segunda-feira, 10 de novembro de 2025

STF julga nesta semana se Moro foi parcial contra Sérgio Cabral na Lava Jato

Relator, Fachin votou por negar o pedido de Cabral. Julgamento foi interrompido por pedido de vista de Toffoli e volta à pauta

    Sergio Moro (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)

Por Sérgio Rodas, Conjur - A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal julgará, na sessão virtual que vai até o dia 14, se o ex-juiz Sergio Moro foi parcial ao condenar o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral em ação da finada “lava jato”.

O relator do caso, ministro Edson Fachin, votou por negar o pedido de Cabral e o julgamento foi interrompido por pedido de vista do ministro Dias Toffoli em junho. O magistrado devolveu a vista e, assim, o caso foi incluído na pauta virtual.

A defesa do ex-governador sustenta que as gravações que vieram a público por meio da “vaza jato”, em material que foi compartilhado com diversos réus da “lava jato”, demonstraram a parcialidade de Moro na condução dos processos. Com base nesse entendimento, o juiz Eduardo Appio, enquanto chefiou a 13ª Vara Federal de Curitiba, anulou todos os atos praticados por Moro contra Cabral.

A decisão de Appio foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região nos autos de correição contra o ex-titular da 13ª Vara Federal. Com base nisso, Eduardo Appio revogou o provimento anterior. No entanto, Toffoli declarou nula a exceção de suspeição que levou ao afastamento de Appio. Assim, a defesa pediu o restabelecimento da decisão que reconhecia a parcialidade de Moro.

O desembargador Loraci Flores de Lima, do TRF-4, negou a suspeição do ex-juiz. O magistrado apontou que a anulação da decisão de Appio não teve a ver com a exceção de suspeição do ex-titular da 13ª Vara.

“Diferente do que alega a defesa, o fundamento da decisão deste Tribunal que determinou a suspensão dos efeitos do decisum de primeiro grau foi o julgamento das anteriores correições parciais, não atingidas pela posterior anulação do acórdão da exceção de suspeição pelo Supremo Tribunal Federal.”

O desembargador também afirmou que a jurisdição de primeira e de segunda instâncias já se encontra exaurida para questões de mérito, pois o tema foi analisado, inclusive, pela 8ª Turma do TRF-4 em 2018.

Outras suspeições de Moro

O Judiciário reconheceu a falta de imparcialidade de Sergio Moro em diversas ocasiões. Na mais importante delas, a 2ª Turma do STF declarou, em 2021, a suspeição do ex-juiz para julgar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex do Guarujá (SP) (HC 164.493). A decisão foi posteriormente confirmada pelo Plenário da corte.

Depois, o ministro Gilmar Mendes, do STF, estendeu a suspeição de Moro às ações contra o petista nos casos do sítio de Atibaia e do Instituto Lula, anulando todos os atos praticados pelo ex-juiz nos processos, inclusive a condenação que acabou por tirar Lula das eleições de 2018.

O Supremo também declarou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para processar e julgar quatro processos contra Lula. Os ministros entenderam que os crimes atribuídos ao atual presidente pelo Ministério Público Federal do Paraná não tinham conexão com a Petrobras e, por isso, não deveriam ficar no Paraná.

Com as decisões, as condenações de Lula nos casos do tríplex e do sítio foram anuladas. O petista recuperou todos os seus direitos políticos, tornando-se novamente elegível. Com isso, ele foi eleito presidente no pleito de 2022.

Fonte: Brasil 247 com informações do Conjur

‘Guerra da Papuda’ expõe disputa entre Moraes, Ibaneis e Damares sobre destino de Bolsonaro

O estopim da crise foi a visita de uma chefe de gabinete de Moraes à Papuda

Jair Bolsonaro, escurecido na foto - 30/07/2021 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A possibilidade de Jair Bolsonaro iniciar o cumprimento da pena de 27 anos e três meses no Complexo Penitenciário da Papuda desencadeou uma série de embates institucionais e políticos no Distrito Federal. A movimentação envolve o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, o governo de Ibaneis Rocha (MDB), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o deputado distrital Fábio Felix (PSOL). As informações foram publicadas originalmente por O Globo, que detalhou a escalada de tensões nas últimas semanas.

O estopim da crise foi a visita de uma chefe de gabinete de Moraes à Papuda, no mês passado, revelada pelo portal Metrópoles. A inspeção alimentou especulações de que o ministro estaria preparando o envio de Bolsonaro ao presídio antes de autorizar eventual pedido de prisão domiciliar por questões de saúde. Aliados do ex-presidente interpretaram o cenário como um gesto de “humilhação pública” e começaram a atuar em diversas frentes para tentar evitar a transferência.

Do lado do governo do Distrito Federal, o secretário de Administração Penitenciária, Wenderson Souza e Teles, enviou um ofício ao gabinete de Moraes solicitando que Bolsonaro fosse submetido a avaliação médica especializada. O objetivo seria verificar se o “quadro clínico complexo” do ex-presidente seria compatível com a assistência disponível no sistema prisional do DF. Segundo interlocutores do bolsonarismo, um eventual agravamento de saúde dentro da Papuda poderia gerar forte desgaste político para Ibaneis Rocha, que pretende disputar o Senado com apoio da direita.

A resposta de Moraes veio de forma breve e direta: o ministro negou o pedido, classificando-o como “inoportuno”.

Após a negativa, a senadora Damares Alves intensificou sua ação política. Ela enviou à Secretaria de Administração Penitenciária um pedido para visitar as instalações da Papuda — sem o objetivo de encontrar réus do 8 de Janeiro, o que afastaria a necessidade de aval de Moraes. No documento, ressaltou que Bolsonaro “apresenta quadro clínico complexo, decorrente das sequelas do atentado sofrido em 2018”, e citou múltiplas cirurgias, episódios de obstrução intestinal e crises recorrentes de refluxo, gastrite e vômitos.

Damares também mencionou relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, que apontou superlotação superior a 230%, perda acentuada de peso entre internos e falhas estruturais no atendimento de saúde e jurídico na Papuda.

A disputa ganhou novos contornos quando o deputado distrital Fábio Felix, uma das principais vozes da esquerda no DF, decidiu reagir ao que classificou como tratamento privilegiado ao ex-presidente. Ele enviou ofício ao governo Ibaneis solicitando que todos os 27 mil presos do sistema penitenciário da capital passem por avaliação médica semelhante à defendida para Bolsonaro. “Essa seletividade do governador entra em choque com princípios que regem o Estado democrático de direito, como o da impessoalidade e o tratamento isonômico”, afirmou Felix ao blog. “O próprio governo Ibaneis tenta beneficiar Bolsonaro para que ele não seja transferido para a Papuda.”

Enquanto isso, aliados do ex-presidente reforçam o argumento de que sua presença na Papuda poderia desencadear instabilidade no presídio. Segundo um interlocutor, “Ele também gera enorme instabilidade no sistema prisional. Toda a segurança deve ser reforçada para evitar rebelião, que seria provável”.

O governo do DF informou que está “adotando as tratativas necessárias” para viabilizar a visita solicitada por Damares. Sobre o pedido de Felix, a secretaria afirmou que ainda analisa a viabilidade das medidas.

A disputa ocorre em meio ao julgamento virtual dos embargos de declaração apresentados pela defesa de Bolsonaro contra a condenação por tentativa de golpe de Estado, imposta pela Primeira Turma do STF. A decisão sobre onde o ex-presidente cumprirá o início da pena — e por quanto tempo — tornou-se um novo campo de batalha entre seus aliados, adversários e autoridades responsáveis pela execução penal.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo


COP30 começa hoje em Belém com Lula e líderes mundiais discutindo o futuro do planeta

   Lula com líderes globais na COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil


A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) começa oficialmente nesta segunda-feira (10), em Belém, no Pará, consolidando o Brasil como o centro do debate climático global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa da abertura do evento, que reúne mais de 50 mil participantes entre líderes mundiais, diplomatas, cientistas, ambientalistas, empresários e povos indígenas.

Esta é a primeira vez que uma conferência do clima acontece na Amazônia — e o país anfitrião chega à mesa de negociações com a missão de transformar promessas em ações concretas.

A COP30 ocorre em um momento crítico para o planeta. Segundo o observatório europeu Copernicus, outubro de 2025 foi o terceiro mais quente já registrado, com média global de 15,14 °C — 1,55 °C acima do nível pré-industrial. Com eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, como tornados no Brasil e secas severas na África, o encontro em Belém busca soluções reais para reduzir emissões e financiar a adaptação de países vulneráveis.

A conferência será guiada por três grandes eixos: transição energética, adaptação climática e financiamento sustentável. O Brasil quer liderar o chamado “mapa do caminho” da transição energética, um plano que estabeleça metas e prazos concretos para substituir o uso de combustíveis fósseis por fontes limpas.

“Estamos à beira de pontos de inflexão climáticos e da potencial perda da Amazônia, então esta COP precisa promover a mudança urgente necessária. Não há segunda chance”, afirmou Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil.

Funcionários da COP30. Foto: AP Photo/Fernando Llano
Outro ponto central é o Objetivo Global de Adaptação (GGA), instrumento que pretende medir a capacidade dos países de se preparar para os impactos do clima. Já no campo das finanças, os países em desenvolvimento cobram recursos compatíveis com a escala da crise.

O plano “Roteiro de Baku a Belém” prevê mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, combinando doações, empréstimos a juros baixos e mecanismos de crédito verde. “É fundamental que a ambição não se limite às ações de mitigação, ela também deve envolver a entrega efetiva de recursos”, destacou o pesquisador Vaibhav Chaturvedi, do Council on Energy, Environment and Water (CEEW).

Um dos principais anúncios desta edição é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), criado pelo Brasil para financiar a preservação de mais de 1 bilhão de hectares de florestas tropicais em 70 países. O fundo já nasce com US$ 5,5 bilhões em aportes de países como Noruega, Indonésia e França, além de US$ 1 bilhão do governo brasileiro.

“A diferença entre o que é pago ao investidor e o que é cobrado do tomador vai financiar o pagamento dos serviços ambientais”, explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao G1. O Banco Mundial administrará o fundo até a criação de uma estrutura permanente.

O TFFF proíbe investimentos em atividades com impacto ambiental negativo e destina 20% dos recursos a povos indígenas e comunidades tradicionais. O modelo é considerado um marco da política climática brasileira e deve inspirar novos mecanismos de cooperação internacional.

“Estamos trocando a lógica da doação pela do investimento”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao destacar que o Brasil quer ser o exemplo de que é possível crescer preservando.

Na visão do governo Lula, a COP30 é também uma oportunidade para reafirmar o protagonismo brasileiro. O Planalto aposta no Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis (Belém 4X), que pretende quadruplicar o uso global de combustíveis limpos até 2035, com acompanhamento da Agência Internacional de Energia (AIE). A proposta busca incluir hidrogênio verde, biocombustíveis e biogás como alternativas reais à dependência do petróleo.
Flotilha indígena em manifestação na chegada à Belém. Foto: Adriano Machado/Reuters
O evento ainda será um teste diplomático para o Brasil, que tenta se firmar como mediador entre o Norte e o Sul Global. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, será o responsável por conduzir as negociações entre mais de 190 países e buscar consenso sobre metas e prazos. Ao seu lado, a diretora Ana Toni coordena a organização e o cronograma da conferência.

Os resultados esperados vão além de discursos. Belém deve marcar o início de uma nova fase, com compromissos mensuráveis e revisões periódicas das metas climáticas (NDCs). “Os discursos são bem-vindos, mas precisamos que isso vire compromisso formal”, afirmou Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

A cidade-sede, transformada por obras de infraestrutura e pela mobilização social, simboliza a esperança de que o coração da Amazônia possa inspirar o mundo. “O sucesso da COP30 será medido por sua capacidade de transformar promessas em planos concretos e financiar uma transição justa e inclusiva”, resumiu Marina Silva.

Seminário Pós-COP:  O Brasil diante das transformações globais 

24 de novembro de 2025  (segunda-feira); sessões às 10:00-12:30 e 19:00-21:30 

FESPSP – Rua General Jardim, Vila Buarque, São Paulo/SP 

Garanta sua vaga: https://poscop.org/ 


Sessão da Manhã (10:00-12:30) 

Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão 

Ricardo Abramovay (Professor Sênior, Instituto de Energia e Ambiente, USP) 

Gabriel Ferraz Aidar (Superintendente de Planejamento e Pesquisa Econômica, BNDES) 

Alexandre Ramos Coelho (Coordenador do MBA em Geopolítica da Transição Energética, FESPSP)


Sessão da Noite 19:00-21:30

Painelistas confirmados:

Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão

Paulo Teixeira (Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar)  

Luciana Aparecida da Costa (Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática, BNDES)

Juliano Medeiros (Historiador e Professor Convidado da FESPSP) 

Uma parceria DCM + FESPSP para debater o futuro climático do Brasil com rigor acadêmico e compromisso social. https://poscop.org/ 


Fonte: DCM

domingo, 9 de novembro de 2025

A hora é agora: tornado no Paraná pressiona COP30 por decisões urgentes


O estrago em Rio Bonito do Iguaçu, no centro-sul do Paraná: 90% das edificações da cidade foram afetadas

O tornado que devastou cidades da região Centro-Sul do Paraná, com ventos acima de 250 km/h e classificação EF3, colocou ainda mais pressão sobre a COP30, que começa em Belém na segunda (10). Especialistas afirmam que o Brasil, como país-sede e liderança nas negociações, terá de responder a uma sequência de eventos extremos que se multiplicam no planeta.

Carlos Rittl, diretor global de políticas públicas da Wildlife Conservation Society, cita três episódios recentes que mostram a gravidade da situação: o furacão que atingiu a Jamaica, o tufão que deixou mais de 180 mortos nas Filipinas e outro que atingiu o Vietnã.

Para ele, a COP30 terá de lidar com “uma era de extremos”, exigindo cortes mais rápidos nas emissões globais para manter a meta de limitar o aquecimento a 1,5°C, como prevê o Acordo de Paris.

DCM realizará o Seminário Pós-COP: O Brasil diante das transformações globais. Será no dia 24 de novembro, três dias após o encerramento da conferência climática em Belém.

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A falta de investimentos em adaptação — obras, planejamento urbano e sistemas de alerta para enfrentar desastres — segue como uma das principais críticas de ambientalistas. “As cidades precisam se preparar para lidar com essa nova realidade. O mapeamento dos riscos já existe, e isso exige recursos financeiros”, afirma Everaldo Barreiros, professor de meteorologia da UFPA. Ele lembra que a conferência discutirá justamente o financiamento para países mais vulneráveis.

Rittl reforça que os investimentos internacionais precisam ser acompanhados de ações locais e metodologias próprias para cada região. A pauta da COP inclui a proposta de triplicar os recursos destinados à adaptação em países em desenvolvimento.

O tornado no Paraná ilustra esse desafio. Segundo o geógrafo Daniel Henrique Cândido, doutor pela Unicamp e autor da principal catalogação de tornados no Brasil (1990–2011), o fenômeno pode estar entre os 10 mais fortes já registrados no país. Ele compara o episódio ao tornado de Almirante Tamandaré (PR), em 1992, também de intensidade EF3.

Cândido explica que o Brasil ocupa a segunda região com maior risco de tornados no mundo, atrás apenas do corredor norte-americano, por características geográficas únicas: planícies extensas na América do Sul, bloqueio dos Andes a oeste e o papel da Serra do Mar no escoamento das massas de ar. Isso favorece tempestades severas e movimentos convectivos capazes de gerar tornados, microexplosões e ventos destrutivos.

Com base nos danos observados no Paraná — destruição de casas de alvenaria, rompimento de torres de energia e veículos arrancados do solo — o pesquisador afirma que o evento se encaixaria no nível 6 da Escala Brasileira de Ventos (Ebrav), proposta em sua tese, que vai de 0 a 7.

A gravidade dos desastres no Brasil, porém, está ligada não apenas à força dos ventos, mas também ao padrão das construções, à vulnerabilidade urbana e à baixa cultura de prevenção. “Aqui, as moradias são mais pesadas. Quando caem, o impacto é maior. E as áreas pobres sofrem mais”, diz Cândido. Ele afirma que o país ainda carece de uma rede de radares mais densa e de acesso facilitado a informações meteorológicas, o que dificulta preparar a população.

O caso do Paraná aumenta a cobrança para que a COP30 avance em compromissos concretos de mitigação e adaptação, pressionando o Brasil — anfitrião e referência climática — a liderar uma resposta global compatível com o tamanho dos riscos atuais.

Seminário Pós-COP:  O Brasil diante das transformações globais 

24 de novembro de 2025  (segunda-feira); sessões às 10:00-12:30 e 19:00-21:30 

FESPSP – Rua General Jardim, Vila Buarque, São Paulo/SP 

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Sessão da Manhã (10:00-12:30) 

Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão 

Ricardo Abramovay (Professor Sênior, Instituto de Energia e Ambiente, USP) 

Gabriel Ferraz Aidar (Superintendente de Planejamento e Pesquisa Econômica, BNDES) 

Alexandre Ramos Coelho (Coordenador do MBA em Geopolítica da Transição Energética, FESPSP)

Sessão da Noite 19:00-21:30

Painelistas confirmados:

Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão

Paulo Teixeira (Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar)  

Luciana Aparecida da Costa (Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática, BNDES)

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Fonte: DCM

“De joelhos”: Michelle ataca STF e diz que Bolsonaro é “única opção” para 2026

Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução

Durante evento do PL Mulher em Londrina (PR), neste sábado (8), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que Jair Bolsonaro é o “único nome da direita” para disputar a Presidência em 2026. Ela disse que, se isso não ocorrer, será “fruto de um golpe do Judiciário”, e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de controlar o Congresso Nacional. O discurso ocorreu um dia após o STF rejeitar, por unanimidade, recurso do ex-presidente na condenação por tentativa de golpe, que prevê 27 anos de prisão.

Michelle declarou que “não há outra opção” além do marido e afirmou que o Judiciário comanda o país. “A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF. Hoje, infelizmente, só quem governa é o Judiciário”, disse. A ex-primeira-dama também alegou que Bolsonaro enfrenta dificuldades de saúde por não ter “paz de espírito” desde que passou por cirurgias após a facada de 2018.

Presidente nacional do PL Mulher, Michelle viaja pelo país com pautas conservadoras e religiosas. No discurso, voltou a defender a “submissão saudável” da esposa ao marido. “A Bíblia fala da submissão da esposa ao marido, mas é uma submissão saudável, porque existe um contexto de amor e respeito”, declarou.

Em outro trecho, criticou o que chamou de “falta de Deus na política” e atacou a esquerda, afirmando que “não é possível ser cristão e comunista”. Segundo ela, “cristãos são a favor da vida” e “comunistas, do aborto”. Michelle ainda criticou o ambiente das universidades federais, afirmando que há “jovens homossexuais apoiando o Hamas” e que “a direita não entra” nesses espaços.

A ex-primeira-dama também atacou a regulação das redes sociais, dizendo que “os comunistas querem controlar a internet para impedir que o povo saiba o que eles fazem”. No mesmo discurso, pediu que mulheres do PL “não enriqueçam na política” e lembrou que o patrimônio da família Bolsonaro cresceu desde o início da carreira política do marido.

O evento reuniu apoiadores e lideranças regionais do PL, em meio ao avanço da candidatura de Flávio Bolsonaro como alternativa para 2026, caso o pai permaneça preso. Michelle, que tenta consolidar seu protagonismo no campo conservador, reforçou a narrativa de perseguição política ao ex-presidente.

Fonte: DCM

Lei Antifacção: Lula liga para Motta e reclama da indicação de Derrite


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) – Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou neste sábado (8) para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a fim de expressar descontentamento com a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator da proposta da Lei Antifacção. O projeto foi enviado pelo governo ao Congresso nesta semana. A informação foi publicada pelo blog de Valdo Cruz e confirmada por auxiliares de Motta. Com informações do jornal O Globo.

De acordo com relatos, Lula demonstrou incômodo com a indicação de Derrite, que está licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo e é aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome cotado para disputar a Presidência em 2026. O presidente defendia que o relator fosse um parlamentar mais neutro, diante da forte polarização entre governo e oposição em torno das políticas de segurança pública.

Hugo Motta garantiu ao presidente que a relatoria será conduzida de forma técnica e sem interferências políticas. O deputado também assegurou que o texto do governo não será anexado a propostas que equiparam facções criminosas a organizações terroristas — ponto sensível para o Planalto. Lula já havia se posicionado contra essa equiparação, argumentando que poderia abrir brechas para intervenções estrangeiras sob o pretexto de combate ao terrorismo.

Em publicação no X, Motta afirmou que a segurança pública é uma “pauta suprapartidária e uma urgência nacional”. Disse ainda que pretende trabalhar para que a Câmara aprove a proposta até o fim do ano. Segundo ele, o relatório de Derrite “preserva avanços do projeto do governo federal e endurece as penas contra o crime”, acrescentando que o tema deve servir como “ponto de unidade” entre governo, Congresso e sociedade.

O substitutivo de Derrite propõe endurecimento das penas, ampliação do confisco de bens e bloqueio imediato de recursos usados por facções criminosas. O texto também prevê o tratamento penal das facções de forma semelhante ao aplicado a crimes de terrorismo, mas sem classificá-las formalmente como organizações terroristas.

A Lei Antifacção é tratada como prioridade pelo governo na agenda de segurança pública. O Planalto tenta garantir que o texto mantenha coerência com a política nacional de combate ao crime organizado, sem ampliar interpretações que possam gerar conflitos jurídicos ou diplomáticos.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

“Tudo virou pó”: os desabafos de moradores após tornado destruir cidade no Paraná


Parte da cidade de Rio Bonito do Iguaçu, atingida pelo tornado no Paraná. Foto: Reprodução/TV Globo

Um tornado com ventos de até 250 km/h destruiu quase toda a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, na noite de sexta-feira (7). Em poucos minutos, o município se transformou em um cenário de devastação. “Em questão de um minuto, acabou tudo”, contou um morador ao Jornal Nacional. Cinco pessoas morreram na cidade e uma em Guarapuava, além de mais de 750 feridos.

O vendaval atingiu 90% do território urbano e deixou cerca de 11 mil dos 14 mil moradores sem casa. “Parece uma cena de guerra”, descreveu um dos sobreviventes. Em meio a escombros de casas, comércios e veículos destruídos, famílias ainda tentam entender o que aconteceu. “A minha casa demoliu, o que salvou foi a mesa de madeira. Entramos embaixo e o telhado foi caindo”, relatou a dona de casa Rosinete Gonçalves Bueno.

Entre as vítimas está a adolescente Julia Kwapis, de 14 anos. “Ela estava na casa de uma amiguinha, foi muito rápido, a gente soube que ela foi arrastada”, disse a mãe, emocionada. Outros moradores perderam pais e irmãos. “A casa do meu pai sumiu em dois minutos, ele foi arremessado junto com a madeira”, contou Antônio Gieteski, que ainda tenta lidar com o luto.

O Governo do Paraná decretou calamidade pública e enviou equipes da Defesa Civil e da Saúde para atender os desabrigados. O Governo Federal também reconheceu o decreto e deslocou reforços da Força Nacional do SUS. “É triste olhar para isso aqui e ver que tudo virou pó”, resumiu um morador, diante do que restou de Rio Bonito do Iguaçu.

Veja o vídeo:

Fonte: DCM

Isolado e à beira da prisão, Bolsonaro é abandono por aliados: “Mal cuidado e ruim”


       O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução

Amigos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relatam um cenário de abandono e isolamento. Segundo informações do Estadão, expressões como “mal cuidado” e “ruim” têm sido usadas por pessoas próximas para descrever sua situação atual. O afastamento pode ser medido também em números: o total de pedidos de visita a Bolsonaro caiu 74% desde agosto, segundo dados do sistema do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas quatro primeiras semanas de prisão domiciliar, o ex-presidente recebeu 123 solicitações de visita. Nos últimos 30 dias, o número caiu para 32. Em novembro, até o dia 7, foram apenas 10 pedidos, incluindo familiares e integrantes de um grupo de oração ligado à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Um dos visitantes mais frequentes era o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que apresentou nove pedidos. Em outubro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a proibição de contato entre os dois, após reabrir investigação sobre possível envolvimento de Valdemar na tentativa de golpe de Estado.

presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em primeiro plano, falando e Jair Bolsonaro desfocado, sério, no fundo de foto
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Jair Bolsonaro – Reprodução
De acordo com pessoas próximas, Bolsonaro tem reclamado do afastamento de aliados e demonstrado desânimo com a iminente prisão em regime fechado. Fontes afirmam que ele sofre crises de soluço, atribuídas ao seu estado emocional e de saúde.

Na sexta-feira (7), o STF formou maioria para rejeitar o recurso da defesa e manter a pena de 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado. O julgamento foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

Bolsonaro deverá começar a cumprir a pena quando o caso chegar ao chamado “trânsito em julgado”, ou seja, após o fim de todos os recursos. O STF ainda poderá decretar a prisão antes disso, caso considere que os recursos da defesa são apenas manobras protelatórias.

Fonte: DCM

Assessora de Lula abandona jantar da Conib durante ataques de Caiado ao governo


Clara Ant, assessora de Lula, conversando com representante da comunidade judaica – Fábio Zanini/Folhapress

A assessora especial da Presidência da República, Clara Ant, abandonou no sábado (8) um jantar promovido pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) durante o pronunciamento do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Com informações da Folha de S.Paulo.

O evento ocorreu em São Paulo, no contexto da 56ª Convenção da Conib, e reuniu autoridades, lideranças comunitárias e convidados para um jantar de gala. Durante sua fala, Caiado, que prega candidatura à Presidência no próximo ano, dirigiu críticas ao governo federal e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O governo atual, do PT, do Lula, é um governo que prega o radicalismo, prega o ódio de classe, prega uns contra os outros, ricos contra pobres. Isso é inadmissível, isso é inaceitável”, declarou Caiado. Ele acrescentou que o governo federal é, segundo ele, “complacente, conivente com o narcotráfico”.

governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), falando, sério
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) – Reprodução

Sentada à mesa, Clara Ant levantou-se discretamente e deixou o salão por uma saída lateral ao ouvir a fala. Ao ser perguntada pelo Painel, ela afirmou lamentar o episódio: “O Caiado foi inadequado e desrespeitoso até com o Conib, que fez um evento sobre democracia, pluralidade e convivência. Era o que estava rolando aqui até agora”.

A assessora enfatizou que não tinha queixas contra a entidade judaica: “Não é nada contra o Claudio [Lottenberg, presidente da Conib], mas o Caiado foi bastante deselegante”. “Vou embora. Lamento, porque gostaria de ficar, é uma festa, estava tudo indo bem. Não estou aqui para julgar o que os outros falam, pensam, mas eu acho que [Caiado] foi desrespeitoso. E ele sabia que tinha uma pessoa aqui do governo”, acrescentou.

Apesar do incidente, a presença da assessora no evento foi interpretada como um indício da tentativa do governo federal de distensionar a relação com a comunidade judaica, abalada pelas críticas do presidente Lula à guerra de Israel contra Gaza.

Ela foi a única representante do governo petista presente entre a maioria de opositores, como os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Claudio Castro (RJ) e Eduardo Leite (RS).

Antes do jantar, Clara Ant se reuniu com representantes da Conib e entregou um relatório de 24 páginas produzido pela Presidência, intitulado “Destaques da relação entre Lula, Israel e a Comunidade Judaica”, que inclui viagens, condenações de antissemitismo e enunciados de defesa de solução em dois Estados para o conflito israelo-palestino.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Lula discute crise da Venezuela e defende paz na América Latina em Cúpula da Celac neste domingo

      O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste domingo (9) da 4ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e da União Europeia (UE), realizada em Santa Marta, na Colômbia. O encontro reúne chefes de Estado e representantes de 33 países da América Latina e Caribe e 27 da União Europeia. Com informações do g1.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o presidente deve manifestar solidariedade regional à Venezuela, em resposta às ameaças recentes dos Estados Unidos ao governo de Nicolás Maduro. Vieira afirmou que a posição brasileira segue o princípio de que a América do Sul é uma região de paz e cooperação.

O chanceler explicou que Lula aproveitará o encontro para defender o princípio de não intervenção e o fortalecimento do diálogo político entre os países do continente. Após a etapa na Colômbia, o presidente retornará a Belém (PA), onde participará da abertura da COP 30.

ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sério, com bandeira do Brasil ao fundo
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira – Reprodução

O encontro marca o décimo diálogo político entre as duas regiões desde 1999 e o quarto em nível de cúpula. A reunião vem sendo organizada há dois anos e busca consolidar compromissos conjuntos entre América Latina e União Europeia em áreas estratégicas.

Durante a cúpula, devem ser aprovados dois documentos principais: a “Declaração de Santa Marta”, que abordará temas como reforma do sistema internacional, meio ambiente, transição energética, segurança pública, migração, educação e cultura; e o “Mapa do Caminho”, que detalha ações práticas para implementar os compromissos políticos firmados.

A expectativa é que Lula mantenha uma agenda intensa na Colômbia, com reuniões bilaterais ainda em definição. O governo brasileiro avalia o encontro como oportunidade para reforçar a integração regional e a cooperação com os países europeus.

Fonte: DCM com informações do G1