Com prazo curto para reunir votos, calendário se torna "dramático", definem aliados do presidente
Os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que a decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de marcar para 10 de dezembro a sabatina de Jorge Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) cria um cenário desfavorável ao indicado. A interpretação dentro do governo é de que o calendário reduzido dificulta a articulação política necessária para garantir votos suficientes à aprovação.
Segundo o jornal O Globo, a equipe de Lula classifica o cronograma como “dramático”, já que Messias terá pouco mais de duas semanas para dialogar com os 81 senadores antes da votação no plenário do Senado.
O advogado-geral da União iniciou nesta terça-feira (25) uma maratona de conversas no Congresso, buscando apoio para sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele conta com a articulação de aliados no próprio tribunal, como o ministro André Mendonça, e com o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA). Ainda assim, a leitura entre parlamentares governistas é que a estratégia tradicional de articulação não será suficiente.
Há expectativa de que Lula participe diretamente das negociações para tentar reverter o quadro, conforme admitiu o próprio Jaques Wagner em entrevista à GloboNews, na qual afirmou: “O presidente está fora, talvez entre para conversar com senadores. É um trabalho a ser feito. Nunca foi muito fácil eleição, muita gente foi aprovada com 46, 47, 45 votos, nunca há uma folga”.
A tensão entre o governo e Alcolumbre se intensificou após o presidente do Senado definir a data da sabatina antes mesmo de receber a mensagem formal do Planalto com a indicação — etapa inicial exigida pelo Regimento Interno da Casa. A escolha de Messias foi anunciada por Lula na quinta-feira (20), e a documentação segue em preparação pela Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
Outro ponto de atrito é que Alcolumbre não atendeu às tentativas de contato do indicado ao STF. Desde a semana passada, Jorge Messias busca uma conversa com o presidente do Senado, mas sem sucesso. Apesar disso, o AGU tem priorizado uma aproximação institucional com a direção da Casa, ao mesmo tempo em que avança no diálogo com outros parlamentares.
O distanciamento entre ambos ganhou força após Lula optar por Messias para a vaga no STF, contrariando a preferência de Alcolumbre, que defendia o nome do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A decisão do Planalto gerou incômodo e ampliou o desgaste entre governo e Congresso num momento considerado crucial para a aprovação do indicado.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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