segunda-feira, 13 de outubro de 2025

O plano desesperado de aliados de Bolsonaro para barrar Jorge Messias no STF

 

O presidente Lula (PT) e o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Foto: Reprodução
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já articulam um plano para barrar no Senado a eventual indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Lula (PT), conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

Mesmo sem o anúncio oficial do petista sobre quem sucederá Luís Roberto Barroso, o grupo bolsonarista se mobiliza nas redes sociais e em conversas reservadas para desgastar o nome de Messias, apontado como favorito para a vaga.

Entre os senadores da oposição, Messias é visto como um “quadro ideológico do PT” e “homem de confiança de Lula e Dilma”. A avaliação é de que ele é o nome mais alinhado politicamente ao governo e, por isso, o principal alvo do grupo.

A ofensiva deve incluir a retomada de um áudio de 2016, divulgado na época da Lava Jato, em que a então presidente Dilma Rousseff menciona Messias — chamado por ela de “Bessias” — em conversa com Lula sobre o envio de um termo de posse. A gravação foi publicada pelo então juiz parcial Sergio Moro, no auge das investigações que levaram à prisão do petista. À época, Messias era subsecretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.

Dilma Rousseff em cerimônia de posse do AGU, Jorge Messias, no Palácio do Planalto. Foto: Gabriela Biló/Folhapress

● Campanha nas redes e pressão no Senado

A estratégia da oposição é usar o episódio como munição política nas redes e durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o indicado será avaliado antes de seguir ao plenário. O plano é explorar o áudio para associar Messias à tentativa de proteger Lula.

“Os outros candidatos à vaga não têm vídeo, não têm nada. Mas o ‘Bessias’ tem esse áudio imortal”, afirmou um senador que acompanha as negociações. “Ele é o mais fácil de bater, é só colocar o áudio e dizer que tentou livrar Lula da prisão. A oposição vai pegar pesado na sabatina contra ele.”

Para ser aprovado ao STF, o indicado de Lula precisará de pelo menos 41 votos no Senado.

● Governo minimiza e vê “episódio superado”

Nos bastidores do Planalto, o plano de ataque da oposição é tratado com naturalidade. Um senador da base aliada afirmou que o episódio envolvendo Messias está “superado” e destacou que a religiosidade do advogado-geral da União pode atenuar críticas mais duras. Ele é evangélico e membro da Igreja Batista.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

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