiriram a rede de rádios Transamérica, que passou a integrar o amplo grupo de emissoras controlado pela família. O portfólio inclui participações e controle sobre rádios como Alpha FM, Rádio Disney, 89 FM, BandNews FM, Nativa FM e Band FM.

Os ativos são administrados pela gestora 89 Investimentos, comandada por João Pedro Funaro Camargo, filho de João. Além do setor de mídia, a 89 também atua no mercado imobiliário, com investimentos em prédios residenciais e galpões logísticos.

Fonte: DCM

A reação de Bolsonaro ao saber da prisão de Zambelli

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro e a deputada licenciada Carla Zambelli. Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro foi informado da prisão de Carla Zambelli (PL-SP) logo após participar de uma motociata em Brasília, na terça-feira (29). Ao saber da notícia, o ex-presidente pediu detalhes ao líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que o acompanhava no evento, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Segundo Sóstenes, o advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi, disse que a deputada se entregou voluntariamente às autoridades italianas para solicitar “asilo político”. Bolsonaro, então, pediu que o parlamentar continuasse acompanhando o caso. O ex-presidente ainda classificou a prisão como “perseguição” e “maldade”, segundo o Metrópoles. “É muita perseguição e maldade com ela. Foi a frase dele”, relatou Sóstenes.

A versão apresentada pela defesa, no entanto, é diferente da divulgada oficialmente pelo Ministério da Justiça, pela Polícia Federal e pela Embaixada do Brasil na Itália. Zambelli era considerada foragida desde junho, após ser condenada a 10 anos de prisão por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça e alterar documentos.

Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que “autoridades italianas prenderam, na tarde desta terça-feira (29/7), em Roma, uma brasileira que se encontrava foragida no país”. A pasta destacou que a prisão ocorreu graças à cooperação entre a Polícia Federal, a Interpol e órgãos italianos, e que a deputada será submetida ao processo de extradição conforme as leis da Itália e os acordos internacionais assinados pelo Brasil.

Fonte: DCM

Bolsonarista Daniel Silveira chora ao STF por prisão domiciliar: “Risco de morte”

 

O ex-deputado federal Daniel Silveira – Foto: Reprodução
Daniel Silveira solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a conversão de sua prisão em regime fechado para prisão domiciliar, alegando razões humanitárias. A defesa do ex-deputado federal bolsonarista afirma que, após uma cirurgia no joelho autorizada pelo STF, o sistema prisional não tem estrutura para garantir o tratamento adequado durante o período de recuperação, estimado entre seis e doze meses.

Segundo os advogados, o laudo médico entregue à Corte, assinado por Hewdy Lobo Ribeiro, recomenda sessões intensivas de fisioterapia e uso de equipamentos clínicos que não estão disponíveis na Colônia Agrícola Marco Aurélio de Mattos, em Magé (RJ), onde Silveira está preso. O documento alerta que a interrupção do tratamento pode causar “risco de morte”, além de complicações como trombose.

Daniel Silveira foi condenado em abril de 2022 a 8 anos e 9 meses de prisão por ameaças ao Estado Democrático de Direito e coação. Avançou para o regime semiaberto em outubro de 2024 e recebeu livramento condicional em dezembro do mesmo ano, mas teve o benefício revogado após descumprir medidas cautelares.

Fonte: DCM

STF vê sanções dos EUA como ataque pessoal e prepara reação judicial contra Lei Magnitsky

Ministros consideram eventual aplicação da Lei Magnitsky como “ataque abaixo da linha da cintura”

      Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso (Foto: Nelson Jr./STF)

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) articulam uma resposta contundente caso os Estados Unidos levem adiante a ameaça de impor sanções com base na Lei Magnitsky, informa Bela Megale, do jornal O Globo.

Integrantes da corte avaliam que, caso o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, aplique punições financeiras contra ministros como Alexandre de Moraes, a reação não deverá se limitar ao campo político. A resposta poderá envolver medidas jurídicas, capitaneadas pelo próprio STF, em defesa da autonomia do Judiciário brasileiro.

A preocupação se dá diante da possibilidade de bloqueio de contas bancárias e bens que os magistrados possam ter em território norte-americano — uma medida considerada como um “ataque abaixo da linha da cintura”, por atingir diretamente a vida pessoal dos ministros e seus familiares.

Interferência direta e pressão por anistia - A eventual aplicação da Lei Magnitsky está sendo impulsionada por figuras bolsonaristas que vivem nos Estados Unidos. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo articulam nos bastidores junto à gestão Trump e ao Partido Republicano para que as sanções sejam aplicadas. Paralelamente, eles pressionam por uma anistia ampla que contemple Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

Eduardo Bolsonaro foi informado de que uma resposta judicial do STF às sanções é considerada inevitável. Ainda assim, ele teria adotado uma nova estratégia: tentar concentrar o foco exclusivamente sobre Alexandre de Moraes e isentar, ao menos temporariamente, outros ministros da corte, como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.

A tentativa visa criar um “gesto de boa vontade” para distensionar a relação com o Supremo. A manobra também abriria espaço para negociações futuras com ministros que eventualmente possam se opor a punições ou queiram evitar um confronto direto com os republicanos.

STF reage com indignação - Apesar dos acenos, ministros do STF rechaçaram qualquer possibilidade de aceitar esse tipo de “divisão” interna. A avaliação é que a tentativa de isolar Moraes representa mais uma ameaça ao conjunto da corte e, portanto, requer uma resposta institucional.

A insatisfação entre os magistrados é crescente, especialmente diante da atuação explícita de um parlamentar brasileiro, Eduardo Bolsonaro, no exterior, para obter sanções contra membros do Judiciário nacional. O gesto é lido como uma escalada nas pressões políticas contra a Justiça, que tem sido alvo recorrente da extrema-direita bolsonarista.

No governo Lula, prevalece o entendimento de que a aplicação de sanções dessa magnitude — envolvendo o uso da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras — ainda é improvável. No entanto, o clima de tensão e a escalada de movimentos externos com apoio de parlamentares brasileiros acendem o alerta no Palácio do Planalto e no STF.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Prefeitura de Apucarana adota ferramenta VLibras para ampliar acessibilidade em seu site

A iniciativa tem como objetivo promover maior inclusão digital para pessoas surdas, facilitando o acesso à informação e à comunicação


Desde ontem (29/7), o site oficial da Prefeitura de Apucarana (www.apucarana.pr.gov.br) conta com a ferramenta VLibras, um recurso gratuito que realiza a tradução automática de conteúdos em Língua Portuguesa para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). A iniciativa tem como objetivo promover maior inclusão digital para pessoas surdas, facilitando o acesso à informação e à comunicação.

Desenvolvido em parceria pela Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o VLibras é uma suíte de ferramentas de código aberto que permite a tradução de textos, áudios e vídeos para Libras. Com isso, computadores, celulares e plataformas Web tornam-se mais acessíveis para os usuários surdos da língua de sinais.

“O intuito é ampliar o acesso à comunicação e promover a inclusão das pessoas com deficiência auditiva aos conteúdos digitais disponibilizados pelo município”, afirmou o prefeito Rodolfo Mota. Segundo ele, a adoção do VLibras reforça o compromisso da gestão com a acessibilidade e a igualdade de oportunidades no ambiente digital.

A ferramenta já está disponível em todas as páginas do site da Prefeitura e pode ser ativada por meio de um ícone com um avatar que representa um intérprete de Libras, localizado no canto da tela.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

APUCARANA: Prefeitura apresenta estudo e busca soluções estratégicas para acelerar crescimento da economia

Iniciativa promove um debate conjunto com as instituições que integram o Fórum Desenvolve Apucarana, trazendo sugestões e apontando os principais desafios


A Prefeitura apresentou ao Fórum Desenvolve Apucarana um estudo técnico que traça um panorama atual da economia do município e propõe caminhos para destravar o crescimento local. Embora o levantamento aponte o aumento no número de empresas, destaca também desafios como os mais de 500 vazios urbanos e a demanda por mais oferta de energia. A iniciativa visa promover um debate conjunto com as instituições e traz sugestões concretas para impulsionar o crescimento econômico da cidade.

O levantamento foi apresentado durante reunião do Fórum Desenvolve Apucarana pelo secretário municipal da Fazenda, professor Rogério Ribeiro — autor do estudo —, e pelo secretário municipal de Indústria, Comércio e Serviços, Emerson Toledo. O convite partiu do próprio Fórum, com o propósito de fomentar o debate sobre o cenário econômico atual do município e, em conjunto com as instituições, refletir sobre estratégias para impulsionar o desenvolvimento de Apucarana.

“Nosso crescimento real nos últimos anos ficou abaixo da média estadual e nacional. Precisamos refletir, junto com a sociedade civil, como potencializar o desenvolvimento econômico, destravar a cidade e preparar Apucarana para o futuro”, comenta o prefeito Rodolfo Mota. Ainda segundo o prefeito, há exemplos de que Apucarana tem grande potencial não explorado. “Existem mais de 500 terrenos vazios na área central. Esses vazios urbanos poderiam estar gerando empregos, movimentando o comércio e ampliando os serviços”, completou Rodolfo Mota.

O secretário municipal da Fazenda, Rogério Ribeiro, apresentou o levantamento com base em dados de fontes oficiais como IBGE, PNAD, Caged, além de informações internas da Prefeitura. “Somente nos primeiros seis meses de 2025 foram abertas 1.947 novas empresas em Apucarana, sendo 72,4% registradas como MEI. Em todo 2024, foram 2.905 novas empresas no total. Se mantido esse ritmo, poderemos ter um crescimento de até 30% no número de empresas abertas em 2025”, informou.

Para o secretário, o aumento da abertura de empresas pode ser um reflexo de um cenário pós-pandemia que impulsionou o empreendedorismo e da liberdade econômica, que facilita o processo de formalização. “Esse movimento pode demonstrar dinamismo da economia, mas também exige análise qualitativa. Nem sempre o aumento de MEIs significa maior estabilidade econômica, pois pode estar ligado à perda de empregos”, avaliou Rogério, ao destacar a importância de se criar um banco de dados municipal mais robusto para qualificar essas informações.

Rogério também analisa que o crescimento do número de empresas impacta diretamente na geração de renda e no aumento do PIB local. “O faturamento das empresas se transforma em salários, impostos, lucros, juros. Tudo isso compõe a renda agregada do município. E o crescimento econômico é a primeira condição para melhorar a qualidade de vida da população”, pontuou.

Planejamento estratégico, sugestões e desafios

Já o secretário de Indústria e Comércio, Emerson Toledo, destacou que o Fórum Desenvolve Apucarana está constituindo câmaras temáticas para aprofundar o debate sobre o futuro econômico da cidade. “No estudo apresentado pela Prefeitura, foram indicadas seis ações prioritárias: criação de um centro integrado de inovação, formação técnica e profissional, aceleração estruturada de pequenos negócios, observatório econômico, fomento à indústria de alto valor e revitalização produtiva dos vazios urbanos”, detalhou.

Toledo relatou que os participantes do Fórum também apontaram desafios práticos que afetam diretamente o setor produtivo. “Houve manifestações sobre a insuficiência na oferta de energia elétrica para as indústrias e os investimentos previstos pela CCR PRVias que opera nas rodovias da região de Apucarana. Estamos atentos a essas demandas e atuando junto às concessionárias e órgãos competentes para garantir as condições necessárias ao desenvolvimento de Apucarana”, afirmou o secretário.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Pesquisa do governo aponta preço como maior obstáculo para tirar CNH no Brasil

Levantamento revela que 32% dos não habilitados citam custo como principal obstáculo. Governo que acabar com obrigatoriedade de autoescola

      (Foto: Marcello Casal Jr. - Agência Brasil)

Uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República apontou que o custo elevado é o principal fator que impede brasileiros de obterem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O levantamento, conduzido pela empresa Nexus, mostrou que 32% das pessoas sem habilitação consideram o preço como a maior barreira no processo de regularização para dirigir, informa a Folha de S.Paulo.

A pesquisa ouviu 5.550 brasileiros com 18 anos ou mais entre os dias 21 e 31 de março de 2025 e possui margem de erro de dois pontos percentuais. Entre os entrevistados, 80% consideraram que o valor da CNH é "caro" ou "muito caro", e 66% afirmaram que o preço não se justifica frente à qualidade dos serviços oferecidos. Entre aqueles que dirigem sem habilitação, quase metade apontou o custo como o principal impeditivo.

Mais da metade dos brasileiros ainda não têm CNH - O estudo revela que 54% da população brasileira não possui habilitação. Desse total, 12% admitem dirigir mesmo sem o documento — a maioria, motociclistas. Entre os que ainda não são habilitados, apenas pouco mais da metade manifesta interesse em obter a carteira no futuro.

Além do custo, outros fatores que contribuem para a não obtenção da CNH incluem motivos pessoais, como medo ou desinteresse (36%), e a exigência de tempo excessivo (7%).

Governo estuda flexibilizar regras para reduzir custo - Com base nos resultados, o Ministério dos Transportes avalia uma reformulação no processo de habilitação, com foco na redução de custos. Uma das principais medidas em análise é o fim da obrigatoriedade das aulas teóricas e práticas, atualmente exigidas para realização das provas finais.

Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), a proposta será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prevê novas formas de formação, como aulas teóricas à distância por empresas credenciadas ou por meio de uma plataforma digital da Secretaria Nacional de Trânsito. As aulas práticas também se tornariam opcionais, podendo ser oferecidas por instrutores autônomos ou autoescolas.

"O processo atual é caro, trabalhoso e demorado. São coisas que impedem as pessoas de ter carteira de habilitação", declarou o ministro Renan Filho.

População apoia mudanças, mas defende manutenção de etapas - A proposta de mudança encontra respaldo na sociedade: 69% dos entrevistados defendem reformas para baratear a CNH e 56% dizem querer tirar o documento no futuro. No entanto, há divergências quanto à flexibilização das etapas obrigatórias. Duas em cada três pessoas apoiam a manutenção das aulas práticas, embora 42% considerem que essa etapa poderia ser acelerada.

Metade dos entrevistados acredita que o processo atual garante condutores mais preparados, mas 29% avaliam que ele não é eficaz para promover a segurança no trânsito. O modelo adotado por países como Estados Unidos e Canadá, onde autoescolas não são obrigatórias, é aprovado por 54% da população, enquanto 33% se opõem.

Entidades reagem a proposta e apontam riscos - A Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) se posicionou contra a possível extinção da obrigatoriedade das aulas. O presidente da entidade, Ygor Valença, alertou para riscos à segurança e para os impactos econômicos do setor.

"São 30 mil empresas de autoescola, 320 mil empregos, todos de carteira assinada. O impacto é gigantesco", afirmou. Valença também prometeu judicializar qualquer medida nesse sentido.

A Associação Nacional dos Detrans (AND), por sua vez, defendeu que mudanças sejam feitas com responsabilidade, preservando a qualidade da formação. "Defendemos que a formação de condutores deve priorizar a segurança viária e contribuir efetivamente para a redução dos índices de sinistros e mortes no trânsito", destacou a entidade em nota.

Entre habilitados, satisfação com processo é alta, mas custo segue como queixa - Entre os que já possuem CNH, 78% consideraram o processo satisfatório ou muito satisfatório. No entanto, também apontaram o custo e a disponibilidade de tempo como os maiores desafios durante a jornada de habilitação.

Com o debate sobre a reformulação em curso, o governo Lula aposta na pesquisa como ferramenta para orientar mudanças e tornar o acesso à habilitação mais democrático, especialmente entre as camadas da população que mais sentem o impacto do preço atual.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Aliado de Eduardo Bolsonaro nos EUA, Paulo Figueiredo deve virar réu por golpe no STF

Foragido e acusado de envolvimento em conspiração golpista, influenciador atua nos Estados Unidos pressionando autoridades contra o STF
     Paulo Figueiredo (Foto: Reprodução)

O influenciador Paulo Figueiredo, figura central na articulação entre Eduardo Bolsonaro e o governo dos Estados Unidos, deve se tornar réu ainda neste semestre por envolvimento na tentativa de golpe contra as instituições brasileiras. A informação foi publicada em reportagem do jornal Estado de S. Paulo.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Figueiredo aguarda análise da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), única entre os cinco núcleos acusados que ainda não teve a denúncia convertida em ação penal. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já decretou a prisão preventiva do investigado, que atualmente reside nos EUA e encontra-se foragido. O passaporte foi cancelado, e Figueiredo sequer indicou advogado para o processo, levando Moraes a nomear a Defensoria Pública da União (DPU) para sua defesa.

Apesar de alegar não ter sido formalmente notificado, Moraes considerou que há "ciência inequívoca" das acusações, citando vídeos publicados por Figueiredo em seu canal no YouTube nos quais ironiza a denúncia. “Alexandre não está acostumado a lidar com gente que conhece o conceito de estratégia. Vai ter que me citar por carta rogatória ou me julgar à revelia”, escreveu ele na rede X (antigo Twitter).

A DPU, mesmo sem conseguir localizá-lo, apresentou defesa prévia. Na peça, argumenta que a denúncia criminaliza o exercício da atividade jornalística crítica. Segundo os defensores, Figueiredo teria feito apenas "manifestações de cunho político" dentro do direito à liberdade de expressão. A Defensoria sustenta que não há qualquer evidência de sua participação em planejamento estruturado ou adesão a organização golpista.

Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan e neto do último presidente da ditadura militar, João Baptista Figueiredo, é acusado de vazar documentos com o objetivo de pressionar generais do Exército a aderirem à tentativa de golpe durante o governo Jair Bolsonaro. Em 20 de maio, ao abrir a quarta ação penal contra investigados por tramar o golpe, Moraes afirmou: “Atenta contra a democracia do Brasil sem ter coragem de viver no Brasil e só tem influência sobre os militares por ser neto do último presidente durante o tempo de golpe militar, João Baptista Figueiredo”.

Nos Estados Unidos, Figueiredo mantém forte influência junto ao governo do presidente Donald Trump, com quem já foi sócio. Segundo o Estadão, ele articula pressões contra o Brasil, sobretudo em temas ligados à economia e à atuação do STF. No episódio recente do tarifaço imposto por Trump a produtos brasileiros, o canal de Figueiredo no YouTube somou mais de 10 milhões de visualizações em vídeos que atacam Alexandre de Moraes e o Supremo. Ganhou ainda mais de 70 mil seguidores e lucros estimados entre US$ 2,5 mil e US$ 40 mil no período, conforme dados do Social Blade.

Em vídeo publicado em 22 de julho, o influenciador confrontou diretamente o ministro: “Alexandre, entenda, nada do que você vai fazer contra mim funciona. Já tentaram de tudo. Eu sou inevitável. Eu sou imparável”.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, declarou em vídeo de 27 de maio que Figueiredo é o cérebro por trás das articulações internacionais que tentam isentar o ex-presidente Jair Bolsonaro das consequências jurídicas por sua tentativa de golpe. “Eu abro a porta, eu sou o coração, mas você é o cérebro”, afirmou Eduardo.

Na entrevista à Coluna do Estadão, Figueiredo também minimizou os esforços de senadores brasileiros que foram aos EUA para tentar reverter o tarifaço de Trump. “A comitiva está perdendo o tempo e vai quebrar a cara. Não há o que fazer sem um sinal claro e um compromisso de que o Brasil atenderá as demandas do presidente Trump”, afirmou, negando interesse em se encontrar com os parlamentares.

Ainda segundo a reportagem, Eduardo Bolsonaro confirmou que ele e Figueiredo atuaram diretamente junto ao governo Trump para viabilizar as sanções econômicas ao Brasil. “Os canais corretos a serem buscados não são com os políticos tradicionais, mas sim comigo e com Paulo Figueiredo”, afirmou o deputado.

Eduardo é alvo de inquérito no STF por tentativa de coação à Corte e articulação contra os interesses nacionais nos Estados Unidos. Já Figueiredo, apesar de suas ações, ainda não responde pelos mesmos fatos nesse inquérito, o que limita a atuação da DPU à denúncia específica sobre o golpe.

O caso evidencia como figuras do entorno de Bolsonaro seguem atuando internacionalmente para desestabilizar as instituições brasileiras, usando de influência política e econômica nos Estados Unidos para atacar a democracia do país. A possível transformação de Paulo Figueiredo em réu marca mais um passo na responsabilização dos envolvidos na tentativa de ruptura institucional que marcou o final do governo Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Trump mira etanol brasileiro e coloca em risco cadeia de 2,2 milhões de empregos

Biocombustível, consolidado ao longo de 50 anos como exemplo de inovação, industrialização e sustentabilidade, é alvo do governo dos EUA

Produção nacional de etanol atingiu 36,8 bilhões de litros em 2024, tornando o Brasil o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos EUA (Foto: Agência Brasil )

Em meio às tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, intensificadas pela decisão do governo Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o movimento que se seguiu nos dias seguintes à carta divulgada pelo presidente estadunidense pegou muita gente de surpresa, quando a United States Trade Representative (USTR, ou Departamento Comercial dos EUA) incluiu o anúncio de uma investigação sobre o que foi chamado de “práticas ilegais” por parte do Brasil. Entre os alvos, estão o ataque ao pioneiro Pix e o combate à pirataria, e um tema que revela um claro – e antigo - incômodo dos Estados Unidos: o etanol brasileiro.

O principal motivo da investida do governo Trump contra o etanol brasileiro vem de longe: a alíquota de 18% aplicada pelo Brasil à importação do etanol americano, feito de milho dos EUA – o que resulta em mais emissão de CO2 do que o registrado pelo biocombustível brasileiro, produzido majoritariamente a partir da cana-de-açúcar. Essa tarifa, no entanto, não é arbitrária: ela cumpre papel estratégico ao garantir condições mínimas de competição justa entre o etanol brasileiro e o etanol estadunidense, que é fortemente subsidiado por Washington. A eventual retirada dessa barreira resultaria em uma verdadeira invasão do etanol americano no mercado nacional, comprometendo a competitividade das usinas brasileiras, pressionando margens, eliminando empregos e desestimulando investimentos.

A cadeia do etanol é uma das maiores forças produtivas do Brasil, resultado de exatos 50 anos de políticas públicas, inovação tecnológica e compromisso com a sustentabilidade. Desde a criação do Programa Pró-Álcool, em 1975, o país desenvolveu um modelo reconhecido mundialmente de biocombustível limpo, culminando na liderança em mobilidade de baixo carbono e na consolidação da tecnologia flex. De 2003 até hoje, a combinação entre o uso de etanol hidratado e a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina evitou a emissão de mais de 730 milhões de toneladas de CO₂ equivalente — volume comparável às emissões anuais de países como a Indonésia.

Além do impacto ambiental, o setor é crucial para a economia brasileira. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a produção nacional de etanol atingiu 36,8 bilhões de litros em 2024, tornando o Brasil o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos EUA. A cadeia produtiva emprega mais de 2,2 milhões de pessoas, sendo que só no estado de São Paulo são mais de 844 mil trabalhadores, com influência direta sobre a economia de cerca de 1,2 mil municípios.

Dessa forma, especialistas avaliam que permitir que o etanol dos Estados Unidos entre no Brasil sem uma alíquota que dê fôlego ao biocombustível produzido por aqui seria um golpe duro contra um setor que representa inovação, geração de renda, desenvolvimento regional e benefícios ambientais. Assim como o Pix, também atacado por Washington, o etanol tornou-se uma das bandeiras do protagonismo brasileiro no cenário internacional. A avaliação mais comum é que a tentativa dos EUA de sufocar essa indústria por meio de pressão comercial evidencia um movimento protecionista que ameaça não só uma cadeia produtiva consolidada, mas também o compromisso global com fontes limpas e sustentáveis de energia.

Governo Lula descarta negociar tarifa de etanol com EUA

Apesar da pressão crescente por parte dos Estados Unidos, o governo brasileiro sinaliza que não pretende ceder em relação à alíquota de 18% sobre o etanol americano. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, afirma que a redução da tarifa não está em pauta nas atuais negociações com Washington. “Não haveria sentido levarmos essa proposta ou qualquer outra de redução de alíquotas que o Brasil aplica na fase atual. Eles (os americanos) reivindicavam essa redução ou atribuição de cota para o etanol, mas esse tema deixou de ser debatido desde o começo das novas tarifas (os 10% que Trump aplicou sobre produtos brasileiros, em abril)”, afirmou o secretário-executivo da pasta, Márcio Elias Rosa, em entrevista ao site Platô BR.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também se manifestou sobre a crise comercial. Ele afirmou que o Brasil está disposto a dialogar, mas que a manutenção da alíquota de 18% sobre o etanol importado dos EUA é essencial para proteger a produção nacional, especialmente no Nordeste. “As taxas do etanol têm que ser mantidas. O equilíbrio tarifário deve considerar não só o etanol, mas também o açúcar, que sofre sobretaxas de até 90% nos EUA”, disse. Silveira reforçou ainda a confiança na condução diplomática do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.

Em paralelo, os senadores da Comissão de Relações Exteriores do Senado estão nos Estados Unidos tentando reabrir canais de negociação antes que as tarifas entrem em vigor, na próxima sexta-feira (1). A delegação já se reuniu com empresários da Amcham e representantes na embaixada brasileira em Washington. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comissão, defende a prorrogação da medida tarifária para viabilizar negociações técnicas.

No contexto da transição energética, a Petrobras também se move. A estatal avalia construir uma planta para produção de SAF (combustível sustentável de aviação) utilizando etanol derivado da cana-de-açúcar. A unidade, com capacidade para 10 mil barris por dia, deve ser instalada junto à Refinaria de Paulínia (Replan), com início previsto para 2027, quando o uso de SAF passa a ser obrigatório no Brasil. Paralelamente, a empresa desenvolve outros três projetos de SAF, com cronogramas mais avançados, a partir do coprocessamento de matérias-primas em refinarias como Cubatão, Duque de Caxias e a Refinaria Riograndense, em parceria com Braskem e Grupo Ultra.

No centro da disputa tarifária, o etanol brasileiro não é apenas um produto de exportação — é um ativo econômico, ambiental e social. Diante disso, representantes do setor e autoridades defendem que qualquer negociação com os Estados Unidos leve em conta não apenas os interesses comerciais, mas também a relevância estratégica dessa cadeia para o Brasil e para o esforço global de descarbonização.

Fonte: Brasil 247

CNH sem autoescola: proposta está finalizada e aguarda decisão de Lula, afirma ministro

Renan Filho afirma que proposta já foi apresentada ao presidente Lula e pode ser aprovada por resolução do Contran, sem passar pelo Congresso

      Lula e Renan Filho (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que a proposta que extingue a exigência de frequentar autoescola para tirar a carteira de motorista já foi concluída e apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A proposta está bem avançada. Todo mundo (do governo) está ciente, estamos na fase final”, disse o ministro à coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles.

De acordo com Renan Filho, falta apenas definir o melhor momento para oficializar a iniciativa. O ministro evitou comentar qual é a posição do presidente sobre o tema, mas indicou que Lula estaria sensível ao peso financeiro envolvido no processo de habilitação. “O que dá para dizer é que o presidente Lula tem preocupação com o alto custo para tirar a carteira”, destacou.

Ainda segundo a reportagem, o ministro também explicou que não há necessidade de tramitação legislativa para implementar a mudança. Segundo ele, basta uma nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), órgão vinculado ao Ministério dos Transportes, para que a medida entre em vigor. Renan Filho revelou ainda que encomendou levantamentos de opinião pública para embasar a proposta, e os resultados indicaram apoio popular expressivo. “Politicamente é um programa forte”, avaliou.

O projeto, segundo o titular da pasta, permitirá que o candidato à CNH busque outras formas de aprendizagem, dispensando a obrigatoriedade de autoescolas. No entanto, continuará sendo necessário passar tanto pelas provas teóricas quanto pelo exame prático para obter a habilitação.

A medida, caso confirmada, valerá exclusivamente para as categorias A e B — que abrangem motocicletas, carros de passeio, utilitários e caminhonetes. Veículos que exigem habilitação profissional, como ônibus e caminhões, continuarão submetidos às normas atuais. “As carteiras profissionalizantes (como ônibus e caminhão), não. Elas precisam de outra lógica”, explicou Renan Filho.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Lula: Brasil não será subserviente aos EUA e não negociará “como país pequeno”

Em entrevista ao The New York Times, presidente diz que trata tarifaço americano com “seriedade”, mas reforça que não abrirá mão da soberania nacional

         Lula em entrevista ao Jornal Nacional, da Globo - 10/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A dois dias da entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou tom firme ao comentar o impasse comercial. Em entrevista concedida ao The New York Times e publicada nesta quarta-feira (30), Lula afirmou que trata o assunto com “seriedade”, mas sem abrir mão da autonomia nacional.

“Tenham certeza de que estamos tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, declarou o presidente, em sua primeira entrevista ao jornal norte-americano em 13 anos.

A medida tarifária, anunciada por Trump no último dia 9, está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto e foi justificada pelo líder republicano por uma suposta “relação injusta” entre os dois países, além de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro e à forma como a Corte tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde então, Lula tem rebatido publicamente as declarações de Trump e enfatizado que o Brasil exige respeito à sua soberania. Segundo ele, o norte-americano “não quer conversar”.

Apesar da gravidade do cenário, o governo brasileiro ainda não obteve avanços concretos na tentativa de reverter a decisão. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, esteve recentemente nos Estados Unidos para participar de uma cúpula internacional sobre a solução de dois Estados no Oriente Médio, mas não realizou reuniões bilaterais com autoridades americanas para tratar do chamado "tarifaço".

Uma comitiva de senadores brasileiros também está em Washington para encontros com congressistas e representantes de empresas norte-americanas, em busca de um canal de diálogo. No entanto, até o momento, o impasse persiste.

Na entrevista realizada no Palácio da Alvorada, Lula reforçou que o Brasil não aceitará negociar em posição de inferioridade, mesmo diante da potência econômica e militar dos Estados Unidos. “Em nenhum momento o Brasil negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande”, afirmou.

“Conhecemos o poder econômico dos Estados Unidos, reconhecemos o poder militar dos Estados Unidos, reconhecemos a dimensão tecnológica dos Estados Unidos. Mas isso não nos deixa com medo. Nos deixa preocupados”, completou o presidente, sinalizando que o Brasil buscará alternativas, inclusive no campo diplomático, para responder à ofensiva americana.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal The New York Times