domingo, 2 de novembro de 2025

"Se tiro, porrada e bomba resolvessem, o Rio seria uma maravilha”, diz ex-ministro

Carlos Minc desmonta versão de Cláudio Castro sobre operação policial no Rio

         "Se tiro, porrada e bomba resolvessem, o Rio seria uma maravilha”, diz ex-ministro (Foto: ABR)

O deputado estadual Carlos Minc (PSB) fez duras críticas ao governador Cláudio Castro durante entrevista ao programa Boa Noite 247, exibido pela TV 247. Minc afirmou que o governo fluminense perdeu o controle da segurança pública e denunciou “duas grandes mentiras” ditas pelo governador sobre a recente operação que resultou em dezenas de mortes no Rio de Janeiro.

Segundo o parlamentar, a tragédia representa “um desastre de grandes dimensões” e “mostra um descontrole total do governador”. Ele destacou a contradição entre o discurso e a prática do governo: “Eles estão no poder há três anos dizendo que segurança é o mais importante de tudo, mas não reconquistam território, não asfixiam o tráfico e não combatem a corrupção policial. Agora, temos a maior mortandade da história do Rio.”

Na entrevista, Minc lembrou ter sido o autor de uma lei aprovada há alguns anos que define uma operação policial bem-sucedida como aquela que “mata menos, morre menos e apreende mais armas e prende mais criminosos”. “Essa operação foi exatamente o contrário do que a lei diz”, criticou.

O deputado apontou duas inverdades nas declarações de Cláudio Castro. “A primeira é que ele teria pedido apoio do governo federal e que esse pedido foi negado. Isso foi amplamente desmentido. Ele mesmo teve que ligar para o Planalto e dizer que foi mal compreendido”, afirmou. “A segunda mentira é sobre a ADPF das favelas. Durante os dois anos em que a decisão esteve em vigor, houve mais de 2.100 operações. Ou seja, eles operaram, mas operaram mal.”

Minc defendeu que a retomada de territórios não pode ser feita apenas pela polícia: “A reconquista do território não é só da polícia. Tem que chegar junto a cultura, o esporte, o lazer, os estágios, o saneamento, a saúde. Senão, não tem reconquista.”

Durante a entrevista, o ex-ministro do Meio Ambiente lembrou programas sociais que coordenou quando era secretário estadual, como as Fábricas Verdes e o Ecomoda, criados para levar emprego e capacitação a comunidades como o Complexo do Alemão e a Rocinha. “Naquela época, entrávamos nas favelas com projetos sociais e ambientais. Hoje, o que se vê é só tiro, porrada e bomba”, lamentou.

Minc também denunciou o abandono de políticas públicas de prevenção e inteligência: “O governo não coloca um tostão no Disque-Denúncia há cinco anos, o programa de proteção a testemunhas está parado e a perícia do Rio é a única do Brasil que não é autônoma nem comandada por um perito.”

O parlamentar criticou ainda o clima de celebração da violência nas redes sociais. “Deputados bolsonaristas comemoram dizendo ‘62 CPFs cancelados’. É inacreditável. Eles têm orgasmos de alegria com a morte”, afirmou.

Minc concluiu dizendo que a estratégia de confronto permanente fracassou: “Se tiro, porrada e bomba resolvessem, o Rio de Janeiro seria uma maravilha. Mas o que temos é um inferno, com tráfico e milícias controlando 45% do território do município.”

As declarações de Minc escancaram a crise da segurança pública fluminense e ampliam a pressão sobre o governo Castro, já criticado por falta de planejamento e transparência nas ações policiais. Assista:

 

Fonte: Brasil 247

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