quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Flávio Bolsonaro ataca Gonet em sabatina e Otto Alencar cobra "ética"

Presidente da CCJ repreendeu o senador após discussão sobre atuação do procurador-geral da República

     Paulo Gonet (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A sabatina do procurador-geral da República, Paulo Gonet, reconduzido ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve um embate entre o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA). O episódio ocorreu na manhã desta quarta-feira (12) durante a sessão que analisa a recondução de Gonet ao comando da PGR.

A tensão começou após a inquirição de Flávio Bolsonaro, que adotou um tom considerado agressivo ao criticar o procurador-geral. Em resposta, Otto Alencar fez uma intervenção em defesa da serenidade e da ética no debate parlamentar.

“Quero chamar a atenção dos senadores que o constrangimento em uma arguição é uma coisa que, na minha carreira política de 30 e tantos anos, com o meu pior adversário eu nunca fiz isso. Até porque a força não é manifestada de forma correta até na hora que existem posições extremas. A serenidade diminui muito a exaltação. O senador Jorge Seif colocou as perguntas de ordem técnica, e eu parabenizo vossa excelência, como assim deve ser. Dentro de uma casa legislativa, a palavra, do ponto de vista ético, deve ser mantida e também com a linguagem que sempre seja dentro do procedimento que o parlamento aceita e que não fere os ouvidos dos senhores senadores e senadoras”, afirmou Otto.

Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro (PL) - condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado a partir de denúncia apresentada pela PGR -, reagiu imediatamente à fala do presidente da CCJ: “se ele estivesse fazendo com o seu filho o que ele está fazendo com meu pai, o senhor ia ver que eu fui muito educado, sereno”.

Otto Alencar respondeu, reafirmando seu posicionamento e reforçando o papel do procurador-geral: “Senador Flávio, vossa excelência é um senador da República. Sei que, como filho, vossa excelência sempre terá que reagir, mas eu não reagiria dessa forma em um caso semelhante. Iria por uma linguagem dentro de um padrão ético e dentro do que uma arguição permite fazer. Quem prende não é procurador, ele denuncia”.

Fonte: Brasil 247

‘Ideal seria ter mais tempo para discutir’, diz Gleisi sobre PL Antifacção

Ministra afirma que o governo de Lula aguarda parecer do Ministério da Justiça antes de encaminhar o texto

     Gleisi Hoffmann (Foto: Brito Júnior/SRI-PR)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou nesta quarta-feira (12) que o “ideal” seria o governo dispor de mais tempo para discutir o Projeto de Lei Antifacção, atualmente em análise na Câmara dos Deputados.

Segundo informações da CNN Brasil, Gleisi destacou que ainda pretende consultar os líderes da base aliada antes de definir o encaminhamento do texto, que deve ser votado pelos deputados ainda nesta semana. “Estamos aguardando uma análise mais apurada do Ministério da Justiça sobre o relatório, o que mudou em relação ao projeto original. O ideal é que tivéssemos mais tempo para discutir o assunto, mas vou consultar os líderes na Câmara para fazermos o encaminhamento”, afirmou a ministra.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera uma avaliação detalhada da pasta da Justiça sobre o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator da proposta. Essa nova versão do texto, conhecida como Marco da Segurança Pública, foi protocolada na noite de terça-feira (11) e representa a terceira tentativa de consenso dentro da Câmara.

● Ajustes no parecer e pontos de divergência

O novo relatório de Derrite recuou em trechos que geraram forte resistência do governo, como as propostas de mudança na Lei Antiterrorismo e nas atribuições da Polícia Federal (PF). Ambas haviam sido criticadas por ampliar competências consideradas excessivas e por abrir margem para enquadrar movimentos sociais em dispositivos antiterrorismo.

Outro ponto que chamou atenção é a exclusão do auxílio-reclusão para dependentes de criminosos presos em regime aberto, fechado ou cautelar, o que altera regras aplicadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

● Endurecimento das penas

O texto em debate cria novas modalidades de crime voltadas a organizações criminosas, milícias e grupos paramilitares que:

  • usem violência ou ameaça grave para controlar territórios;

  • façam uso de armas de fogo, explosivos ou agentes biológicos;

  • restrinjam a circulação de pessoas ou serviços;

  • imponham controle social sobre atividades econômicas;

  • ataquem instituições financeiras ou prisionais;

  • ou sabotem serviços públicos essenciais, como energia, transporte e hospitais.


As penas variam de 20 a 40 anos de prisão, podendo ultrapassar 60 anos nos casos em que houver liderança da organização, financiamento das ações, violência contra vulneráveis ou recrutamento de menores.

O projeto também classifica essas infrações como crimes hediondos, o que restringe benefícios como anistia, indulto, fiança e livramento condicional. Além disso, o texto endurece as regras de progressão de pena, elevando os percentuais de cumprimento mínimo de 70% a 85%, conforme a gravidade da conduta.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Gonet defende independência da PGR em sabatina na CCJ do Senado

Durante sabatina sobre sua recondução ao cargo, o procurador-geral da República disse que o Ministério Público deve se manter técnico e isento

    Paulo Gonet - 02/09/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um novo mandato de dois anos à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmou que a instituição mantém sua independência e imparcialidade. O debate ocorreu nesta quarta-feira (12), em Brasília, como parte do processo de recondução de Gonet ao cargo.

Na sabatina, segundo o jornal O Globo, o procurador-geral negou que haja “criminalização da política” pela PGR e ressaltou que a do órgão não se submete a interesses partidários. “É certo que não foram apenas os registros do Estado Democrático de Direito que demandaram a atenção da Procuradoria-Geral da República. Houve investigações sobre atos de governos anteriores e do atual governo. O que importa, até o presente, é que não há criminalização da política em si. Sobretudo, a tinta que imprime as peças produzidas pela Procuradoria-Geral da República não tem as cores das bandeiras partidárias”, declarou.

● Questionamentos e apoio na CCJ

A sabatina ocorre em meio à expectativa de perguntas sobre as denúncias contra Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três de prisão por tramar um golpe de Estado, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além da responsabilização dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A sessão, presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), pode se prolongar durante o dia.

O relator da indicação, Omar Aziz (PSD-AM), apresentou parecer favorável à recondução, destacando a postura “técnica e apartidária” do procurador-geral. Caso a CCJ aprove o nome de Gonet, a indicação seguirá ainda hoje para o plenário do Senado, onde ele precisará do apoio da maioria absoluta para ser reconduzido até 2027.

● Compromisso com autonomia e respeito institucional

Logo no início de sua fala, Gonet reafirmou o compromisso com a autonomia do Ministério Público e o respeito aos demais Poderes. “Reafirmo o compromisso com o respeito, pela Procuradoria-Geral da República, às competências dos Poderes da República, o que se traduz em posição arredia à interferência sobre opções próprias dos Poderes integrados por agentes legitimados diretamente pelo voto popular”, afirmou o procurador-geral, de acordo com a reportagem.

Ele também destacou que mantém a mesma visão institucional de dois anos atrás, quando assumiu o cargo, e defendeu uma atuação “estritamente institucional”. Para Gonet, a PGR deve se guiar pela Constituição, cumprindo seu papel de guardiã da ordem jurídica, do regime democrático e dos direitos fundamentais.

● Crítica à busca por popularidade

O procurador-geral fez críticas ao que chamou de “busca por aplauso transitório e exposição midiática” em decisões jurídicas. “O jurídico que se desenvolve na busca do aplauso transitório e da exposição mediática não se compadece com a função que nos cabe. A legitimidade da atuação do procurador não se afere pela satisfação das maiorias ocasionais, mas pela racionalidade jurídica dos seus posicionamentos”, afirmou.

● Balanço e ações recentes da PGR

Ao concluir sua exposição inicial, Gonet apresentou um balanço de sua gestão, destacando a cooperação internacional da PGR em operações conjuntas. Ele mencionou a desarticulação de uma rede de tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro, realizada em setembro de 2025, em parceria com autoridades da Irlanda. A operação envolveu 14 países e cinco continentes.

O procurador também ressaltou o trabalho para fortalecer a articulação institucional do Ministério Público em todo o país, por meio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), e defendeu o equilíbrio entre eficiência administrativa e responsabilidade fiscal.

“Retomo o agradecimento pela atenção de Vossas Excelências e renovo o propósito de conduzir o Ministério Público, se assim concordarem, com estrito respeito ao regime constitucional e legal que o define como instituição essencial da República”, finalizou.

Fonte: Brasil 247

PF identifica mais de mil drones irregulares durante a COP30

Polícia Federal informou que 1.105 drones não autorizados foram detectados em áreas restritas da COP30, reforçando o sistema de segurança

 1.105 drones não autorizados foram identificados em Belém (Foto: Polícia Federal)


Durante os primeiros dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA), a Polícia Federal (PF) divulgou um balanço parcial das ações de segurança aérea. O levantamento aponta que 1.105 drones não autorizados foram identificados em áreas consideradas sensíveis da capital paraense, como o Aeroporto Internacional de Belém, o Parque da Cidade e o Porto Outeiro.

Entre os dias 31 de outubro e 10 de novembro, foram mitigadas 124 tentativas de sobrevoos irregulares, em uma operação coordenada pelo Centro Integrado de Controle de Aeronaves Remotamente Pilotadas e Contramedidas (CIC-ARP/CM). O centro atua sob direção da PF, em parceria com as Forças Armadas (Exército, Marinha e Força Aérea) e demais órgãos de segurança pública.

As ações fazem parte do esquema de proteção montado para garantir a segurança dos chefes de Estado, delegações internacionais e participantes da conferência. Segundo a PF, o uso não autorizado de drones em áreas restritas configura infração administrativa e pode ser enquadrado como crime, conforme a legislação penal e aeronáutica brasileira, sujeitando o operador a sanções civis, penais e administrativas.

A instituição ressaltou que a pilotagem de aeronaves remotamente pilotadas está terminantemente proibida nas áreas de interesse da COP30 e da segurança presidencial — especialmente nas proximidades do Aeroporto Internacional de Belém, do Parque da Cidade, do Porto Miramar, do Porto Outeiro e em locais onde estiver o Presidente da República.

A Polícia Federal afirmou ainda que continuará o monitoramento permanente do espaço aéreo e a aplicação de medidas de neutralização para prevenir incidentes. Os números divulgados, segundo o órgão, demonstram a eficácia do aparato tecnológico e operacional empregado na proteção do evento e na garantia da integridade dos participantes e das áreas estratégicas da COP30.

Fonte: Brasil 247

PF faz operação contra desvio de verbas no RS e apreende R$ 400 mil após enchentes

 

PF faz operação contra desvio de recursos destinados à recuperação das enchentes em Lajeado — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Agentes da PF fazem operação contra desvio de recursos destinados à recuperação das enchentes em Lajeado. Foto: Polícia Federal/Divulgação
A Polícia Federal (PF) apreendeu mais de R$ 400 mil em espécie durante uma operação deflagrada nesta terça-feira (11) contra um esquema de desvio de recursos públicos destinados à Prefeitura de Lajeado (RS) para a recuperação dos estragos das enchentes que atingiram o estado em 2024.

Ao todo, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em nove cidades gaúchas: Lajeado, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre. A PF também determinou o bloqueio de R$ 4,5 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de dez veículos.

Ex-prefeito de Lajeado é alvo da investigação

Um dos alvos da operação é Marcelo Caumo, atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul, que foi prefeito de Lajeado entre 2017 e 2024. A PF investiga contratos firmados durante sua gestão, suspeitos de crime contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

“O chefe do Executivo municipal da gestão anterior é investigado porque deu origem à dispensa de licitação e à contratação direta da empresa para prestar serviços à população atingida pela enchente. Tem a assinatura, o contrato e a assinatura do chefe do Poder Executivo municipal, e ele é um dos investigados”, afirmou o delegado Marconi Joaquim da Silva, responsável pela operação.

Secretário do RS é alvo de operação contra desvio de verbas após enchentes | Brasil | O Dia
Marcelo Caumo, atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução

Em nota, o governo do estado declarou que a investigação “não tem qualquer relação com a atuação de Marcelo Caumo enquanto secretário de Estado” e reiterou que está à disposição da PF. Já a Prefeitura de Lajeado informou que “colabora integralmente com as autoridades e adotará as medidas cabíveis diante de eventuais irregularidades”.

O ex-prefeito disse confiar “plenamente na Justiça e possuir convicção de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos”.
Contratos de R$ 120 milhões sob suspeita

Segundo a PF, o esquema envolveu irregularidades em contratos de aproximadamente R$ 120 milhões firmados pela prefeitura para a contratação emergencial de psicólogos, assistentes sociais, educadores, auxiliares administrativos e motoristas.

As contratações foram feitas sem licitação, sob a justificativa do estado de calamidade pública decretado após as enchentes. No entanto, a PF afirma haver indícios de direcionamento e de valores acima do mercado.

“Há indícios de que a contratação direta da empresa investigada tenha ocorrido sem observância da proposta mais vantajosa. Ainda é uma fase administrativa, sem culpados, mas há indícios de direcionamento do processo para uma empresa específica”, explicou o delegado Marconi.

PF apreende R$ 400 mil em dinheiro durante operação contra desvio de verbas no RS. — Foto: Divulgação/PF
PF apreende R$ 400 mil em dinheiro durante operação contra desvio de verbas no RS. Foto: Divulgação/PF
Fonte: DCM

Tagliaferro apresenta ao Senado pedido de impeachment de Alexandre de Moraes

Ex-assessor alega que o ministro do STF violou princípios de imparcialidade e cometeu crime de responsabilidade

Tagliaferro apresenta ao Senado pedido de impeachment de Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução/Facebook)

O ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro protocolou no Senado Federal um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A representação foi registrada em 11 de novembro de 2025 e assinada pelo advogado Paulo César Rodrigues de Faria. O documento alega que Moraes teria atuado em processos nos quais seria “suspeito e impedido”, configurando, segundo o denunciante, crime de responsabilidade.

Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, no texto apresentado, Tagliaferro sustenta que Moraes “é vítima, acusado e juiz” em ações que o envolvem. Ele afirma ainda que o ministro “determinou de ofício sua prisão e extradição junto à Justiça italiana”, além de “proferir julgamento quando, por lei, é suspeito na causa”.

● Alegações de parcialidade e violação de garantias constitucionais

De acordo com a petição, a atuação do ministro teria violado os princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e da imparcialidade judicial. “A imparcialidade é o alicerce da jurisdição. O juiz que figura simultaneamente como interessado nos fatos e julgador do denunciado que o acusa compromete a neutralidade e invalida a própria essência da prestação jurisdicional”, afirma um trecho do documento, de acordo com a reportagem.

A defesa cita precedentes do próprio STF para reforçar a tese de suspeição. Entre eles, o habeas corpus 164.493/PR, relatado pelo ministro Edson Fachin, que reconhece a perda de imparcialidade de um magistrado. “A imparcialidade judicial é consagrada como uma das bases da garantia do devido processo legal. Imparcial é aquele que não é parte, que não adere aos interesses de qualquer dos envolvidos no processo”, diz o trecho citado.

● Pedido de afastamento e acusações contra Moraes

Na parte final da representação, Tagliaferro solicita que o Senado abra processo de afastamento das funções de Alexandre de Moraes “pela prática consumada do crime de responsabilidade”. Ele alega que o ministro “vem conduzindo processos com cunho pessoal, persecutório e vingativo”. O pedido foi encaminhado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), para leitura e eventual tramitação conforme o rito previsto em lei.

● STF forma maioria para tornar Tagliaferro réu

Enquanto o pedido de impeachment segue para análise, o próprio Tagliaferro enfrenta acusações na Justiça. A Primeira Turma do STF formou maioria para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor.

As acusações envolvem coação no curso do processo, violação de sigilo funcional, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A PGR sustenta que Tagliaferro teria atuado contra a legitimidade do processo eleitoral e para dificultar apurações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023.

● Julgamento virtual

O julgamento, iniciado em plenário virtual no dia 7 de novembro, teve o voto do relator Alexandre de Moraes pela aceitação da denúncia. Os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino acompanharam o relator. A conclusão do julgamento está prevista para 14 de novembro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Polícia Federal desmonta esquema de fraudes em licitações públicas

Operação Coffee Break cumpre mandados em três estados e investiga crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro

      Agentes da Polícia Federal (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (12), a Operação Coffee Break, para investigar um complexo esquema de fraudes em licitações públicas. A ação ocorreu simultaneamente em diferentes estados do país, com o objetivo de desarticular grupos suspeitos de manipular processos licitatórios e desviar recursos públicos.

Foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas (SP). As diligências ocorreram nos estados de São Paulo, Distrito Federal e Paraná, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Segundo as investigações, o grupo atuava de forma articulada para fraudar licitações e direcionar contratos públicos, beneficiando empresas e servidores mediante o pagamento de propinas. As apurações apontam que os suspeitos também estariam envolvidos em lavagem de dinheiro e contratações ilegais diretas, configurando um possível caso de organização criminosa.

Os investigados poderão responder por uma série de crimes, incluindo corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os valores desviados ainda estão sendo calculados pelos investigadores.

A Polícia Federal informou que as provas apreendidas — como documentos, dispositivos eletrônicos e registros bancários — serão analisadas para aprofundar a identificação dos envolvidos e rastrear o fluxo financeiro das operações ilícitas.

A Delegacia de Polícia Federal em Campinas, responsável pela coordenação do caso, segue conduzindo as diligências e reforçou que novas fases da operação não estão descartadas à medida que as investigações avançam.

Fonte: Brasil 247

Governo vai realizar "busca ativa" para devolver descontos ilegais a aposentados, diz ministro

"O dinheiro está em caixa e nós temos pressa para fazer isso", disse o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz

      Wolney Queiroz (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, anunciou que o governo federal irá realizar uma “busca ativa” para devolver os valores cobrados de forma irregular de aposentados e pensionistas do INSS. “O presidente da República, o governo federal, o Ministério da Previdência Social quer devolver o dinheiro roubado de vocês. O dinheiro está em caixa e nós temos pressa para fazer isso”, afirmou Wolney, de acordo com o UOL.

O período para contestação de descontos indevidos foi prorrogado até 14 de fevereiro de 2026. A decisão havia sido antecipada pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), durante sessão da CPMI do INSS, e confirmada por Wolney. “Houve consenso de que era melhor ampliar o prazo por mais três meses”, declarou o ministro.

☉ Mais de R$ 2,5 bilhões já foram devolvidos

De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Previdência, 3,7 milhões de beneficiários já receberam a restituição, totalizando R$ 2,5 bilhões pagos até o momento. O número representa 77,4% dos 4,8 milhões de aposentados e pensionistas aptos a aderir ao acordo de ressarcimento.

Os valores são corrigidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), garantindo que o montante devolvido reflita a inflação acumulada no período em que os descontos foram feitos indevidamente.

☉ Como solicitar a devolução

O pedido de ressarcimento deve ser feito pelo aplicativo Meu INSS. O beneficiário precisa acessar a plataforma com CPF e senha, clicar em “Do que você precisa?” e digitar “consultar descontos de entidades”. Caso identifique descontos indevidos, deve indicar se foram autorizados ou não, informar e-mail e telefone de contato, confirmar a veracidade das informações e clicar em “Enviar Declarações”.

☉ Adesão ao acordo de devolução

Para quem já aderiu ao processo, basta entrar novamente no aplicativo Meu INSS, selecionar “Consultar Pedidos”, clicar em “Cumprir Exigência”, ir até o comentário mais recente e marcar “Sim” no campo “Aceito receber”. Em seguida, é preciso clicar em “Enviar”. Segundo o INSS, após a confirmação, “agora é só aguardar o pagamento”.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Quaest: Metade dos brasileiros é contra intervenção dos EUA na segurança do Brasil

Pesquisa aponta que 73% defendem que organizações criminosas sejam classificadas como terroristas

      Policiais na zona norte do município do Rio (Foto: Reuters)

Metade dos brasileiros é contrária à ideia de que os Estados Unidos auxiliem o Brasil no combate ao tráfico de drogas. É o que mostra a nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12), que avaliou a percepção da população sobre segurança pública e as declarações de autoridades após a chacina policial no Rio de Janeiro. O levantamento foi realizado entre 6 e 9 de novembro de 2025.

Segundo os dados, 50% dos entrevistados discordam da proposta de pedir ajuda dos EUA para enfrentar o narcotráfico, enquanto 45% concordam e 5% não souberam opinar. A ideia ganhou visibilidade após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugerir que os Estados Unidos deveriam “atuar por uns meses” no Rio de Janeiro para combater o crime organizado.

O levantamento revela diferenças significativas entre os grupos políticos. Entre os eleitores que se identificam como bolsonaristas, 74% são favoráveis à intervenção americana, enquanto 66% da direita não bolsonarista também apoiam a medida. Já entre os lulistas, 72% rejeitam a proposta, percentual semelhante ao observado entre os simpatizantes da esquerda não lulista, com 79% de rejeição.

O tema ganhou força após a chacina ocorrida nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, sendo 4 policiais e 117 suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi. O governador Cláudio Castro classificou a ação como um “sucesso” e afirmou que apenas os policiais mortos foram “vítimas”. A operação, no entanto, gerou críticas de organizações de direitos humanos e dividiu a opinião pública.

A pesquisa também aponta que 73% dos brasileiros defendem que organizações criminosas como o Comando Vermelho e o PCC sejam classificadas como terroristas, enquanto apenas 20% são contra e 7% não opinaram.

O estudo da Genial/Quaest foi realizado entre os dias 6 e 9 de novembro de 2025, com 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios das cinco regiões do país. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Fonte: Brasil 247

Quaest: aprovação de Lula se mantém estável enquanto preocupação com segurança aumenta

Levantamento indica que preocupação com segurança pública e megaoperação no Rio frearam melhora na percepção do governo

      Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

A mais recente pesquisa Genial/Quaest aponta que a avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a oscilar negativamente em novembro, em mais um mês de relativa estabilidade. O levantamento mostra que 47% dos entrevistados aprovam a gestão petista, enquanto 50% a desaprovam. Em outubro, os índices eram de 48% e 49%, respectivamente.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo portal g1, com base no estudo realizado pela Quaest entre os dias 6 e 9 de novembro, junto a 2.004 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Segundo a Quaest, a recente megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, somada às declarações de Lula sobre o tema, influenciou negativamente a percepção pública. “Se o tarifaço mudou a trajetória da aprovação a favor do Lula, a pauta da segurança pública interrompeu a lua de mel tardia do governo com o eleitorado independente”, avaliou Felipe Nunes, diretor do instituto.

◈ Queda entre independentes, mulheres e classes mais altas

A desaprovação entre o eleitorado independente subiu quatro pontos, chegando a 52%, enquanto a aprovação caiu para 43%. Entre as mulheres, que em outubro apresentavam leve maioria de aprovação, o cenário agora é de empate técnico — 51% aprovam e 46% desaprovam.

O recuo também é visível entre brasileiros com renda acima de cinco salários mínimos, onde a desaprovação saltou para 56%, contra 42% de aprovação. No segmento dos católicos, que antes demonstrava maioria favorável ao governo, a pesquisa indica empate técnico.

◈ Avaliação por religião, renda e escolaridade

Entre os evangélicos, Lula segue mais rejeitado (58%) do que aprovado (38%), embora a diferença tenha diminuído em relação ao mês anterior. Já os beneficiários do Bolsa Família mantêm forte apoio ao governo — 65% de aprovação contra 32% de desaprovação.

A pesquisa mostra ainda que a avaliação é mais negativa entre brasileiros com ensino superior completo (60% desaprovam e 38% aprovam), enquanto quem tem até o ensino fundamental tende a apoiar mais o governo (55% de aprovação).

◈ Encontro com Trump e impacto na percepção pública

A Quaest também investigou a percepção dos brasileiros sobre o encontro de Lula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para 45% dos entrevistados, o líder brasileiro saiu mais fortalecido após a reunião.

No campo da segurança pública, 67% dos entrevistados disseram apoiar a megaoperação no Rio, e 57% discordaram da avaliação de Lula de que a ação foi “desastrosa”. A preocupação com a violência cresceu de 30% para 38% desde o último levantamento.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Governo vê "tiro no pé" da direita em ataque à PF e comemora recuo de Derrite

Planalto avalia que a tentativa de enfraquecer a Polícia Federal no projeto antifacção fortaleceu a posição do governo e obrigou o relator a voltar atrás

Guilherme Derrite e Hugo Motta em entrevista coletiva (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e parlamentares da base consideraram um “tiro no pé” da direita a tentativa de reduzir as competências da Polícia Federal (PF) no relatório inicial do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) sobre o projeto de lei antifacção, uma das principais apostas do Executivo para a segurança pública.

Segundo a Folha de S.Paulo, auxiliares do presidente avaliam que, após dias de desgaste político em meio à crise na segurança — intensificada pela operação no Rio de Janeiro no fim de outubro —, a proposta de Derrite acabou abrindo espaço para o Planalto retomar a iniciativa no debate público.

O texto apresentado por Derrite, secretário de Segurança do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), equiparava facções criminosas a grupos terroristas e restringia o papel da PF no combate ao crime organizado. A medida provocou forte reação de entidades da sociedade civil, juristas e setores do próprio Congresso. Para o governo, a proposta fragilizava uma instituição com grande respaldo popular.

Após o anúncio do relatório, o Planalto articulou uma ampla ofensiva política e de comunicação. A Secretaria de Comunicação Social produziu vídeos explicativos defendendo a autonomia da PF, enquanto parlamentares aliados associavam o texto de Derrite à chamada “PEC da Blindagem”, proposta rejeitada pelo Senado após pressão da opinião pública. A defesa da PF é um tema que a população entende e apoia, disse um interlocutor governista.

A mobilização surtiu efeito. Na tarde de terça-feira (11), Derrite recuou nos dois pontos considerados mais problemáticos — entre eles, a retirada de poderes da PF. O anúncio, feito ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi recebido com alívio por governistas. Questionado se as mudanças atendiam ao governo, o deputado afirmou: “Isso não é recuo, isso é estratégia”.

Mesmo aliados de Motta reconheceram que a escolha de Derrite para relatar o projeto foi arriscada. O presidente da Câmara, que vinha se aproximando do Planalto, buscava demonstrar independência, mas acabou tendo de atuar como mediador entre o relator, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Para assessores de Lula, o episódio consolidou uma vitória política. O recuo de Derrite, dizem, não apenas amenizou desgastes do governo, como também atingiu a imagem de Tarcísio de Freitas, possível adversário de Lula em 2026. Ainda assim, a base aliada adota cautela. A votação do projeto está marcada para esta quarta-feira (12), e a oposição deve insistir na equiparação entre facções e terrorismo.

Apesar das críticas, Derrite saiu do episódio com maior visibilidade, sendo cotado como futuro candidato ao Senado ou ao governo paulista. Em entrevista coletiva, ele apareceu ao lado de Motta e de líderes de partidos como PL, PP, PSDB, PDT, Novo, União Brasil e Solidariedade, numa tentativa de mostrar apoio político.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

AP 2696: STF ouve argumentos das defesas de seis réus do Núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado

Julgamento será retomado nesta quarta (12), a partir das 9h, com as manifestações restantes

Foto: Gustavo Moreno/STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a ouvir, nesta terça-feira (11), os argumentos das defesas dos réus do Núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado, que respondem à Ação Penal (AP) 2696. Hoje, foram ouvidos advogados de seis dos 10 acusados. O julgamento será retomado nesta quarta (12), às 9h, com as demais sustentações.

O Núcleo 3 é formado por nove militares de alta patente (incluindo os chamados “kids pretos”) e um agente da Polícia Federal (PF). Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo planejou as “ações mais severas e violentas” da organização criminosa, entre elas uma operação para assassinar autoridades.

Os réus respondem pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, deterioração do patrimônio tombado e dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União.

Confira um resumo dos argumentos apresentados pelas defesas:

● Bernardo Romão Corrêa Netto

Os advogados Ruyter de Miranda Barcelos e Ricardo Medrado de Aguiar, defensores do coronel do Exército, rebateram as acusações apresentadas pela PGR e pediram a absolvição de Corrêa Netto. Barcelos sustentou que as provas apresentadas são frágeis e que seu cliente não agiu para pressionar o alto comando do Exército para a quebra institucional. Também sustentou que o relatório da PF e a denúncia tiraram palavras e conversas de contexto, buscando levar os julgadores ao erro. Medrado reforçou os argumentos e apresentou uma série de slides com diálogos e documentos para defender a inocência de seu cliente. Ele afirmou que Corrêa Netto é um militar com carreira promissora e não a colocaria em risco, já que estava nomeado para cumprir missão oficial nos Estados Unidos.

● Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Em defesa do general da reserva, o advogado Diogo Rodrigues de Carvalho Musy afirmou que a acusação contra ele se sustenta exclusivamente em uma mensagem trocada entre o colaborador Mauro Cid e Bernardo Corrêa Netto. Nela, Cid afirmou que o general teria concordado em aderir ao golpe, desde que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, assinasse o decreto golpista. Musy sustenta que seu cliente, como chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter) do Exército na época, apenas compareceu à reunião de 9/12/2022 com o então presidente da República em respeito à cadeia de comando. Ele negou que na reunião Bolsonaro tenha apresentado a “minuta do golpe” e negou, também, que o general tenha, como chefe do Coter, comandado “batalhões de kids pretos”.

● Fabrício Moreira de Bastos

O advogado Marcelo César Cordeiro pediu a absolvição do coronel do Exército por ausência de provas. Segundo ele, a chamada “reunião golpista” de 28/11/2022 foi, na verdade, uma confraternização entre oficiais das Forças Especiais, o que teria sido confirmado por testemunhas, inclusive pelo réu colaborador, o tenente-coronel Mauro Cid.

Cordeiro argumentou que o contato de Bastos com a “carta dos coronéis da turma de 1997”, redigida por outros militares e posteriormente apurada em sindicância interna do Exército, se deu apenas por dever funcional, a mando de sua chefia no Centro de Inteligência do Exército, que solicitou uma cópia do documento para repasse ao comandante da Força. O advogado também defendeu que as mensagens em que Bastos mencionava “gabinete de crise” e “centro de gravidade” seguiam protocolos previstos no Manual de Comunicação Social do Exército para gerenciamento de crises institucionais e não se referiam a ações políticas ou golpistas.

● Hélio Ferreira Lima

Em defesa do tenente-coronel, o advogado Luciano Pereira Alves de Souza pediu a absolvição integral por ausência de provas e anacronismo dos fatos narrados pela PGR. Souza afirmou que o documento citado pela PGR (“Desenho Op Luneta”) com o projeto de uma operação com militares para desestabilizar as instituições democráticas jamais foi impresso, compartilhado ou apresentado a qualquer pessoa. Segundo a defesa, o arquivo foi criado em janeiro de 2023, o que tornaria impossível sua vinculação a fatos ocorridos em novembro de 2022, data das reuniões supostamente golpistas apontadas pela acusação.

O advogado sustentou que a reunião na casa do general Braga Netto, citada na denúncia, foi um encontro casual e breve, sem nenhuma discussão de teor golpista. Também argumentou que as viagens do réu a Brasília tinham caráter estritamente familiar, voltadas à visita dos filhos e à mobília do apartamento deles, todas autorizadas pelo Comando do Exército e devidamente comprovadas com passagens, hospedagens e comprovantes de gastos.

● Márcio Resende Jr.

O advogado Rafael Favetti sustentou que, de todos os planos descritos na denúncia, os autos implicam o coronel do Exército apenas no referendo de uma carta redigida para pressionar o chefe do Estado Maior do Exército a aderir ao golpe, na reunião realizada no salão de festas da casa de seu pai em 28 de novembro de 2022. Favetti, no entanto, argumentou que o documento não era o foco do encontro. O tema, segundo ele, foi discutido de forma privada entre duas das cerca de 15 pessoas presentes na ocasião, e Resende Jr. não teve acesso ao documento.

O advogado reconheceu que a tentativa de golpe “foi algo muito grave”, mas ponderou que a gravidade do cenário “não pode levar à miopia no olhar das condutas individuais”. Afirmou ainda que a situação do coronel é semelhante à de dois militares denunciados pela PGR no Núcleo 3, mas que tiveram a acusação rejeitada pelo STF por falta de provas.

● Rafael Oliveira

Representando o tenente-coronel do Exército, o advogado Renato Martins voltou a defender que o ministro Alexandre seja declarado impedido nos processos sobre a tentativa de golpe, uma vez os autos incluem a investigação de um plano para executá-lo. Segundo ele, a decisão do ministro de proibir seu cliente de comparecer ao interrogatório fardado representou constrangimento ilegal e deveria implicar a nulidade do procedimento, por parcialidade do relator. Outro ponto contestado foi o fato de os depoimentos terem sido acompanhados abertamente, permitindo que todos os réus ouvissem uns aos outros. Para Oliveira, isso comprometeu o resultado dos interrogatórios.

A advogada Juliana Martins, por sua vez, afirmou que houve cerceamento da defesa e questionou a validade das provas contra Oliveira. Também criticou a interpretação do STF para crimes tentados e a metodologia usada para analisar os documentos do processo. Segundo ela, isso levou a conclusões baseadas em suposições, sem provas concretas.

Fonte: STF

Entenda a contagem regressiva para a prisão de Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes deve decidir nas próximas semanas sobre o início da pena de Jair Bolsonaro

       Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)


Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para concluir o julgamento dos embargos de declaração de Jair Bolsonaro (PL), previsto para esta sexta-feira (14), integrantes da Corte e autoridades do governo do Distrito Federal já estimam o cronograma para o início do cumprimento da pena do ex-presidente, condenado a 27 anos e três meses de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, a expectativa é de que o ministro Alexandre de Moraes determine a prisão entre o fim de novembro e o começo de dezembro. A medida deve ocorrer após o encerramento dos prazos processuais relativos à ação penal que envolve o “núcleo crucial” da trama golpista. Moraes, que tem conduzido o caso com celeridade, poderá definir o envio de Bolsonaro ao complexo penitenciário da Papuda, em Brasília.

☆ A possível "Papudinha" e o rigor de Moraes

Nos bastidores do STF e do governo do DF, discute-se que o destino inicial do ex-presidente poderá ser o batalhão da Polícia Militar dentro da Papuda, conhecido como “Papudinha”. O local é reservado a policiais militares e oferece melhor infraestrutura para abrigar figuras públicas.

A expectativa entre aliados de Bolsonaro é que ele permaneça ali entre uma e duas semanas antes de voltar à prisão domiciliar. No entanto, interlocutores afirmam que Moraes pode adotar uma postura mais rígida e prolongar a permanência do ex-presidente no regime fechado.

☆ Trâmites e prazos processuais

Apesar de os quatro ministros da Primeira Turma do STF já terem votado pela rejeição dos embargos, o julgamento só se encerra oficialmente às 23h59 desta sexta-feira. Após a conclusão, o Supremo deve publicar rapidamente o acórdão, uma vez que há poucos votos a revisar — apenas o do relator, Moraes, acompanhado por Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e o presidente do colegiado, Flávio Dino.

Com a publicação, abre-se novo prazo de cinco dias para que a defesa apresente novos recursos. Caso o acórdão saia na segunda-feira (17), a contagem começaria no dia seguinte, incluindo o feriado de 20 de novembro. O prazo terminaria no sábado (22), mas, conforme o Código de Processo Penal, seria prorrogado até o primeiro dia útil seguinte, 24 de novembro.

☆ Estratégia da defesa e comparação com o caso Collor

Fontes próximas à defesa indicam que a equipe jurídica pretende recorrer com embargos infringentes, embora a jurisprudência atual do STF limite esse tipo de recurso. “Esse foi o roteiro do Moraes para a prisão do Collor”, relatou um interlocutor de Bolsonaro, temendo que o mesmo caminho se repita.

O precedente citado é o do ex-presidente Fernando Collor de Mello, condenado em 2023 a oito anos e dez meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Em abril deste ano, Moraes determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado, posteriormente convertida em prisão domiciliar após alegações médicas.

☆ Laudos médicos e possível pedido de prisão domiciliar

A defesa de Bolsonaro já solicitou à equipe médica relatórios sobre o estado de saúde do ex-presidente, incluindo histórico de câncer de pele, refluxo, pressão alta, apneia do sono e complicações abdominais decorrentes do evento de Juiz de Fora (MG) em 2018. Esses documentos devem embasar um futuro pedido de prisão domiciliar, caso a execução da pena em regime fechado seja determinada.

☆ Limites dos embargos infringentes

O maior obstáculo para a nova estratégia jurídica é o entendimento firmado pelo STF em 2018, segundo o qual os embargos infringentes só podem ser aceitos quando há ao menos dois votos pela absolvição. No caso de Bolsonaro, apenas o ministro Luiz Fux votou nesse sentido.

Essa interpretação foi fixada no julgamento do recurso de Paulo Maluf, quando o plenário decidiu, por 6 a 5, que são necessários dois votos absolvendo o réu nas turmas, compostas por cinco ministros, para que o recurso seja admitido.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo