sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Moraes fala em “traição à pátria” do clã Bolsonaro: “organização criminosa covarde e traiçoeira”

Ministro do STF critica atuação de bolsonaristas foragidos e aponta tentativa de subordinar a Corte a interesses estrangeiros

Ministro Alexandre de Moraes, do STF 09/06/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

Durante a solenidade de reabertura do ano judiciário nesta sexta-feira (1º), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes fez duras críticas à atuação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando o grupo como uma “organização criminosa” que age de forma “covarde e traiçoeira”. As declarações, reproduzidas por diversos veículos, ocorrem em meio ao julgamento da Ação Penal 2.668, que trata do núcleo central da tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023.

◈ Condutas dolosas e ataque à soberania nacional - Segundo Moraes, diversos brasileiros vêm sendo processados pela Procuradoria-Geral da República ou investigados pela Polícia Federal por condutas conscientes e intencionais que violam a ordem institucional. “Temos visto recentemente as ações de diversos brasileiros que estão sendo ou processados pela PGR ou investigados pela PF, estamos vendo verificando diversas condutas dolosas e conscientes, de uma verdadeira organização criminosa, que de forma jamais vista em nosso país, age de maneira covarde e traiçoeira com a finalidade de tentar submeter o funcionamento desse STF ao crivo de um Estado estrangeiro”, afirmou.

O ministro enfatizou que os acusados têm recorrido a mecanismos espúrios de cooperação internacional para enfraquecer as instituições brasileiras e interferir diretamente nas decisões da Suprema Corte. Ele destacou que tais ações representam uma afronta à soberania nacional.

◈ Foragidos e articuladores de ataques ao Brasil - A fala também apontou para o comportamento de bolsonaristas que deixaram o país e passaram a atuar a partir do exterior. “Age de maneira covarde porque esses brasileiros ‘pseudopatriotas’ encontram-se foragidos e escondidos fora do território nacional. Não tiveram coragem de continuar no território nacional”, declarou Moraes.

Para o ministro, essas ações não apenas atentam contra a independência dos Poderes, mas também têm reflexos graves na sociedade e na economia brasileira. “E traiçoeira essas condutas porque atuam por meio de atos hostis, mentirosos, derivados de negociações espúrias e criminosas, com a patente finalidade de obstrução à Justiça e a clara, flagrante finalidade de coagir esta Corte do julgamento da ação penal 2.668”, completou.

◈ “Sabor amargo da traição” - Reforçando a gravidade das denúncias, Moraes sustentou que há “fartas provas” do envolvimento direto de bolsonaristas em articulações com autoridades estrangeiras, visando a aplicação de sanções contra o Brasil. Ele apontou a atuação desses indivíduos como uma “traição covarde e traiçoeira”, ecoando uma expressão já utilizada por Gilmar Mendes.

“Não só induzimento, instigação e auxílio na tentativa de submeter o funcionamento do STF ao crivo de um outro Estado, com clara afronta à soberania, mas também fartas provas demonstrando o auxílio na negociação espúria, vil, traiçoeira com autoridades estrangeiras para que se pratique atos hostis à economia do Brasil”, disse Moraes.

Segundo ele, essas atitudes têm como objetivo gerar uma crise econômica deliberada, visando pressionar os Poderes Legislativo e Judiciário a recuarem nos processos penais em curso. “Mais do que esses ataques criminosos, o que se observa são condutas ilícitas e imorais de brasileiros, com a defesa de escusos interesses pessoais e o sabor amargo da traição à pátria e ao povo brasileiro.”

◈ Pressão externa como estratégia golpista - O ministro ainda advertiu que as movimentações feitas no exterior por essa organização criminosa visam criar um cenário de instabilidade econômica como estratégia política. “A insistência dessa organização criminosa na implementação de medidas nocivas ao Brasil, com a implementação dessas tarifas e agressões espúrias e ilegais contra autoridades brasileiras tem por finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil”, afirmou, acrescentando: “Para desgosto desses brasileiros traidores, isso não ocorrerá”.

Fonte: Brasil 247

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