A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã deste sábado (22), repercutiu imediatamente na imprensa internacional. Veículos de diversos países destacaram o simbolismo político da detenção, o momento em que ela ocorreu e os desdobramentos da crise institucional que envolve o ex-chefe do Planalto desde sua condenação por tentativa de golpe de Estado.
Nos Estados Unidos, o jornal The Washington Post enfatizou que a prisão ocorre “dias antes de ele começar a cumprir sua pena de 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe”. O periódico destacou ainda que Moraes “raramente toma decisões aos sábados, a menos que haja riscos de segurança envolvidos”, interpretando a detenção como uma ação emergencial diante do risco de fuga.
Em outro trecho, o Post escreveu: “A prisão preventiva deste sábado não significa que Bolsonaro permanecerá na sede da Polícia Federal para cumprir sua pena. A lei brasileira exige que todos os condenados iniciem suas penas na prisão”.
Na França, a rede France 24 afirmou que Bolsonaro foi condenado “por uma tentativa frustrada de golpe de Estado” e destacou que ele aguardava julgamento de recursos. Para o canal, a detenção é mais um capítulo da crise gerada após a derrota eleitoral de 2022.

Os jornais argentinos também deram destaque ao caso. O Clarín lembrou que, na véspera da prisão, a defesa do ex-presidente havia solicitado ao STF autorização para que Bolsonaro cumprisse “sua pena de 27 anos de prisão em casa por motivos de saúde”.
Em nova matéria, o diário observou que “relatos indicam que ele tentou romper sua tornozeleira eletrônica”, mencionando o registro do sistema de monitoramento. Já o La Nación apontou que Bolsonaro enfrenta sequelas da facada de 2018 e que sua defesa cita “razões humanitárias” para evitar uma unidade prisional.
O britânico The Guardian publicou uma reportagem intitulada “Ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro preso no Brasil”. O jornal destacou que Bolsonaro foi levado de sua residência para a Superintendência da Polícia Federal, a cerca de 11 quilômetros do centro de Brasília, e lembrou que apoiadores planejavam uma “vigília” convocada por Flávio Bolsonaro.


O canal catariano Al Jazeera noticiou que Bolsonaro foi preso “dias antes da sua sentença de 27 anos de prisão” e ressaltou que ele vinha cumprindo prisão domiciliar desde agosto. A emissora reforçou o caráter preventivo da nova ordem, decretada após a Polícia Federal relatar risco imediato de fuga.
Na Espanha, o jornal El País estampou em sua página principal a manchete “Polícia prende o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro após meses de prisão domiciliar”. Segundo o veículo, Bolsonaro havia sido condenado em setembro a 27 anos de prisão “por uma tentativa fracassada de golpe de Estado”, sendo agora detido em meio a novo episódio de instabilidade política.
A emissora estadunidense CBS News também noticiou a prisão, lembrando que Bolsonaro é aliado do ex-presidente estadunidense Donald Trump, que classificou seu julgamento como uma “caça às bruxas”.
A CBS também destacou que “Bolsonaro foi mencionado em uma ordem executiva de julho do governo dos EUA que aumentou em 50% as tarifas sobre diversas exportações brasileiras”, medida revogada parcialmente por Trump na sexta-feira.
O israelense The Times of Israel publicou: “Ex-presidente do Brasil Bolsonaro preso dias antes de começar a cumprir sua pena de 27 anos de prisão”.

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