terça-feira, 23 de setembro de 2025

Tarcísio não quer enfrentar Lula em 2026, dizem aliados

Rejeição ao governador cresce e Lula se consolida como favorito. Tarcísio já mira 2030

Lula e Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Marcelo S. Camargo/Governo do Estado de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sinalizado a interlocutores que não pretende disputar a Presidência da República em 2026, segundo o Metrópoles, que ouviu aliados próximos ao chefe do Executivo paulista. Segundo as fontes, o desgaste político recente, somado à falta de unidade da direita, levou Tarcísio a adotar um tom de desânimo sobre a possibilidade de enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo pleito.

Tarcísio se mostrou incomodado com a pressão de lideranças do Centrão que o incentivavam a assumir o posto de principal adversário de Lula. A exposição antecipada teria gerado críticas públicas, ataques de adversários e maior desgaste com a militância petista. Além disso, sua rejeição nacional atingiu 40% em setembro, segundo pesquisa Genial/Quaest, ampliando a preocupação interna.

◈ Pressão e desgaste político

Um dos aliados mais próximos de Tarcísio avaliou que ele teria entrado em uma "furada" ao aceitar articulações com dirigentes partidários como Valdemar Costa Neto (PL), Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União Brasil). Nesse processo, o governador se aproximou do discurso bolsonarista, inclusive defendendo a anistia a condenados por atos antidemocráticos e criticando duramente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O movimento não trouxe dividendos políticos. Pelo contrário, fortaleceu a percepção de que o cenário presidencial é desfavorável. “Se antes ele [Tarcísio] demonstrava alguma dúvida em ser candidato [a presidente], hoje não parece restar mais nenhuma. Ele percebeu que o cenário é muito desfavorável pra ele no momento e que o Lula se fortaleceu no último mês”, resumiu um interlocutor.

◈ Recuo estratégico em São Paulo

Com o aumento da rejeição, Tarcísio decidiu “submergir”, voltando-se às agendas estaduais e à gestão no Palácio dos Bandeirantes. O governador busca retomar foco em obras, projetos de infraestrutura e respostas a crises locais, como o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, investigado por suposta ligação com o crime organizado.

Em ato público, o governador negou pretensões presidenciais e reafirmou o desejo de disputar a reeleição. “Diria que após pagar a fatura [ao bolsonarismo] ele ficou mais tranquilo para recusar um projeto nacional”, afirmou uma fonte próxima, em referência ao ataque de Tarcísio a Moraes durante o 7 de Setembro.

◈ Desorganização da direita e críticas internas

Outro fator que pesa contra a candidatura nacional é a falta de unidade da direita. Tarcísio se queixou de que a pauta do PL da Anistia e da PEC da Blindagem expôs fragilidades da base conservadora no Congresso. Atos organizados por partidos de esquerda e movimentos sociais contra esses projetos ampliaram a pressão.

A imagem do governador também foi abalada durante o episódio do chamado “tarifaço” aplicado pelo governo dos Estados Unidos contra produtos brasileiros. Tarcísio tentou adotar uma posição conciliadora: negociava uma saída diplomática, mas evitava críticas diretas ao presidente norte-americano, Donald Trump. O gesto lhe rendeu acusações de “submissão” por parte da oposição e ataques de aliados de Jair Bolsonaro, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

◈ Olhar para 2030

Embora ainda seja visto por lideranças do Centrão como o nome mais competitivo para enfrentar Lula, Tarcísio passou a avaliar que o momento não é favorável. Além da força da máquina federal, que deve lançar medidas populares em ano eleitoral — como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e do auxílio gás —, pesa a constatação de que sua rejeição avançou rapidamente.

O governador paulista agora sinaliza que prefere se concentrar em entregar resultados em São Paulo e consolidar sua imagem local. A aposta seria se reposicionar para uma disputa presidencial em 2030, já sem Lula na corrida. Caso confirme a decisão de buscar apenas a reeleição em 2026, nomes como o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), podem ganhar protagonismo na oposição.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Motta diz que Lula chega forte para eleição de 2026

Presidente da Câmara avalia que Lula chega fortalecido em 2026, enquanto direita segue fragmentada

       Hugo Motta e Lula (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve chegar fortalecido à disputa presidencial de 2026. As declarações foram feitas durante o Macro Day, evento promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo, na segunda-feira (22).

◈ Soberania como estratégia de fortalecimento

Segundo Motta, o discurso internacional adotado por Lula aumentou sua popularidade. “Analisando de forma muito imparcial, você tem a esquerda aglutinada e unida em torno da possível reeleição do presidente Lula”, disse ele, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo. Para ele, o presidente soube reposicionar o discurso e transformar a comunicação em ativo político.

O parlamentar avaliou que a defesa da soberania nacional, em meio às sanções impostas pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras, ajudou a reforçar a imagem de Lula junto ao eleitorado.

◈ Impacto das sanções dos Estados Unidos

Entre as medidas impostas pelos EUA visando interferir no julgamento de Jair Bolsonaro - condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado - (PL) estiveram um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, a cassação de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No total, ao menos 18 pessoas foram afetadas pelas sanções.

Com o novo cenário, o governo trocou o slogan “União e Reconstrução” por “Do lado do povo brasileiro”, em uma tentativa de reafirmar seu posicionamento político. Pesquisas recentes indicaram melhora na percepção popular sobre a gestão federal.

◈ Direita sem unidade e indefinição de Bolsonaro

Sobre o campo conservador, Motta destacou a falta de organização e a indefinição em torno de Jair Bolsonaro (PL). “A direita está um pouco mais desorganizada, na minha avaliação. Porque, primeiro, não se sabe o que o presidente Bolsonaro irá fazer, quem ele vai apoiar”, afirmou.

O deputado citou os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO) como nomes possíveis no pleito, mas avaliou que a pulverização de candidaturas mostra fragilidade. “Você tem várias opções. O Brasil segue dividido”, disse.

◈ Fadiga da polarização política

Ainda de acordo com a reportagem, Motta também destacou que tanto a esquerda quanto a direita enfrentam dificuldades para dialogar com o eleitor que não se identifica com nenhum dos lados. “Vejo que tem uma fadiga dessa dicotomia. Então, vai levar esse eleitor quem tiver mais habilidade e mais condição de garantir entregas”, observou.

Questionado sobre seu próprio posicionamento em 2026, o presidente da Câmara disse que seguirá a decisão do Republicanos. “Eu sou um homem de partido. Eu sou do Republicanos, eu tenho no presidente Marcos Pereira um líder político. Eu tenho que aguardar o posicionamento do meu partido”, disse.

Segundo ele, por ocupar a presidência da Câmara, não é adequado antecipar preferências. “Se eu externo hoje a minha posição política, ela acaba atrapalhando o meu dia a partir do minuto seguinte”, concluiu.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Após denúncia da PGR, Gleisi cobra cassação de Eduardo Bolsonaro por "traição à pátria"

Ministra afirma que Conselho de Ética da Câmara já tem elementos para cassar o mandato do deputado bolsonarista

    Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), defendeu que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seja cassado após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). “Eu defendo que ele seja cassado por traição à pátria. A Comissão de Ética já tem todos os elementos necessários para isso”, disse a ministra em entrevista à CNN Brasil.

O filho de Jair Bolsonaro (PL) e o blogueiro bolsonarista Paulo Renato Figueiredo foram acusados de coação em razão de suas atuações nos Estados Unidos visando interferir no julgamento de Jair Bolsonaro (PL). O ex-mandatário foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir uma pena de 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado.

☉ Gleisi pede cassação imediata

A fala de Gleisi reforça a pressão sobre Eduardo Bolsonaro, que já enfrenta questionamentos por sua ausência prolongada no Brasil. Para a ministra, não há margem para dúvidas quanto à responsabilidade do deputado no episódio que motivou a denúncia.

☉ Denúncia da PGR contra Eduardo Bolsonaro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou denúncia à Câmara dos Deputados e sugeriu que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), avalie se Eduardo tem condições de continuar como líder da minoria. A recomendação foi feita a partir de pedido da bancada de oposição.

☉ Conselho de Ética da Câmara analisa processo

O Conselho de Ética da Câmara pautou para esta terça-feira (23) a análise da abertura de processo disciplinar contra o deputado por quebra de decoro parlamentar. O caso pode resultar na cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro, que não tem registrado presença nas sessões da Câmara por estar nos Estados Unidos.

☉ Decisão de Hugo Motta e impacto político

Na véspera, Hugo Motta rejeitou a solicitação da oposição que pedia a manutenção de Eduardo Bolsonaro como líder da minoria. Segundo o presidente da Câmara, um parlamentar no exterior não pode exercer funções de liderança.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Comitiva de Macron é parada pela polícia em Nova York (vídeo)

Comboio do presidente francês foi bloqueado devido à passagem da comitiva de Trump

         Emmanuel Macron conversa com policial em Nova York (Foto: Reprodução/YouTube/APT)

O presidente francês Emmanuel Macron viveu uma cena inusitada em Nova York na noite de segunda-feira (22), segundo informações divulgadas pela imprensa internacional. Após deixar a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), localizada em Turtle Bay, em Manhattan, o comboio de Macron foi obrigado a parar pela polícia de Nova York (NYPD). O bloqueio não estava relacionado a protestos ou questões de segurança envolvendo o mandatário francês, mas sim à passagem da comitiva presidencial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O comboio de Macron seguia em direção à Embaixada da França, situada na 934 Fifth Avenue, a apenas 1,6 km da ONU. No entanto, o tráfego na região foi interrompido para dar passagem ao cortejo de Trump. A coincidência ocorreu logo após Macron anunciar, no plenário da Assembleia Geral da ONU, que a França reconhece oficialmente o Estado da Palestina — decisão que desagradou o governo de Israel.

✱ Macron brinca com situação e liga para Trump

Ao perceber que não poderia seguir viagem, Macron desceu do carro presidencial e foi informado por um policial nova-iorquino sobre a situação. "Desculpe, senhor presidente, desculpe. Tudo está bloqueado neste momento", disse o agente, explicando que o bloqueio era causado pela passagem da comitiva norte-americana.

Em tom descontraído, Macron pegou o celular e ligou para Donald Trump. “Como vai? Adivinha só, estou esperando na rua agora porque tudo está bloqueado por sua causa”, disse o francês, rindo da situação. Ele ainda brincou pedindo ao presidente norte-americano que “liberasse o caminho”. O conteúdo da resposta de Trump não foi revelado, mas o bloqueio persistiu por alguns minutos antes de ser liberado para pedestres.

Aproveitando a espera, Macron caminhou pela calçada com parte de sua comitiva e tirou fotos com transeuntes que estavam na região.

✱ Reconhecimento do Estado da Palestina

O episódio ocorreu em um dia histórico para a diplomacia internacional. Além da França, outros países europeus — como Bélgica, Luxemburgo, Malta e Andorra — oficializaram o reconhecimento do Estado da Palestina. Entre as nações que também aderiram recentemente estão Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal. Com isso, o número de países que reconhecem a Palestina chega a 156.

O anúncio francês foi feito durante uma conferência organizada em parceria com a Arábia Saudita e contou com a presença do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. A medida, porém, gerou forte reação do governo israelense, que há meses critica a posição de países europeus em favor da Palestina.

Fonte: Brasil 247

João Campos e Humberto Costa lideram em Pernambuco, diz pesquisa

João Campos lidera corrida ao governo de Pernambuco e Humberto Costa aparece com 22% na disputa pelo Senado, aponta pesquisa

     João Campos (Foto: Grupo Esfera / Divulgação)

 O instituto Real Time Big Data divulgou, nesta terça-feira (23), pesquisa de intenção de voto em Pernambuco, com dados publicados pela CNN Brasil. O levantamento indica que o prefeito do Recife, João Campos (PSB), desponta como favorito na corrida pelo governo estadual, enquanto o senador Humberto Costa (PT) lidera na disputa pelo Senado.

De acordo com a CNN Brasil, a pesquisa aponta que João Campos reúne 59% das intenções de voto no cenário principal, contra 24% da governadora Raquel Lyra (PSD). O ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) soma 5%, seguido pelo jornalista Ivan Moraes (Psol), com 3%, e o vereador recifense Eduardo Moura (Novo), também com 3%. Entre os entrevistados, 4% afirmaram que votariam em branco ou nulo, e 2% não souberam ou preferiram não responder.

✱ Cenário direto entre Campos e Lyra

Em uma simulação restrita à disputa entre Campos e Lyra, a vantagem do prefeito do Recife cresce ainda mais: 63% contra 27% da governadora. Nesse recorte, votos em branco e nulos somam 6%, enquanto 4% dos entrevistados não responderam. Os números reforçam a posição de destaque do socialista e indicam um cenário desfavorável para a atual gestora estadual.

✱ Disputa pelo Senado

O mesmo levantamento também avaliou a corrida pelo Senado. Humberto Costa aparece em primeiro lugar com 22% das intenções de voto no cenário principal, consolidando-se como favorito à reeleição. Em seguida, vem o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), com 17%, e o ex-deputado federal Anderson Ferreira (PL), com 15%. O senador Fernando Dueire (MDB) aparece com 9%, enquanto a deputada Jô Cavalcanti (PSOL) registra 4%.

Votos brancos e nulos chegaram a 17%, e outros 16% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.

✱ Outros cenários testados

A pesquisa também apresentou variações de candidatos para a disputa ao Senado. Em um dos cenários, Humberto Costa aparece com 21%, Silvio Costa Filho e Eduardo da Fonte (PP) empatam em 15%, Anderson Ferreira tem 14% e Jô Cavalcanti marca 5%. Já em outro quadro, o senador petista atinge 19%, Miguel Coelho (União) surge com 18%, seguido por Anderson Ferreira e Silvio Costa Filho, ambos com 14%.

Os dados revelam uma fragmentação entre os nomes da oposição, mas também mostram que Humberto Costa mantém vantagem em todos os cenários, reforçando sua posição de liderança.

✱ Metodologia

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 22 de setembro, ouvindo 1.200 eleitores em Pernambuco. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Brasil tem mais alunos na graduação a distância do que em cursos presenciais pela primeira vez

Mais de 95% dos alunos de cursos a distância estudam em instituições particulares

Brasil tem mais alunos na graduação a distância do que em cursos presenciais pela primeira vez (Foto: Divulgação)

Pela primeira vez na história, o Brasil tem mais estudantes matriculados em cursos de graduação a distância do que em graduações presenciais. Dados do Censo do Ensino Superior 2024, divulgados nesta segunda-feira (22) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), mostram que 5,18 milhões de universitários – o equivalente a 50,75% do total de 10,22 milhões de alunos – estão no ensino superior EAD, contra 5,04 milhões na modalidade presencial. As informações são da Folha de S.Paulo.

O levantamento revela que o crescimento do ensino remoto não se limita às novas matrículas: mais de dois terços (67%) dos ingressantes em 2024 optaram por cursos a distância, o que representa 3,34 milhões de novos alunos. Já as graduações presenciais receberam apenas 1,66 milhão de estudantes (33%). Desde 2014, as matrículas em cursos presenciais caíram 30%, enquanto o número de ingressantes no EAD disparou 360% no mesmo período.

Mais de 95% dos alunos de cursos a distância estudam em instituições particulares. Quatro estados concentram 88% das faculdades que oferecem EAD: Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. A expansão foi impulsionada especialmente por um decreto de 2018, no governo Michel Temer (MDB), que flexibilizou a criação de polos e eliminou a exigência de autorização prévia do MEC. Em 2019, um ano após a mudança, o país registrou aumento de 43% no número de novos cursos, que saltaram de 3.177 para 4.529. Em 2024, já são 11.297 cursos a distância ativos.

Apesar da liderança inédita, o avanço do EAD mostra sinais de desaceleração. Entre 2023 e 2024, o crescimento das matrículas foi de 5,6%, ritmo menor do que os 13,4% registrados no ano anterior. Especialistas apontam que a tendência reflete tanto um processo natural de estabilização quanto as medidas recentes do Ministério da Educação para regular a modalidade. Em maio, o governo federal publicou um decreto que restringe a oferta de cursos totalmente online em áreas como saúde e licenciaturas, criando a modalidade semipresencial. Ficou proibido o EAD em graduações de medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Novas sanções dos EUA devem atingir STF, Polícia Federal e PGR

Governo Trump estuda ampliar Lei Magnitsky contra magistrados e suspender visto de outras autoridades

      Primeira Turma do STF - 06/05/2025 (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prepara um novo pacote de punições contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), delegados da Polícia Federal (PF) e integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR), informa Paulo Cappelli, do Metrópoles.

Trump já sancionou o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, e agora avalia ampliar a lista de magistrados atingidos pela Lei Magnitsky. Contudo, uma nova sanção desse tipo pode levar meses até ser oficializada pela Casa Branca. Já a suspensão de vistos de entrada nos EUA para policiais federais e membros do Ministério Público Federal deve ocorrer nas próximas semanas.

◈ Alvos das novas sanções

Entre os nomes discutidos em Washington estão o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o delegado Fabio Shor, responsável por investigações contra militantes e políticos de direita. As medidas também devem atingir autoridades envolvidas em operações que derrubaram perfis em redes sociais e nas apurações que levaram à condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, já teve o visto suspenso. Apesar de possuir dupla cidadania, ele não poderá usar o passaporte português para entrar em território norte-americano.

◈ Sanções recentes

Na segunda-feira (22), o governo Trump revogou o visto de sete autoridades brasileiras, entre elas o advogado-geral da União, Jorge Messias. A iniciativa faz parte de um movimento mais amplo de pressão contra setores do Judiciário e do Ministério Público que, segundo Washington, teriam extrapolado nas investigações políticas.

Se confirmadas, as novas medidas devem ampliar a tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, afetando diretamente instituições centrais do sistema de Justiça brasileiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Juristas desmontam defesa de Eduardo Bolsonaro, acusado de coação

Especialistas criticam justificativas do deputado, denunciado pela PGR por coação em processo junto com o blogueiro Paulo Figueiredo

      Eduardo Bolsonaro - 14/08/2025 (Foto: REUTERS/Jessica Koscielniak)

Juristas consultados pelo jornal O Globo contestaram de forma contundente os argumentos do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em resposta à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e o blogueiro Paulo Figueiredo. Ambos são acusados de coação em processo judicial. Em nota publicada nas redes sociais, Eduardo afirmou que a iniciativa representa “perseguição política” e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de violar direitos humanos.

Na denúncia, a PGR sustenta que o deputado e Figueiredo articularam nos Estados Unidos estratégias para pressionar autoridades brasileiras, buscando ampliar sanções contra ministros do STF e interferir em processos de interesse de Jair Bolsonaro (PL) e do próprio Figueiredo. Em sua defesa, Eduardo, que vive atualmente nos EUA, citou a Primeira Emenda da Constituição americana, argumentando que a liberdade de petição ao governo o ampararia.

☆ Argumentos sem respaldo jurídico

Para Eduardo Bolsonaro, a denúncia seria “a criminalização do exercício de um direito constitucional em outra jurisdição”, o que configuraria, segundo ele, “repressão transnacional contra cidadãos americanos”. O deputado ainda acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de supostas violações a direitos humanos, afirmando que quem apoia essa conduta estaria sujeito a penalidades e agravaria a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos.

Especialistas, no entanto, refutam essa interpretação. Thiago Bottino, professor da FGV Direito Rio, destacou que há diferença entre reivindicar direitos e tentar intimidar magistrados:

“Os argumentos de Eduardo não se sustentam. Crimes podem ser praticados de qualquer lugar, inclusive de outros países, e isso não impede que sejam julgados no Brasil se os efeitos do crime ocorrem aqui”, afirmou.

☆ Alcance da lei penal brasileira

Na mesma linha, o advogado criminalista Rafael Paiva classificou a justificativa do parlamentar como fantasiosa:

“Não faz sentido nenhum essa alegação de Eduardo Bolsonaro. É uma fantasia que ele deve ter criado. Brasileiros que estejam residindo em outros países podem se sujeitar à aplicação da lei penal, desde que cumpridos alguns requisitos, como, por exemplo, que o crime iniciado no exterior venha a causar resultados no Brasil. É o que chamamos de extraterritorialidade da lei penal brasileira".

O advogado constitucionalista Acácio Miranda reforçou a inconsistência da defesa de Eduardo, lembrando que sua condição de parlamentar o vincula ao território brasileiro:

“É necessário que ele entenda e determine se vive no Brasil. Caso não resida aqui, precisa abrir mão do mandato".

☆ Impasse jurídico e político

A análise dos juristas indica que a tese defendida por Eduardo Bolsonaro não encontra respaldo jurídico sólido. O caso deve seguir no STF, onde a PGR sustenta que a atuação do deputado e do blogueiro buscou interferir diretamente no Judiciário brasileiro, ainda que as ações tenham ocorrido em solo estrangeiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Aprovação de Lula cresce em meio a protestos contra PEC da Blindagem e anistia

Trackings internos indicaram melhora da popularidade no dia das manifestações

      Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR )

Integrantes do governo comemoraram nesta semana os resultados dos levantamentos internos realizados durante os protestos contra a chamada PEC da Blindagem e contra a anistia. Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, os chamados trackings — pesquisas diárias que não são registradas oficialmente, mas servem como termômetro da opinião pública — mostraram que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ultrapassou a reprovação em quase três pontos percentuais no domingo (21), data das manifestações.

As manifestações ocorreram em diversas cidades brasileiras e tiveram como foco a rejeição a propostas que poderiam dificultar investigações contra políticos. Nas redes sociais, Lula compartilhou imagens dos atos e escreveu: “As manifestações de hoje demonstram que a população não quer a impunidade, nem a anistia. O Congresso Nacional deve se concentrar em medidas que tragam benefícios para o povo brasileiro".

☉ Pressão sobre o Congresso

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a mobilização popular pode reforçar a pressão sobre parlamentares para acelerar votações de pautas alinhadas ao governo. Entre elas, está a promessa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, uma das bandeiras apresentadas pelo presidente desde a campanha.

☉ Divergências nas pesquisas

O cenário captado pelos trackings difere do retratado pela pesquisa Quaest, divulgada no início da semana passada. De acordo com o instituto, a aprovação de Lula se manteve estável em 46%, enquanto a desaprovação registrou 51%. Os números, segundo a Quaest, não mostraram avanço significativo na retomada de popularidade do presidente em relação ao levantamento de agosto.

Apesar da discrepância entre as medições, a leitura interna no governo é de que o impacto imediato das manifestações fortalece a narrativa de que parte expressiva da população rejeita iniciativas legislativas que possam ser interpretadas como proteção a políticos investigados.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Embaixada dos EUA publica ameaça após novas sanções

"Que sirva de aviso a quem ameace os interesses dos EUA", publicou a representação diplomática

Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos (Foto: Embaixada dos EUA/Divulgação)

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou na segunda-feira (22) uma nota oficial após a adoção de novas sanções contra autoridades brasileiras. A medida incluiu a aplicação da Lei Magnitsky e a revogação de vistos de integrantes do Judiciário e do Executivo.

Segundo o Metrópoles, o comunicado foi compartilhado pela conta oficial da representação diplomática no X (antigo Twitter), com base em declaração do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Segundo o texto, as sanções têm caráter de advertência. “Os Estados Unidos estão sancionando uma rede-chave de apoio ao violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, incluindo sua esposa e a holding deles, o Instituto Lex. Que isto sirva de aviso a quem ameace os interesses dos EUA protegendo e respaldando atores estrangeiros como Moraes: vocês serão responsabilizados”, afirmou a embaixada.

☉ Autoridades atingidas pelas sanções

Entre os nomes que tiveram vistos revogados ou bloqueios determinados pelo governo norte-americano, está o advogado-geral da União, Jorge Messias, que classificou a decisão como injusta. A medida também alcançou Viviane Barci, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, além do instituto mantido pela família, o Lex Instituto de Estudos Jurídicos.

O pacote de sanções incluiu ainda:

  • José Levi do Amaral, ex-procurador-geral da República e ex-secretário-geral de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
  • Benedito Gonçalves, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-juiz eleitoral;
  • Airton Vieira, juiz auxiliar e assessor no STF;
  • Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral;
  • Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, assessor judicial de alto escalão e ex-auxiliar de Moraes.

☉ Justificativas e possíveis desdobramentos

Segundo nota oficial do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, as medidas se baseiam em denúncias de violações de direitos humanos e de atos considerados arbitrários atribuídos a Alexandre de Moraes. A publicação também ressaltou que novos bloqueios poderão ser anunciados futuramente, conforme já indicaram autoridades ligadas ao governo do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O episódio amplia a tensão diplomática entre Washington e Brasília, marcando mais um capítulo da política externa norte-americana voltada a sanções contra indivíduos considerados contrários a seus interesses estratégicos.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Organizações da sociedade civil brasileira vão aos EUA denunciar ilegalidades de Trump contra o Brasil


É a primeira iniciativa do gênero desde o início do novo governo norte-americano

Centrais sindicais e os movimentos populares que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizam ato em defesa da soberania e da pauta da classe trabalhadora, na Praça da República (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Representantes de 15 organizações da sociedade civil brasileira viajaram para os Estados Unidos, com o objetivo de participar de encontros bilaterais, conferências, entrevistas e briefings sobre defesa da democracia, dos direitos humanos, do meio ambiente, dos povos indígenas e das comunidades locais do Brasil no contexto das ameaças à soberania do país. É a primeira iniciativa do gênero desde o início do novo governo norte-americano, do presidente Donald Trump. A agenda prevê atuação da comitiva em Nova Iorque (de 22 a 26 de setembro) e em Washington (de 29 de setembro a 1º de outubro).

Presidente do Conselho Diretivo do WBO, James N. Green afirmou que, “pela primeira comitiva de organizações da sociedade civil que vai aos EUA desde as tensões políticas e anúncio das sobretaxas impostas pelos EUA contra o Brasil no contexto do julgamento da tentativa de golpe de Estado e da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro”.

“Neste ano houve missões de representantes governamentais e de entidades empresariais nos EUA para promover mediações e construção de alianças, mas esta é a primeira mobilização da própria sociedade civil brasileira e entre as sociedades civis dos dois países desde então”, continuou Green.

“A solidez da defesa internacional da democracia brasileira passa pelas mãos da sociedade organizada. Vamos ajudar a esclarecer e levar aos atores internacionais a visão da sociedade sobre as atuais questões principais do Brasil.”

☆ Eduardo Bolsonaro

Quem mora nos EUA é o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, no começo deste ano, saiu do Brasil para fazer articulações junto ao governo Trump, com o objetivo de impor sanções ao Brasil por causa do inquérito da trama golpista contra Jair Bolsonaro.

A Procuradoria-Geral da República denunciou Eduardo por coação em processo judicial. De acordo com investigadores, o parlamentar usa a própria influência para obstruir a investigação do plano golpista.

☆ Trama golpista

As organizações se mobilizaram para destacar a importância de resistir à tentativa de interferência do governo Trump no Brasil por conta do inquérito da trama golpista contra Jair Bolsonaro (PL), aliado do presidente norte-americano.

O Supremo Tribunal Federal condenou o ex-mandatário brasileiro a 27 anos de prisão devido à tentativa de golpe. Mais sete réus foram condenados.

Antes da condenação de Bolsonaro, o governo Trump havia anunciado um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras para os EUA e suspendido vistos de ministros do STF para o território norte-americano.

☆ Mais detalhes

A iniciativa é organizada pelo WBO (Washington Brazil Office). Tem apoio da Amazon Watch, do Wola (Washington Office for Latin America), do CEPR (Center for Economic and Policy Research), da Associação Bem-Te-Vi Diversidade e do Instituto Umbuzeiro. Estão previstos encontros com organizações da sociedade civil americana – como ONGs, fundações, sindicatos, –, além de universidades, centros de estudo (think tanks), meios de comunicação, financiadores, parlamentares, líderes sociais e ativistas.

Entre os interlocutores estão a Câmara de Comércio Brasil-EUA, o Atlantic Council, a Freedom House, relatorias do Sistema Interamericano de Direitos Humanos da OEA, a CIDH, instâncias e assessorias políticas da Secretaria Geral da ONU, as representações diplomáticas brasileiras na ONU e na OEA, a Universidade Georgetown e a central sindical AFL-CIO, além de escritórios de parlamentares no Capitólio.

Confira a lista das organizações publicada no Washington Brazil Office:

  1.  Instituto Futuro
  2.  Libera
  3.  Rede Cerrado
  4.  Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT)
  5.  Plataforma Cipó
  6.  USNDB
  7.  Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
  8.  Instituto de Políticas Relacionais
  9.  Associação Brazil Office
  10.  Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)
  11.  Movimento dos Atingidos por Barragens
  12.  Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN)
  13.  4H5H Media
  14.  Defend Democracy in Brazil (DDB)
  15. Instituto Decodifica
Fonte: Brasil 247

Lindbergh aciona STF para exigir cumprimento imediato da cassação de Zambelli


A parlamentar foi condenada a 10 anos de prisão em regime fechado, mas, em vez de perder mandato, teve seu caso enviado ao Conselho de Ética da Câmara

Lindbergh Farias e Carla Zambelli (Foto: Divulgação / Agência Câmara)

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), ingressou nesta segunda-feira (22) com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados a cumprir, de forma imediata, a decisão definitiva que determinou a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

A parlamentar foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão em regime fechado, ao pagamento de indenização por danos morais coletivos e à perda do mandato na Ação Penal 2.428, que apurou a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em conjunto com o hacker Walter Delgatti Netto. A condenação já transitou em julgado.

◈ Câmara descumpre decisão do STF

Apesar do caráter impositivo da decisão judicial, a Mesa da Câmara optou por submeter o caso a um procedimento político, remetendo a questão ao Conselho de Ética, que instaurou a Representação nº 2/2025 e passou a realizar oitivas de testemunhas – inclusive da própria Zambelli, atualmente presa na Itália após ser incluída no alerta vermelho da Interpol.

No mandado de segurança, Lindbergh sustenta que a Câmara está usurpando competência do STF, uma vez que o artigo 55, §3º, da Constituição estabelece que, em casos de condenação criminal definitiva, a perda do mandato é ato meramente declaratório da Mesa Diretora, sem necessidade de deliberação política ou instrução probatória.

“Trata-se de uma flagrante violação à Constituição, que é cristalina ao estabelecer que a perda do mandato, em situações como a presente, é ato meramente declaratório da Mesa, não sujeito a deliberação política ou instrução probatória”, afirma a petição apresentada ao Supremo.

◈ Pedido de liminar

Lindbergh pede que o STF suspenda imediatamente a tramitação da representação no Conselho de Ética e determine que a Mesa da Câmara declare de pronto a cassação de Zambelli, conforme o acórdão da Ação Penal 2.428. O deputado argumenta que permitir a continuidade do processo interno abriria precedente para que parlamentares condenados adiassem indefinidamente a execução de decisões judiciais.

O caso está sob prevenção do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que resultou na condenação de Zambelli. A deputada foi presa na Itália em 7 de setembro e aguarda extradição para o Brasil.

Fonte: Brasil 247

Gilmar Mendes diz que sanções contra esposa de Moraes são arbitrárias

Flávio Dino também prestou solidariedade ao ministro do STF

Gilmar Mendes (Foto: Antonio Augusto/SCO/STF)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda-feira (22) que a aplicação da Lei Magnitsky contra a esposa de Alexandre de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, é uma medida arbitrária.

Pelas redes sociais, o decano do STF considerou que a medida afronta a independência da Justiça brasileira e viola a soberania do Brasil.

“Punir um magistrado e seus familiares por cumprir seu dever constitucional é um ataque direto às instituições republicanas. Reitero meu total apoio ao colega e amigo, convicto de que o Supremo Tribunal Federal seguirá forte e fiel ao seu compromisso com a Constituição”, afirmou.

Gilmar Mendes elogiou o trabalho de Alexandre de Moraes na função de relator das ações penais sobre a trama golpista.

“É preciso recordar. Nosso país esteve à beira de um golpe de Estado, com invasão e depredação de prédios públicos, acampamentos pedindo intervenção militar e até planos de assassinato contra autoridades da República. Coube ao ministro Alexandre, com coragem e firmeza, enfrentar essa ameaça e assegurar que a democracia prevalecesse”, afirmou.

☉ Solidariedade

O ministro Flávio Dino também prestou solidariedade a Moraes e sua esposa e lamentou que as relações entre Brasil e dos Estados Unidos sejam atingidas.

“Temos uma tradição de admiração às instituições jurídicas dos Estados Unidos, especialmente à sua Suprema Corte. Espero que essas mesmas instituições saibam iluminar os caminhos de tão importante nação, consoante o direito internacional, em direção ao respeito à nossa soberania e às famílias brasileiras”, afirmou Dino.

☉ Sanções

Em julho, Moraes também foi alvo de sanções dos Estados Unidos.

A Lei Magnitsky prevê o bloqueio de contas bancárias, ativos e aplicações financeiras nos Estados Unidos, e proíbe transações com empresas americanas que estão no Brasil, além do impedimento de entrada no país.

Apesar das sanções, a medida teve impacto reduzido. Moraes não tem bens nem contas em bancos sediados naquele país. O ministro também não tem o costume de viajar para os Estados Unidos.

Além de Moraes, os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso também foram alvo de sanções e tiveram os vistos de viagem suspensos pelo governo dos Estados Unidos.

Fonte: Brasil 247

Sanções dos EUA contra esposa de Moraes ampliam chance de Bolsonaro ir para a Papuda

Medida baseada na Lei Magnitsky endurece clima no STF e reduz possibilidade de prisão domiciliar para o ex-presidente

Brasília (DF) 02/09/2025 - O ministro relator Alexandre de Moraes, na sessão de STF de julgamento de Bolsonaro e de mais sete réus da trama golpista (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)


As sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e à empresa Lex Instituto de Estudos Jurídicos, reacenderam o debate sobre o futuro de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, a medida internacional baseada na Lei Magnitsky deve dificultar que a defesa de Bolsonaro consiga emplacar o pedido de prisão domiciliar, abrindo caminho para que o ex-presidente cumpra sua pena de 27 anos em um presídio comum, como a Penitenciária da Papuda, em Brasília. Aliados de Moraes relataram que “aumentou o risco de o ministro mandar Bolsonaro para a prisão comum”.

☆ Medo de cela comum

A decisão do STF já determina que Bolsonaro inicie o cumprimento da pena em regime fechado. Embora a legislação não garanta ao ex-presidente o direito a cela especial, ele vinha manifestando a pessoas próximas o temor de ser enviado para a Papuda. Nos bastidores, a expectativa era de que houvesse espaço para um arranjo alternativo, como cela especial ou prisão domiciliar, sustentado por razões médicas que a defesa planejava alegar nos embargos à sentença.

☆ Dosimetria em xeque

Outro ponto de tensão era o projeto de dosimetria das penas, sugerido pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como alternativa à anistia dos bolsonaristas. A proposta vinha sendo interpretada como um gesto de pragmatismo no STF, especialmente por ministros como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, que viam na redução das penas uma saída menos controversa do que o perdão total.

No entanto, a decisão dos Estados Unidos alterou o clima no tribunal. De acordo com interlocutores, Moraes teria reagido com forte irritação às sanções, o que repercutiu negativamente também nas negociações em curso na Câmara dos Deputados e no governo.

☆ Cenário mais duro para Bolsonaro

Com o endurecimento do ambiente, fontes próximas ao ministro afirmam que o Supremo não deve mais dar aval à dosimetria das penas. A tendência agora é de um posicionamento mais rígido quanto ao destino do ex-presidente, que vê se estreitarem as chances de um desfecho favorável à sua permanência fora de uma prisão comum.

Assim, a conjugação das sanções internacionais e da mudança de humor no STF coloca Bolsonaro diante de um horizonte mais duro: cumprir sua pena na Papuda, presídio símbolo do regime fechado no Distrito Federal.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo