quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Cláudio Castro promete 10 novas operações após população aprovar chacina


      Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro. Foto: reprodução

Em meio à repercussão internacional da operação mais letal da história do Brasil, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), confirmou que pretende manter e ampliar as ações policiais no estado. Amparado por pesquisas que apontam aumento de popularidade após a chacina que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, Castro afirmou que “tem mais dez operações agendadas” com autorização judicial.

Segundo Lauro Jardim, do Globo, o governador garante que as próximas ofensivas devem seguir o mesmo formato da Operação Contenção, realizada em 28 de outubro, mas sem ocupações permanentes nas comunidades. “Não acredito em ocupação”, disse.

Ele adiantou que, já em dezembro, a polícia deve iniciar uma ação de retomada de territórios em Jacarepaguá, zona sudoeste da capital, e que a partir da próxima semana serão realizadas operações diárias na Baixada Fluminense para retirada de barricadas instaladas por facções criminosas.

Paralelamente, Castro enviou um relatório ao governo dos Estados Unidos pedindo que o Comando Vermelho (CV) seja incluído na lista de organizações narcoterroristas, segundo informações da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. O documento, intitulado “Análise Estratégica: Inclusão do Comando Vermelho nas listas de sanções e designações dos EUA”, foi encaminhado à embaixada estadunidense no início de 2025.

A medida, se aceita, permitiria a aplicação de sanções econômicas e bloqueios previstos na legislação antiterrorismo dos Estados Unidos.

Fila de corpos após chacina na Penha. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapres
O texto também afirma que a designação “facilitaria pedidos de extradição de chefes do CV refugiados em países como Paraguai e Bolívia” e abriria caminho para cooperação com a Interpol, a DEA, o FBI e a ONU no combate ao tráfico internacional e ao comércio ilegal de armas.

Segundo o governo estadual, o status de grupo terrorista também “ampliaria o alcance de sanções para empresas de fachada e aliados econômicos do CV no exterior”.

A proposta, porém, gerou preocupação no governo federal. Integrantes da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertam que a classificação poderia atingir bancos e companhias brasileiras, dependendo de como Washington aplicasse as restrições. “Seria uma tremenda irresponsabilidade”, afirmou um assessor presidencial.

Além do pedido a Washington, Castro encaminhou um relatório contraditório de 26 páginas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), detalhando a Operação Contenção.

O documento informa que 99 pessoas foram presas, sendo 82 em flagrante e 17 por mandado judicial, número inferior ao divulgado pela Secretaria de Segurança, que havia anunciado 113 detenções. Entre os detidos, 10 são menores de idade e 29 são de outros estados.

O relatório apresenta ainda discrepâncias nos dados sobre o material apreendido: foram registradas 122 armas (96 fuzis, 25 pistolas e um revólver), 260 carregadores, 5,6 mil projéteis e 12 artefatos explosivos — números superiores aos informados inicialmente à imprensa.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Chacina: relatório enviado por Castro ao STF tem contradição em número de presos


         Presos na megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio. Foto: Mauro Pimentel/AFP

O relatório entregue pelo governador do RJ, Cláudio Castro (PL), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revela discrepâncias nos dados sobre a megaoperação realizada no último dia 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.

Segundo o Globo, o documento oficial informa que 99 pessoas foram presas, sendo 82 em flagrante e 17 por mandado judicial, número inferior ao divulgado pelas autoridades de segurança, que haviam anunciado a prisão de 113 suspeitos logo após a ação. Entre os detidos, dez são menores de idade.

A Operação Contenção, que resultou em 121 mortes segundo o governo estadual, foi apresentada como uma das maiores ofensivas contra o Comando Vermelho (CV) já realizadas no Rio. No entanto, o balanço apresentado oito dias depois gerou questionamentos de órgãos públicos e de entidades civis.

A Defensoria Pública do estado e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) afirmam que ainda não tiveram acesso à lista completa dos presos.

Em nota, a Polícia Civil reconheceu a divergência nos números e explicou que “alguns presos em flagrante já tinham mandados expedidos contra eles, por isso houve uma duplicação das informações iniciais”.

A OAB-RJ cobrou transparência sobre os dados e anunciou a criação do Observatório de Investigações para acompanhar o caso. “A OAB-RJ adotará as medidas cabíveis para a obtenção de informações precisas e consistentes sobre os fatos”, informou a entidade.

Para Rodrigo Mondego, coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, a falta de precisão demonstra falhas na condução da operação. “É uma amostra de como o governo não age de forma profissional. A operação contou com centenas de policiais, inclusive policiais civis, que têm o dever de investigar, fazer apuração e registros”, afirmou.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (RJ). Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil


Discrepâncias e justificativas


O relatório de 26 páginas enviado ao STF detalha que, entre os 99 detidos, 29 são de outros estados e 17 tinham mandados de prisão em aberto. O objetivo da operação, segundo o documento, era capturar cem procurados. Já entre os 115 mortos identificados, que ainda conta com dois corpos em análise, havia 59 pessoas com mandados de prisão, mas o governo não esclareceu se elas estavam entre os alvos da ação.

Castro justificou o “uso proporcional da força” diante da “ameaça imposta pelo Comando Vermelho”. O texto cita que cerca de 500 integrantes da facção usavam roupas camufladas e “táticas típicas de guerrilha urbana”, com uso de granadas lançadas por drones.

O governo argumenta que as polícias Civil e Militar, que mobilizaram 2,5 mil agentes, enfrentaram criminosos “equipados com armas de uso restrito”.

Segundo o documento, os traficantes que atuam nos complexos da Penha e do Alemão têm entre 800 e mil fuzis. O texto descreve “técnicas de defesa territorial baseadas no conhecimento total do terreno, com rotas de fuga, túneis, minas terrestres, barricadas e pontos de observação”.

O governo afirma que, mesmo com limitações legais e logísticas, “as forças de segurança do estado atuam com planejamento, inteligência e respeito absoluto à lei”.

O relatório destaca o “elevado poder bélico” dos criminosos, mencionando o uso de fuzis automáticos e armas de “altíssima potência”, como os modelos .30 e .50, de uso militar. As polícias, por outro lado, estão limitadas ao uso de fuzis semiautomáticos 7,62 e 5,56, além de pistolas.

Rildo Anjos, consultor de segurança e ex-integrante das Forças Armadas, explica que os fuzis automáticos dão vantagem aos criminosos. “Com um fuzil semiautomático, é tiro a tiro: a cada disparo, é preciso apertar o gatilho. Já o automático dispara continuamente enquanto o dedo está no gatilho”, disse ao Globo.

Segundo o especialista, o fuzil .50 é de alta precisão e pode ser usado por atiradores de elite, enquanto o .30 tem capacidade antiaérea. “Essas armas são proibidas para as forças policiais, o que coloca os criminosos em posição de vantagem”, completou.

O relatório também apresenta números diferentes dos divulgados inicialmente sobre o material apreendido. Segundo o documento entregue ao STF, foram recolhidas 122 armas, contra as 118 anunciadas na coletiva após a operação. A lista inclui 96 fuzis, 25 pistolas e um revólver, além de 260 carregadores, 5,6 mil projéteis e 12 artefatos explosivos.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo                                                            

Como governo do RJ impediu perícia da PF nos 121 corpos de mortos em chacina

 

     Fila de corpos após chacina na Penha. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapres


O governo do Rio de Janeiro recusou o apoio de peritos da Polícia Federal (PF) nas autópsias dos corpos das vítimas da megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que causou uma chacina com 121 mortos, incluindo quatro policiais. A ação, que entrou para a história como a mais letal do Brasil, permanece sob questionamento de familiares das vítimas, órgãos de direitos humanos e autoridades federais.

O envio de 30 peritos federais havia sido anunciado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, após um acerto prévio com o governador Cláudio Castro na quinta-feira (30). Horas depois, porém, a cúpula da Segurança Pública do Rio informou ao Ministério da Justiça que a colaboração da PF “não seria necessária”, alegando, segundo Daniela Lima do Uol, que as necropsias já haviam sido concluídas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado.

Em mensagem enviada ao governo federal, a Secretaria de Segurança afirmou que os trabalhos no Instituto Médico Legal (IML) estavam finalizados e que “as equipes do Estado e do Ministério Público já haviam encerrado as autópsias, permitindo o avanço para outras etapas”.

Contradições e atraso nas autópsias

A declaração, no entanto, diverge de informações oficiais divulgadas pelo próprio governo fluminense. No mesmo dia em que o secretário de Segurança afirmou ter concluído os exames, familiares das vítimas protestaram em frente ao IML, cobrando a liberação dos corpos. Em nota à imprensa, o instituto informou que havia analisado apenas 80 das 121 vítimas até aquele momento.

O trabalho de perícia só foi oficialmente concluído no domingo (2), quando o governo estadual divulgou a lista com os nomes de 115 dos 117 suspeitos identificados.

A autópsia é considerada um passo essencial para determinar as circunstâncias das mortes. Testemunhas e parentes relataram casos de corpos decapitados, mutilados, com perfurações de faca e tiros na nuca, sinais que podem indicar execução de pessoas rendidas.

Após ser informado da recusa, o ministro Lewandowski entrou novamente em contato com Cláudio Castro. O governador bolsonarista teria alegado uma “falha de comunicação” e prometido ajustar a cooperação. No dia seguinte, o secretário de Segurança, Victor Cesar Carvalho dos Santos, enviou um ofício ao Ministério da Justiça aceitando o apoio da PF, mas com restrições.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Foto: Lima/Divulgação
O documento autorizou a atuação dos peritos federais apenas em duas frentes: o exame balístico das armas apreendidas com suspeitos mortos e o rastreamento de armamentos provenientes de outros estados. Também foi solicitado apoio do Instituto Nacional de Identificação (INI), vinculado à PF, para confirmar a identidade de criminosos supostamente oriundos de fora do Rio.

A limitação da perícia, no entanto, impede que os especialistas federais tenham acesso às armas utilizadas pelos policiais durante a operação, ponto central para investigar possíveis execuções. Essa delimitação gerou desconforto entre os governos estadual e federal e foi vista como um recuo diante da promessa inicial de colaboração ampla.

A decisão do governo fluminense ocorre em meio à pressão por uma investigação independente sobre a operação, que teve repercussão internacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou o episódio como “matança” e defendeu apuração rigorosa das circunstâncias das mortes.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e entidades de direitos humanos também cobraram transparência e responsabilização. A ONU destacou que a letalidade policial no Brasil “atinge níveis inaceitáveis” e pediu que o governo garanta o cumprimento das normas internacionais sobre o uso proporcional da força.

Fonte: DCM

Dinheiro vivo e esquema de corrupção: por que ministra do TSE votou para cassar Castro

 

A ministra Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Foto: Reprodução

Em seu voto, Gallotti acompanhou o entendimento do Ministério Público Eleitoral, que apontou o uso da Fundação Ceperj e da Uerj para financiar cabos eleitorais e desequilibrar o pleito.

Após o voto da relatora, o ministro Antonio Carlos Ferreira pediu vista, suspendendo o julgamento, que deve ser retomado apenas em 2026. A ministra também defendeu a cassação do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), por envolvimento no mesmo esquema.

● Decreto que ampliou o poder da Ceperj

Gallotti destacou um decreto assinado por Castro em março de 2022, meses antes das eleições, que ampliou as funções da Ceperj e permitiu ao governo firmar convênios para projetos sociais. Segundo ela, o ato “demonstra a chancela do governador Cláudio Castro e sua intervenção direta” no esquema.

A ministra afirmou que a fundação foi “desvirtuada para servir de fachada a um esquema de cooptação de votos e financiamento irregular de apoiadores”.

● Financiamento de cabos eleitorais

Para Gallotti, a “folha secreta” da Ceperj violou os princípios da igualdade eleitoral. Testemunhas relataram que contratados eram obrigados a participar de atos de campanha, como panfletagens e inaugurações.

Segundo o Ministério Público Eleitoral, os recursos destinados à Ceperj e à Uerj ultrapassaram R$ 500 milhões às vésperas da eleição.

“Isso envolveu a edição de atos normativos para transformar as instituições em ferramentas de distribuição obscura de recursos públicos”, afirmou a relatora.

● Saques em dinheiro vivo

A ministra mencionou que funcionários recebiam salários em espécie, na boca do caixa — prática que levantou suspeitas até em instituições financeiras. Para Gallotti, o modelo dificultava a fiscalização e beneficiava funcionários fantasmas.

Já a defesa de Castro alegou que o governador “não pode ser responsabilizado por irregularidades pontuais do Ceperj”, comparando o caso a “um motorista que toma multa e quer culpar a presidente do tribunal”.

● Explosão de gastos em 2022

Gallotti ressaltou que o Ceperj passou de R$ 127 milhões em 2021 para R$ 460 milhões em 2022, com 27 mil pessoas na folha. Para ela, a coincidência entre o aumento de gastos e o início da campanha mostra o uso eleitoral dos recursos públicos.

“A coincidência temporal entre o decreto, o aumento das despesas e a presença de Castro em eventos sociais revela planejamento para obter vantagens eleitorais ilícitas”, afirmou.

Segundo o advogado Paulo Henrique Teles Fagundes, que representa a chapa de Marcelo Freixo, a Ceperj se tornou “o maior gestor de programas do governo do estado” às vésperas da eleição.

Fonte: DCM

VÍDEO – Claudia Sheinbaum, presidente do México, é assediada na rua


                 Claudia Sheinbaum, presidente do México, sendo assediada. Foto: reprodução

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, foi vítima de assédio sexual nesta terça-feira (5), enquanto cumprimentava simpatizantes no centro da Cidade do México. Um homem tentou beijá-la à força e a tocou de forma inapropriada durante uma caminhada rumo a um evento público próximo ao palácio presidencial.

De acordo com o jornal Diario Expreso, Sheinbaum caminhava cercada por apoiadores, tirando fotos e distribuindo cumprimentos, quando o agressor se aproximou.

O homem passou um braço sobre o ombro da presidente, tocou sua cintura e peito com a outra mão e tentou beijá-la no pescoço. A cena durou poucos segundos, mas expôs a falta de segurança imediata em torno da chefe de Estado.

Somente após o contato físico, um agente da equipe de segurança apareceu e afastou o indivíduo, que, segundo testemunhas, aparentava estar sob efeito de drogas ou álcool.

Apesar da agressão, Sheinbaum manteve a calma e, em um gesto de controle e cordialidade, chegou a posar para uma foto com o agressor antes de seguir o trajeto.


As autoridades mexicanas informaram que o agressor, identificado como Uriel Rivera, foi preso e está sob custódia da Promotoria especializada em crimes sexuais. A Secretaria de Segurança do México confirmou que o homem será processado por tentativa de assédio sexual e invasão de espaço pessoal de autoridade pública.

O episódio ocorreu em uma das áreas mais movimentadas da capital, nas proximidades do Palácio Nacional, e levantou questionamentos sobre o nível de proteção da presidente durante eventos abertos.

A Secretaria das Mulheres (Semujeres) afirmou que acompanhará o caso para garantir que o agressor seja responsabilizado conforme a legislação vigente.

Citlali Hernández, titular da pasta, publicou uma nota nas redes sociais condenando o episódio. “Repudiamos o ato que nossa presidente viveu hoje”, escreveu no X. Ela também criticou a “visão machista” e a normalização do comportamento invasivo contra mulheres em espaços públicos.

Fonte: DCM

Lula decide ir à reunião da Celac discutir tensão na Venezuela

Presidente vai interromper agendas da COP para se reunir com líderes da América Latina e Caribe

     Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu incluir uma parada estratégica em sua agenda internacional antes da abertura oficial da COP30, que ocorrerá em Belém. Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, o chefe do Executivo brasileiro viajará à Colômbia neste fim de semana para participar da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia, marcada para os dias 9 e 10 de novembro, na cidade de Santa Marta.

De acordo com o chanceler Mauro Vieira, que confirmou a informação na noite de terça-feira (5), Lula deve comparecer ao encontro no domingo (9) e retornar a Belém a tempo da cerimônia de abertura da conferência do clima da ONU, programada para a segunda-feira (10).

● Mudança na agenda presidencial

Lula está em Belém desde o último sábado (1) e, inicialmente, permaneceria na cidade até o fim de semana, quando embarcaria para Fernando de Noronha (PE) para o lançamento de um projeto de energia solar. Com a nova decisão, o presidente cancelou a viagem a Pernambuco e priorizou o diálogo regional na Colômbia.

Antes do embarque, ele participará da cúpula dos chefes de Estado da COP30, agendada para quinta (6) e sexta-feira (7), na capital paraense. O evento antecede a abertura oficial da conferência, que reunirá líderes globais para debater políticas climáticas e de sustentabilidade.

● Foco na crise venezuelana e tensão regional

A Colômbia, que ocupa atualmente a presidência rotativa da Celac, sediará o encontro em parceria com a União Europeia. Entre os temas principais estão a transição energética e a cooperação comercial. No entanto, Lula pretende incluir na pauta a situação da Venezuela, diante da recente escalada de tensões militares na região.

"Só tem sentido a reunião da Celac nesse momento se a gente for discutir essa questão dos navios de guerra americanos aqui nos mares da América Latina. Eu tive a oportunidade de conversar com o presidente Trump sobre esse assunto, dizendo para ele que a América Latina é uma zona de paz. Aqui não proliferou armas nucleares. No caso do Brasil, é constitucional. […] Não precisamos de guerra aqui", afirmou Lula em entrevista a correspondentes estrangeiros.

Com essa declaração, o presidente reforçou sua posição histórica em defesa da soberania latino-americana e do diálogo diplomático, em meio à crescente presença militar dos Estados Unidos próximos ao território venezuelano.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

“Falta de respeito”: imprensa estrangeira repercute constrangimento de Ancelotti em evento da CBF

Jornais da Argentina e da Itália destacaram as críticas de técnicos brasileiros e o clima tenso durante o fórum de treinadores no Rio de Janeiro

      Carlo Ancelotti (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)

Carlo Ancelotti, técnico da Seleção Brasileira, viveu uma situação desconfortável durante o 2º Fórum Brasileiro de Treinadores de Futebol, realizado nesta terça-feira (4) na sede da CBF, no Rio de Janeiro. O episódio, marcado por críticas de treinadores brasileiros à presença de estrangeiros no futebol nacional, repercutiu na imprensa internacional, especialmente na Argentina e na Itália. As informações são de Gabriel Teles, da CNN Brasil.

O jornal argentino Infobae descreveu o momento como um episódio em que “o envergonharam”, ao relatar que Emerson Leão, ex-goleiro campeão mundial em 1970, criticou abertamente a contratação de técnicos estrangeiros enquanto Ancelotti estava presente e sentado ao lado do orador. Segundo o veículo, as imagens do evento “não passaram despercebidas e geraram debate no país vizinho”.

Outro jornal argentino, o Olé, classificou o episódio como “insólito e constrangedor”, destacando que o encontro — planejado como uma homenagem aos grandes técnicos do futebol brasileiro — acabou sendo marcado pelo desconforto do comandante da Seleção.

Na Itália, o portal Fanpage chamou a situação de “uma falta de respeito” e afirmou que Ancelotti chegou a parecer “desconcertado” diante das falas sobre a presença de estrangeiros no comando do futebol brasileiro. Segundo o site, o evento, que deveria ser uma celebração, acabou se transformando em um palco de discussões sobre a identidade nacional do esporte.

Além de Leão, o técnico Oswaldo de Oliveira também se manifestou durante o fórum. Ele afirmou que, no futuro, espera ver novamente um brasileiro no comando da Seleção, “depois que Ancelotti for campeão”. Apesar da ressalva, reconheceu que, no momento, o treinador italiano é “a melhor opção disponível”.

Com 66 anos, Carlo Ancelotti soma seis jogos à frente da Seleção Brasileira, com três vitórias, um empate e duas derrotas. Contratado com o objetivo de preparar a equipe para a Copa do Mundo de 2026, o técnico vem sendo observado de perto tanto pela imprensa nacional quanto internacional — agora, não apenas pelos resultados dentro de campo, mas também pelo clima de tensão fora dele.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Lula condena "matança" no Rio e intensifica debate sobre segurança

Planalto vinha adotando linha moderada ao tratar da chacina no Rio

       Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou o tom ao comentar a megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. Em entrevista concedida a correspondentes internacionais na terça-feira (4), o petista classificou a ação como uma “matança” e cobrou uma investigação sobre o que chamou de “atuação desastrosa” do Estado, relata o jornal O Globo.

Durante visita a Belém, onde participa de atividades preparatórias para a COP30, Lula destacou que apenas a versão do governo fluminense foi divulgada até o momento. “Houve uma matança, e creio que é importante investigar em que condições ocorreu”, afirmou. O presidente acrescentou que o episódio deve ser apurado com rigor, defendendo a participação de peritos da Polícia Federal. “A decisão do juiz era uma ordem de prisão. Não tinha ordem de matança, e houve uma matança”, completou.

● Palácio do Planalto tenta conter crise

O governo federal vinha evitando comentários públicos sobre o tema, amparado por pesquisas que indicam aprovação popular às ações policiais. Até então, a estratégia do Planalto era concentrar o discurso em propostas como a PEC da Segurança e o projeto de lei antifacções, que endurece punições e bloqueia recursos financeiros de organizações criminosas.

Após a repercussão, Lula recorreu às redes sociais para reforçar que o país está empenhado em “quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas”. Ele citou ainda a importância da tramitação de medidas no Congresso para integrar as forças de segurança e fortalecer os estados e municípios. “Essas medidas completam o ciclo da segurança: investigação mais eficaz, integração institucional e base legal sólida”, escreveu.

Mesmo aliados próximos afirmam que não sabiam da mudança de postura do presidente. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, tem mantido um discurso moderado, acompanhando de perto as discussões legislativas sobre o tema.

● Oposição reage com ataques

A fala de Lula gerou forte reação de parlamentares da direita, especialmente aliados de Jair Bolsonaro (PL). O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) acusou o presidente de “desmoralizar quem combate o crime”, enquanto o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que “o presidente escolheu o lado dos bandidos”. O relator da CPI do INSS, Alfredo Gaspar (União-AL), também criticou o discurso: “Ao falar sobre a operação no Rio, que tirou de circulação bandidos, Lula chamou de ‘matança’, mas esqueceu dos policiais mortos”.

Já o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), saiu em defesa do presidente. “O que o presidente Lula fala expressa a opinião do governo. Nas mortes dos bandidos houve inocentes no meio. Isso não pode ser assim. É uma reação correta do presidente”, afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Governo e PT avaliam que população vai formar opinião crítica sobre a chacina ocorrida no Rio de Janeiro

Denúncias de abusos e mortes de inocentes vão reverter a percepção da opinião pública

Governo e PT avaliam que população vai formar opinião crítica sobre a chacina ocorrida no Rio de Janeiro (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)


A recente mudança de tom do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao classificar como “matança” a operação policial no Rio de Janeiro marca uma virada na postura do governo federal diante do episódio. A reação, segundo aliados, foi resultado de dias de debates internos sobre a melhor forma de abordar o tema, informa a coluna Painel da Folha de S.Paulo.

No núcleo do Partido dos Trabalhadores (PT) e do governo, a avaliação é de que o apoio inicial da população à operação tende a enfraquecer com o passar do tempo, à medida que surgirem mais detalhes sobre a condução das ações policiais. Integrantes da base acreditam que a opinião pública passará a demonstrar maior sensibilidade diante dos excessos e da morte de civis que não tinham envolvimento com o tráfico.

Como parte da estratégia de resposta, lideranças petistas têm buscado estabelecer um contraponto entre a atuação da polícia fluminense, sob o comando do governador Cláudio Castro (PL), e uma operação recente na Bahia, conduzida pelo governo de Jerônimo Rodrigues (PT). Nessa ação, voltada ao enfrentamento do Comando Vermelho, o saldo foi de 37 prisões e apenas uma morte. O partido apresenta esse resultado como exemplo de operação planejada e baseada em inteligência.

Nos bastidores, o Planalto avalia que a narrativa sobre o episódio carioca pode mudar a médio prazo, sobretudo se investigações apontarem irregularidades ou se a letalidade policial continuar sendo questionada por organismos de direitos humanos. Enquanto isso, o governo tenta equilibrar a defesa da segurança pública com a preservação da imagem de Lula junto aos setores mais progressistas de sua base.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna Painel da Folha de S. Paulo

Avião explode após decolagem nos EUA e deixa ao menos sete mortos

Aeronave de carga caiu pouco depois de decolar rumo ao Havaí. Autoridades temem aumento no número de vítimas

Coluna de fumaça sobre o Aeroporto Internacional Muhammad Ali de Louisville, em Louisville, Kentucky, EUA (Foto: Jeff Faughender/USA Today Network via Reuters)


Um avião cargueiro da UPS caiu na tarde de terça-feira (4) logo após decolar do Aeroporto Internacional Muhammad Ali, em Louisville, no estado norte-americano de Kentucky, provocando uma explosão que matou pelo menos sete pessoas — entre elas, os três tripulantes e quatro moradores da região. O acidente também deixou 11 feridos, que foram encaminhados para hospitais locais, segundo informações das autoridades.

De acordo com a agência Reuters, as chamas se espalharam rapidamente após o impacto, atingindo um corredor industrial próximo ao aeroporto e forçando a suspensão de todas as operações aéreas até a manhã desta quarta-feira (5). A aeronave, um modelo MD-11, seguia para Honolulu, no Havaí, em um voo de carga com duração prevista de oito horas e meia.

◎ Incêndios e resgate

As labaredas atingiram diversos edifícios industriais, incluindo um centro de reciclagem de petróleo e uma empresa de autopeças. O fogo levou horas para ser controlado, e os bombeiros estabeleceram uma zona de isolamento de cinco milhas (8 km) em torno da área, posteriormente reduzida para um raio de 1,6 km devido ao risco de contaminação do ar.

O prefeito de Louisville, Craig Greenberg, confirmou as quatro mortes em solo e lamentou o impacto da tragédia na comunidade. Já o governador de Kentucky, Andy Beshear, afirmou que o número de vítimas pode aumentar, pois alguns sobreviventes sofreram ferimentos “muito graves”.

◎ Falha em motor e investigação

O avião havia decolado por volta das 17h15 (hora local) e, de acordo com dados do site Flightradar24, atingiu apenas 175 pés de altitude antes de perder sustentação e cair. Um vídeo exibido pela emissora WLKY mostra fogo em uma das asas durante a decolagem e a explosão ao atingir o solo.

Especialistas já analisam imagens que indicam que um dos três motores pode ter se desprendido antes do impacto. O piloto e especialista em segurança aérea John Cox afirmou que a falha é incomum. “É fogo demais para um incêndio típico de motor”, disse. “Esse avião deveria conseguir voar com dois motores, então é preciso descobrir por que isso não aconteceu".

◎ Aeronave antiga e histórico da UPS

Registros da Administração Federal de Aviação (FAA) mostram que o cargueiro acidentado tinha 34 anos de uso. Fabricado pela McDonnell Douglas, o modelo MD-11 teve sua produção encerrada após a fusão com a Boeing, que informou estar oferecendo suporte técnico às investigações.

Este é o primeiro acidente grave envolvendo um avião da UPS desde 2013, quando um Airbus caiu durante o pouso em Birmingham, no Alabama, matando os dois tripulantes. A empresa, em comunicado, afirmou estar “profundamente abalada” com o ocorrido e garantiu que planos de contingência estão sendo aplicados para minimizar os atrasos nas entregas.

◎ Impacto econômico e emocional

O aeroporto de Louisville abriga o Worldport, principal centro de triagem aérea da UPS e o maior do mundo, responsável por processar cerca de 2 milhões de pacotes por dia e empregar 26 mil pessoas.

A vereadora Betsy Ruhe, que representa o distrito onde ocorreu o acidente, destacou o impacto emocional na população local. “Meu coração está com todos na UPS, porque Louisville é uma cidade da UPS”, declarou. “Todos conhecem alguém que trabalha lá, e há famílias inteiras tentando saber se seus entes queridos estão bem.”

A investigação sobre as causas do desastre será conduzida pelo National Transportation Safety Board (NTSB), que deve levar até dois anos para concluir o relatório final e emitir recomendações de segurança. Enquanto isso, equipes seguem no local em busca de destroços e evidências que possam esclarecer por que o avião não conseguiu manter voo após o incêndio.

Fonte: Brasil 247

Quase 50 postos são fechados em operação contra o PCC

Ação integrada investiga uso de empresas de fachada e fintechs em esquema bilionário que movimentava o mercado de combustíveis

Abastecimento de veículo em posto de gasolina - 18/04/2013 (Foto: Beawiharta Beawiharta/Reuters)

Quase 50 postos de combustíveis foram interditados nesta quarta-feira (5) nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins durante a Operação Carbono Oculto 86, deflagrada para desarticular um complexo esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação mobilizou forças policiais e órgãos de fiscalização para investigar a movimentação ilícita de recursos em redes de distribuição de combustíveis.

De acordo com o Valor Econômico, a operação tem como base investigações conduzidas pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), que apontam o uso de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para ocultar patrimônio e burlar o sistema tributário. A estrutura teria sido criada para dar aparência de legalidade a recursos provenientes de atividades criminosas, com ramificações interestaduais.

Segundo a SSP-PI, o esquema funcionava em sintonia com operadores financeiros já identificados na Operação Carbono Oculto, deflagrada anteriormente em São Paulo.

A operação contou com o apoio da Receita Federal, da Polícia Federal, do Ministério Público e da Polícia Militar de São Paulo, numa ação coordenada para rastrear fluxos financeiros e apreender documentos que comprovem a participação de empresários e gestores do setor de combustíveis. As autoridades afirmam que o grupo movimentava altos valores em operações simuladas de compra e venda, mascarando a origem ilícita do dinheiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico

Relatora do TSE vota por cassação de Cláudio Castro e inelegibilidade por oito anos

Julgamento no Tribunal Superior Eleitoral é suspenso após pedido de vista; decisão afeta também o vice-governador Thiago Pampolha

O governador do Rio, Cláudio Castro, fala à imprensa com os secretários de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, de Polícia Civil, Felipe Curi, e de Segurança Pública, Victor dos Santos, após a morte de três pessoas baleadas na Avenida Brasil, próximo do Complexo de Israel, onde acontecia uma operação da Polícia Militar, na Zona Norte (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A ministra Isabel Gallotti, relatora no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou pela cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e pela declaração de sua inelegibilidade por oito anos. A decisão também alcança o vice-governador Thiago Pampolha e o deputado estadual Rodrigo Bacellar. O julgamento, no entanto, foi interrompido após o ministro Antonio Carlos Ferreira pedir vista — ou seja, mais tempo para analisar o caso — e ainda não tem data para ser retomado, informa o G1.

◎ Acusações e contexto do caso

As ações movidas pelo Ministério Público Eleitoral e pela coligação que apoiou Marcelo Freixo, adversário de Castro nas eleições de 2022, apontam abuso de poder político e econômico, irregularidades em gastos de campanha e condutas proibidas a agentes públicos. Segundo as investigações, haveria uso da Fundação Ceperj e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) para fins eleitorais.

Entre as acusações estão o desvirtuamento da atuação da Ceperj com finalidades eleitoreiras, a criação de programas sociais sem previsão orçamentária e a existência de uma “folha de pagamento secreta” com cerca de 18 mil pessoas contratadas sem concurso público. Esses fatores, segundo o MP Eleitoral, configurariam o uso da máquina pública em benefício político durante a campanha de reeleição de Castro.

◎ O voto da relatora

Ao apresentar seu voto, a ministra Isabel Gallotti afirmou que as provas demonstram a gravidade das condutas praticadas. Segundo ela, os pagamentos em espécie a trabalhadores temporários e os saques frequentes em agências bancárias revelam a natureza irregular das contratações.

Gallotti considerou que houve abuso de poder político e econômico, além de infração às condutas vedadas a agentes públicos. Em seu voto, a ministra propôs:

  • Cassação do mandato e inelegibilidade por oito anos para Cláudio Castro e Rodrigo Bacellar

  • Cassação do diploma de Thiago Pampolha

  • Multa de 100 mil UFIR para Castro e Bacellar e multa mínima para Pampolha

  • Realização de novas eleições no estado do Rio de Janeiro


De acordo com Gallotti, “as condutas de Castro e Bacellar foram determinantes para a prática dos ilícitos identificados”, o que justificaria as penalidades propostas.

◎ Defesa de Castro e Pampolha

Em nota oficial, a assessoria de Cláudio Castro destacou que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) já havia absolvido o governador e seu vice no mesmo caso, e que não surgiram novos elementos que justifiquem a revisão da decisão.

“O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) já havia considerado improcedentes as acusações relativas às eleições de 2022, por ausência de provas. Além disso, não surgiu qualquer elemento novo que justifique a revisão das decisões já analisadas e confirmadas em duas instâncias”, afirmou a nota.

A defesa de Castro sustentou ainda que os fatos administrativos citados são alheios ao processo eleitoral e não teriam influência no resultado das urnas. Já os advogados de Thiago Pampolha defenderam a rejeição dos recursos, alegando fragilidade nas provas apresentadas.

◎ Próximos passos no TSE

O julgamento no TSE ainda será retomado, com o voto dos outros seis ministros da Corte. Caso a maioria acompanhe a relatora, Cláudio Castro perderá o mandato e ficará inelegível por oito anos, o que também levará à convocação de novas eleições no estado.

Se a maioria decidir pela rejeição do pedido, o processo será arquivado. Até o momento, não há previsão para a retomada do julgamento.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1