Ministro da Fazenda destaca avanço com isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil: ajuste não foi feito “no lombo do trabalhador”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento no Palácio do Planalto - Brasília (DF) - 13/08/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reforçou nesta quarta-feira (26), durante o evento de sanção da lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, a importância da articulação com o Congresso para viabilizar mudanças estruturais na política tributária. As declarações, feitas na cerimônia oficial, atribuíram papel decisivo aos presidentes das duas Casas Legislativas, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, no andamento do projeto.
No discurso realizado no ato de sanção, Haddad afirmou que “quando o bem comum está acima de interesses menores, é possível sim unir o país em torno de grandes causas”. O ministro destacou o empenho de Motta e Alcolumbre na tramitação da proposta e afirmou que, sem o trabalho de ambos, “seria impossível celebrar este ano e implementar o Imposto de Renda zero a partir do ano que vem”. E acrescentou: “Queria dizer a eles que o Brasil precisa muito deles”.
Haddad também fez um aceno direto aos parlamentares ao destacar a relevância de suas lideranças em 2025. Segundo ele, “na presidência das duas Casas, precisamos, como brasileiros, da atenção, ainda mais esse ano, dos seus trabalhos, da sua liderança, para que possamos concluir exitosamente esse ano”.
Ao se dirigir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro apresentou uma lista de indicadores econômicos alcançados ao longo do mandato. “O senhor está terminando o terceiro ano do seu mandato com indicadores muito favoráveis”, afirmou, citando a expectativa de entregar “a menor inflação da história do Brasil em quatro anos”, além do “menor desemprego”. Haddad também ressaltou que o governo deve registrar “o melhor índice de Gini na nossa história” e “o melhor resultado primário das contas públicas”.
O ministro afirmou que a atual gestão decidiu enfrentar o desafio fiscal de forma distinta das administrações anteriores. “Quando se fala em ajuste de contas, todo mundo arrepia, com razão. Todas as vezes que se fez um ajuste nas contas se fez no lombo dos mais pobres”, disse, lembrando o congelamento por sete anos tanto da política de valorização do salário mínimo quanto da tabela do IR, o que fez “20 milhões de brasileiros passarem a pagar IR pelo mero congelamento”.
Haddad enfatizou que, desta vez, a estratégia foi outra: “Este projeto é neutro, do ponto de vista fiscal. Mas tudo que fizemos para ajustar as coisas (…) é que o andar de cima foi convidado a fazer o ajuste. Não foi o andar de baixo”. O ministro afirmou que o país viveu anos marcados por “bolsa empresário para os ricos e congelamento de renda dos pobres”, e que o governo decidiu dar um basta. Segundo ele, o esforço incluiu o corte de benefícios tributários para empresas que “não precisavam mais do benefício para ficar de pé”.
O ministro reconheceu que enfrentar a resistência de grupos influentes não é tarefa simples. “Não é fácil enfrentar esta minoria, porque esta minoria tem advogado, tem influência, tudo à sua disposição”, disse. E completou que os trabalhadores beneficiados pela isenção não dispõem da mesma força política: “As pessoas que estão sendo beneficiadas hoje não estão muitas vezes representadas nos gabinetes dos ministérios e dos parlamentares”.
Haddad concluiu destacando que o objetivo central do projeto é a justiça social: “É para eles que decidimos governar e para eles que estamos aqui hoje. Para fazer o mínimo de justiça social”.
A lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelece isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil e reduz o imposto para rendas até R$ 7.350. As mudanças entram em vigor na próxima declaração, ampliando o alcance de uma das principais medidas de alívio tributário previstas para 2025.
Fonte: Brasil 247
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