O deputado divulgou vídeo com desinformações sobre um livro escrito pelo então prefeito de Belo Horizonte
O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais denunciou nesta terça-feira (9) o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e seus aliados por supostos crimes eleitorais cometidos durante a campanha municipal de 2024, em Belo Horizonte. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a denúncia, Nikolas e o deputado estadual Bruno Engler (PL) teriam cometido difamação contra o então prefeito Fuad Noman, ao divulgarem vídeos com ataques baseados em passagens do livro "Cobiça", escrito por Fuad em 2020. O MP argumenta que os acusados apresentaram “fatos sabidamente inverídicos”, com o objetivo de prejudicar a imagem do político na reta final da eleição.
O caso ganhou ainda mais gravidade após Nikolas descumprir decisão da Justiça Eleitoral que determinava a remoção do conteúdo das redes sociais, publicada um dia após a veiculação do vídeo. Segundo o MP, o deputado “passou a debochar publicamente da decisão judicial”, mantendo a publicação e postando um novo vídeo com críticas à Justiça e repetindo as mesmas alegações.
“Tal ato, praticado após ciência inequívoca da ilicitude de sua conduta, demonstra o dolo intenso e a persistência na prática delitiva, com o claro objetivo de manter a desinformação circulando na véspera da eleição”, afirma o promotor Renato Augusto de Mendonça, autor da denúncia.
Os vídeos acusavam Fuad de ser autor de um "livro pornográfico", referindo-se a uma passagem fictícia da obra que descreve um estupro coletivo de uma menina de 12 anos. O MP esclarece que, embora o trecho exista, ele está contextualizado dentro da trama e não representa nenhum tipo de apologia ou correlação com a gestão do então prefeito, como insinuado por Nikolas.
Fuad Noman se reelegeu ainda em 2024, mas faleceu em março deste ano. A denúncia pede, além da suspensão dos direitos políticos dos envolvidos, uma indenização por danos morais, a ser destinada a instituições de caridade, conforme indicação da família de Fuad.
Além de Nikolas e Engler, também foram denunciadas pela mesma conduta a deputada estadual Delegada Sheila (PL-MG) e a então candidata a vice-prefeita da chapa de Engler, Coronel Cláudia (PL), por disseminarem conteúdo semelhante.
A Justiça Eleitoral já havia determinado, no ano passado, direito de resposta à campanha de Fuad, ao concluir que os vídeos “disseminavam informações descontextualizadas e inverídicas, com o claro intuito de prejudicar a imagem do candidato à reeleição”.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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