quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Lula e Maduro tiveram ligação sigilosa para tratar de ações dos EUA no Caribe

Conversa sigilosa marca reaproximação após um ano de distanciamento diplomático

        Lula e Maduro tiveram ligação sigilosa para tratar de ações dos EUA no Caribe (Foto: Reuters)

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro tiveram, naa terça-feira da semana passada (2), uma conversa telefônica de cerca de 15 minutos para tratar da crescente movimentação militar dos Estados Unidos no Caribe. A informação foi revelada pela CNN Brasil e confirmada por integrantes do Palácio do Planalto.

Segundo a reportagem original, Lula buscou ouvir diretamente de Maduro sua leitura sobre os passos recentes da Casa Branca, num contexto em que as relações entre Brasil e Venezuela permaneciam tensas desde a crise política deflagrada pela contestada eleição venezuelana de 2024.

A ligação, mantida sob sigilo até então, foi descrita por auxiliares do presidente brasileiro como “bastante cordial” e um necessário “quebra-gelo” após mais de um ano sem diálogo direto. Mesmo tendo sinalizado em conversas recentes com Donald Trump — atual presidente dos Estados Unidos — a possibilidade de atuar como mediador, Lula não mencionou esse papel no telefonema.

Segundo interlocutores do Planalto, divergências acumuladas — como o bloqueio do Brasil à entrada da Venezuela no Brics e o afastamento após a denúncia de fraude eleitoral — contribuíram para o distanciamento entre os dois países, tornando indispensável esse contato preliminar antes de qualquer movimento mais profundo.

De acordo com a CNN Brasil, Maduro não apresentou informações inéditas. O líder venezuelano reafirmou publicamente o que já vem dizendo: rechaçou a acusação de comandar um cartel e classificou como “absurda” a ideia de que drogas consumidas nos Estados Unidos teriam origem na Venezuela.

Tanto no governo brasileiro quanto no Itamaraty, a avaliação é de que Washington vinha apostando em possíveis deserções militares que fragilizassem Maduro. Hoje, porém, não há sinais de fissura interna. Para Brasília, o cenário mais provável seria uma ação pontual dos Estados Unidos contra algum alvo associado ao tráfico de drogas, e não uma invasão terrestre.

Fonte: Brasil 247 com informações reveladas pela CNN Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário