Governador tenta avançar debate sobre perdão aos envolvidos no 8 de janeiro e nega pretensões eleitorais
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas 31/10/2024 REUTERS/Adriano Machado (Foto: Adriano Machado)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem ampliado sua atuação em defesa de uma anistia para todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, inclusive Jair Bolsonaro (PL). A movimentação, relatada pelo jornal O Globo, ocorre em um momento político delicado e exige do governador esforço contínuo para equilibrar apoio à família Bolsonaro e diálogo institucional com diferentes atores de Brasília.
Tarcísio conduz esse processo com discrição para evitar qualquer ruído que possa ser interpretado como tentativa de ocupar o espaço político de Bolsonaro. Pessoas próximas ao governador dizem que ele tem reiterado, em encontros reservados, que sua posição se baseia em “lealdade e gratidão”.
Nos últimos dias, Tarcísio retomou ligações para parlamentares do Republicanos, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e buscou interlocução com o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). A percepção no Congresso é que ele tenta fazer a pauta avançar, mas sem assumir protagonismo explícito.
Ao mesmo tempo, o governador reforçou sinais de solidariedade à família Bolsonaro. Conversou com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), dialogou com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e pediu autorização para visitar o ex-presidente na sede da Polícia Federal. Segundo aliados, essa aproximação buscou evitar desgastes num momento considerado sensível.
As articulações incluíram, ainda, conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Tarcísio buscou avaliar alternativas jurídicas que pudessem amenizar a situação de Bolsonaro, incluindo um eventual retorno à prisão domiciliar. Mas, após a tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica, o ambiente na Corte segue pouco receptivo.
Em declarações públicas, Tarcísio tem enfatizado que não age guiado por cálculo eleitoral. “Vou trabalhar para que a anistia seja pautada, para que possa ser aprovada. Não estou preocupado com desgaste. Eu falo com frequência com o Flávio Bolsonaro, e ele sabe que pode contar comigo”, afirmou. E completou: “[A prisão do Bolsonaro] não muda nada. Não tenho ansiedade. Pode ser janeiro, fevereiro ou março. Vai dar tempo. A gente precisa é construir o projeto vitorioso”.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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