Ministro articula remanejamento de verbas, tecnologia e operações integradas da PF e polícias civis para conter avanço de milícias e do narcotráfico
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, trabalha nos bastidores para lançar um novo pacote de investimentos voltado ao combate a facções criminosas em todo o país. A iniciativa inclui reforço de operações integradas e uso ampliado de inteligência para enfrentar a expansão territorial de milicianos e narcotraficantes em grandes centros urbanos e regiões estratégicas.
De acordo com informações publicadas pela coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles, o plano está sendo construído a partir do remanejamento de verbas internas do próprio ministério, movimento que já começou a ocorrer. Fontes ligadas à pasta estimam que o volume inicial dos recursos será da ordem de centenas de milhões de reais, a serem direcionados para ações de enfrentamento direto às organizações criminosas.
O desenho do pacote prevê a articulação entre a Polícia Federal e as polícias civis dos estados em operações conjuntas, com foco em conter o avanço de milícias e grupos ligados ao tráfico de drogas. A ideia é ampliar a coordenação interestadual e atacar não apenas a presença armada desses grupos, mas também suas redes de apoio e mecanismos de financiamento.
Entre os eixos centrais do plano está o uso intensivo de tecnologia de rastreamento e o compartilhamento sistemático de dados de inteligência entre diferentes estados e órgãos de segurança. A integração de investigações financeiras é apontada como uma das ferramentas para atingir a base econômica das facções, mirando desde movimentações suspeitas em contas bancárias até estruturas empresariais usadas para lavar dinheiro.
Outra frente prevista é o reforço da presença federal em regiões de fronteira e em corredores estratégicos do narcotráfico, por onde circulam armas, drogas e munições que abastecem facções em grandes centros urbanos. A avaliação é de que o controle dessas rotas é crucial para reduzir o poder de fogo das organizações criminosas e limitar sua capacidade de expansão territorial.
A movimentação ocorre em um contexto de forte pressão sobre a política de segurança pública, após episódios recentes de violência associados à atuação de facções e milícias. Imagens de barricadas erguidas por criminosos, de ações policiais de grande porte e da morte de quatro agentes em operações no Rio de Janeiro reforçaram a percepção de urgência por respostas coordenadas do Estado.
Dentro do governo, o pacote é visto também como uma tentativa de Ricardo Lewandowski de consolidar uma marca própria à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ao assumir protagonismo em uma agenda de combate a facções, o ministro busca projetar uma política de segurança mais robusta e disputar com setores da direita a narrativa de quem lidera o enfrentamento ao crime organizado no país.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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