O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à França para uma viagem de uma semana. Foi recebido com pompa, circunstância e desfilou de mãos dadas com o presidente francês Emmanuel Macron. Participará da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, entre outros fóruns.
Em Paris, ao abrir o discurso, Lula afirmou que Macron o recebeu “com a hospitalidade que somente um grande amigo pode oferecer”. O presidente brasileiro discutirá questões de governança global, multilateralismo e também tratará do andamento do acordo entre Mercosul e União Europeia, que ainda aguarda a ratificação final.
Um dos destaques da agenda é a visita à sede da Interpol, em Lyon, onde Lula discutirá a colaboração internacional no combate ao crime e à violência.
O brasileiro Valdecy Urquiza tomou posse em dezembro como secretário-geral da entidade, a maior organização intergovernamental global de combate à criminalidade transnacional. Urquiza rompeu com mais de 100 anos de hegemonia europeia e norte-americana na organização.
Ex-policial federal, ele nasceu em São Luís, no Maranhão, e tem 43 anos. Formado em Direito pela Universidade de Fortaleza (Unifor), no Ceará, possui MBA em Administração Pública pelo Ibmec e pós-graduação em Direito Ambiental pela PUC-SP.
A Interpol, fundada em 1923, reúne forças policiais de 195 países e tem como missão combater o crime transnacional. Em mais de 100 anos de existência, apenas cinco países lideraram-na.
A visita ocorre em um momento complicado para a deputada Carla Zambelli (PL), que foi incluída na lista de difusão vermelha, uma medida que facilita sua prisão fora do país. A inclusão de Zambelli atende a um pedido da Polícia Federal, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A delinquente bolsonarista é acusada de invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão falso contra Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). A medida foi tomada depois que Zambelli deixou o país, dias após ser condenada a 10 anos de prisão.
Zambelli agora corre o risco de ser presa em qualquer país onde se encontre, caso as autoridades internacionais deem seguimento ao pedido de detenção. A inclusão na lista vermelha da Interpol é um passo importante para garantir sua responsabilização, mesmo fora das fronteiras brasileiras.
Lula e Urquiza têm muito a conversar.
Fonte: DCM