Objetivo é conter o avanço da CPMI encabeçada pela oposição e assegurar maioria governista na apuração das denúncias
Diante do avanço das articulações da oposição para instaurar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o esquema de corrupção no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), líderes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passaram a considerar uma alternativa estratégica: a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) restrita ao Senado., segundo Bela Megale, do jornal O Globo.
A principal motivação por trás da proposta é manter maior controle sobre os trabalhos do colegiado, evitando que a oposição tenha protagonismo nas investigações. A CPMI, idealizada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e outros parlamentares oposicionistas, incluiria membros tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado, ampliando o número de participantes para 60 — metade titulares, metade suplentes. Para os líderes governistas no Senado, esse formato tornaria os trabalhos mais difusos e difíceis de administrar.
Com maioria consolidada na Casa Alta, os articuladores governistas avaliam que não terão dificuldades para reunir as assinaturas necessárias à criação da CPI exclusiva no Senado, que contaria com um número reduzido de integrantes, entre 20 e 22. Isso, segundo eles, garantiria maior eficiência e capacidade de conduzir os trabalhos com foco.
A ideia será levada ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em breve, como alternativa concreta para evitar que a oposição concentre as rédeas do processo investigativo sobre o INSS.
Antes de cogitar essa nova CPI, o Palácio do Planalto tentou barrar o avanço da CPMI, orientando sua base parlamentar a retirar assinaturas do requerimento liderado por Damares. Contudo, diante da adesão crescente e da iminente instalação da comissão mista, os governistas passaram a admitir a derrota nesse front e agora buscam meios de retomar o protagonismo na apuração por meio da criação de um novo colegiado.
A estratégia ainda está em fase inicial, mas reflete uma disputa mais ampla entre governo e oposição pelo controle das investigações sobre denúncias que envolvem fraudes e irregularidades em processos de concessão de benefícios do INSS — tema que tem forte repercussão social e eleitoral.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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