domingo, 16 de novembro de 2025

Meio ambiente deve pesar nas eleições de 2026, aponta pesquisa

         Trecho da floresta amazônica em Manaus. Foto: Lalo de Almeida/Folhapress


A maioria dos brasileiros acredita que o meio ambiente terá peso decisivo nas eleições de 2026, segundo pesquisa Ipsos-Ipec encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade. O levantamento, realizado entre 8 e 14 de outubro com 2.480 entrevistados, indica que 56% consideram que o enfrentamento ao colapso climático terá grande ou muito grande influência no voto, enquanto apenas 19% acham que o tema terá peso pequeno. A pesquisa foi divulgada em meio aos debates da COP30, em Belém.

O estudo mostra ainda que 67% dos entrevistados afirmam que as propostas ambientais dos candidatos vão influenciar diretamente sua escolha nas urnas. Outros 29% dizem que não haverá impacto, e 4% não souberam responder. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A percepção reforça que política climática se tornou eixo importante do debate público, especialmente diante de eventos extremos registrados nos últimos anos.

Um dos temas mais sensíveis no campo ambiental é a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. A discussão ganhou força após a Petrobras anunciar que recebeu autorização do Ibama para iniciar testes na região, a 175 km da costa do Amapá. A liberação já havia sido negada anteriormente por técnicos, e especialistas alertam para riscos de vazamentos e impactos à biodiversidade.

O presidente Lula durante encontro com voluntários da COP30. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Durante a COP30, Lula comentou a decisão e disse que não esperaria o fim da conferência para anunciar a perfuração inicial. Segundo ele, a autorização vale apenas para testes, e uma eventual confirmação de reservas exigiria novo processo de licenciamento. O tema deve voltar com força nos debates eleitorais de 2026, dada sua relevância econômica e ambiental.

Apesar da alta consciência pública, a pesquisa aponta contradições. Embora 89% dos entrevistados vejam as mudanças climáticas como ameaça ao país, 43% afirmam não ter mudado nenhum hábito de consumo ou comportamento ambiental nos últimos 12 anos. A distância entre percepção e prática revela um desafio adicional para políticas públicas de sustentabilidade.

O levantamento também mostrou desconhecimento significativo sobre a COP30. Para 66% da população, a conferência sequer era de conhecimento prévio. A desinformação sobre a cúpula do clima convive com a expectativa crescente de que governantes apresentem propostas ambientais claras, consolidando o meio ambiente como pauta eleitoral de peso em 2026.

Fonte: DCM

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