quarta-feira, 10 de setembro de 2025

"O crime organizado se prepare, porque a justiça vai derrotá-los", diz Lula



Presidente inaugurou em Manaus o CCPI Amazônia e anunciou novas medidas de combate ao crime ambiental e financeiro

9 de setembro de 2025 - Cerimônia de inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia). Manaus–AM (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta terça-feira (9), em Manaus, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia). O espaço, que recebeu investimento de R$ 36,7 milhões do Fundo Amazônia, funcionará como núcleo permanente de inteligência policial, reunindo forças brasileiras e de nove países vizinhos para enfrentar crimes como desmatamento, mineração ilegal e tráfico de drogas, armas e pessoas.

O centro integra o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (AMAS), que já destinou R$ 318,5 milhões à compra de helicópteros, viaturas, drones e lanchas blindadas. A estrutura busca fortalecer a presença do Estado em regiões de difícil acesso e criar uma rede inédita de cooperação entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e polícias estaduais.

☆ O recado de Lula ao crime organizado

Durante a cerimônia, Lula fez duras declarações contra a criminalidade. "Desde 2024, conduzimos quase 200 operações. Só no ano passado, apreendemos mais de 250 milhões de dólares em bens de acusados de praticar crime contra o meio ambiente. Inutilizamos 60 milhões de dólares em maquinários de garimpos ilegais, como dragas, tratores, retroscavadeiras e aeronaves", afirmou.

Ele destacou ainda que parte dessas ações só foi possível graças ao Fundo Amazônia. "Muitas delas não teriam sido possíveis sem o recurso do Fundo Amazônia. Isso confirma a importância da solidariedade internacional", disse.

O presidente reafirmou a meta de zerar o desmatamento até 2030 e ressaltou a responsabilidade dos países que já devastaram suas florestas: "Portanto, se eles já desmataram as florestas deles e querem preservar a Amazônia que é nossa, eles têm que custear, porque nós temos mais de 30 milhões de seres humanos querendo viver com dignidade em toda a Amazônia da América do Sul".

☆ Do garimpo ilegal à Faria Lima

Lula também lembrou a maior operação já realizada no Brasil contra o crime organizado, que atingiu diretamente o sistema financeiro. "Para combater o crime de forma efetiva, é preciso neutralizar suas lideranças e asfixiar seus mecanismos de financiamento. Há poucos dias, realizamos no Brasil a maior operação da história contra o crime organizado que finalmente alcançou o andar de cima do crime organizado. A Faria Lima, a famosa linha bancária do Brasil", declarou.

Por fim, o presidente reforçou seu compromisso com os povos da Amazônia e deixou um recado direto: "Não podemos permitir que os moradores das periferias, os povos indígenas e as comunidades ribeirinhas tenham suas vidas marcadas pela violência enquanto os endinheirados ficam impunes. Os mais vulneráveis são os que mais sofrem com a criminalidade. Estar do lado do povo amazônico requer ação firme e decisiva contra o crime. Juntos, seremos mais fortes e eficazes. Por isso, o crime organizado se prepare, porque a justiça vai derrotá-los".

Fonte: Brasil 247

Oposição pressiona por urgência na anistia após julgamento de Bolsonaro

Oposição busca votar a anistia com urgência logo após decisão do STF sobre trama golpsita. Projeto enfrenta resistências e tensões políticas

             Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Adriano Machado / Reuters)

A oposição na Câmara dos Deputados está intensificando esforços para que o requerimento de urgência para o projeto de anistia seja votado logo após a conclusão do julgamento da trama golpista - que tem Jair Bolsonaro (PL) entre os réus - no Supremo Tribunal Federal (STF). O resultado do julgamento, conforme apontado, será um fator determinante para os próximos passos da tramitação do projeto na Casa Legislativa. A estratégia bolsonarista visa acelerar o processo legislativo, permitindo que a proposta seja discutida diretamente no plenário, sem a necessidade de passar pelas comissões.

Apesar da pressa, segundo a CNN Brasil, o processo encontra resistência dentro do próprio Congresso, com a necessidade de manter um equilíbrio delicado entre os Poderes. Figuras como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Flávio Dino têm emitido declarações sobre a anistia que são vistas como importantes para direcionar o andamento das negociações no Legislativo. A proposta só avançará caso haja um diálogo intenso entre os Poderes e a construção de consensos políticos.

Recentemente, tensões políticas também surgiram, com líderes parlamentares observando que as manifestações bolsonaristas na Avenida Paulista, que mencionaram diretamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), podem ter prejudicado a tramitação do projeto. Esse ato público foi interpretado como uma tentativa de enfraquecer a autonomia do Parlamento, o que gerou reações dentro da Câmara dos Deputados.

Apesar das barreiras externas, as articulações continuam nos bastidores. Os parlamentares favoráveis ao projeto de anistia estão buscando o momento ideal para avançar com a proposta, levando em conta tanto o cenário político quanto o institucional do país.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Bolsonaro já se vê condenado e teme ser preso na Papuda

Aliados de Bolsonaro o comparam a Collor e defendem prisão domiciliar

                 Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)

No contexto das últimas movimentações judiciais, Jair Bolsonaro (PL) não se mostrou surpreso com o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que pode levá-lo à condenação, mas manifesta forte preocupação quanto ao local onde poderá cumprir uma eventual pena. Em conversa com aliados, o ex-mandatário demonstrou que já esperava o sentido dos votos favoráveis à sua condenação pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Para Bolsonaro, o desfecho do caso já é dado como certo, segundo Andréia Sadi, do g1.

Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar devido a problemas de saúde, questiona se será enviado ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, caso seja sentenciado. O ex-presidente enfrenta crises de soluço e já precisou solicitar autorização do STF para realizar exames médicos e procedimentos em hospitais. Aliados de Bolsonaro defendem que ele permaneça em prisão domiciliar mesmo após uma possível condenação. Eles comparam a situação de Bolsonaro à de Fernando Collor, ex-presidente também condenado, mas que cumpre pena em prisão domiciliar devido a problemas de saúde.

No Supremo, ministros têm observado a crescente movimentação em favor de uma possível anistia aos envolvidos no processo que inclui Bolsonaro. Muitos acreditam que existe uma aliança oportunista entre o Centrão e o bolsonarismo, que visam garantir vantagens políticas em caso de anistia. A análise no STF gira em torno de como essas movimentações podem enfraquecer o sistema judiciário, uma vez que muitos veem essas ações como uma tentativa de proteger parlamentares investigados e garantir benefícios políticos a membros do bolsonarismo.

Apesar dos debates sobre uma possível anistia, uma fonte próxima ao STF declarou que não há qualquer chance de o Supremo considerar a medida constitucional. Essa possibilidade também gerou críticas internacionais, especialmente por parte do governo dos Estados Unidos, que, segundo fontes, acredita que um perdão dessa natureza seria uma vitória para o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Casa Branca, inclusive, tem acompanhado de perto os desdobramentos do julgamento de Bolsonaro, que já gerou tensões diplomáticas entre os dois países.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Lula: 'Bolsonaro cometeu burrices e tentou dar um golpe'

Presidente frisou que Jair Bolsonaro 'não é inocente'

                O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro cometeu "burrices" ao longo do último governo e, por conta disso, o réu está sendo julgado por liderar a trama golpista, no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Estamos vendo brasileiros, um que foi candidato eleito, cometeu burrices que sabe que cometeu e está sendo julgado, mandando o filho para os EUA para pedir ao [presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump sancionar o Brasil", disse Lula em evento oficial em Manaus-AM.

O presidente esteve na capital amazonense para, no evento, lançar o "Programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais".

Lula também fez uma comparação histórica: "Quando Silvério dos Reis traiu Tiradentes, ele não foi para a França, para a Europa, ficou aqui. Eles tiveram a pachorra de mandar gente para os EUA dizer que o pai é inocente".

A fala foi em referência às articulações do deputado Eduardo Bolsonaro, filho de Jair, em prol das sanções contra o Brasil.

Lula frisou que Bolsonaro não é inocente. "Não é, tentou dar golpe, tentou matar Lula, Alckmin e Moraes", finalizou.

Fonte: Brasil 247

AGU detona Eduardo Bolsonaro após ameaça dos EUA: "Falsos patriotas são traidores da pátria"

Jorge Messias criticou aliados de Jair Bolsonaro que pedem intervenção estrangeira e reafirmou que o Brasil responderá sempre com lei e Constituição

      Jorge Messias (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, reagiu nesta terça-feira (9) à declaração da Casa Branca de que o governo Donald Trump estaria disposto a utilizar até “meios militares” para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”. A fala estadunidense foi feita em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele responde por tentativa de golpe de Estado.

Em declaração à coluna de Igor Gadelha no portal Metrópoles, Messias criticou os que atuam em articulação com Washington para pressionar a Justiça brasileira — em referência indireta ao deputado Eduardo Bolsonaro, que desde fevereiro está nos Estados Unidos buscando apoio do governo Trump contra a condenação do pai.

“O Brasil é um país pacífico, um país do diálogo, do respeito e da solidariedade. Os falsos patriotas que incitam a animosidade de nosso país com nações das quais somos historicamente aliados e gestionam por intervenções estrangeiras em nosso sistema de Justiça são verdadeiros traidores da pátria”, afirmou Messias ao Metrópoles.

Segundo ele, a democracia brasileira não se curvará a pressões externas nem a conspirações articuladas pela extrema direita. “Aos que clamam por golpe, responderemos com a lei. Aos que pedem o arbítrio, seguiremos com nossa Constituição, que nos predica a independência nacional, a igualdade entre os Estados e a defesa da paz”, declarou.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Ao vivo: STF retoma julgamento de Bolsonaro e "núcleo crucial" do golpe

Ministro Luiz Fux vota e 1ª Turma do Suprema pode formar maioria já nesta quarta

       O ministro do STF Luiz Fux - 09/09/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Nesta quarta-feira (10), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne para ouvir o voto do ministro Luiz Fux, no julgamento que envolve Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Diferentemente do que ocorreu na terça-feira (9), só haverá sessão nesta quarta pela manhã. Se o voto de Fux for breve, a ministra Cármen Lúcia também poderá já apresentar sua decisão.



Para os próximos dias, outras sessões já estão agendadas, com horários de 9h às 19h no dia 11, e 9h às 19h no dia 12 de setembro. Após o voto de Fux e de Cármen Lúcia, o ministro Cristiano Zanin será o último a se manifestar, seguindo a ordem de antiguidade no STF, uma vez que ele preside a Primeira Turma.

O julgamento será decidido por maioria de votos, com a condenação ou absolvição dos réus dependendo de três votos em uma mesma linha de pensamento. Caso haja divergências, pode haver propostas diferentes de penas e até mesmo a separação de réus em grupos distintos quanto aos crimes pelos quais são acusados. Em última instância, a pena será calculada em três fases: fixação da pena-base, avaliação de circunstâncias atenuantes ou agravantes e, por fim, verificação de eventuais causas de diminuição ou aumento da pena.

Os réus envolvidos neste processo enfrentam acusações graves, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. São eles: o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.

Os crimes pelos quais os réus são acusados incluem a tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Entre as acusações, destaca-se a tentativa de "depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído", o que configura um golpe de Estado. Além disso, a deterioração de bens protegidos por lei e o uso de violência e ameaça para destruir o patrimônio da União são elementos centrais das acusações.

Fonte: Brasil 247

Moraes e Dino destacam Bolsonaro como líder da conspiração golpista em julgamento

Ministros reforçaram a participação ativa de Bolsonaro nos ataques às instituições democráticas. Julgamento segue nesta quarta
                  Alexandre de Moraes (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou um marco histórico na política brasileira. Pela primeira vez, um ex-presidente do Brasil pode ser responsabilizado por tentativa de golpe de Estado. A votação, conduzida inicialmente pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, destacou a liderança de Bolsonaro nas ações que culminaram no ataque de 8 de janeiro de 2023 às instituições democráticas, relata o jornal O Globo. O julgamento, que se estende até sexta-feira (12), vem atraindo atenção nacional pela gravidade das acusações.

Durante a sessão de terça-feira (9), Moraes, relator do processo, e Dino votaram a favor da condenação de Bolsonaro e de outros envolvidos por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. Ambos os ministros destacaram o papel de liderança do ex-presidente nos eventos que levaram ao ataque de 8 de janeiro, onde centenas de pessoas invadiram os prédios dos Três Poderes. Em sua manifestação, Moraes afirmou que o ex-presidente "exerceu a função de líder da estrutura criminosa", destacando seu envolvimento em atos como ataques às urnas, perseguição a adversários políticos e a articulação de um plano para perpetuar seu poder à força.

Além de Bolsonaro, outros nomes do governo anterior estão sendo responsabilizados, incluindo ex-ministros como Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres e Augusto Heleno. O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o deputado federal Alexandre Ramagem também figuram entre os réus. No entanto, embora o foco do julgamento seja a liderança de Bolsonaro, Dino fez questão de reforçar a posição de destaque do general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. "De fato, ele (Bolsonaro) e o réu Braga Netto ocupam essa posição de liderança, eles tinham de fato o domínio de todos os eventos que estão nos autos", afirmou Dino.

No decorrer do julgamento, Moraes apresentou uma série de evidências documentais para reforçar as acusações, incluindo documentos que indicam a elaboração de medidas de exceção e planos de insurreição. O ministro também rebateu os argumentos dos advogados de defesa, que tentaram minimizar os atos de Bolsonaro. "Não existe previsão constitucional para a decretação de estado de sítio ou estado de defesa no caso de derrota eleitoral. Isso é uma minuta de golpe de Estado", afirmou o relator.

Para Moraes, os eventos de 8 de janeiro não foram uma "combustão espontânea", mas sim o resultado de um plano cuidadosamente articulado pela organização criminosa liderada por Bolsonaro. "Esse chamado, não do povo brasileiro, de criminosos golpistas, resultou no dia 8 de janeiro", declarou, em um momento de forte ênfase.

Dino, por sua vez, também abordou as graves ameaças que surgiram com a articulação golpista, e afirmou que o plano para assassinar autoridades foi um componente crucial da trama. "O nome do plano (para assassinar autoridades) não era Bíblia Verde e Amarela", disse o ministro, acrescentando que o Congresso Nacional, em paralelo ao julgamento, tem discutido uma possível anistia para Bolsonaro e outros réus envolvidos nos ataques de janeiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Dino sugere perdão judicial a Cid e defesa renova esperança por benefícios após delação

Ministro do STF aponta que tenente-coronel Mauro Cid pode ter direito a benefícios máximos após colaboração premiada

               Flávio Dino e Mauro Cid (Foto: Gustavo Moreno/STF I Ton Molina/STF)

O julgamento da trama golpista, que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou um novo contorno após a manifestação do ministro Flávio Dino na terça-feira (9). Durante a análise do caso, Dino sinalizou que defenderá o benefício máximo para o tenente-coronel Mauro Cid, no contexto do acordo de colaboração premiada, informa a Folha de S. Paulo. O magistrado indicou que o militar poderia ser contemplado com o perdão judicial, um benefício que até então era incerto devido a questionamentos sobre a regularidade do acordo. A defesa de Cid comemorou a manifestação de Dino, que reacendeu as esperanças de que os benefícios do militar seriam mantidos no grau máximo.



Segundo a declaração do ministro, que acabou passando despercebida por boa parte das defesas, "a mesma coisa em relação ao senhor Mauro Cid, que vou, posteriormente, aquilatar no grau máximo, quanto possível, os benefícios a ele deferidos. Porque considero que a colaboração atendeu os seus objetivos de esclarecimento dos fatos e de utilidade para a investigação e elucidação de outros elementos fáticos e humanos dessa cadeia criminosa". A fala foi interpretada como uma forte indicação de que a colaboração de Cid foi considerada válida e essencial para os desdobramentos da investigação.

A fala de Flávio Dino, que abordava o impacto das ações de Cid, também chamou a atenção dos advogados envolvidos no caso. Cezar Bitencourt, defensor do tenente-coronel, demonstrou otimismo diante do cenário. "O acordo será mantido, isso está claro e cristalino. A participação do Cid foi fundamental para a investigação. Ele tem direito", afirmou Bitencourt. O advogado ainda acrescentou que a defesa aguarda os votos dos outros ministros, mas que o cenário atual é positivo para a manutenção dos benefícios previstos.

A expectativa gerada pela declaração de Dino também repercutiu entre os colegas de Cid na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Cadetes formados na turma de 2000 enviaram mensagens comemorando a possibilidade de o militar escapar de uma pena severa. Desde que assinou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em 28 de agosto de 2023, Mauro Cid tem buscado benefícios, com o desejo explícito de obter "perdão judicial ou pena privativa de liberdade não superior a dois anos".

A Procuradoria-Geral da República (PGR), por outro lado, questionou a extensão dos benefícios para Cid, alegando que o militar teria omitido informações e se contradito em diversos depoimentos. O procurador-geral, Paulo Gonet, defendeu a diminuição dos benefícios a um patamar inferior, sugerindo uma redução de apenas um terço da pena. "Afasta-se, por conseguinte, a concessão do perdão judicial, da conversão automática da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos e da redução máxima de dois terços", afirmou Gonet.

Além disso, o julgamento envolveu discussões sobre a regularidade da delação de Cid. Na terça-feira (9), os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram contra os pedidos de nulidade do acordo de colaboração feitos pelas defesas de Jair Bolsonaro e Braga Netto. Moraes, relator do caso, afirmou que a colaboração foi "voluntária e regular", e desconsiderou as alegações de que Cid teria prestado depoimentos contraditórios. O ministro também votou pela condenação de Cid pelos cinco crimes pelos quais ele foi denunciado, incluindo o golpe de Estado e a abolição do Estado democrático de Direito.

Flávio Dino acompanhou Moraes em sua análise e reforçou a ideia de que, embora Cid tenha desempenhado papel significativo na trama golpista, ele se enquadra na "segunda prateleira" de culpabilidade, o que abre espaço para os benefícios da colaboração premiada.

Fonte: Brasil 247

STF pode formar maioria hoje para condenação de Bolsonaro e demais réus do núcleo principal da trama golpista

Expectativa é que o julgamento chegue à reta final com maioria formada pela condenação de Bolsonaro e outros réus

Primeira Turma do STF (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado avança nesta quarta-feira (10), com a expectativa de que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa formar uma maioria pela condenação.

O processo tem novo marco com o voto do ministro Luiz Fux do STF que, apesar das divergências com o ministro relator, Alexandre de Moraes, pode condenar Jair Bolsonaro e outros acusados de participar da trama golpista.

A postura de Fux é vista com atenção, especialmente por ser considerado o integrante menos alinhado com o ministro Alexandre de Moraes, que preside o julgamento, ressalta reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. Alguns especialistas acreditam que Fux deve acompanhar a condenação, mas com possíveis discordâncias em pontos específicos do processo.

● O papel de Fux no julgamento

O ministro Fux tem se tornado uma figura central para a defesa de Bolsonaro, já que foi ele quem sugeriu penas mais brandas para outros réus ligados ao caso. Em uma sessão recente, Fux expressou seu desconforto com a condução de Moraes sobre alguns pontos processuais. "O foco se volta a Luiz Fux. Ele já sinalizou incômodo com alguns pontos processuais — como a competência da Primeira Turma e a forma como certas delações foram tratadas", afirmou o criminalista Welington Arruda, em entrevista ao Estadão.

Arruda também destacou que, apesar das divergências pontuais, a tendência é que a maioria dos ministros siga a linha de condenação de Bolsonaro.De acordo com Renato Vieira, outro advogado ouvido pelo Estadão, Fux pode gerar um debate mais amplo sobre a compatibilidade de certos tipos de crime, como o golpe de Estado e a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. "É muito difícil que, ultrapassadas questões preliminares, a matéria de fundo possa ser objeto de muitas controvérsias, tamanho o nível de elucidação do voto do ministro relator", disse Vieira.

● As possíveis penas e os próximos passos

O julgamento ainda não está concluído, e as penas dos réus serão determinadas apenas após a definição da maioria pela condenação. O ministro Dino indicou que deverá sugerir penas mais duras para Bolsonaro e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, ambos com papéis chave no esquema golpista. As penas podem chegar a até 43 anos de prisão, dependendo da decisão do STF.

O cenário atual indica que o STF está próximo de formar uma maioria para condenar os réus, incluindo Bolsonaro, em relação aos crimes de organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e danos ao patrimônio público. Contudo, a expectativa é que a Corte continue a discutir os detalhes do julgamento, o que poderá alongar o debate e abrir espaço para futuras discussões recursais.

Fonte: Brasil 247

Julgamento de Bolsonaro e outros acusados da trama golpista terá voto de Fux nesta quarta-feira

Primeira Turma do STF se reúne para ouvir o voto de Luiz Fux; réus são acusados de crimes graves relacionados à tentativa de golpe de Estado

O ministro do STF Luiz Fux - 09/09/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Nesta quarta-feira (10), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) irá se reunir para ouvir o voto do ministro Luiz Fux, no julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-ministros acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A sessão está programada para começar às 9h00, e a expectativa é que Fux apresente seu posicionamento tanto sobre as preliminares quanto sobre o mérito do caso, decidindo pela condenação ou absolvição dos réus.

O julgamento, que tem atraído grande atenção, deve continuar apenas pela manhã. Se o voto de Fux for breve, a ministra Cármen Lúcia poderá apresentar sua decisão no mesmo dia. Para os próximos dias, outras sessões já estão agendadas, com horários de 9h às 12h no dia 10, 9h às 19h no dia 11, e 9h às 19h no dia 12 de setembro. Após o voto de Fux e de Cármen Lúcia, o ministro Cristiano Zanin será o último a se manifestar, seguindo a ordem de antiguidade no STF, uma vez que ele preside a Primeira Turma.

O julgamento será decidido por maioria de votos, com a condenação ou absolvição dos réus dependendo de três votos em uma mesma linha de pensamento. Caso haja divergências, pode haver propostas diferentes de penas e até mesmo a separação de réus em grupos distintos quanto aos crimes pelos quais são acusados. Em última instância, a pena será calculada em três fases: fixação da pena-base, avaliação de circunstâncias atenuantes ou agravantes e, por fim, verificação de eventuais causas de diminuição ou aumento da pena.

Os réus envolvidos neste processo enfrentam acusações graves, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. São eles: o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.

Os crimes pelos quais os réus são acusados incluem a tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Entre as acusações, destaca-se a tentativa de "depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído", o que configura um golpe de Estado. Além disso, a deterioração de bens protegidos por lei e o uso de violência e ameaça para destruir o patrimônio da União são elementos centrais das acusações.

Fonte: Brasil 247

terça-feira, 9 de setembro de 2025

PF faz operação contra stalker que assedia Soraya Thronicke e deputada com fotos íntimas


A senadora Soraya Thornicke (Podemos-MS) polícia federal e a deputada federal Silvye Alves (União Brasil-GO), vítimas de perseguição virtual. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (9) a Operação Assédio para apurar crimes de perseguição e violência política de gênero contra a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e a deputada federal Silvye Alves (União-GO). O investigado, que não teve o nome revelado, também teria feito outras mulheres como vítimas. A ação cumpriu mandado de busca e apreensão em Duque de Caxias (RJ). Com informações do Metrópoles.

Segundo a PF, o suspeito enviava mensagens e fotos de cunho sexual às parlamentares. Entre as medidas cautelares impostas pela Justiça estão a proibição de acessar a internet, de manter contato com as vítimas e de deixar a região metropolitana do Rio sem autorização. O caso foi inicialmente identificado pela Polícia Legislativa e repassado à Polícia Federal.

Após a operação, Silvye Alves afirmou sentir “alívio parcial”, destacando que o assédio sexual e moral impacta a vida emocional e o ambiente de trabalho. A deputada defendeu que a prisão do investigado serviria como exemplo e alertou que a banalização desse tipo de crime pode levar a delitos mais graves.

Soraya Thronicke, por meio de sua assessoria, declarou confiar nas investigações da Polícia Federal. A senadora relatou já ter recebido ameaças de morte contra si e seus familiares durante o mandato, classificando os ataques como reflexo de atitudes sexistas e criminosas contra mulheres na política.

A senadora ressaltou ainda que o combate a esses crimes não deve se restringir à atuação policial, mas também ao Legislativo. Ela defendeu a aprovação de leis mais rígidas, citando a Lei do Stalking (Lei nº 14.132/2021), de autoria da senadora Leila Barros, que aumentou as penas para perseguição.

A violência política de gênero, segundo a legislação, inclui atos que buscam excluir mulheres do espaço político, limitar seu acesso ou induzi-las a agir contra sua vontade. Ela pode se manifestar de forma física, psicológica ou institucional, por meio de ameaças, assédio, intimidação ou restrições dentro de partidos e casas legislativas.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

Homem que incendiou banheiros químicos perto do STF é preso em Brasília

Banheiros químicos ficaram completamente destruídos após incêndio. Foto: Gabriela Biló/Folhapess

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) prendeu, na manhã desta terça-feira (9), o suspeito de incendiar dezenas de banheiros químicos instalados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O episódio ocorreu a menos de dois quilômetros do Supremo Tribunal Federal (STF), onde acontecia o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. As chamas formaram uma coluna de fumaça preta visível de vários pontos da região central da capital federal.

Segundo a major Talita Oliveira Soares, o suspeito foi detido próximo ao local logo após o início do incêndio. “Ficou bem caracterizado pela dinâmica que era apenas esse homem, uma pessoa em situação de rua, que estava nas imediações onde estavam esses banheiros”, afirmou em entrevista ao G1.

O homem, de 22 anos, foi encaminhado à 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, e permaneceu em silêncio durante a abordagem. Imagens de câmeras do Ministério da Gestão e da Inovação registraram o momento em que ele se aproximava das estruturas.

O delegado de plantão, Sérgio Bautzer, esclareceu que não há relação do caso com o julgamento em curso no STF. “As investigações apontaram que o incêndio não teve motivação política. O suspeito estava em situação de vulnerabilidade e teria agido com o objetivo de recolher metais para trocar por drogas”, disse. Inicialmente, a Polícia Militar contabilizou cinco banheiros atingidos, mas a perícia confirmou que foram danificados 26.


Natural de Cabo Frio (RJ), o jovem já tem antecedentes criminais, incluindo registros por furtos, violência doméstica e porte de arma branca. Durante o interrogatório, ele negou o crime, mas acabou autuado por incêndio. A pena prevista varia entre três e seis anos de prisão. O delegado informou que ele permanecerá preso até a audiência de custódia.

O incêndio começou por volta das 11h30 em uma área gramada em frente ao Museu Nacional. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu conter as chamas em pouco tempo. Às 12h, a PM confirmou que o fogo estava controlado e que ninguém ficou ferido. As imagens do local mostraram fileiras de banheiros químicos completamente destruídos, com a estrutura derretida e o entorno coberto por fuligem.

De acordo com a Polícia Militar, após atear fogo nos banheiros, o suspeito chegou a se deslocar até a Rodoviária do Plano Piloto, mas retornou em seguida ao local do crime, o que facilitou a sua detenção. Testemunhas relataram que ele circulava pelas imediações da Esplanada nos dias anteriores. O jovem vivia no Centro Pop da 903 Sul, unidade de apoio a pessoas em situação de rua.

Fonte: DCM com informações do G1

Flávio ataca Moraes após voto para condenar seu pai: “Líder do PT no STF”


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao lado de aliados durante coletiva de imprensa na tarde desta terça (9). Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o voto para condenar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus da trama golpista. Em coletiva convocada no intervalo da sessão desta terça (9), o parlamentar afirmou que o magistrado fala com “raiva” e “ódio”.

“Estava aguardando aqui o fim do primeiro ato da farsa que estava sendo feita pelo ministro Alexandre de Moraes. Dá uma tristeza no coração ver como uma pessoa pronuncia um voto político”, disse o senador ao lado de aliados.

A coletiva contou com a presença de parlamentares bolsonaristas, entre deputados federais e senadores. Flávio acusou Moraes de apresentar argumentos sem “embasamento jurídico” e sem ligação com provas, tentando deslegitimar o voto do ministro, que ocupou a primeira parte da sessão desta terça.

“Fala com tanta raiva, fala com tanto ódio. Parecia o líder do governo do PT no Supremo proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem vinculação com absolutamente nenhuma prova, como quem está ali praticando uma vingança porque, na cabeça dele, parece que Jair Bolsonaro queria matá-lo. É uma das acusações”, acrescentou.

Bolsonaro e Moraes se cumprimentam em cerimônia no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em 2022. Foto: Gabriela Biló/Folhapress

No voto, Moraes apontou Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que usou a máquina pública para tentar se manter no poder. Segundo o ministro, o ex-presidente se valeu da estrutura do Estado brasileiro para executar um “projeto autoritário de poder”.

“Não há nenhuma dúvida, em todas essas condenações e mais de 500 acordos de não persecução penal, de que houve tentativa de abolição ao Estado Democrático de Direito, de que houve tentativa de golpe, de que houve organização criminosa”, disse o magistrado.

Mais cedo, Flávio já havia mobilizado a Comissão de Segurança Pública do Senado, da qual é presidente, para debater denúncias de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes.

Fonte: DCM

'Será que alguém acha que um cartão de crédito ou o Mickey vão mudar um julgamento do Supremo?', ironiza Dino em recado aos EUA

Ministro do STF votou pela condenação dos oito réus do núcleo 1 da trama golpista

Brasília (DF) 09/09/2025 - O ministro Flávio Dino durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que retoma o julgamento dos réus do núcleo 1 da trama golpista (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta terça-feira (9) um recado irônico ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que inclui Jair Bolsonaro e mais sete aliados réus, o magistrado zombou da Lei Magnitsky, aplicada pelos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, e dos símbolos nacionais do país norte-americano, como o Mickey Mouse, um personagem de desenhos animados.

"O Supremo está fazendo seu papel, aplicar a lei. Não podemos, seria indesejável, que alguém se intimidasse por ameaças ou sanções. O Supremo não vai se intimidar com tuíte. Será que as pessoas acreditam que um tuíte de uma autoridade de um governo estrangeiro vai mudar o julgamento do Supremo? Será que alguém imagina que um cartão de crédito ou o Mickey vão mudar o julgamento do Supremo? O Pateta aparece com mais frequência", disse o ministro na sessão da tarde da Primeira Turma do STF.

Dino também negou que os ministros do Supremo estejam buscando vingança ao proferir seu voto, que levou o placar a 2 a 0 pela condenação dos réus.

Fonte: Brasil 247

Em meio ao julgamento de Bolsonaro, EUA ameaçam usar "poder econômico e militar" para defender "liberdades"

"O presidente não está com medo de usar o poderio econômico e militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão no mundo", disse Karoline Leavitt

Casa Branca avalia sanções contra o Brasil durante julgamento de Jair Bolsonaro no STF e ameaça usar poder econômico e militar, diz Karoline Leavitt (Foto: Reuters/Kevin Mohatt)

A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (9) que está preparada para empregar todos os instrumentos disponíveis — inclusive o poder econômico e militar — para reagir a violações da liberdade de expressão em qualquer parte do mundo. A declaração foi feita pela secretária de Imprensa Karoline Leavitt em coletiva oficial, após ser questionada sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o UOL.

O jornalista americano Michael Shellenberger perguntou diretamente se os Estados Unidos consideravam adotar "medidas adicionais não só por censurar, mas por evitar que candidatos políticos compitam nas eleições". "Posso te dizer que esta é uma prioridade para nossa administração e que o presidente não está com medo de usar o poderio econômico e militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão no mundo", respondeu Leavitt.

☆ Pressão da administração Trump

Apesar do tom firme, a secretária disse que, no momento, não há novas medidas a anunciar. Até agora, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia imposto sanções econômicas ao Brasil e acionado a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, foram suspensos os vistos de Moraes e de outros sete ministros da Corte.

A tensão cresceu após o julgamento de Bolsonaro ser mencionado em uma carta oficial que anunciou a aplicação de tarifas de 50% contra produtos brasileiros. No documento, Trump classificou o processo como "caça às bruxas" e exigiu sua interrupção "imediatamente".

☆ Risco de novas retaliações

De acordo com a reportagem, a expectativa é de que os Estados Unidos possam agir em tempo real durante as sessões do STF. Haveria uma lista de opções em estudo, que inclui novas sanções econômicas e rodadas adicionais de cassação de vistos de autoridades brasileiras.

O governo Lula acompanha com atenção a possibilidade de escalada na crise diplomática. Para Brasília, o risco de novas medidas punitivas em meio ao julgamento representa um fator de instabilidade nas já delicadas relações bilaterais.

☆ Embaixada dos EUA ameaçou sanções contra Moraes no início do julgamento

Mais cedo, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou uma mensagem que foi interpretada como ameaça direta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), justamente no dia em que a Corte retoma o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de planejar a tentativa de golpe de Estado.

Na postagem, feita pela manhã em suas redes sociais, a representação diplomática afirmou: “Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.

☆ Departamento de Estado

Além da mensagem oficial da embaixada, o Alto Funcionário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA compartilhou texto semelhante na segunda-feira (8). A publicação reiterou o mesmo tom crítico, mencionando diretamente Moraes e acusando-o, junto a outras autoridades, de “minar liberdades fundamentais” no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Dino expressa diferença após voto de Moraes em relação a Paulo Sérgio, Heleno e Ramagem

Segundo o ministro Flávio Dino, os três aliados de Jair Bolsonaro têm uma “participação de menor importância” no plano golpista

      Flávio Dino no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino afirmou nesta terça-feira (9) apresentou seu voto de forma diferente do relator Alexandre de Moraes, ao afirmar que existe uma a “possibilidade de redução da pena abaixo do mínimo legal” no caso de três réus no inquérito da trama golpista - Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência-Abin), Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional-GSI) e Paulo Sergio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

Durante o julgamento na Corte, o ministro Flávio Dino disse que os três aliados de Jair Bolsonaro (PL) têm uma “participação de menor importância” no plano golpista.

Em seu voto, o magistrado afirmou haver “dúvida de que a culpabilidade” de Bolsonaro na trama golpista é “bastante alta”, assim como no caso de Braga Netto, do almirante Almir Garnier e do tenente-coronel Mauro Cid.

Apesar das ponderações, Dino votou pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. O julgamento na Primeira Turma da Corte tem placar de 2 a 0 pela condenação.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro está em pânico por medo de prisão na Papuda, dizem aliados

Bolsonaro teme humilhação, piora na saúde e risco de morte caso tenha que cumprir pena na Papuda se condenado por trama golpista

Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)

Jair Bolsonaro (PL) vive forte apreensão com a chance de ser encarcerado no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, aliados próximos que o visitaram relatam que Bolsonaro está em pânico diante da possibilidade de dividir espaço com presos comuns e teme tanto pela saúde quanto pela segurança pessoal. Nesta terça-feira (9), o ministro do Supremo TribunalFederal (STF) Alexandre de Moraes votou pela condenação do ex-mandatário e outros sete réus na ação penal que trata de uma tentativa de golpe de Estado.

De acordo com a reportagem, a perspectiva de cumprir pena em uma penitenciária de regime fechado, em vez de um espaço reservado, é vista pelo ex-mandatário como uma humilhação. Um de seus interlocutores afirmou que ele chegou a demonstrar medo até de morrer caso seja enviado à Papuda. Além da preocupação com o convívio com outros detentos, Bolsonaro teme não ter atendimento médico adequado caso venha a passar mal.

◈ Espaço já estaria preparado para Bolsonaro

Fontes ligadas ao sistema penitenciário revelaram que já há um espaço reservado no complexo para receber o ex-mandatário, caso ele seja condenado. A decisão final sobre o local de cumprimento da pena caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que investiga a tentativa de golpe de Estado atribuída a Bolsonaro.

Enquanto a escolha do magistrado não é conhecida, a defesa prepara um pedido para que, em caso de condenação, ele cumpra a pena em regime domiciliar. Outra possibilidade em análise é que seja mantido em cela da Polícia Federal, modelo semelhante ao adotado em 2018 com o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

◈ Divisão no STF e pressões externas

No STF, alguns ministros avaliam que uma eventual prisão de Bolsonaro na Papuda poderia fortalecê-lo politicamente, ao transformá-lo em vítima aos olhos de seus apoiadores e até de parte da oposição. Por outro lado, cresce a pressão diante da postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-mandatário, que tem buscado apoio no exterior e promovido ataques a magistrados em viagens recentes aos Estados Unidos. A atuação do deputado é vista como um entrave para negociações que poderiam resultar em tratamento mais brando para o pai.

◈ Papuda já recebeu figuras de destaque da política

O Complexo Penitenciário da Papuda, um dos maiores do país, já recebeu políticos de grande notoriedade condenados por corrupção. Entre eles, o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-senador Luiz Estevão. Com quatro presídios em funcionamento, o complexo é considerado uma prisão de segurança máxima.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo