segunda-feira, 16 de junho de 2025

Governo Lula vê Hugo Motta “fraco” na Câmara e critica rompimento de acordos

Ministros avaliam que o presidente da Câmara não consegue liderar os deputados como seu antecessor, Arthur Lira

         Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Ministros do governo Lula (PT) afirmam estar decepcionados com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após se envolverem em negociações com ele. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, os integrantes do governo avaliam que, ao contrário de Arthur Lira (PP-AL), seu antecessor, Motta não consegue liderar os deputados e não cumpre acordos.

Um dos exemplos citados foi de uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), para discutir alternativas à alta do IOF. Após o encontro, Motta endossou as medidas apresentadas pelo governo, como a cobrança de Imposto de Renda (alíquota de 5%) sobre títulos hoje isentos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Em entrevista, o presidente da Câmara chegou a classificar a proposta como “histórica”.

No entanto, dias depois, Motta voltou atrás e passou a criticar as propostas apresentadas por Haddad, afirmando que a iniciativa geraria uma reação “muito ruim” no Congresso e entre empresários. A avaliação é de que o deputado sofreu pressões de parlamentares e empresários e voltou atrás. Segundo os ministros, isso demonstraria a “fraqueza” do líder da Câmara.

Na sexta-feira (13), Haddad elogiou Arthur Lira, destacando que o ex-presidente da Câmara cumpria sua promessa de avançar com a pauta econômica. "Na gestão do presidente Arthur Lira (PP-AL), ele disse antes da minha posse, ainda na PEC da Transição, ele falou: 'Haddad, eu não vou misturar as nossas brigas com o governo com a questão econômica. Nós vamos resolver a questão econômica num outro ambiente".

A postura de Motta também causa incômodos no Supremo Tribunal Federal (STF) após ceder à pressão de deputados e ampliar os conflitos com a Corte. O deputado teria menos apoio entre os parlamentares pela falta de manejo de emendas parlamentares. Em comparação com Motta, Lira dava maior liberdade para o destino dos recursos, o que lhe garantiria um apoio mais sólido.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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