domingo, 1 de junho de 2025

General debocha no STF e diz que acampamento no QG era de moradores de rua


General Gustavo Henrique Dutra de Menezes em depoimento no STF nesta sexta (30). Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Nesta sexta-feira (30), o general da reserva Gustavo Henrique Dutra prestou depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. No melhor estilo diversionista, afirmou que, na véspera dos ataques de 8 de janeiro, o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, era formado majoritariamente por pessoas em situação de rua.

O general também revelou ter se reunido em 6 de janeiro com o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. O encontro aconteceu dois dias antes dos atos golpistas que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes.

Segundo Dutra, a reunião com Torres teve um caráter informal e foi descrita por ele como um “cafezinho de cortesia”. Durante o encontro, o general afirmou ter mostrado imagens da desmobilização do acampamento e detalhado a situação dos presentes.

Na tentativa de atender os indivíduos ainda acampados, Dutra acionou a secretária de Desenvolvimento Social do DF, Ana Paula Marra. Ele disse que levou a ela informações sobre o esvaziamento da área e destacou que a maioria dos que restavam eram pessoas vulneráveis, em situação de rua.

Acampamento golpista à frente do QG do Exército, em Brasília. Foto: Reprodução
O depoimento foi usado para reforçar a linha de defesa de Anderson Torres, que alega não ter tido indícios claros de risco antes de viajar, também no dia 6 de janeiro. A estratégia tenta afastar a responsabilidade do ex-secretário pelos eventos que se seguiram.

Contudo, outras testemunhas ouvidas pelo STF apresentaram versões divergentes. Informações obtidas durante a investigação indicam que, apesar da presença de moradores de rua, já havia movimentações suspeitas no local, como a chegada de ônibus com manifestantes na madrugada do dia 7.

Dutra insistiu que o objetivo do encontro com Torres era exclusivamente social e vinculado ao acolhimento das pessoas no acampamento. No entanto, a secretária Ana Paula Marra, também ouvida no processo, relatou que, além do atendimento social, houve discussões sobre possíveis mandados de prisão contra líderes do movimento.

O acampamento permaneceu por cerca de dois meses em frente ao Quartel-General do Exército e serviu como ponto de articulação dos atos extremistas que culminaram na tentativa de golpe em 8 de janeiro. As investigações continuam apurando omissões e responsabilidades no episódio.

Fonte: DCM

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