sexta-feira, 9 de maio de 2025

Paraná concentra 5 das 10 cidades mais desenvolvidas do Brasil, aponta estudo da Firjan

Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), ranking da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, coloca Curitiba, Maringá, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Francisco Beltrão no top 10 de municípios brasileiros com os melhores índices em emprego e renda, saúde e educação

     Toledo  (Foto: Roberto Dziura Jr/AEN)

Das 10 cidades mais desenvolvidas do País, cinco são no Paraná, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e divulgado nesta quinta-feira (8). Curitiba, Maringá, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Francisco Beltrão conquistaram as maiores notas do Estado e aparecem junto a outros cinco municípios paulistas no topo do ranking nacional.

O IFDM avaliou mais de 5 mil cidades brasileiras sob três perspectivas: emprego e renda, saúde e educação. Eles são divididos em quatro níveis de desenvolvimento socioeconômico: crítico (0 a 0,4), baixo (0,4 a 0,6), moderado (0,6 a 0,8) e alto (0,8 a 1). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o município. Os índices têm como base o ano de 2023, a partir da análise de dados oficiais.

Curitiba aparece na 3ª colocação geral e em 1º lugar entre as capitais brasileiras, com IFDM de 0,8855, mantendo a liderança e com crescimento de 8,8% em relação ao levantamento de 2013. A Capital lidera em todas as áreas analisadas no recorte com as outras 26 capitais, com nota 1 em emprego e renda; 0,8394 em educação e 0,8171 em saúde, a única com índices acima de 0,8 nas duas últimas áreas.

Em 4º lugar no ranking nacional aparece Maringá, no Noroeste do Estado, com índice de 0,8814. Melhor lugar para se viver no Brasil, segundo ranking da consultoria Macroplan Analytics de 2024, a cidade canção alcançou as notas 1 no quesito emprego e renda, 0,8452 em educação e 0,7991 em saúde. Em nível estadual, ocupa a 2ª colocação.

Toledo (6º) e Marechal Cândido Rondon (7º), ambas no Oeste paranaense, aparecem com notas 0,8763 e 0,8751, respectivamente. No caso da primeira, as notas do IFDM foram de 0,9933 para emprego e renda, 0,8386 na educação e 0,7970 em saúde. Já Marechal Cândido Rondon conquistou 0,9862 no quesito emprego e renda, 0,8202 em educação e 0,8188 na área da saúde.

Fecha a lista de representantes paranaenses no top 10 Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado, em 9º lugar no ranking nacional. A cidade registrou índice geral de 0,8742, sendo 0,9599 na área de emprego e renda, 0,8472 na educação e 0,8156 no quesito saúde.

“Para nós é motivo de orgulho termos cinco das 10 cidades mais desenvolvidas do Brasil, o que demonstra que estamos no caminho certo. Estamos batendo recordes na geração de emprego para a nossa gente, conquistamos a melhor educação do Brasil, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, e temos feito grandes investimentos para descentralizar a saúde no Estado”, destaca o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

“Temos diversos programas estaduais que ajudam no desenvolvimento dos municípios paranaenses, como o Asfalto Novo, Vida Nova, que leva não só asfalto, calçada e galerias pluviais, mas também dignidade para as pessoas, temos também o Ilumina Paraná, para modernização da iluminação pública com LED, e investimentos em infraestrutura de estradas rurais e rodovias espalhadas pelo Estado”, acrescenta o governador.

PARANÁ – O Paraná também aparece entre os estados com o maior número de cidades com IFDM moderado e alto. Segundo a Firjan, 98,3% da população paranaense vive em cidades com índices alto (48,3%) e moderado (50,1%), o que representa cerca de 11,6 milhões de pessoas, de um total de aproximadamente 11,8 milhões de paranaenses.

Apenas 1,7% está em cidades com nível baixo de desenvolvimento (194 mil pessoas). Não há população vivendo em locais classificados como críticas no Paraná. Dos 500 maiores índices em todo o Brasil, 17,8% (71 municípios) estão no Estado.

A Firjan também realizou uma análise específica do Paraná, em que aponta que 9,3% dos municípios atingiram alto desenvolvimento, o dobro da proporção nacional (4,6%), e 85,5% registraram índice moderado. Apenas 5,3% apresentaram baixo desenvolvimento e nenhuma registrou desenvolvimento crítico.

Na comparação com 2013, o IFDM médio das cidades do Estado passou de 0,5717 para 0,7055 em 2023, avanço de 23,4% em dez anos. O Estado possui o terceiro maior IFDM dentre os 26 estados brasileiros, acima da média nacional, de 0,6067, e atrás somente de São Paulo e Santa Catarina. O principal fator para a evolução foi a educação, que registrou alta de 37,2%, seguido por saúde (+27,9%) e emprego e renda (+8,9%). Dos 399 municípios, 395 evoluíram na comparação com 2013.

Confira AQUI a tabela com todos os municípios do Paraná e AQUI a análise regionalizada feita pela Firjan.

Fonte: AEN

Bolsonaro revogou fiscalização e facilitou golpes contra aposentados

Bolsonaro exibe a caneta esferográfica que usaria para assinar um decreto alterando a regulamentação sobre a posse de armas de fogo no Brasil em 15.jan.2019. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Em 2022, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou uma lei aprovada pelo Congresso que retirou o controle mais rígido sobre os descontos aplicados aos benefícios do INSS. A decisão foi tomada sem vetos, com a aprovação integral do texto. Embora não tenha gerado resistência na época, a medida passou a ser alvo de críticas posteriormente, após denúncias de desvios de recursos que motivaram investigações da Polícia Federal já sob o governo Lula (PT).

O debate sobre o tema teve início em 2019, quando Bolsonaro editou uma Medida Provisória (MP) propondo maior rigor nos descontos, incluindo a exigência de revalidação anual. O Congresso, no entanto, modificou o texto, estendendo esse prazo para três anos. Mesmo assim, o presidente sancionou a proposta sem alterações, convertendo a MP em lei.

O deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) em vídeo sobre o escândalo do INSS. Foto: Reprodução

Em 2021, uma nova MP tratou novamente do assunto. Alterada pelo Legislativo, ela estabeleceu que a revalidação dos descontos teria início em 2022, com possibilidade de prorrogação por mais um ano. Mais uma vez, Bolsonaro sancionou a medida sem apresentar objeções.

No entanto, em março de 2022, uma terceira MP foi aprovada e sancionada, revogando a política de revalidação. Com amplo apoio no Congresso, o novo texto eliminou o controle sem criar um mecanismo alternativo para fiscalizar os descontos direcionados a sindicatos e associações.

A oposição tem criticado a falta de medidas para proteger os aposentados, alegando omissão do governo Bolsonaro diante dos riscos de fraudes. Aproveitando a repercussão, o deputado Nikolas Ferreira (PL) publicou um vídeo nas redes sociais responsabilizando o governo Lula pela falta de ação diante dos problemas relacionados aos descontos. A gravação viralizou rapidamente, alcançando 100 milhões de visualizações em apenas 24 horas e intensificando o debate político sobre o tema.

Fonte: DCM

INSS anuncia devolução de R$ 292 milhões para aposentados entre maio e junho

“O dinheiro foi bloqueado pelo INSS e será devolvido aos beneficiários na folha de maio”, afirmou o instituto

       INSS (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou nesta sexta-feira (9) que devolverá R$ 292.699.250,33 a aposentados e pensionistas entre os dias 26 de maio e 6 de junho. O valor corresponde a descontos realizados indevidamente por sindicatos e associações na folha de abril, mesmo após o bloqueio administrativo do instituto, uma vez que a folha já havia sido rodada. Segundo nota oficial, “o dinheiro foi bloqueado pelo INSS e será devolvido aos beneficiários na folha de maio”.

Além da restituição, o INSS informou que começará a notificar, a partir da próxima terça-feira (13), cerca de 9 milhões de segurados que sofreram descontos em seus benefícios nos últimos anos e que podem ter sido vítimas de cobranças irregulares. As notificações serão feitas exclusivamente pelo aplicativo “Meu INSS”. O instituto alerta que não entrará em contato por telefone, mensagens de texto ou redes sociais, e orienta que os beneficiários não autorizem terceiros a falar em seu nome, como forma de evitar novos golpes. Em caso de dúvidas, a central de atendimento 135 continuará disponível.

As pessoas notificadas deverão informar se autorizaram ou não os descontos aplicados. Caso neguem a autorização, terão direito ao ressarcimento dos valores. A medida abrange descontos realizados desde março de 2020, dentro do prazo legal de cinco anos para contestação. A partir do dia seguinte à notificação, o segurado poderá consultar pelo aplicativo ou pela central telefônica qual associação realizou o desconto e qual foi o valor cobrado. A contestação poderá ser feita sem a necessidade de anexar documentos. O cidadão deverá apenas indicar que desconhece a cobrança realizada.

Após a contestação, o sistema do INSS gerará automaticamente uma cobrança à entidade responsável pelo desconto. A associação ou sindicato terá o prazo de 15 dias úteis para comprovar que o desconto foi autorizado, apresentando três informações obrigatórias: a comprovação de vínculo com o segurado, a autorização para o desconto e uma cópia de documento de identidade. Se não houver comprovação, a entidade terá mais 15 dias úteis para realizar o pagamento ao INSS, que então repassará o valor ao beneficiário por meio de uma folha suplementar.

Nos casos em que a associação não comprovar o vínculo e também não efetuar o pagamento, o processo será encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU), que adotará as medidas legais para garantir o ressarcimento. O INSS assegura que todos os segurados que contestarem os descontos e não tiverem a autorização comprovada receberão os valores de volta, mesmo que a associação não cumpra as obrigações.

O sistema para reclamações ficará aberto por tempo indeterminado, ou seja, não haverá prazo final para que os beneficiários apresentem suas contestações.

Fonte: Brasil 247

Inflação desacelera e fica em 0,43% em abril, diz IBGE

IPCA desacelera em abril, mas acumula alta de 2,48% no ano

           IPCA desacelera em abril, mas acumula alta de 2,48% no ano (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

A inflação do Brasil apresentou alta de 0,43% em abril, após registrar 0,56% no mês anterior. Os dados, divulgados pelo IBGE, indicam que o grupo Alimentação e Bebidas (0,82%) teve o maior impacto no índice, contribuindo com 0,18 ponto percentual (p.p.). O segmento Saúde e Cuidados Pessoais também se destacou, com uma variação de 1,18%, impactando a taxa em 0,16 p.p. Em contraste, o grupo Transportes, com variação de -0,38%, foi o único a apresentar queda, resultando em um impacto negativo de -0,08 p.p. na inflação.

O acumulado nos últimos 12 meses subiu de 5,48% em março para 5,53% em abril, enquanto no ano de 2025 o índice acumula alta de 2,48%. Comparado com o mesmo mês de 2024, quando a variação foi de 0,38%, a inflação deste ano mostrou um aumento considerável.

No grupo Alimentação e Bebidas, a desaceleração foi significativa, caindo de 1,17% em março para 0,82% em abril. A alimentação no domicílio teve alta de 0,83%, enquanto a alimentação fora de casa registrou aumento de 0,80%. Entre os itens que mais contribuíram para o índice, a batata-inglesa (18,29%), o tomate (14,32%), o café moído (4,48%) e o lanche (1,38%) se destacaram. No lado oposto, o arroz apresentou uma queda de -4,19%.

“O grupo alimentação, por ser o de maior peso no IPCA, mesmo desacelerando, exerce grande impacto. Além disso, observamos um aumento na difusão de taxas positivas dentro do grupo, passando de 55% para 70%, embora isso tenha envolvido subitens de menor peso”, explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

Já em Saúde e Cuidados Pessoais (1,18%), o reajuste de até 5,09% no preço dos medicamentos, autorizado a partir de 31 de março, foi um dos principais fatores para a alta de 2,32% nos produtos farmacêuticos, que teve o maior impacto individual sobre o índice geral (0,08 p.p.). Além disso, os itens de higiene pessoal (1,09%) também influenciaram a variação.

O grupo Transportes (-0,38%) foi o que registrou maior queda, sendo afetado principalmente pela redução nos preços das passagens aéreas (-14,15%), que contribuiu com -0,09 p.p. no IPCA, além da queda nos combustíveis (-0,45%). Todos os combustíveis apresentaram variações negativas em abril: o óleo diesel caiu -1,27%, o gás veicular -0,91%, o etanol -0,82% e a gasolina -0,35%. A redução no preço do óleo diesel nas refinarias, ocorrida a partir de 1º de abril, e o avanço da safra de etanol explicam as variações.

Em Vestuário (1,02%), destacaram-se as altas nas roupas femininas (1,45%), roupas masculinas (1,21%) e nos calçados e acessórios (0,60%), impulsionadas pela mudança de estação e pela chegada das novas coleções.

No grupo Despesas Pessoais (0,54%), os aumentos nos preços do cigarro (2,71%) e dos serviços bancários (0,87%) também contribuíram para a alta do índice geral. A Habitação, por sua vez, desacelerou de 0,24% em março para 0,14% em abril, com destaque para a queda de 0,08% na energia elétrica residencial, fruto da redução no PIS/Cofins em algumas regiões.

Nos índices regionais, Porto Alegre teve a maior variação, com 0,95%, devido à alta da energia elétrica residencial (3,37%) e do tomate (45,96%). Em contraste, Brasília registrou a menor variação (0,04%), principalmente devido à queda nos preços das passagens aéreas (-7,46%) e da gasolina (-1,69%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também registrou alta de 0,48% em abril, acumulando 2,49% no ano e 5,32% nos últimos 12 meses, um pouco acima dos 5,20% observados nos 12 meses anteriores.

O levantamento do IBGE mostra que o IPCA abrange famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC atende às famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de 13 cidades e municípios selecionados. O próximo dado do IPCA será divulgado em 10 de junho, trazendo as informações sobre o mês de maio.

Fonte: Brasil 247

"Quem estiver apostando que o governo vai chegar fragilizado em 2026, vai errar", diz Silvio Costa Filho

Ministro diz ao 247 confiar na reeleição do presidente Lula, vê Tarcísio de Freitas focado em SP e destaca R$30 bi em investimentos em portos e aeroportos

(Foto: Silvio Costa Filho via Redes Sociais)

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, foi categórico, durante uma abrangente entrevista à jornalista Rachel Vargas, do Brasil 247, ao cravar:

"Eu tenho muita confiança que o presidente Lula (PT), em 2026, será reeleito presidente da República. Quem estiver apostando que o governo vai chegar fragilizado em 2026, vai errar".

Se tivesse de apostar, Costa Filho, do partido Republicanos, não colocaria suas fichas no governador de São Paulo e correligionário, Tarcísio de Freitas.

Segundo o ministro, o próprio governador—considerado um dos principais quadros da oposição com projeção nacional para 2026—tem sinalizado que sua preferência é disputar a reeleição em São Paulo.

Ao ser questionado sobre qual lado tomaria em uma eventual disputa entre o atual presidente e o governador, Costa Filho destacou que o cenário político ainda está em aberto—e que não seria surpresa se o governador acabasse mudando de ideia.

"Eu acho que tem muito tempo ainda, então acredito que a gente só vai ter uma leitura mais clara do processo no final desse ano agora", ponderou, antes de sublinhar sua confiança no governo do presidente Lula.

Nesse cenário, marcado também pela incerteza sobre o alinhamento geral do Republicanos ao governo do presidente Lula, Costa Filho assumiu protagonismo e passou a exercer um papel estratégico na articulação federal. À frente de Portos e Aeroportos, ele coordenou investimentos em infraestrutura portuária e aeroportuária que ultrapassaram R$ 30 bilhões apenas em 2024.

Na entrevista, o ministro destacou uma série de conquistas de sua gestão: "O governo do presidente Lula está fazendo o maior volume de concessões do setor portuário da história do Brasil".

"Temos o privilégio de poder entregar ao Brasil, em quatro anos, em torno de 60 leilões, ou seja, é o maior volume de leilões da história do Brasil", acrescentou Costa Filho.

De todo modo, o mais significativo é que até mesmo a própria direita precisa reconhecer—e começar a admitir—a relevância das conquistas do governo Lula, defendeu o ministro.

"Nós precisamos preservar as conquistas do presidente Lula, as conquistas sociais, nós precisamos avançar na agenda econômica brasileira", disse.

Leia a entrevista na íntegra:

Rachel Vargas (RV): O senhor defende as concessões como forma de impulsionar a infraestrutura e movimentar a economia do país. Esse modelo tem sido eficiente?

Silvio Costa Filho (SCF): É importante registrar que o governo do presidente Lula está fazendo o maior volume de concessões do setor portuário da história do Brasil. Para se ter uma ideia, a Lei dos Portos foi criada em 2013. De 2013 até 2022 foram realizados no Brasil 41 leilões, com investimentos na ordem de R$6 bilhões. Temos o privilégio de poder entregar ao Brasil, em quatro anos, em torno de 60 leilões, ou seja, é o maior volume de leilões da história do Brasil, com um volume de investimentos na ordem de mais de R$30 bilhões.

RV: Qual o reflexo desses investimentos no escoamento nacional?

SCF: Na década de 80 e 90, o Porto de Santos detinha mais de 50% das operações portuárias no Brasil. Agora, a gente está trabalhando para que possa descentralizar o desenvolvimento portuário brasileiro. Com investimento nos portos de Itaqui (MA), de Amapá, de Cabedelo (PB), no porto do Suape (PE), Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Santa Catarina. Então, a gente está trabalhando para além de fazermos amplos investimentos nos portos públicos, a gente também avançar em grandes investimentos nos portos privados. O setor portuário brasileiro está vivendo um excelente momento, com crescimento, em média, nesses últimos dois anos de 5%, e o setor de contêineres teve crescimento no ano de 2024 de 18%. Para você ter uma ideia, em 4 anos do governo anterior, foram investidos em torno de R$8 bilhões no Brasil. Nos dois anos do presidente Lula, já são mais de R$22 bilhões, entre investimentos públicos e investimentos privados.

RV: E como tem sido a receptividade dos investidores estrangeiros?

SCF: O mundo hoje quer produzir, o mundo quer projetos e o mundo quer investir com sustentabilidade. E o Brasil tem, hoje, bons projetos. O Brasil acabou de aprovar a reforma tributária, que dá segurança jurídica para quem quer prover investimentos no Brasil e nós temos uma ampla agenda na sustentabilidade. Ou seja, a gente pode fazer grandes investimentos, o mundo pode fazer no Brasil. Tanto é que a procura de investidores nesses últimos três meses no Brasil cresceu consideravelmente pelos países emergentes. O Brasil passou a ser o país mais procurado por investidores internacionais.

RV: O senhor fez roadshow na Europa para atrair investidores. Dará continuidade a essa agenda?

SCF: Sim. A nossa ideia é que a gente faça, possivelmente, no dia 5 de junho, um grande roadshow internacional sobre o Túnel de Santos. Nós vamos chamar muitos investidores do Brasil, de fora do Brasil, e apresentar nossa carteira de investimentos para esses próximos dois anos do governo Lula, que vai desde o Tecon Santos 10, do Túnel de Santos, como também outros leilões que nós queremos fazer por todo o Brasil na área de graneis sólidos e graneis líquidos.

RV: O Brasil registrou aumento no fluxo de passageiros nos aeroportos, mas ainda enfrenta o problema do alto custo das passagens. O que está sendo feito para solucionar isso?

SCF: Após a pandemia, as companhias aéreas no mundo tiveram problemas e naturalmente as brasileiras ficaram num processo de endividamento porque não houve atenção do governo passado. Nós criamos o FENAC, um programa de financiamento para as companhias aéreas pegarem recursos através do BNDES. Então, a gente está num processo de estruturação do setor, que vai desde crédito, como também o estímulo à compra de aeronaves brasileiras, da Embraer. Porque eu acho que isso é um gesto ao Brasil e fortalece a agenda de comércio local.

Ou seja, é uma prioridade do nosso governo fortalecer a aviação brasileira. E, naturalmente, a gente tem trabalhado para baixar o preço da passagem. Se você pegar o preço da passagem no ano de 2024 de maneira globalizada, houve uma queda no preço da passagem no Brasil, em torno de quase 4%. Então houve uma queda no valor globalizado. Mas dentro do possível, com redução da judicialização, com agenda de crédito, com redução do querosene de aviação a gente tende a ter uma redução no preço das passagens.

RV: O Republicanos tem conversado com o MDB sobre uma Federação partidária. O senhor apoia?

SCF: Eu sou um defensor da federação com o MDB. Existe, sim, a possibilidade de uma possível federação entre esses dois partidos. O Marcos Pereira [presidente do Republicanos] e o Baleia Rossi [presidente do MDB] estão conversando bem para que possa chegar a uma construção coletiva e ao final esse bloco ter aproximadamente 100 parlamentares para ajudar na governabilidade e nas pautas importantes do interesse do Brasil. Entretanto, está cedo esse processo, mas eu penso que há hoje um sentimento positivo.

RV: Ocorrendo a Federação, qual posição o grupo adotará em 2026?

SCF: O partido vai deixar para discutir isso em 2026, na hora certa. Mas eu estarei ao lado do presidente Lula e o partido sabe disso. Independentemente da posição que o partido vier a tomar, porque entendo que o presidente Lula para o nosso país é a melhor opção. É alguém que deu estabilidade ao Brasil, que retomou a geração de emprego e renda, retomou os investimentos públicos e privados. Nós estamos tendo nesses últimos dois anos um crescimento em mais de 3% do PIB, o menor desemprego da história, crescimento na renda do trabalhador, inflação controlada, retomada de programas importantes. Então, a gente está vivendo um momento muito positivo para o Brasil. É verdade que a gente precisa ter um olhar para a agenda fiscal? É. Mas se você pegar hoje todos os indicadores da economia brasileira, eles são positivos e a gente está vendo uma melhoria na qualidade de vida da população. Agora é preciso que o governo cada vez mais se conecte com a sociedade brasileira, é preciso que o governo possa mostrar o que está sendo feito, porque há hoje um gap entre o que está sendo feito no governo federal e o que parte da sociedade brasileira sabe, e o governo precisa mostrar isso.

RV: Mas com tantos dados positivos, por que o governo ainda enfrenta queda na avaliação?

SCF: Eu acho que o governo precisa melhorar cada vez mais a comunicação, acho que começou a fazer isso, acho que o governo precisa ampliar a sua comunicação no digital, porque a gente não pode fazer uma comunicação analógica, a gente tem que ir para o digital, porque hoje essa juventude brasileira, toda ela, tem um smartphone e ela hoje utiliza muito mais as redes sociais do que a própria televisão. E é onde ela consome muita desinformação também, né? Então, a gente tem dois desafios. Primeiro, ampliar a comunicação no digital para fazer com que o governo chegue na casa das pessoas e, segundo, que a sociedade possa refletir efetivamente sobre o que está sendo feito.

RV: Mas a avaliação positiva não depende só da comunicação, diz respeito também sobre a economia.

SCF: Exatamente. Eu acho que a economia está indo bem, mas a gente precisa dialogar mais com a agenda do ajuste fiscal, porque isso reduz o dólar, reduz juros futuros e dá mais previsibilidade, como você sabe, para quem quer prover investimentos no Brasil. Eu acho que isso é importante, está sendo tratado, mas ao mesmo tempo você não pode fazer como Milei fez na Argentina. Você tem uma melhoria fiscal, mas em detrimento a milhões de pessoas passando fome, então a gente não pode fazer esse modelo. O modelo tem que ser crescer com sustentabilidade, mas sobretudo cuidando das pessoas, cuidando da população brasileira. E é isso que o governo está fazendo. Ele está tentando equilibrar entre a agenda econômica, a agenda fiscal e, ao mesmo tempo, a melhoria na qualidade de vida da população.

RV: O senhor acha que o presidente Hugo Motta deveria adotar uma agenda própria?

SCF: Olha, eu acho que o presidente Hugo tem trabalhado fortemente. Ele é alguém que dialoga com esquerda, com a direita, com o centro, acho que está indo muito bem à frente da presidência da Câmara. Ele tem dito em todo canto do seu desprendimento de querer ajudar o governo, que significa ajudar o Brasil e naturalmente tratar a sua agenda congressual de maneira democrática e participativa. Ele tem um olhar para a agenda econômica, parece que ele está estudando junto ao governo algumas ações econômicas que poderiam avançar dentro do congresso e, automaticamente, ele quer avançar, pelo que eu tenho conversado de votar matérias de interesse da população brasileira.

RV: O senhor tem sido um interlocutor com o segmento evangélico, certo? Como é que tem sido esse diálogo, tendo em vista a possível reeleição do presidente Lula?

SCF: Olha, eu acho que o presidente precisa avançar mais no diálogo com o segmento evangélico. Acho que o governo, hoje, não colocou isso na ordem do dia como uma prioridade para ampliar diálogo. Eu acho que o governo precisa avançar mais no diálogo com os líderes evangélicos, porque, na minha opinião, se tem um governo que cuida das famílias brasileiras, é o governo do presidente Lula. Na hora que você está gerando um emprego para um filho, você está cuidando da família brasileira. Na hora que você está dando um Bolsa Família para uma mãe do sertão de Pernambuco, por exemplo, que precisa ter um apoio, você está cuidando da família brasileira. E você não vê nenhuma pauta no governo, nesses últimos anos, de costumes. Tanto é que o segmento evangélico votou no presidente Lula em 2002 e na reeleição dele em 2006, e também estiveram juntos na própria eleição da presidenta Dilma.

RV: E por falar em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do seu partido, é um potencial nome da direita. Como será sua posição diante de uma eventual disputa entre os dois?

SCF: Eu acho que o governador Tarcísio tende a ser candidato à reeleição de São Paulo. Historicamente, todos os governadores que deixaram o estado de São Paulo para disputar a eleição terminaram não ganhando eleição. E Tarcísio é alguém que tem imprimido uma boa gestão, tem feito um trabalho exitoso no estado de São Paulo e acho que o caminho natural dele, todas as vezes que eu estive com ele, ele coloca nessa direção, de disputar a reeleição no estado de São Paulo, é o foco dele. Entretanto, nós temos que aguardar como vai estar o final do ano, as federações, como vai estar o governo do presidente Lula, como é que vai estar o cenário da direita, como é que vai estar a gestão dos governos estaduais. Eu acho que tem muito tempo ainda, então acredito que a gente só vai ter uma leitura mais clara do processo no final desse ano agora. Mas eu tenho muita confiança que o presidente Lula, em 2026, será reeleito presidente da República. Quem estiver apostando que o governo vai chegar fragilizado em 2026, vai errar.

RV: Nesse cenário, qual seria o nome mais forte da direita para o senhor?

SCF: Eu acho que, naturalmente, qualquer candidato da direita tende a reunir 30%, 35% dos votos. Entretanto, nós temos que aguardar como vai ser o ex-presidente Bolsonaro, se ele é candidato, ou se ele vai fazer uma opção pelo familismo, ou ele vai tentar buscar um candidato com alguma experiência administrativa na medida que ele venha a não ser candidato. Eu acho que a gente tem que esperar para fazer qualquer avaliação. Entretanto, o que a gente precisa nesse momento, e vejo que a direita também não está fazendo esse debate, é o debate de conteúdo programático para o Brasil. O que é que nós queremos ser como nação nesses próximos dez anos? Nós precisamos preservar as conquistas do presidente Lula, as conquistas sociais, e nós precisamos avançar na agenda econômica brasileira. Então, eu acho que a sociedade brasileira hoje nos pede para que seja feita uma reflexão sobre onde nós estamos e aonde nós queremos chegar. Mas a gente só vai conseguir avançar na agenda socioeconômica do Brasil se a própria classe política também avançar numa agenda programática. Acho que falta isso.

RV: Qual a opinião do senhor sobre a anistia?

SCF: Inegavelmente houve um movimento para se dar um golpe e, naturalmente, teve um núcleo estratégico que pensou nisso. Está cada vez mais claro nos autos. Essa é uma leitura que tem que ser feita pelo poder Judiciário.

Entretanto, tem muitos que foram, em algum momento, usados como massa de manobra, então tem que ser rediscutido pelo próprio Supremo, questões como algumas tipificações da pena, ou seja, a dosimetria em relação a alguns que foram para esse ato antidemocrático [de 8 de janeiro de 2023].

RV: Pelo Supremo [Tribunal Federal], não pelo Congresso?

SCF: Pelo Supremo. O caminho nesse momento é avançar por meio do fortalecimento do Judiciário. Lá, sim, é o âmbito que cabe faze essa reflexão. Ao final, a decisão tem que partir do Judiciário. A solução e automaticamente a decisão.

RV: E os seus planos para 2026? Senado?

SCF: Na hora certa nós conversaremos com o presidente Lula. Nós tomaremos a decisão após a conversa com o presidente. Eu estou disposto a ficar no Ministério, estou disposto a ser candidato à reeleição de deputado federal, mas hoje o projeto é disputar o Senado.

E se o cavalo passar selado, eu monto até sem sela. Hoje nós temos um alinhamento político com o prefeito [de Recife] João Campos, que vai disputar o governo de Pernambuco. Na eleição majoritária, Tancredo Neves já dizia, "é muito mais destino do que projeto pessoal", e a gente vai trabalhar para construir as condições naturalmente conversando com o presidente Lula para ajudá-lo nos próximos anos.

Edição—Leonardo Sobreira

Fonte: Brasil 247

Gleisi sobre tentativa de blindar Ramagem no inquérito da trama golpista: 'a Câmara excedeu a própria competência'

'Muito ruim. O STF não vai aceitar', disse a ministra sobre a proposta defendida por bolsonaristas no Congresso

       Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI)

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, criticou nesta quinta-feira (8) a tentativa da Câmara de suspender no Supremo Tribunal Federal (STF) a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), réu no inquérito da trama golpista junto com outras 20 pessoas, entre elas Jair Bolsonaro (PL).

“Ruim, muito ruim”, afirmou a titular da SRI na saída de visita à Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, de acordo com a CNN Brasil.

“O Supremo não vai aceitar isso pela inconstitucionalidade. A Câmara excedeu aquilo que era de seu direito ou competência. Ela só poderia dispor para trancar um processo penal dos crimes cometidos após a diplomação. Do jeito que foi aprovado, a Câmara está tentando trancar toda a ação penal”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Ramagem por cinco crimes na investigação do plano golpista - duas dessas ilegalidades (dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado) ocorreram após a diplomação dele como deputado, que também é ex-diretor da Abin - Agência Brasileira de Inteligência. Deputados federais podem suspender o processo em relação a esses dois crimes atribuídos ao parlamentar. A Constituição permite a suspensão, mas só para crimes cometidos depois que o parlamentar for diplomado.

Outros três delitos atribuídos a Ramagem - golpe de Estado, associação criminosa armada e abolição do Estado democrático de direito - foram cometidos antes da diplomação, apontaram investigadores da Polícia Federal, da PGR e do STF. Em consequência, esses três crimes não estariam constitucionalmente na análise da Câmara sobre a possível suspensão do processo.

Deputados federais aprovaram a sustação do processo, por 315 votos a 143 e 4 abstenções. O PL, sigla do parlamentar, foi o responsável pelo pedido. Antes de chegar ao plenário da Câmara, a proposta foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Casa. O relator do pedido foi o deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

O ministro do STF Cristiano Zanin Martins marcou para esta sexta-feira (9) o início do julgamento sobre a decisão da Câmara, comunicada à Corte pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Fonte: Brasil 247

Irmão do papa Leão XIV diz que novo pontífice "será um segundo Francisco"

Segundo John Prevost, o irmão tem “profundo sentimento pelos pobres” e seguirá o exemplo de Francisco no cuidado com os mais vulneráveis

       Papa Leão XIV (Foto: Reuters/Stoyan Nenov)

O novo papa Leão XIV, nascido nos Estados Unidos e eleito no segundo dia de conclave, nesta quinta-feira (8), foi descrito por seu irmão, John Prevost, como um sucessor natural do legado de Francisco. Em entrevista à afiliada da CNN, WBBM, John declarou que o pontífice “será um segundo papa Francisco”, destacando seu compromisso com os mais necessitados e seu espírito missionário.

De acordo com a reportagem da CNN, o irmão do novo líder da Igreja Católica afirmou que Leão XIV “seguirá seus passos trabalhando pelos menos privilegiados” e destacou sua sensibilidade diante das dores humanas. “Ele tem um profundo sentimento pelos desfavorecidos, pelos pobres, por aqueles que não foram ouvidos”, afirmou.

John Prevost também compartilhou aspectos da vocação do irmão, revelando que sua trajetória não foi marcada por ambição eclesiástica. “Acho que o próprio fato de que, em seu coração, em sua alma, ele queria ser missionário. Ele não queria o bispo. Ele não queria o cardeal, mas foi isso que lhe pediram para fazer, então foi o que ele fez”, disse.

Mensagem inaugural em homenagem a Francisco - Em seu primeiro pronunciamento público no Vaticano, logo após ser apresentado como novo pontífice, Leão XIV destacou uma visão pastoral centrada no diálogo e na construção de pontes. Ao dirigir-se aos fiéis, fez questão de relembrar e exaltar o legado de seu antecessor, o papa Francisco, falecido em 21 de abril.

“Guardemos em nossos ouvidos a voz débil do papa Francisco que abençoa Roma. O papa que abençoou Roma deu sua bênção ao mundo inteiro naquela manhã de Páscoa”, declarou, emocionando a multidão que acompanhava a cerimônia.

Em seguida, o novo papa concluiu com uma mensagem de esperança, dita em italiano: “Permitam-me dar continuidade a essa bênção. Deus nos ama. Deus ama a todos. O mal não prevalecerá”.

A eleição de Leão XIV representa a continuidade de uma linha progressista e pastoral na liderança da Igreja Católica, marcada por uma atenção especial às periferias sociais e espirituais — um caminho aberto por Francisco e que agora encontra eco na figura do novo pontífice.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN 

PT aciona Zema na Justiça após acusação de roubo contra aposentados

Governador de Minas publicou vídeo "falso, ofensivo, desinformativo e calunioso”, afirma o partido

         Romeu Zema (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O PT ingressou com uma ação por danos morais contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por declarações publicadas em suas redes sociais nas quais associa diretamente a legenda e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), relata Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

Na petição, apresentada ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), o PT solicita a exclusão imediata das publicações e o pagamento de uma indenização de R$ 30 mil. As postagens, feitas tanto no Instagram quanto no X (antigo Twitter), afirmam que “o PT roubou os aposentados”, em referência a irregularidades recentemente identificadas em descontos indevidos nos benefícios previdenciários.

Segundo o partido, a legenda que acompanha o vídeo publicado por Zema não apenas transmite uma informação falsa, como também tenta imputar responsabilidade direta ao presidente Lula pelas fraudes, o que configura calúnia. O conteúdo, afirma o PT, “é falso, ofensivo, desinformativo e calunioso”.

A ação também contesta a narrativa apresentada pelo governador ao apontar que as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que a maior parte das fraudes começou ainda em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Jorge Messias: governo vai acionar Flávio Bolsonaro na Justiça por associar Lula ao PCC e CV

Publicação do senador com montagem envolvendo Lula, Marcola e Beira-Mar será alvo de representação da AGU à PGR por possível crime contra a honra

            Flávio Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O governo federal decidiu acionar judicialmente o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na esfera criminal após o parlamentar divulgar uma montagem associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a facções criminosas. A informação foi confirmada pelo ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles..

Na publicação que motivou a iniciativa da AGU, Flávio Bolsonaro compartilhou uma imagem com fotos de Lula, Marcola (Marcos Herbas Camacho, chefe do PCC) e Fernandinho Beira-Mar (Luiz Fernando da Costa, do Comando Vermelho). A legenda da montagem afirmava: “CV, PCC e PT: as 3 facções mais perigosas do Brasil”.

De acordo com o governo, a publicação atinge diretamente a honra pessoal do presidente da República e, nos termos da legislação vigente, pode configurar crime contra a dignidade do cargo. A AGU deve encaminhar uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando providências penais contra Flávio.

◎ Contexto do ataque e reação do governo - A ofensiva do senador ocorre em meio à polêmica envolvendo a classificação das facções PCC e Comando Vermelho como organizações terroristas. Na última semana, bolsonaristas criticaram o governo Lula por não apoiar a proposta, alinhada ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pretendia deportar presos ligados a essas facções para a prisão de segurança máxima no El Salvador, destinada a terroristas.

Segundo o Planalto, a proposta de classificar o PCC e o Comando Vermelho como entidades terroristas não se enquadra na legislação brasileira atual. A recusa foi duramente criticada por parlamentares da oposição, que passaram a intensificar ataques à imagem do presidente.

◎ Histórico de acusações infundadas - Esta não é a primeira vez que integrantes do PL tentam associar o governo Lula ao crime organizado. Em 2023, Flávio Bolsonaro e seus aliados sugeriram, sem apresentar provas, que o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, teria ligações com o tráfico de drogas no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. A acusação foi baseada em uma visita oficial de Dino à comunidade para lançar programas sociais do governo.

Na ocasião, Dino respondeu às críticas classificando a narrativa como “absurda” e declarou: “a criminalização da política pública só interessa aos próprios criminosos”.

◎ Atuação da AGU em casos semelhantes - A AGU tem se posicionado com firmeza diante de ataques contra autoridades do governo. Em abril deste ano, o órgão apresentou uma notícia de fato à Polícia Federal e à PGR contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que desejou a morte do presidente Lula. A AGU sustentou que a fala poderia configurar crimes de ameaça e incitação ao crime.

Outro episódio ocorreu em setembro de 2023, quando a AGU apresentou uma queixa-crime contra o deputado Gustavo Gayer (PL), que ofendeu publicamente o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, chamando-o de “analfabeto funcional” e “completamente desonesto”. Segundo a AGU, as ofensas tinham caráter injurioso e se enquadravam no artigo 140 do Código Penal.

Mais recentemente, o órgão também ingressou com ação judicial contra o empresário Pablo Marçal por publicações sobre o papel das Forças Armadas na tragédia climática no Rio Grande do Sul.

◎ Troca de acusações com Fernando Haddad - Flávio Bolsonaro também protagonizou embate com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início de 2025. Após Haddad declarar que “as rachadinhas do senador Flávio foram combatidas porque a autoridade [a Receita Federal] identificou uma movimentação absurda nas contas do Flávio Bolsonaro”, o senador apresentou uma queixa-crime contra o ministro, alegando calúnia, injúria e difamação.

A AGU, no entanto, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeição da queixa-crime, argumentando que as declarações de Haddad não constituíam ofensa penal, mas crítica política amparada pela liberdade de expressão.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Justiça bloqueia R$ 34 mil de Alexandre Correa por ofensa a médico cubano: "não vale porr* nenhuma"

Alexandre Correa foi condenado por danos morais após publicar ataque contra profissional de saúde que o atendeu em hospital no interior paulista

       (Foto: Reprodução)


A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de cerca de R$ 34 mil das contas do empresário Alexandre Bello Correa, ex-marido da apresentadora Ana Hickmann, em razão de uma condenação por danos morais. A decisão decorre de um processo movido por um médico cubano ofendido por Correa nas redes sociais. A informação é da coluna de Rogério Gentile, no portal UOL.

O episódio ocorreu em 2017, quando o empresário passou mal em sua casa de campo em Itu, interior paulista, com dificuldades respiratórias e fortes dores abdominais. Ele foi levado ao Hospital Samaritano, em Sorocaba, onde foi atendido pelo médico que se tornaria alvo da publicação ofensiva.

Inconformado com o atendimento, Alexandre Correa decidiu expor o profissional publicamente. Em seu perfil nas redes sociais, ele publicou uma foto do médico e escreveu: "Caso se veja na frente dele em um pronto-socorro, corra. Ele não sabe o que faz." Na sequência, dirigindo-se ao Conselho Regional de Medicina (CRM), disse: "Não permita que um estrangeiro faça isso com a nossa população".

A postagem rapidamente ganhou repercussão negativa e foi considerada pela Justiça como um ato de difamação e xenofobia, já que a vítima é de origem cubana. O médico decidiu processar o empresário, e o caso tramitou na Justiça até a condenação definitiva, que resultou na penhora do valor estipulado como indenização.

Segundo a decisão judicial, a publicação causou constrangimento público e prejuízo à imagem profissional do médico, que até hoje sofre com as consequências do episódio. A Justiça destacou que o uso das redes sociais para ataques pessoais pode ter efeitos duradouros e prejudiciais, principalmente quando envolvem profissionais de saúde que atuam em situações de urgência e vulnerabilidade dos pacientes.

O bloqueio das contas foi determinado para garantir o pagamento da indenização, e a Justiça já notificou os bancos onde Alexandre Correa mantém ativos financeiros.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

'Seria incoerente o MDB não apoiar Lula em 2026', afirma Jader Filho

Ministro das Cidades diz que partido deveria declarar apoio a Lula já no primeiro turno e garante candidatura de Helder Barbalho, seu irmão, ao Senado

Ministro Jader Filho em entrevista para o program "Bom dia, Ministro" - 23/04/2025 (Foto: Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), avaliou como "incoerente" uma eventual decisão de seu partido de não apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. Responsável por uma das principais vitrines sociais do governo, o programa Minha Casa, Minha Vida, Jader argumentou, em entrevista ao Metrópoles, que a presença expressiva da legenda na Esplanada dos Ministérios exige compromisso político com o atual governo.

“O MDB tem três ministérios, e não são qualquer ministérios”, afirmou o ministro, que completou: “não é lógico a gente estar participando do governo da maneira que estamos participando, sendo prestigiados como o MDB está sendo, e, quando chegar na eleição, ir para outro campo”.

A sigla comanda hoje, além das Cidades, as pastas de Planejamento e Orçamento, com Simone Tebet, e Transportes, com Renan Filho. A fala de Jader escancara o debate interno na legenda, que permanece dividida quanto à relação com o Palácio do Planalto. Embora parte do partido esteja integrada à base do governo no Congresso, há setores que resistem a qualquer associação formal com o PT.

◉ “Desde o primeiro turno” - Jader Filho, que consolidou sua proximidade com Lula durante a primeira metade do terceiro mandato do petista, foi claro ao defender um apoio imediato à reeleição: “na minha opinião, o MDB deveria ir desde o primeiro turno com o presidente”.

O ministro ressaltou que compreende a diversidade interna da legenda, citando especificamente o Rio Grande do Sul como exemplo de um diretório historicamente opositor ao PT. “Você tem situações, por exemplo, no Grande do Sul, onde uma parte do MDB sempre fez oposição, sempre disputou com o PT. E, obviamente, nós temos que respeitar o MDB do Rio Grande do Sul e a realidade local”, observou. Ele reiterou, no entanto, que qualquer decisão partidária precisa passar pelo debate institucional. “Se não houver uma decisão unânime, vamos à convenção e lá decidiremos qual papel vamos ter”.

◉ Cenário de 2026 e o papel de Helder Barbalho - A entrevista também abordou as especulações em torno do nome do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), irmão de Jader, como possível vice na chapa de Lula. O ministro afastou essa possibilidade e afirmou categoricamente que Helder será candidato ao Senado em 2026.

“O governador Helder é candidato ao Senado da República. Posso dizer isso e afirmar. Obviamente, eu não falo aqui pelo governador, mas como irmão e como quem convive, como amigo dele, posso garantir que o governador Helder é candidato ao Senado na próxima eleição”, declarou.

Jader também se posicionou sobre a continuidade de Geraldo Alckmin (PSB) como vice-presidente. Ele elogiou a parceria entre Lula e Alckmin, reforçando que não há debate sobre substituição na chapa. “O presidente Lula tem um vice-presidente. Sei que a relação de Lula com Alckmin é a melhor possível. Eles têm feito uma grande dobradinha”, disse. E acrescentou: “acho legítimo que algumas pessoas do partido queiram [a vice], como acho legítimo o PSB querer continuar".

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Pobreza extrema e desigualdade de renda atingem menores níveis desde 2012, aponta IBGE

Rendimento médio por pessoa cresce e 6 milhões saem da miséria entre 2022 e 2024, com destaque para impacto dos programas sociais e do mercado de trabalho

19.09.2024 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita à comunidade quilombola de Mamuna. Alcântara - MA. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em 2024, a pobreza extrema e a desigualdade de renda no Brasil caíram para os menores níveis desde 2012, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) revelou que a desigualdade diminuiu devido ao crescimento mais acentuado do rendimento entre as pessoas de menor poder aquisitivo. As informações são do jornal O Globo.

Essa queda na desigualdade também provocou uma redução significativa na pobreza extrema, que atingiu seu menor patamar desde o início da série histórica, em 2012. Em dois anos, cerca de 6 milhões de brasileiros deixaram a situação de miséria, conforme cálculos de Marcelo Neri, pesquisador e coordenador do FGV Social.

O rendimento médio por pessoa do domicílio, que inclui todas as fontes de renda, avançou 4,7% em relação a 2023, chegando a R$ 2.020 por mês, o valor mais alto registrado desde 2012. Entre os 5% mais pobres da população, que somam cerca de 10,8 milhões de pessoas, a renda teve um aumento de 17,6%.

Com isso, segundo a reportagem, a porcentagem de brasileiros em extrema pobreza caiu para 6,8% da população, o equivalente a 14,7 milhões de pessoas, ante 8,3% em 2023, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da FGV Social. Para calcular esse índice, o IBGE utilizou a linha de extrema pobreza de R$ 333,00 mensais por pessoa.

Marcelo Neri ressaltou que, em 2023 e 2024, aproximadamente 6 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza. "O que mais chamou a atenção foi a queda da desigualdade, que foi relativamente acelerada, principalmente porque veio acompanhada de crescimento no rendimento e no PIB per capita", afirmou o coordenador do FGV Social.

O Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, ficou em 0,506 em 2024, um índice inferior aos 0,518 registrados em 2022 e 2023. A redução da desigualdade foi impulsionada pela consolidação do Bolsa Família em 2023, com aumento do benefício, e pela combinação de políticas sociais com a recuperação do mercado de trabalho. Em 2024, a transferência de renda e o crescimento do emprego se somaram para gerar o resultado positivo.

Gustavo Fontes, analista do IBGE, destacou que, embora os programas sociais do governo tenham contribuído, o rendimento do trabalho teve um impacto crucial no aumento do rendimento médio das pessoas e no crescimento do rendimento domiciliar per capita.

Além disso, Neri, do FGV Social, destacou uma interação positiva entre o mercado de trabalho aquecido e o Bolsa Família, mencionando a "Regra de Proteção", mecanismo criado em 2023 que permite aos beneficiários do programa continuarem recebendo a assistência, mesmo com o aumento da sua renda, até determinado limite. O objetivo dessa medida é evitar que, por medo da perda do benefício, os beneficiários deixem de procurar emprego.

De acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), 75% das vagas formais de trabalho abertas no Brasil em 2023 foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família.

Para Fontes, do IBGE, a elevação da renda do trabalho foi impulsionada tanto pela criação de empregos quanto pela política de reajuste do salário mínimo. Contudo, o impacto do aumento do piso salarial na redução da pobreza e da desigualdade é uma questão controversa entre os especialistas. Alguns argumentam que os efeitos não atingem os trabalhadores da base da pirâmide, cujos salários ficam abaixo do mínimo.

Bruno Imaizumi, economista da consultoria LCA 4intelligence, classificou como "enorme" o efeito dos aumentos do salário mínimo na alta da renda do trabalho e na queda da desigualdade. Para ele, a valorização do piso salarial teve papel crucial, pois afeta diretamente os salários mais baixos e serve como referência para os trabalhadores informais. Além disso, essa política também impacta benefícios como aposentadorias, o que, embora represente um desafio para o equilíbrio fiscal, é benéfico para as pessoas em situação de vulnerabilidade.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo