Ministra conversou com DCM em coletiva do Barão de Itararé
DCM participou de entrevista com Gleisi Hoffmann. Foto: Reprodução/YouTube
O DCM participou de uma coletiva nesta quinta (5) com a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da presidência da República, Gleisi Hoffmann, organizada pelo Instituto Barão de Itararé. Gleisi, assim como Lula, manifestou preocupação com a reunião de políticos do PL, incluindo Bolsonaro, em um evento com apoio de big techs como Google, Meta e Capcut em Fortaleza.
Ela também falou sobre seu diálogo com a ministra Marina Silva após os ataques misóginos em torno das discussões sobre o meio ambiente de uma rodovia no Amazonas no Senado. Gleisi se declara favorável à pesquisa e exploração de petróleo na Margem Equatorial, mas afirma que o governo respeita os posicionamentos de Marina.
Confira os principais pontos das falas de Gleisi.
◉ Big techs e fake news
Não é novo o que estamos enfrentando, mas ficou escancarada a forma que essas plataformas tem lado, principalmente na eleição do Trump, como foi na posse do presidente dos Estados Unidos. Mas deixa eu falar uma coisa sobre esse seminário do PL em Fortaleza. Ele também foi oferecido ao PT pela Meta.
Eles se disporiam a fazer uma apresentação de todas as ferramentas de suas redes, como Instagram, Facebook, etc. Eu até avaliei que era importante realizar para ver o que eles estão fazendo. A gente sabe um pouco sobre as ferramentas porque nós utilizamos essas plataformas. E teve reação do nosso pessoal do PT para não fazer isso.
Não acho incomum o PL fazer um evento desses. Se o PT tivesse preparado, eles teriam feito um evento para apresentar isso. Isso não quer dizer que eles deixariam de ter posição política. Vão continuar tendo posição política, como meios de comunicação também têm.
O que nós temos que discutir é: Continuaremos a usar essas plataformas? Como faremos a briga? Mentiras da extrema direita voam com essa aproximação das big techs. Precisamos conhecer os recursos que elas têm. E nós temos que nos preparar cada vez mais sobre isso. E nós estamos nos preparando.
É óbvio que somos diferentes da extrema direita. A gente não trabalha com a mentira, a gente não trabalha com a violência, a gente não trabalha com situações em que o algoritmo eleva o número de visualizações e as curtidas.
É mais difícil trabalhar com a verdade da forma que a gente trabalha. E a gente não tem pessoas de ponta como eles têm. A forma como eles falam, muitas vezes com leviandade apresentando os assuntos. Tudo isso precisa ser medido, caso contrário a gente fica se autopunindo numa situação em que temos muito a avançar e não é tão trágica assim.
Vamos lembrar que ganhamos a eleição do presidente Lula, apesar de todas as redes sociais, de toda a mentira, de toda a fake news e de Bolsonaro estar sentado na cadeira da Presidência. Acho que quando você tem uma causa, quando você tem o que entregar ao país, você tem força política e consegue vencer.
A gente precisa cada vez mais organizar o que faremos daqui para frente. O enfrentamento que a família Bolsonaro fez ao ministro Alexandre de Moraes é inaceitável.
Melhora na economia é preponderante para as pessoas, como está o bolso das pessoas e a qualidade de vida das pessoas. Isso conta. Precisamos ter capacidade de mostrar essas mudanças.
◉ Faixa de Gaza
É óbvio que o que acontece na Faixa de Gaza não é uma guerra, é um massacre. O presidente Lula está completamente correto em falar em genocídio. E nós temos que repudiar o que aquele governo de extrema direita está fazendo. No entanto, ainda não vejo no governo uma discussão sobre romper relações com Israel, embora eu saiba de um abaixo-assinado que está circulando.
◉ Reunião com Marina Silva e Meio Ambiente
O governo não era favorável ao PL que estava em tramitação no Senado, mas perdemos na correlação de forças. E há outro PL em tramitação. Os dois estão sendo analisados. São projetos que vão precisar de muito trabalho para serem melhorados. Ninguém nega a necessidade de agilizar as licenças ambientais. O Ibama e o MMA (Ministério do Meio Ambiente) acreditam que essas medidas precisam ser tomadas. E é necessária uma estrutura para que a gente possa agilizar.
Vamos combinar aqui: Quando retomamos o governo, o Ibama estava praticamente desmontado. Tinha poucos servidores, uma estrutura deficitária e foi necessário remontá-lo, fazer concurso e uma série de medidas para ter o órgão.
Isso tudo interfere na questão dos licenciamentos. Vamos construir um acordo na Câmara dos Deputados, dialogando diretamente com os deputados, junto com o Ministério do Meio Ambiente e com os órgãos responsáveis. É importante e o governo está coeso nisso.
Sobre a questão da Margem Equatorial, podemos ter divergências. Eu manifestei opinião favorável. Obviamente temos que esperar avaliação dos órgãos ambientais, mas acho que o Brasil precisa desenvolver as suas riquezas. Estamos explorando o pré-sal e em momento nenhum tivemos qualquer problema ambiental.
Temos condições de compatibilizar o desenvolvimento com a sustentabilidade, porque não são questões antagônicas. Mas temos que encaminhar tudo isso com muita responsabilidade.
É o que o governo fará agora com a ministra Marina e com toda a equipe responsável.
Fonte: DCM