domingo, 2 de novembro de 2025

PT e PL travam disputa pela presidência da CPI do crime organizado

Senadores Fabiano Contarato e Flávio Bolsonaro são os principais nomes na disputa pela chefia da comissão

Rio de Janeiro (RJ) - 29/10/2025 - Protesto contra a operação policial que deixou mais de 120 pessoas mortas no Complexo da Penha, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A disputa pela presidência da CPI do crime organizado promete acirrar os ânimos entre PT e PL no Senado.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, os dois partidos se movimentam intensamente nos bastidores e devem decidir o comando da comissão no voto, na próxima terça-feira (4), diante da falta de consenso entre as bancadas.O governo tenta convencer o senador Fabiano Contarato (PT-ES), delegado aposentado da Polícia Civil, a assumir o posto, mas ele tem demonstrado resistência. Diante disso, o líder da bancada petista, Rogério Carvalho (PT-SE), foi acionado como alternativa caso o colega mantenha a recusa.

Pelo lado bolsonarista, o nome mais cotado é o do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado e figura de destaque da chamada “bancada da bala”. A escolha do comando da CPI é vista como estratégica, já que a comissão deve analisar temas sensíveis envolvendo facções criminosas, operações policiais e o papel dos estados no combate ao crime organizado.

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), considerado um nome de consenso, deve assumir a relatoria da CPI. Ele planeja colocar em votação já na terça-feira o plano de trabalho e os primeiros requerimentos de convites, convocações e pedidos de informação.A criação da CPI ocorre logo após a chacina realizada no Rio de Janeiro sob comando do governador Cláudio Castro (PL).

A ofensiva, marcada por forte repercussão nacional e críticas de organizações de direitos humanos, acendeu o debate sobre o uso da força policial e o enfrentamento das facções.Nos bastidores do Senado, a avaliação é que a CPI pode servir de plataforma política para a direita, que tenta recuperar fôlego após uma série de reveses. Entre eles estão a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o fracasso da tentativa de aprovar uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e o fortalecimento do governo federal no controle da CPI do INSS.

Com a disputa entre PT e PL, a nova CPI deve se tornar mais um palco da polarização política que domina o Congresso, misturando interesses eleitorais, estratégias partidárias e o desafio de enfrentar a violência organizada no país.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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