domingo, 15 de junho de 2025

Iraque alerta para petróleo a US$ 300 com risco de fechamento do Estreito de Ormuz

Ministro das Relações Exteriores iraquiano prevê impacto devastador na economia global se conflito entre Israel e Irã se intensificar

       Estreito de Ormuz (Foto: Infográfico)

Por Redação Brasil 247 | Com informações da RT e agências internacionais – A escalada do conflito no Oriente Médio reacende o temor de um colapso no mercado energético global. O alerta mais grave veio de Bagdá: o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Fuad Hussein, afirmou que o preço do barril de petróleo pode disparar para até US$ 300, caso o Estreito de Ormuz — rota estratégica para cerca de 20% do petróleo mundial — seja fechado devido à intensificação das hostilidades entre Israel e Irã. A declaração foi feita durante conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, segundo divulgou a RT neste sábado.

“Se operações militares forem deflagradas, isso aumentará significativamente as taxas de inflação nos países europeus e dificultará as exportações de petróleo de países produtores como o Iraque”, advertiu Hussein. O ministro explicou que o bloqueio do Estreito poderia retirar aproximadamente cinco milhões de barris por dia da oferta global, apenas considerando as exportações do Golfo Pérsico e do próprio Iraque.

✱ Bombardeios israelenses agravam tensão regional

O alerta do governo iraquiano ocorre após os ataques aéreos de Israel contra alvos militares e nucleares no território iraniano, realizados na manhã de sexta-feira. O bombardeio marcou o início de uma nova fase no confronto entre os dois países, elevando o risco de um conflito de proporções regionais, com impacto direto na principal zona de produção e transporte de petróleo do planeta.

Em resposta, o comandante da Guarda Revolucionária iraniana e deputado do Parlamento, Esmail Kousari, afirmou que Teerã está “considerando seriamente” a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz ao tráfego marítimo. A declaração reacendeu os temores nos mercados internacionais e levou o preço do barril do petróleo Brent a subir 7% na sexta-feira, alcançando US$ 74,23.

✱ Projeções do mercado indicam cenário catastrófico

Enquanto o governo iraquiano projeta um cenário extremo de US$ 300 por barril, analistas do JPMorgan alertam que, num cenário grave, os preços podem subir para pelo menos US$ 130. Já outros especialistas, avaliando uma interrupção total do fluxo pelo Estreito, afirmam que o barril pode alcançar valores sem precedentes, afetando diretamente a inflação, os custos de energia e a recuperação econômica de diversos países.

Embora as instalações de exportação de petróleo do Irã ainda não tenham sido diretamente atingidas pelos bombardeios israelenses, analistas alertam que futuros ataques podem paralisar parte significativa da produção da região. A expectativa de uma retaliação iraniana é elevada, e um dos caminhos mais prováveis seria exatamente a interrupção do tráfego petroleiro no Golfo Pérsico, por onde transita cerca de 1/5 do petróleo mundial.

✱ Rússia aponta consequências geopolíticas

Em Moscou, o presidente da Comissão de Política de Informação do Conselho da Federação, Aleksey Pushkov, também se manifestou. Para ele, o conflito entre Israel e Irã pode provocar um “aumento significativo dos preços do petróleo”, especialmente se Teerã bloquear o Golfo Pérsico.

O Kremlin, por sua vez, também alertou sobre as possíveis consequências de uma eventual nova rodada de sanções ocidentais contra o petróleo russo, sugerindo que ações como essa — somadas à instabilidade no Oriente Médio — podem desorganizar ainda mais os fluxos energéticos mundiais.

✱ Crise energética à vista?

Com um barril podendo ultrapassar os US$ 300, os impactos não se limitariam apenas ao preço do combustível. Uma onda inflacionária global, paralisações industriais, recessão em países dependentes de energia barata e instabilidade política são alguns dos desdobramentos previstos pelos especialistas em caso de agravamento da crise.

O alerta do Iraque não é isolado. Ele reflete a crescente preocupação das principais nações exportadoras e consumidores estratégicos, diante da possibilidade concreta de um bloqueio no Estreito de Ormuz — evento que, se confirmado, colocaria o sistema energético mundial sob pressão inédita desde os choques do petróleo dos anos 1970.

Fonte: Brasil 247

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