quarta-feira, 21 de maio de 2025

Fraude no INSS: Jaques Wagner critica CPMI e diz que "oposição tenta inverter os fatos"

Líder de Lula no Senado diz que oposição tenta criar “cortina de fumaça”: ‘foi o governo Lula que desmontou esse esquema iniciado no governo Bolsonaro’

        Jaques Wagner (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Em declarações contundentes nesta terça-feira (20), o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado, reagiu às movimentações da oposição em defesa da instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As falas do parlamentar foram publicadas em sua conta na rede social X (antigo Twitter) e retiradas de entrevista à GloboNews.

Segundo Wagner, a proposta de uma CPMI é desnecessária e tem motivações eleitorais. “A possível CPMI do INSS quer investigar o que já está sendo investigado a partir do trabalho da Polícia Federal e da CGU desde 2023”, afirmou. Para ele, “quem estourou esse esquema foi essa investigação. Querem a CPMI para quê? Para armar um palanque eleitoral e tentar desgastar o governo federal?”.

O senador reforçou que as apurações em curso foram desencadeadas pelos órgãos de controle do próprio governo Lula. “É importante esclarecer que a investigação sobre as fraudes no INSS não começou por conta de uma matéria ou outra na imprensa. O jornal que publicou a primeira matéria reivindicou as informações e colheu na própria Controladoria-Geral da União, a CGU, desse atual governo, o nosso governo”, destacou.

Esquema iniciado na gestão anterior - Jaques Wagner foi enfático ao afirmar que a estrutura fraudulenta foi montada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). “Repare: o presidente anterior vetou um projeto do Congresso Nacional que versava sobre a proteção de dados dos aposentados. Nós tentamos derrubar o veto. Em 2021/2022 houve um vazamento de dados dos usuários e é aí que há um grande aumento de entidades de fachada".

O parlamentar apontou ainda que o esquema desarticulado pela atual gestão operava por meio de entidades que se aproveitavam de aposentados e pensionistas. “O estouro da boiada está concentrado em associações de fachada, que nunca trabalharam com os aposentados, e que foram habilitadas durante o governo anterior para extorquir, roubar. Uma coisa é certa: a investigação será concluída no nosso governo e os números serão mostrados”, afirmou.

Em comparação direta, Wagner citou os valores movimentados pelas associações investigadas: “cerca de 18 entidades habilitadas no nosso governo movimentaram R$ 230 milhões, mas outras 11 ou 12 habilitadas no governo anterior movimentaram R$ 2,1 bilhões. Olha a diferença!”.

◉ Críticas à oposição e defesa da Polícia Federal - Na visão do líder do governo no Senado, o interesse da oposição em promover uma CPMI tem por objetivo confundir a opinião pública. “O que a oposição quer fazer é criar uma cortina de fumaça”, disse. Ele acrescentou que “a oposição tenta colocar no nosso colo algo que está sendo investigado por nós, a partir dos órgãos competentes”.

Wagner também contestou a eficácia das comissões parlamentares para esse tipo de investigação. “Todos sabemos que quem investiga de verdade é a Polícia Federal. As CPI’s muitas vezes acabam virando palco para acusações políticas e não se aprofundam em qualquer linha de investigação”, observou.

◉ Investigação seguirá até o fim - A Advocacia-Geral da União (AGU) já ajuizou uma ação cautelar com base na Lei Anticorrupção, apontando indícios de uso de entidades de fachada, prática de corrupção e a presença de “laranjas” no esquema. Segundo Wagner, outras medidas judiciais podem ser adotadas conforme o avanço das investigações, que, segundo ele, não têm “coloração partidária”.

“Vou dizer mais uma vez: não existe seletividade nas investigações. As entidades estão sendo investigadas”, declarou o senador. Para ele, o essencial é que a apuração prossiga com seriedade e resulte em responsabilizações. “Nosso interesse, como já disse, é investigar, punir e ressarcir todos e todas que foram afetados".

Fonte: Brasil 247 com informações da GloboNews

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