Anistia, Lei Magnitsky e programas do governo federal também aparecem em lista de itens mais buscados pelos brasileiros
O levantamento anual do Google revelou os temas políticos que mais despertaram o interesse dos brasileiros em 2025, com forte predominância de assuntos ligados às crises institucionais do país. Pautas como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, a disputa em torno da anistia para envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e a aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos marcaram o ano digital. A lista ainda inclui tópicos de economia, decisões do Congresso e eventos internacionais.
O julgamento do ex-presidente ganhou protagonismo após a abertura da ação penal, em setembro, envolvendo Bolsonaro e outros sete acusados de participar da tentativa de golpe. A condenação a 27 anos e 3 meses de prisão e, posteriormente, a decretação da prisão definitiva, em novembro, colocaram o tema entre os mais pesquisados do país. Bolsonaro tornou-se o quarto ex-chefe de governo preso desde a redemocratização.
No mesmo período, avançou no Congresso a articulação em torno de uma anistia para condenados pelos ataques de 8 de Janeiro. Integrantes do PL pressionaram pela votação após a prisão do ex-presidente, buscando reverter decisões judiciais e incluir Bolsonaro entre os beneficiados.
Outro ponto de grande repercussão foi a aplicação da Lei Magnitsky pelo governo do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci. A medida, anunciada em julho, alegou supostas violações à liberdade de expressão. Brasil e EUA registraram picos de busca sobre o tema, com o país liderando o interesse global.
Entre os assuntos legislativos, a PEC da Blindagem ganhou espaço ao ser aprovada na Câmara, em setembro, criando foro especial e proteções inéditas para parlamentares em processos criminais e civis. A reação negativa levou o Senado a arquivar a proposta após forte mobilização social.
No campo internacional, a COP30, realizada em Belém entre 10 e 21 de novembro, movimentou as pesquisas ao final do ano. O encontro resultou em um acordo que não contemplou a proposta do presidente Lula de limitar o uso de combustíveis fósseis, mas introduziu, pela primeira vez, menção específica a afrodescendentes.
Assuntos econômicos também tiveram destaque, como o aumento do IOF anunciado em maio, posteriormente ajustado após críticas de entidades empresariais e parlamentares. O ministro Alexandre de Moraes validou grande parte do decreto presidencial, barrando apenas o trecho que alterava regras do risco sacado.
A criação da Carteira Nacional Docente, lançada pelo governo Lula em setembro, entrou no radar dos internautas por oferecer identificação e benefícios culturais a professores de todo o país.
O Brics também apareceu entre os tópicos mais buscados, especialmente após a reunião realizada em julho, no Rio de Janeiro, quando o bloco condenou ataques recentes contra o Irã, mas evitou atribuir responsabilidade direta a Tel Aviv ou ao governo Trump.
Na área de concursos públicos, o processo seletivo dos Correios mobilizou mais de 1,7 milhão de inscritos para pouco mais de 3,5 mil vagas. Outra novidade de grande impacto foi a criação do “Crédito do Trabalhador”, modelo de empréstimo consignado lançado por medida provisória que permite a contratação sem convênio entre empresas e bancos, direcionado a profissionais com carteira assinada.
Fonte: Brasil 247
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