O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, barrou os pedidos de prisão apresentados pela Polícia Federal contra o deputado bolsonarista Euclydes Pettersen, do Republicanos de Minas Gerais, e contra o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira Andrade. As solicitações ocorreram durante a nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (13), que apura descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS.
Além dos pedidos de prisão, a Polícia Federal também requisitou a suspensão do mandato de Pettersen. O ministro negou o afastamento, mantendo o parlamentar no exercício do cargo. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra ele e contra o ex-ministro no mesmo dia.
Relatórios enviados pela PF ao Supremo indicam que Pettersen é apontado como integrante do núcleo político da organização investigada. A corporação afirma que o deputado teria atuado para manter o acordo coletivo da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais junto ao INSS e para dar apoio ao grupo em contatos institucionais.

Documentos da investigação mencionam que o parlamentar teria recebido ao menos R$ 14,7 milhões por meio de transferências fracionadas destinadas a empresas como Fortuna Loterias e Construtora V L H Ltda. A PF descreve que Pettersen tinha acesso a agentes envolvidos na indicação de nomes para cargos ligados ao INSS.
A operação também cita o Instituto Terra e Trabalho como canal de repasses. Segundo a PF, o presidente da entidade, Vinícius Ramos da Cruz, foi responsável por pagamentos ao parlamentar e pela intermediação de aeronaves registradas em nome de laranjas ligados à Conafer. Em setembro, reportagem registrou envio de R$ 2,5 milhões em emendas de Pettersen para uma ONG associada à entidade.
Após a operação, Pettersen enviou nota afirmando não ter vínculo com o INSS, seus dirigentes ou decisões administrativas. O deputado declarou que desconhece irregularidades envolvendo a Conafer e disse apoiar o trabalho das autoridades, afirmando estar à disposição para prestar esclarecimentos.
Fonte: DCM
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