O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) o bloqueio imediato de todas as contas bancárias e bens da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), incluindo salários, verbas parlamentares e ativos financeiros.
A medida foi tomada no mesmo dia em que o ministro decretou a prisão preventiva da bolsonarista, que deixou o Brasil na terça-feira (3) após ser condenada a 10 anos e 6 meses de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A decisão de Moraes ordena que instituições financeiras congelem, em até 24 horas, todas as contas em nome de Zambelli, incluindo transferências via Pix e o uso de cartões de crédito e débito.
Além disso, o ministro determinou o bloqueio de bens físicos, como imóveis, veículos, embarcações e aeronaves, bem como ativos financeiros — ações, criptomoedas, títulos públicos e privados, e demais aplicações.
A Câmara dos Deputados também foi instruída a suspender imediatamente qualquer repasse de verba ao gabinete da parlamentar.

Em entrevista à CNN, Zambelli afirmou estar nos Estados Unidos e que pretende se estabelecer na Itália, onde possui cidadania. “Seria intocável em território italiano”, declarou, sugerindo que não teme ser extraditada. No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o STF avaliam que sua saída do país configura tentativa de escapar da Justiça brasileira.
Moraes foi incisivo em sua decisão, classificando as ações da deputada como “atabalhoadas e confusas” e afirmando que ela “pretende insistir nas condutas criminosas”. O ministro também determinou:
• – Bloqueio de passaportes;
• – Suspensão de salários e verbas parlamentares;
• –Multa diária de R$ 50 mil por postagens que “reiterem condutas criminosas”;
• – Inclusão do nome de Zambelli na lista de procurados da Interpol.
Zambelli foi condenada em maio por invasão ao CNJ em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto, incluindo a inserção de documentos falsos no sistema. A pena inclui multa de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, perda de mandato e inelegibilidade.
Além desse caso, a deputada responde a outro processo no STF por perseguir o jornalista Luan Araújo com arma em punho em outubro de 2022. Quatro ministros já votaram pela condenação (5 anos e 3 meses de prisão), mas o julgamento foi suspenso.
Com a decisão, a Polícia Federal deve solicitar à Interpol a inclusão de Zambelli na “lista vermelha” de procurados internacionalmente. A Itália, no entanto, não é obrigada a extraditá-la devido ao tratado bilateral que protege cidadãos italianos.
Fonte: DCM