quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Abordagem a caminhão revelou o esquema do PCC na Faria Lima; entenda


Agentes da Polícia federal, em conjunto com as receitas federal e estadual fizeram buscas e apreensões em endereços na Faria Lima. Foto: Werther Santana/Estadão

Uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a um caminhão-pipa em Guarulhos, em maio de 2023, revelou por acaso um megaesquema criminoso que conectava postos de combustíveis, distribuidoras, fintechs, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e fundos de investimento na Faria Lima, conforme informações do Metrópoles.


O caminhão transportava metanol, oficialmente destinado a empresas químicas no Mato Grosso, mas entregue a postos da Grande São Paulo para adulterar gasolina. Em alguns casos, a substância correspondia a até 50% do combustível vendido.

Para dar aparência de legalidade, eram emitidos falsos “tickets de pesagem” e notas fiscais de álcool ou gasolina. A Polícia Federal estima que mais de 10 milhões de litros de metanol tenham sido desviados.

“Além da venda volumosa das importadoras e dos terminais marítimos, com evidente fim distinto daquele supostamente documentado, por vezes o metanol era transportado com notas fiscais ‘quentes’ – ou seja, de álcool ou gasolina, para simular a idoneidade da carga”, explicou o TJSP.

Polícia civil, Federal e Receita Federal se concentram para saída de megaoperação Carbono Oculto, com participação da Receita Federal. Foto: reprodução

A investigação mostrou que o esquema operava em toda a cadeia de combustíveis, envolvendo importadoras, distribuidoras e transportadoras. Empresas como Copape e Aster foram usadas em fraudes fiscais, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.

“Com a apreensão desse caminhão, a PF começou uma investigação sobre por que esse metanol, que era destinado ao Mato Grosso do Sul, foi apreendido indo para um posto na Grande São Paulo”, afirmou o promotor Yuri Fisberg, do Gaeco. Segundo ele, o caso já gerou denúncias por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O núcleo financeiro também chamou a atenção dos investigadores. A fintech BK Bank funcionava como um “banco paralelo”, centralizando operações suspeitas e movimentações em espécie. Entre 2022 e 2023, foram feitos mais de 10,9 mil depósitos em dinheiro vivo, somando R$ 61 milhões.

Além disso, ao menos 40 fundos de investimento, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, eram usados para ocultar recursos ilícitos. Para a Receita Federal, o esquema revelou como o PCC se infiltrou no mercado financeiro, conectando o crime organizado à elite econômica da Faria Lima.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

Deputado aciona PGR contra Nikolas Ferreira por fake news do Pix que ajudou o PCC


    Nikolas Ferreira

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou nesta quinta-feira (28) uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). O pedido solicita a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal para investigar a divulgação de fake news sobre o sistema financeiro e o suposto favorecimento indireto de organizações criminosas, como o PCC.

A ação se baseia em um vídeo publicado por Nikolas, no qual o parlamentar afirma, sem provas, que o governo federal pretendia monitorar indiscriminadamente os gastos de cidadãos e até taxar transações digitais realizadas por Pix, cartões e movimentações bancárias.

As declarações foram desmentidas por órgãos oficiais como a Receita Federal, o Banco Central e o Ministério da Fazenda. Mesmo assim, o conteúdo viralizou e atingiu milhões de pessoas, levando parte da população a evitar meios digitais e priorizar o uso de dinheiro em espécie.

A disseminação de informações falsas fragilizou políticas de combate à lavagem de dinheiro e à sonegação fiscal, além de ter dificultado investigações estratégicas. Entre elas está a Operação Carbono Oculto, que revelou um esquema bilionário de movimentação de recursos ilícitos no setor de combustíveis e apontou a infiltração do PCC no mercado financeiro da Avenida Faria Lima.

A representação também pede investigação sobre o financiamento, o impulsionamento e a distribuição do vídeo, incluindo eventual quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático.

O documento protocolado pela PGR cita possíveis crimes previstos em quatro legislações: divulgação de informações falsas sobre instituições financeiras (Lei 7.492/1986), favorecimento indireto à lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998), obstrução de investigações sobre organizações criminosas (Lei 12.850/2013) e associação ao tráfico de drogas (Lei 11.343/2006), caso seja comprovado vínculo entre o vídeo e a movimentação de recursos ilícitos do PCC.

“A maior operação da história contra o crime organizado, a Operação Carbono Oculto, mostrou a infiltração do PCC no sistema financeiro e reforça a necessidade de apurar com rigor a veiculação de desinformação com a possível participação de um parlamentar que tornou vulneráveis os mecanismos de fiscalização do Estado. Isso demonstra como é fundamental a aprovação da PEC da Segurança Pública em caráter urgente, para fortalecer o rastreamento financeiro, integrar órgãos de inteligência e garantir que o Estado tenha condições de enfrentar as facções com eficiência e transparência”, afirma Correia.

Fonte: DCM

Lindbergh anuncia coleta de assinaturas para CPI das fintechs

Operação Carbono Oculto expõe elos do PCC com Faria Lima e revela lavagem de R$ 52 bilhões

       Lindbergh Farias (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), anunciou nesta quinta-feira o início da coleta de assinaturas para a instalação da CPI das Fintechs, após a megaoperação da Polícia Federal que revelou o uso de bancos digitais e fintechs pela facção criminosa PCC em um esquema de lavagem de R$ 52 bilhões.

“Protocolei requerimento e vamos iniciar a coleta de assinaturas na Câmara dos Deputados para instalação da CPI das Fintechs. Nosso objetivo é investigar as conexões entre o crime organizado, bancos digitais, fintechs e grandes setores produtivos e também a rede de desinformação que tenta confundir a população para favorecer criminosos”, afirmou Lindbergh em nota oficial.

Segundo o parlamentar, a CPI enfrentará diretamente o crime organizado, a intermediação das fintechs da Faria Lima em esquemas de lavagem de dinheiro e a utilização de redes de desinformação para atacar instituições e fragilizar o combate à criminalidade financeira.

● Operação Carbono Oculto

Mais cedo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a magnitude da operação Carbono Oculto, considerada uma das maiores da história do Brasil contra o crime organizado. A ação mobilizou 1,4 mil agentes em oito estados e teve como foco desarticular a infiltração do PCC em setores estratégicos, como o mercado de combustíveis e o sistema financeiro.

“Hoje é um momento auspicioso para a segurança pública e para o governo, pois estamos testemunhando a realização de uma das maiores operações da história contra o crime organizado, não apenas no Brasil, mas, ousaria dizer, em termos mundiais”, afirmou Lewandowski.

A operação revelou uma rede criminosa sofisticada, que controlava desde a produção até a distribuição de combustíveis, além de utilizar fintechs e instrumentos financeiros para movimentar bilhões de reais. Uma de suas frentes, a Operação Quasar, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, bloqueou R$ 1,2 bilhão em ativos e determinou a quebra de sigilos bancários e fiscais de empresas e indivíduos envolvidos.

● Receita Federal confirma brecha usada por criminosos

A Receita Federal também confirmou que fintechs vêm sendo utilizadas em operações de lavagem de dinheiro pela ausência de regras claras de transparência. Em nota, o órgão afirmou que há um “vácuo regulamentar” que facilita a movimentação de recursos ilícitos, já que as fintechs não possuem as mesmas obrigações de reporte das instituições financeiras tradicionais.

Em 2023, a Receita havia publicado uma instrução normativa estendendo a obrigação de prestação de informações às fintechs, mas a medida foi revogada após uma onda de fake news que distorceu a norma, alegando uma falsa tributação sobre meios de pagamento.

Agora, uma nova instrução será publicada, mais simples e objetiva, equiparando fintechs e bancos tradicionais nas obrigações de transparência, com base na Lei 12.865/2013, que regula o Sistema de Pagamentos Brasileiro.

Fonte: Brasil 247

PF vai fazer perícia no celular de Bolsonaro em busca de novos materiais

O aparelho foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística (INC)

      Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Mateus Bonomi)

A Polícia Federal pretende fazer uma perícia no celular de Jair Bolsonaro (PL). O aparelho foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília (DF). A informação foi publicada nesta quinta-feira (28) pela coluna de Bela Megale.

Investigadores poderão identificar eventuais informações que não puderam ser acessadas anteriormente. A apreensão aconteceu há mais de um mês, mas somente agora o aparelho foi enviado oficialmente para a perícia.

A PF indiciou o ex-mandatário e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por obstrução judicial da investigação da trama golpista, em que Jair Bolsonaro (PL) é réu e será julgado pelo Supremo Tribunal Federal em 2 de setembro.

De acordo com as apurações da PF, a família Bolsonaro iniciou articulações junto ao governo Donald Trump (EUA), com o objetivo de aplicar sanções à economia brasileira e ao STF, por causa do inquérito sobre o plano golpista.

Fonte: Brasil 247 com informações publicada pela coluna da jornalista Bela Megale, no jornal O Globo

MDB recua e PL retira prioridade à PEC da Blindagem após pressão e divisões internas

Proposta que buscava restringir ações do Judiciário contra parlamentares perde fôlego na Câmara e enfrenta resistência crescente

Hugo Motta e Sóstenes Cavalcante (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A chamada PEC da Blindagem, que buscava restringir a atuação do Judiciário sobre deputados e senadores, perdeu nesta quinta-feira (28) dois de seus principais pilares de sustentação. O MDB anunciou posição contrária ao texto, enquanto o PL, partido com a maior bancada da Câmara, declarou que a proposta não será mais tratada como prioridade.

A mudança de cenário ocorreu menos de 24 horas após a sessão da Câmara que deveria ter analisado a PEC, mas que foi suspensa por falta de consenso. Divergências entre líderes partidários, críticas de juristas e a repercussão negativa nas redes sociais aumentaram a pressão sobre as legendas que apoiavam a medida.

O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, afirmou em publicação nas redes sociais: “Sou contra qualquer tipo de blindagem para parlamentares e mudanças no foro.” O vice-líder da sigla na Câmara, Hildo Rocha (MA), foi ainda mais duro: “Impedir investigação não existe. É coisa para ter bandido lá na Câmara, encher com a turma do PCC e do Comando Vermelho”, segundo informou a Folha de S. Paulo.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), também recuou. Ele, que até então era um dos entusiastas da PEC, disse que a legenda deixará de liderar a articulação: “Não será mais prioridade do PL essa PEC. Se algum outro partido quiser capitanear, nós vamos ser coadjuvantes, não protagonistas", disse, de acordo com o g1.

● Um projeto em crise

A PEC havia sido resgatada neste mês por articulação de líderes do Centrão e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo declarado era garantir maior “independência” ao Legislativo, mas o texto foi acusado de abrir brechas para a impunidade de parlamentares investigados por corrupção ou crimes contra a democracia.

A versão mais radical da proposta, apresentada em reunião de líderes na quarta-feira (27), previa até travar inquéritos em andamento e elevar o quórum para que denúncias fossem recebidas no STF, segundo a Folha. A reação foi imediata: partidos como PSD, MDB e legendas de esquerda anunciaram oposição, esvaziando as chances de aprovação.

● Futuro incerto

Para ser aprovada, uma PEC precisa do apoio de 308 deputados em dois turnos. Com MDB e PSD alinhados contra, além da resistência de parte do próprio Centrão, é considerado hoje improvável que o texto avance.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia classificado o tema como prioridade, ainda não anunciou nova data para votação.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

VÍDEO – Deputado bolsonarista ataca irmão de Lula: “Quero ver a cara gorda dele”


O deputado federal Sargento Fahur (PSD-PR) e José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

O deputado federal Sargento Fahur (PSD-PR) declarou nesta quinta-feira (28) que deseja ver “a cara gorda” de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT), durante os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.

“Tenho certeza de que quando Frei Chico for intimado eu quero ir lá, eu quero estar lá na CPMI olhando para a carona gorda dele, para ver o que ele tem a falar. Irmão do Lula, DNA do crime”, disse o bolsonarista em discurso na Câmara dos Deputados.

A CPMI apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social, envolvendo descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas. A convocação de Frei Chico para depor é defendida por parlamentares da oposição que integram a comissão.


Assista abaixo:

A cidade que concentra núcleo financeiro do esquema bilionário do PCC



Policiais e agentes da Receita Federal cumprem mandados de busca e apreensão na operação Carbono Oculto. Foto: Divulgação/Receita Federal


A Receita Federal afirmou que Ribeirão Preto concentra o núcleo financeiro do esquema criminoso bilionário desmantelado pela Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28). Segundo a investigação, a cidade, polo do setor sucroenergético em São Paulo, era peça central no esquema comandado por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com a Receita, o grupo atuava em todos os elos da cadeia sucroenergética, desde a produção até a distribuição de combustíveis, para facilitar atividades do crime organizado. O dinheiro movimentado era aplicado em fundos de investimento, imóveis e empresas ligadas ao setor.

Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão em quatro cidades da macrorregião: Ribeirão Preto, Pontal, Jardinópolis e Barretos. A maioria se concentrou em Ribeirão, com 23 mandados, seguida de Jardinópolis (6), Pontal (3) e Barretos (1). No total, 26 alvos foram empresas, incluindo postos de combustíveis, financeiras e usinas.

Operação contra esquema bilionário de combustíveis em Ribeirão Preto — Foto: Receita Federal

Operação contra esquema bilionário de combustíveis em Ribeirão Preto (SP). Foto: Receita Federal

A investigação aponta que, em São Paulo, quatro usinas foram compradas por fundos associados ao esquema criminoso e outras duas estavam em processo de aquisição ou parceria. O grupo também controlava 1.600 caminhões usados no transporte de combustíveis e seis fazendas no interior, avaliadas em R$ 31 milhões.

Além da região de Ribeirão Preto, a operação desta quinta-feira ocorreu também na capital paulista e em outras áreas do estado, como Campinas, São José do Rio Preto, Piracicaba, Bauru e Sorocaba. No total, os mandados de busca e apreensão foram executados em 37 cidades de São Paulo, incluindo 26 no interior e no litoral.

O Ministério Público aponta que o esquema não apenas abastecia financeiramente o PCC, mas também envolvia operadores do mercado financeiro ligados à Faria Lima. A operação busca desarticular essa rede que unia crime organizado, fraudes bilionárias e o setor de investimentos.

Fonte: DCM

“Maior resposta ao crime organizado da história”, diz Lula sobre operação contra o PCC

Agentes da Polícia Federal durante operação em endereços da Avenida Faria Lima, em São Paulo, nesta quinta (28). Foto: Reprodução/TV Globo

O presidente Lula classificou como “a maior resposta do Estado ao crime organizado de nossa história até aqui” a megaoperação realizada nesta quinta (28) contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação mirou um esquema bilionário no setor de combustíveis e mobilizou forças policiais em oito estados.

“O trabalho integrado — iniciado com a criação, no Ministério da Justiça, do Núcleo de Combate ao Crime Organizado — permitiu acompanhar toda a cadeia e atingir o núcleo financeiro que sustenta essas práticas”, afirmou o presidente no X.

O petista afirma que os objetivos das forças de segurança são “cortar o fluxo de dinheiro ilícito, recuperar recursos para os cofres públicos e garantir um mercado de combustíveis justo e transparente, com qualidade e concorrência leal”.

“Seguiremos atuando com coordenação e seriedade para dar segurança às pessoas e estabilidade à economia”, completou.

Batizada de Carbono Oculto, a operação envolveu 1.400 agentes das polícias federal e estaduais. Mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos contra mais de 350 pessoas e empresas em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

As investigações apontam que o grupo criminoso sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos, além de comandar adulterações de combustíveis em larga escala. Pelo menos 300 postos em São Paulo foram identificados no esquema, mas estimativas do setor apontam que até 30% dos postos do estado podem ter sido afetados.

O PCC também utilizava o sistema financeiro da Avenida Faria Lima para expandir suas operações. Segundo os investigadores, cerca de 40 fundos de investimento, com patrimônio superior a R$ 30 bilhões, estavam sob controle da facção, funcionando como engrenagens para lavagem e ocultação de recursos.

Fonte: DCM

“Minha vida acabou”: Bolsonaro recebe visita de aliado e chora


O ex-presidente Jair Bolsonaro e o coronel Ricardo Mello Araújo, vice-prefeito de São Paulo. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Em prisão domiciliar desde 4 de agosto, Jair Bolsonaro se emocionou ao receber a visita do vice-prefeito de São Paulo, coronel Ricardo Mello Araújo (PL). Durante a conversa, que durou quatro horas, o ex-presidente relembrou sua trajetória do Exército até o Planalto e, aos prantos, desabafou sobre o futuro.

“Estou com 70 anos, a minha vida já acabou”, disse ao vice-prefeito. Ele diz que visitou Bolsonaro na intenção de animá-lo e citou diversos episódios de “superação” do ex-presidente, como a facada em 2018 e um acidente em salto de paraquedas, para convencê-lo de que a prisão seria “mais uma batalha”.

“Cheguei, abracei. Sentamos e ficamos das 14h às 18h conversando. Ele começou a contar a história da vida dele: do Exército até a presidência. E eu jogando ele para cima. Disse que [a prisão domiciliar] é mais uma que ele vai superar, assim como a facada e um acidente em salto de paraquedas. Ele é ousado, não para”, contou Mello Araújo à coluna de Paulo Cappeli no Metrópoles.

Segundo o coronel, a estratégia foi destacar que o momento também poderia ser encarado como uma oportunidade. “É o momento de recuperar a saúde e ver o que está acontecendo para tomar as decisões certas”, afirmou.

Apesar do esforço, Bolsonaro se mostrou abatido diante da possibilidade de condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu disse que ele ainda está no jogo, que será filme de Hollywood, que vai ter um final feliz. Tenho convicção de que algum fato novo vai mudar tudo isso. Deus vai intervir”, prosseguiu.

O ex-presidente Jair Bolsonaro na casa em que cumpre prisão domiciliar, no condomínio Solar de Brasília. Foto: Gabriela Biló/Folhapress
Questionado sobre a saúde de Bolsonaro, o vice-prefeito disse que sugeriu a prática de exercícios físicos durante a prisão domiciliar. “Montei um treino para ele fazer em casa, na esteira, mas ele disse que não dava, que faria depois”, relatou.

O bolsonarista também disse que o ex-presidente está triste, abatido e perdeu 3 kg desde que foi colocado em prisão domiciliar, no início de agosto. Ele também não tem falado muito sobre uma eventual candidatura em 2026 e está mais preocupado com o julgamento na Corte, que começa no próximo dia 2.

Fonte: DCM

Frentes parlamentares pedem mudanças na fiscalização de combustíveis após megaoperação contra PCC

Parlamentares querem que Congresso avance em medidas mais rigorosas contra fraudes no setor, com foco na fiscalização e no combate à sonegação

                   Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Adriano Machado / Reuters)

Quatro frentes parlamentares assinaram, nesta quinta-feira (28), uma nota cobrando o avanço do Congresso Nacional em medidas que busquem endurecer a fiscalização sobre o setor de combustíveis. A iniciativa surgiu após uma megaoperação policial deflagrada contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) desmantelar um esquema que envolvia postos de combustíveis e fintechs da Faria Lima, o qual movimentou, entre 2020 e 2024, R$ 52 bilhões.

Segundo a Folha de S. Paulo, as frentes do Biodiesel, da Agropecuária, do Etanol e do Empreendedorismo estão pressionando pela aprovação de um conjunto de projetos de lei que, segundo eles, seriam essenciais para aumentar o controle sobre as fraudes no setor. Uma das propostas mais urgentes, de acordo com os parlamentares, é a que autoriza a ANP (Agência Nacional do Petróleo e Gás) a utilizar dados da Receita Federal para combater a sonegação fiscal. Além disso, outra proposta visa aumentar o teto das multas aplicadas a fraudadores, que passariam de R$ 5 milhões para R$ 20 milhões.

Outra mudança proposta pelas frentes é no aumento das sanções administrativas para aqueles que cometerem irregularidades no setor de combustíveis. Também há um projeto que pune de forma mais severa os chamados "devedores contumazes", ou seja, aqueles que reiteradamente descumprem suas obrigações tributárias. “Além disso, é indispensável ampliar o orçamento da ANP, garantindo mais estrutura de fiscalização e inteligência. Sem esse reforço legal e institucional, as operações policiais não serão suficientes para desmontar as engrenagens financeiras das facções”, afirmaram os parlamentares em nota conjunta.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lewandowski exalta “uma das maiores operações da história contra o crime organizado” e pede aprovação da PEC da Segurança

Ministro destaca o êxito da operação “Carbono Oculto” e defende urgência na aprovação da proposta para integrar forças de segurança no combate ao crime

       Ministro Ricardo Lewandowski (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se pronunciou sobre o avanço da “Carbono Oculto”, uma das maiores operações da história do Brasil contra o crime organizado. Em coletiva de imprensa, Lewandowski ressaltou a magnitude do trabalho conjunto entre diversas forças de segurança e órgãos governamentais, destacando a ação como um marco no combate à infiltração do crime organizado no setor de combustíveis e no mercado financeiro.

“Hoje é um momento auspicioso para a segurança pública e para o governo, pois estamos testemunhando a realização de uma das maiores operações da história contra o crime organizado, não apenas no Brasil, mas, ousaria dizer, em termos mundiais”, afirmou Lewandowski. Ele explicou que a operação visou desmantelar a atuação de facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que se infiltraram em setores essenciais da economia, como o mercado de combustíveis. A ação teve foco em desarticular fraudes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, que envolviam centenas de empresas e indivíduos.

A operação, que mobilizou 1,4 mil agentes e abrangeu mais de 350 alvos em oito estados brasileiros, foi coordenada por uma força-tarefa integrada pela Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público e outras agências. Com a cooperação dessas entidades, foi possível identificar e atacar uma rede criminosa sofisticada, que controlava desde a produção até a distribuição de combustíveis, além de utilizar técnicas complexas para lavagem de dinheiro, como a criação de fintechs e a aquisição de ativos financeiros.

Lewandowski ressaltou ainda que essa operação, intitulada "Carbono Oculto", não seria possível sem a integração e o esforço contínuo entre as diversas esferas de governo. “Essa operação se espalha por mais de 10 estados e foi realizada graças a uma visão integrada do governo brasileiro, com a colaboração de todos os órgãos envolvidos”, declarou. Ele também explicou que, além de combater diretamente o crime, a operação trouxe à tona esquemas financeiros ilícitos que movimentavam bilhões de reais, impactando gravemente a economia do país.

A operação foi composta por diversas frentes, sendo uma delas a Operação Quasar, voltada a desarticular uma organização especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras. Durante a ação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e bloqueados R$ 1,2 bilhão de ativos relacionados a essas fraudes. Além disso, a Justiça Federal autorizou o afastamento de sigilos bancários e fiscais de empresas e indivíduos envolvidos.

No decorrer da coletiva, o ministro aproveitou para destacar a relevância da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança, atualmente em tramitação no Congresso Nacional. A proposta visa institucionalizar a cooperação entre as forças de segurança do país, permitindo uma ação mais coordenada e eficiente no combate ao crime organizado. “Precisamos institucionalizar essa colaboração e torná-la uma realidade cotidiana no combate às facções criminosas”, afirmou Lewandowski, que espera a rápida aprovação da PEC.

Lewandowski ainda mencionou que, com o avanço da globalização, o crime organizado deixou de ser um fenômeno local ou nacional. “O crime organizado hoje é global. A cooperação entre os órgãos de segurança e as esferas governamentais foi o que garantiu o sucesso dessa operação, e é esse modelo que queremos ver implementado em todo o país”, concluiu.

A Operação “Carbono Oculto” se revelou um marco na luta contra o crime organizado no Brasil. Além de desmantelar redes criminosas em setores estratégicos, como combustíveis e mercado financeiro, a ação ilustra a necessidade urgente de uma abordagem mais integrada e coordenada no enfrentamento das organizações criminosas, especialmente no cenário atual, em que o crime se globaliza e desafia as instituições tradicionais de segurança.

Fonte: Brasil 247

Quem são os alvos da Megaoperação envolvendo PCC e a Faria Lima

Empresário Mohamad Hussein Mourad é apontado como epicentro de esquema criminoso envolvendo lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis

     (Foto: Reuters)

Uma megaoperação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Receita Federal foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (28) e visou desarticular um esquema criminoso de grande porte. A operação, que cumpre cerca de 350 mandados de busca e apreensão, está focada no envolvimento de empresas e figuras ligadas ao setor de combustíveis, à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e à famosa região da Faria Lima, centro financeiro de São Paulo. O empresário Mohamad Hussein Mourad, um dos principais alvos da operação, é apontado como epicentro do esquema, segundo o Metrópoles.

Mourad, que já era investigado por atividades ilícitas e possuía ligações com o PCC, é acusado de liderar uma rede criminosa que operava fraudulentamente dentro da cadeia de combustíveis. A investigação também revelou que ele e Roberto Augusto Leme, conhecido como "Beto Louco", foram responsáveis por orquestrar um esquema de lavagem de dinheiro e fraudes fiscais envolvendo empresas de combustíveis e fintechs, além de manipular fundos de investimentos na Faria Lima. Os dois, segundo as investigações, agiam com o auxílio de contadores e profissionais especializados para blindar o patrimônio e ocultar os lucros ilícitos.

◈ A operação e os principais envolvidos

Entre os alvos da operação estão diversos empresários, contadores e diretores de empresas ligadas ao setor de combustíveis. Além de Mourad e Leme, a operação também mira Marcelo Dias de Moraes, presidente da Bankrow Instituição de Pagamento, e Camila Cristina de Moura Silva/Caron, diretora financeira da BK, fintech que operava como “banco paralelo” no esquema. O esquema envolvia, ainda, o desvio de metanol e a adulteração de combustíveis, prática que afetava diretamente o consumidor final, com a venda de gasolina adulterada.

O cerco policial e fiscal atingiu não apenas pessoas físicas, mas também uma série de empresas e instituições financeiras. As investigações revelaram que pelo menos 40 fundos de investimento, que somam mais de R$ 30 bilhões em ativos, eram usados para ocultar e movimentar o dinheiro oriundo das fraudes. Fundos como o Zeus Fundo de Investimento em Direitos Creditórios e o Atena Fundo de Investimento em Participações estavam entre os envolvidos. Além disso, empresas distribuidoras de combustíveis, como a Aster Petróleo e a Duvale Distribuidora de Petróleo, também estão entre os alvos da operação.

◈ Lista de principais alvos da megaoperação:

● Pessoas físicas

  • Mohamad Hussein Mourad – Empresário, epicentro do esquema criminoso
  • Roberto Augusto Leme – Apontado como operador central do esquema
  • Marcelo Dias de Moraes – Presidente da Bankrow Instituição de Pagamento
  • Camila Cristina de Moura Silva/Caron – Diretora financeira da BK, fintech usada para lavagem de dinheiro
  • Valdemar de Bortoli Júnior – Com vinculação às distribuidoras de combustíveis Rede Sol Fuel e Duvale
  • José Carlos Gonçalves, conhecido como “Alemão” – Ligado ao PCC
  • Lucas Tomé Assunção – Contador vinculado à GGX Global Participações e Usina Sucroalcooleira Itajobi
  • Marcello Ognibene da Costa Batista – Contador com indícios de fraude societária

● Empresas e instituições financeiras

  • BK Instituição de Pagamento S.A. 
  • Bankrow Instituição de Pagamento S.A. 
  • Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. 
  • Reag Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. 
  • Altinvest Gestão de Administração de Recursos de Terceiros Ltda. 
  • BFL Administração de Recursos LTDA 
  • Banco Genial S.A. 
  • Actual Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. 
  • Ello Gestora de Recursos LTDA 
  • Libertas Asst S/A 
  • Banvox Distribuidora de Títulos e Valores LTDA 
  • Zeus Fundo de Investimento em Direitos Creditórios 
  • Brazil Special Opportunities Fund 
  • Atena Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia 
  • Olimpia Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado 
  • Minesotta Fundo de Investimento Imobiliário 
  • Pinheiros Fundo de Investimento Imobiliário FII 
  • Olsen Fundo de Investimento Imobiliário Responsabilidade Limitada 
  • Mabruk II Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados 
  • Radford Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado
  • Participation Fundo de Investimento em Participações em Cadeias Produtivas Agroindustriais 
  • Zurich Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia 
  • Pompeia Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia 
  • Location Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia 
  • Derby 44 Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado 
  • Los Angeles 01 Fundo de Investimento Imobiliário 
  • Gold Style Fundo de Investimento em Direito Creditório Não Padronizado 
  • Hans 95 Fundo de Investimento Multimercado e Investimento no Exterior 
  • Celebration Fundo de Investimento em Participação Multiestratégia 
  • Keros Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia 
  • Fundo de Investimento Imobiliário FII Enseada 
  • Fundo de Investimento Imobiliário Ruby Green 
  • Fundo de Investimento Imobiliário Green Eagle 
  • Pegasus Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia 
  • Paraibuna Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia 
  • Fundo de Investimento Imobiliário Toronto 
  • Mam ZC Tesouro Selic FI Renda Fixa DI Soberano 
  • Anna Fundo de Investimento em Cotas de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios 
  • Reag High Yield Fundo de Investimento em Direitos Creditórios

● Distribuidoras e administradoras de postos de combustíveis

  • Aster Petróleo Ltda.
  • Safra Distribuidora de Petróleo S/A
  • Duvale Distribuidora de Petróleo e Álcool Ltda.
  • Arka Distribuidora de Combustíveis Ltda.
  • GGX Global Participações SA
  • Ciclone Gestão e Participações Ltda.
  • Latuj Participações Ltda.
  • Lega Serviços Administrativos SA
  • Vila Rica Participações Ltda.
  • Khadige Conveniência Ltda. (denominada Empório Express Ltda.)
  • Dubai Administração de Bens Ltda.

◈ A logística criminosa e a lavagem de dinheiro

A operação também revelou a complexidade do esquema, que envolvia diversas etapas, desde a importação ilegal de metanol até a distribuição de combustíveis adulterados. Segundo as investigações, o metanol era desviado do Porto de Paranaguá, no Paraná, e destinado a postos de combustíveis ligados ao grupo criminoso. Além disso, contadores atuavam diretamente na manipulação das transações financeiras e no uso de fintechs para dificultar o rastreamento do dinheiro. A utilização de fundos de investimento, muitos deles com vínculos na Faria Lima, foi outra estratégia empregada pelo grupo para ocultar o dinheiro oriundo das fraudes.

◈ PCC e a influência no mercado de combustíveis

A megaoperação desvendou ainda a forma como o PCC atuava diretamente no mercado de combustíveis. Investigadores apontam que donos de postos de combustíveis foram coagidos a vender seus estabelecimentos para integrantes do grupo criminoso. Em alguns casos, os vendedores não receberam os valores das transações e foram ameaçados de morte caso cobrassem o pagamento. Esse tipo de extorsão e manipulação econômica demonstram a grandeza e o alcance da organização criminosa, que usava a economia formal e instituições financeiras para ocultar seu patrimônio ilícito.

Ao todo, a operação impactou oito estados brasileiros: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O volume de recursos movimentados pela organização foi estimado em bilhões de reais, com a sonegação de impostos superando os R$ 7,6 bilhões. Com a deflagração da operação, autoridades esperam dar um golpe significativo em um dos maiores esquemas criminosos que afeta o mercado de combustíveis e sistemas financeiros do Brasil.

As investigações continuam, e novos desdobramentos podem surgir conforme mais informações sobre o funcionamento da rede de lavagem de dinheiro e fraude fiscal sejam reveladas. A ação representa um passo importante no combate ao crime organizado e ao tráfico de influências em setores estratégicos da economia brasileira.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Extrema direita atacou fiscalização do Pix para proteger lavagem de dinheiro Faria Lima-PCC

Operação policial revelou que o crime organizado se beneficiou da falta de regulamentação para lavar recursos ilegais por meio de fintechs

Nikolas Ferreira (Foto: Reprodução/X/@nikolas_dm)



A onda de desinformação propagada por políticos de extrema-direita que teve como alvo o Pix colaborou com a manutenção do esquema de lavagem de dinheiro que envolvia a facção criminosa PCC e fintechs, desmantelado por uma megaoperação policial nesta quinta-feira (28). A operação revelou que o crime organizado se beneficiou da falta de regulamentação para lavar recursos ilegais por meio dessas instituições.

A origem desse embate remonta a setembro do ano passado, quando a Receita Federal publicou a Instrução Normativa (IN) 2219/24. O objetivo era atualizar as regras para incluir as fintechs nas mesmas exigências que já se aplicavam aos bancos tradicionais. A medida determinava que movimentações financeiras superiores a R$ 5 mil, feitas por meio de Pix ou outros meios de pagamento como TED e cartões de débito, fossem informadas à Receita.

No entanto, a reação foi rápida e negativa, com a disseminação de fake news que distorceram o real propósito da normativa, acusando o governo de tentar taxar o Pix e invadir o sigilo dos pequenos negócios.

A onda de desinformação causou grande alarde entre a população, especialmente entre trabalhadores autônomos e microempresários, que temiam ser atingidos por uma possível "malha fina". A Receita Federal negou que o objetivo fosse punir os pequenos negócios, mas o governo, temeroso com o impacto político, decidiu revogar a IN, contrariando a posição da equipe econômica que defendia o fortalecimento do controle sobre as movimentações digitais.

Em janeiro, o governo ainda editou uma Medida Provisória (MP) para proibir os comerciantes de cobrarem taxas adicionais sobre pagamentos via Pix. Embora isso fosse contrário à prática comum do mercado, a medida não foi votada e perdeu a validade em junho. A revogação da IN, porém, gerou consequências mais profundas. Em comunicado, a Receita Federal apontou que a falta de regulamentação adequada das fintechs permite que organizações criminosas utilizem essas plataformas para ocultar o rastreamento de suas transações ilegais.

O cenário se agravou com a circulação de vídeos e mensagens, como o do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que sugeriu que o governo poderia taxar o Pix no futuro. O conteúdo, que alcançou mais de 100 milhões de visualizações, aumentou a pressão sobre o Palácio do Planalto. Preocupado com o desgaste político e a reação popular, o governo convocou uma série de reuniões para tentar reverter a situação. Durante esse processo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de sua equipe de ministros, decidiu revisar a estratégia de comunicação do governo, escalando o publicitário Sidônio Palmeira para coordenar a resposta oficial.

 

Fonte: Brasil 247