Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tenta acessar a cadeira da Presidência, ocupada pelo deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS). Foto: Reprodução
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi inicialmente impedido de ocupar a cadeira da Presidência durante a tentativa de abertura da sessão na noite desta quarta-feira (6). O bloqueio partiu do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que já ocupava o assento em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL).
A cena gerou tensão no plenário, que estava tomado por parlamentares da oposição desde a noite anterior. Após breve diálogo com Motta, Van Hattem cedeu e permitiu que o presidente da Câmara assumisse seu lugar para tentar dar início à sessão.
A ocupação do plenário foi motivada por protestos contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou medidas restritivas ao ex-presidente. Os deputados bolsonaristas também pressionam pela votação do projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
A cadeira da Presidência chegou a ser ocupada por outros parlamentares oposicionistas, incluindo a deputada Júlia Zanatta (PL-SC), que levou sua filha de 4 meses ao local. Ela publicou um vídeo nas redes sociais com a bebê sentada na cadeira de Motta e afirmou: “Estamos aqui, não vamos sair”.
Com a Mesa Diretora ocupada, o funcionamento do plenário da Câmara ficou paralisado por cerca de 30 horas. A mobilização também afetou o Senado, com bolsonaristas obstruindo os trabalhos nas duas Casas.
Hugo Motta se reuniu com líderes partidários e convocou uma sessão para as 20h30. Quando chegou ao plenário, uma hora depois, encontrou a mesa ainda ocupada por deputados de oposição, que permaneceram de pé mesmo após seus pedidos para que se retirassem.
A Polícia Legislativa chegou a ser posicionada na porta do plenário como forma de garantir o acesso do presidente da Câmara. Motta já havia avisado que suspenderia o mandato de quem tentasse impedir a realização da sessão. Apesar do impasse, conseguiu ocupar a cadeira e avançar com os trabalhos legislativos.
Um dos compromissos assumidos por Motta para encerrar o motim bolsonarista foi discutir a Proposta de Emenda à Constituição que acaba com o foro privilegiado. A pauta será debatida em nova reunião com os líderes partidários na próxima semana.
A PEC, já aprovada pelo Senado em 2017, está pronta para votação na Câmara e propõe extinguir o foro especial por prerrogativa de função, mantendo apenas para presidente e vice da República, presidentes da Câmara, do Senado e do STF. Hoje, deputados e senadores são julgados diretamente pelo STF.
Fonte: DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário