sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Messias conversa com Moraes e reduz resistência no STF antes de sabatina no Senado


Assim como Alcolumbre, Moraes também apoiava o nome de Rodrigo Pacheco

      Alexandre de Moraes e Jorge Messias (Foto: Renato Menezes ASCOM/AGU)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou um movimento para reduzir tensões com o advogado-geral da União, Jorge Messias, após a escolha do nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. A articulação ocorre num momento decisivo, em que a indicação ainda depende da aprovação no Senado.

Segundo Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Moraes telefonou a Messias para tratar das divergências geradas pela disputa interna em torno da sucessão de Barroso. O magistrado defendia outra alternativa: o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também apoiado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que hoje lidera uma ofensiva para barrar o nome escolhido pelo presidente da República.

Embora Moraes tenha ficado isolado em sua preferência, integrantes do STF avaliam que o cenário consolidado tende a reacomodar as posições. Outros ministros — entre eles Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, André Mendonça, Dias Toffoli e Kassio Nunes Marques — manifestaram apoio à indicação, alguns de forma pública, outros nos bastidores. Em certos casos, como o de Mendonça, houve até empenho direto na busca de votos a favor de Messias.

Nos bastidores da Corte, magistrados afirmam que aguardam uma mudança de postura de Moraes, diante do “fato consumado”. A leitura predominante é a de que Lula não entregaria a Alcolumbre o poder de escolher um novo integrante do Supremo depois da derrota de Pacheco, eliminando qualquer possibilidade de reversão do quadro atual.

Assim, caso Messias seja aprovado pelo Senado e tome posse no STF, a expectativa é de que Moraes se alinhe ao restante da Corte na recepção ao novo colega. O único ministro que ainda não o cumprimentou pela indicação, seja publicamente ou em privado, é Flávio Dino — que teve atritos com o advogado-geral quando ambos integravam o governo.

A articulação no Congresso segue intensa, com Alcolumbre atuando para inviabilizar a nomeação, enquanto aliados de Messias trabalham para formar a maioria necessária na sabatina. O movimento de reaproximação entre Moraes e o indicado é visto como um sinal relevante em meio a essas disputas e pode influenciar o clima político às vésperas da decisão final do Senado.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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