Lideranças no Senado defendem licença médica de 180 dias para o parlamentar investigado e alvo de medidas cautelares impostas pelo STF
Durante uma reunião a portas fechadas com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), senadores manifestaram preocupação crescente com a instabilidade institucional provocada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), investigado pela Polícia Federal e alvo de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF)., além de afirmar temerem pela própria segurança.
Segundo a coluna do Octavio Guedes, do g1, em relatos feitos diretamente a Alcolumbre, alguns parlamentares expressaram receio com a própria integridade física diante da conduta do colega de plenário. Eles afirmaram que Do Val costuma se vangloriar de portar arma de fogo e, com frequência, exibe a interlocutores uma grande quantidade de medicamentos controlados que diz ingerir diariamente.
A reunião ocorreu nesta quarta-feira (6) e teve como objetivo articular uma saída política para o impasse. A proposta que ganhou maior adesão entre os senadores foi a de recorrer das decisões do STF que afetam diretamente o mandato de Do Val, ao mesmo tempo em que se abre caminho para uma licença de 180 dias sob o argumento de necessidade de tratamento médico.
A estratégia foi confirmada pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, e por Cid Gomes (PDT-CE). Ambos anunciaram que o Senado ingressará com recurso no STF para tentar suspender parte das sanções impostas — entre elas, o bloqueio de salário e da cota parlamentar.
“O presidente [Alcolumbre] nos comunicou que a Advocacia do Senado foi orientada a recorrer junto ao STF para recuperação de salário e da cota parlamentar. Mas, por outro lado, será apreciada uma representação, em virtude da conduta do senador, que pode acarretar sua suspensão”, declarou Randolfe.
Ainda de acordo com a reportagem, os senadores também fizeram questão de desvincular o caso de Marcos do Val do debate sobre as prerrogativas do Congresso em revisar decisões do Supremo — assunto que voltou à pauta após a oposição relembrar o precedente do senador Aécio Neves, em 2017. No entanto, lideranças concordam que, no caso de Do Val, a situação transbordou o campo político e ingressou em um cenário de risco e imprevisibilidade.
O senador foi alvo de uma operação da Polícia Federal na segunda-feira (4), logo após retornar de uma viagem de cerca de dez dias aos Estados Unidos — realizada em descumprimento à ordem expressa do STF que o impedia de deixar o país. Segundo apurou a TV Globo, Do Val resistiu inicialmente à colocação da tornozeleira eletrônica no desembarque, mas acabou cumprindo a ordem judicial.
Entre as medidas determinadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes estão o uso obrigatório de tornozeleira, recolhimento domiciliar noturno e integral nos fins de semana, proibição de utilizar redes sociais, bloqueio de contas bancárias, cartões, PIX, salário e verbas de gabinete, além do cancelamento do passaporte diplomático. Ele também é investigado por ofensas e ataques dirigidos a agentes da Polícia Federal.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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