terça-feira, 28 de outubro de 2025

Noblat manda recado para Bolsonaro: é melhor “jair” se acostumando

Ex-presidente enfrenta depressão, isolamento e vê seus recursos no STF chegarem ao fim

Ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília onde cumpre prisão domiciliar - 03/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

A defesa de Jair Bolsonaro apresentou, na noite de ontem, um novo recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a condenação do ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão. Ele foi sentenciado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta da democracia, organização criminosa e danos ao patrimônio público e a bens tombados.

Segundo o jornalista Ricardo Noblat, do Metrópoles, o recurso dificilmente terá algum efeito prático. A Primeira Turma do Supremo — composta pelos ministros Flávio Dino, Cristian Zenin, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes — deve rejeitar a tentativa de reverter a condenação. O quinto membro, Luiz Fux, que votou anteriormente pela absolvição de Bolsonaro, solicitou transferência para a Segunda Turma e, mesmo que venha a votar, deve novamente ser voto vencido.

Na nova composição da Segunda Turma, Fux passará a atuar ao lado de André Mendonça e Nunes Marques, ambos indicados por Bolsonaro. A ala considerada independente continuará formada por Gilmar Mendes e José Dias Toffoli. A expectativa é de que o último recurso da defesa também seja negado, mantendo a condenação. Com isso, caberá ao ministro Alexandre de Moraes decidir o início do cumprimento da pena em regime fechado.

Enquanto aguarda o desfecho jurídico, Bolsonaro enfrenta um momento pessoal difícil. Após uma longa crise de soluços que o acompanhou por mais de 30 dias, o ex-presidente estaria agora em profunda depressão, de acordo com pessoas próximas. Segundo a coluna, ele tem chorado com frequência — tanto pela prisão iminente quanto pelo fracasso da proposta de anistia no Congresso.

Outro golpe emocional veio do exterior. Bolsonaro se sente traído pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem sempre foi admirador. Ele acreditava que o norte-americano o apoiaria publicamente e pressionaria o STF, mas viu Trump se aproximar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive em temas econômicos e diplomáticos.

Ainda segundo o Metrópoles, Trump chegou a se solidarizar com Bolsonaro por vê-lo como “perseguido político”, mas mudou de posição ao perceber que Lula viveu situação semelhante antes de retornar ao poder. Agora, os dois presidentes mantêm diálogo sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos à importação de produtos brasileiros — uma negociação sem prazo definido para terminar.

Diante do isolamento político e pessoal, Noblat conclui que é melhor Bolsonaro já ir “se acostumando” com o novo cenário. O colunista afirma que o ex-presidente passará o Natal e o Réveillon de 2025 sozinho, enquanto seus filhos seguem caminhos próprios: Flávio tentará a reeleição ao Senado pelo Rio de Janeiro, Carlos planeja disputar o Senado por Santa Catarina e Eduardo teria planos de viver na Disney.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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