quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Imprensa internacional destaca prisão de Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe

Veículos repercutem a decisão do STF que confirmou a pena de Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão



A repercussão internacional sobre o início do cumprimento da pena de Jair Bolsonaro (PL) ganhou destaque entre diversos veículos internacionais nesta quarta-feira (26). O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu que não há mais possibilidade de recursos, o que levou Bolsonaro e seis aliados a começarem a cumprir suas condenações relativas à tentativa de golpe de Estado.

Segundo relata reportagem do Metrópoles, o jornal francês Le Monde abriu sua cobertura com o título “Bolsonaro vai cumprir sua pena de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado”. O periódico destacou que o julgamento definitivo ocorreu menos de três meses após a condenação que apontou um projeto que chegou a prever o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A emissora France24 relembrou que, em setembro, Bolsonaro foi considerado culpado por liderar uma organização criminosa que buscava mantê-lo no poder após sua derrota eleitoral em 2022. A reportagem também descreveu as condições da cela onde ele está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília: um espaço de 12 metros quadrados equipado com frigobar, ar-condicionado e televisão.

Em Portugal, o jornal Público salientou que a decisão que selou a execução da pena foi tomada na terça-feira (25) pelo ministro Alexandre de Moraes, após a defesa esgotar todas as tentativas de recurso. O veículo lembrou ainda que Bolsonaro já estava preso de forma preventiva desde sábado (22), devido ao risco de fuga identificado após ele tentar remover a tornozeleira eletrônica usada para monitoramento.

O britânico The Guardian apontou que aliados do ex-presidente também começaram a cumprir suas sentenças, entre eles os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos.

O correspondente do jornal no Brasil, Tom Philipps, observou que a prisão é celebrada por setores progressistas que associam o governo Bolsonaro a “um período calamitoso de devastação ambiental, isolamento internacional e hostilidade às minorias”, além das centenas de milhares de mortes registradas durante a pandemia de Covid-19, marcada por sua gestão considerada “catastrófica” e de “postura anticientífica”. Por outro lado, apoiadores ouvidos pela reportagem classificaram a prisão como “uma caça às bruxas” e defenderam mobilização popular, embora, segundo o veículo, apenas pequenos grupos tenham se reunido para orações diante do complexo da Polícia Federal em Brasília.

O diário espanhol El País avaliou que “chegou o momento com o qual sonharam muitos democratas brasileiros, militantes de esquerda e familiares das vítimas da Covid”. A correspondente Naiara Galarraga Cortázar afirmou que nem as tentativas da família Bolsonaro de aprovar uma lei de anistia no Congresso, nem a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foram suficientes para reverter a condenação por tentativa de subversão da ordem constitucional.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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