terça-feira, 15 de julho de 2025

Maior grupo empresarial dos EUA pressiona Trump a suspender tarifa sobre o Brasil

 

O presidente dos EUA Donald Trump. Foto: Divulgação

A U.S. Chamber of Commerce, maior associação empresarial dos Estados Unidos, e a Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) divulgaram nesta terça-feira (15) um comunicado conjunto pedindo ao presidente Donald Trump que suspenda a tarifa de 50% anunciada contra produtos brasileiros.

As entidades alertam que a medida, prevista para entrar em vigor em agosto, pode causar “danos graves” à relação econômica entre os dois países e estabelecer “um precedente preocupante”. No texto, as organizações destacam que o Brasil é um dos dez principais destinos das exportações americanas, com cerca de US$ 60 bilhões em bens e serviços enviados anualmente.

Segundo os dados divulgados, mais de 6.500 pequenas empresas dos EUA seriam diretamente impactadas pela tarifa, além de outras 3.900 companhias americanas que mantêm investimentos no Brasil. O aumento nos custos afetaria cadeias produtivas essenciais, reduzindo a competitividade de setores estratégicos e encarecendo produtos para os consumidores norte-americanos.

Produtos importados do Brasil para os EUA. Foto: Divulgação
As entidades também criticam o uso de sanções econômicas como instrumento de retaliação política. “Impor tais medidas em resposta a tensões políticas mais amplas corre o risco de causar danos reais a uma das relações econômicas mais importantes dos Estados Unidos”, afirmam no comunicado.

Elas reforçam que a imposição da tarifa afetaria itens vitais para a indústria e a população dos EUA, ampliando os custos para famílias e comprometendo o desempenho de empresas locais.

Como solução, a U.S. Chamber of Commerce e a Amcham defendem a abertura imediata de um canal de negociação de alto nível entre os governos de Brasil e Estados Unidos, com diálogo direto entre os presidentes. Desde que Trump assumiu seu novo mandato, em janeiro, não houve contato direto com o presidente Lula.

Fonte: DCM

VÍDEO – Trump diz que não é amigo de Bolsonaro, mas volta a defendê-lo

 

Donald Trump em conversa com jornalistas na Casa Branca. Foto: Jonathan Ernst/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender publicamente o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (15), classificando mais uma vez as investigações contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “caça às bruxas”. As declarações ocorrem após o anúncio das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida que deve entrar em vigor em 1º de agosto.

Questionado por jornalistas sobre o pedido de condenação apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Trump afirmou: “O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo do Brasil. Ele lutou muito pelo povo do Brasil”. O republicano acrescentou: “Eu acredito que é uma caça às bruxas e não deveria estar acontecendo”.

Embora tenha feito a defesa do ex-presidente brasileiro, Trump afirmou que não considera Bolsonaro um aliado próximo: “Não é que… olha, ele não é como um amigo meu, ele é alguém que eu conheço. E eu o conheço como um representante de milhões de pessoas. Os brasileiros são ótimas pessoas”.


As declarações foram dadas após Trump ser questionado sobre o andamento do processo que investiga Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Na segunda-feira (14), a PGR pediu formalmente a condenação do ex-presidente, alegando que ele liderou uma “organização criminosa” para desestabilizar a democracia.

Na carta publicada nas redes sociais de Trump, destinada ao presidente Lula (PT) na última quarta-feira (9), o republicano associou o tarifaço a questões políticas, afirmando, sem apresentar provas, que a decisão foi tomada “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.

A justificativa, no entanto, é contestada por especialistas. Dados comerciais mostram que, desde 2009, os EUA têm superávit na balança comercial com o Brasil, exportando mais do que importando. Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticaram a medida, afirmando que não há motivos econômicos para tamanha taxação e que a decisão pode prejudicar empregos no Brasil.

Fonte: DCM

VÍDEO – Mourão abandona bolsonaristas de vez e detona Trump por tarifaço

 

Hamilton Mourão durante fala no Senado. Foto: reprodução

Em um rompimento claro com o núcleo mais íntimo do bolsonarismo, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente, afirmou nesta terça-feira (15) que não aceita a interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nos assuntos internos do Brasil, referindo-se às tarifas de 50% impostas como retaliação pelo tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Eu não aceito que o Trump venha meter o bedelho num caso que é interno nosso. Há uma injustiça sendo praticada contra o presidente Bolsonaro? Há uma injustiça sendo praticada, mas compete a nós brasileiros resolvermos isso”, declarou Mourão durante audiência pública da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

As declarações do ex-vice-presidente aprofundam o isolamento político de Bolsonaro e seus filhos, o deputado licenciado Eduardo (PL-SP) e o senador Flávio (PL-RJ), no cenário da crise tarifária.

Enquanto inicialmente governadores de direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG), apoiaram as críticas de Trump ao governo do presidente Lula (PT), muitos agora admitem os impactos econômicos da medida e buscam soluções diplomáticas.

Veja o momento da fala de Mourão:


Mourão classificou a abordagem de Trump como abandono do “soft power” (poder suave) em favor da coerção econômica, destacando que as tarifas também prejudicarão os consumidores americanos. “O poder bruto da coerção e do dinheiro está sendo usado de forma que afeta ambos os países”, avaliou o senador.

A postura de Mourão contrasta com a estratégia da família Bolsonaro, que tem defendido a anistia como única solução para a crise. Eduardo Bolsonaro, atualmente nos EUA, foi um dos articuladores das medidas de Trump, que em carta citou explicitamente a situação do ex-presidente brasileiro: “Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”.

O senador gaúcho também se manifestou sobre o pedido de condenação de Bolsonaro pela PGR, entregue na segunda-feira (14). Em suas redes sociais, Mourão classificou o processo como “claramente político” e com o objetivo de “tirar o ex-presidente do contexto político nacional”.

Fonte: DCM

Michelle consegue derrubar vídeos em que é chamada de “ex-garota de programa”

 

Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama do Brasil. Foto: reprodução
A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) obteve uma vitória judicial na última sexta-feira (11), quando o desembargador Álvaro Ciarlini determinou a remoção imediata de dois vídeos em que a influenciadora Teônia Mikaelly Pereira de Sousa a chamou de “ex-garota de programa” durante um podcast. A decisão reverteu liminar anterior que havia negado o pedido de Michelle.

Os réus, incluindo a Meta, empresa dona do Instagram, receberam 48 horas para retirar os conteúdos ofensivos sob pena de multa diária de R$ 5 mil, podendo chegar a R$ 300 mil. Caso descumpram, também estarão sujeitos a outras sanções penais.

Apesar das falas terem sido originalmente veiculadas no YouTube, a ação incluiu a Meta devido ao potencial de disseminação do conteúdo em suas plataformas. No entanto, ainda é possível encontrar o vídeo no X. Veja:



O caso ganhou destaque quando Teônia Mikaelly, durante discussão que comparava Michelle à atual primeira-dama Janja Lula da Silva, fez declarações consideradas difamatórias: “Ela vive uma postura de uma mulher que é dama, dona da família. Ela incorporou o personagem que ela não vive”, iniciou. “Todo mundo sabe que ela é ex-garota de programa e que a família inteira tem passagem pela polícia”.

A primeira decisão judicial, do juiz Leonardo Maciel Foster da 1ª Vara Cível de Brasília, havia negado a remoção imediata dos vídeos com base no argumento da liberdade de expressão, princípio frequentemente defendido por setores da extrema-direita.

No recurso, a defesa de Michelle argumentou que os vídeos já haviam alcançado quase 2 milhões de visualizações e continuavam sendo impulsionados por algoritmos, causando danos contínuos à imagem da ex-primeira dama.

Ao analisar o recurso, o desembargador Ciarlini considerou que as falas ultrapassaram os limites da liberdade de expressão, caracterizando-se como misóginas e sexistas. “Aparentemente têm o objetivo de agredir e atingir a esfera jurídica incólume da demandante”, afirmou na decisão que acolheu o pedido de Michelle.

Passado de Michelle

Enquanto as atividades de Michelle antes do casamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguem discretas, é possível constatar que Teônia não estava completamente errada ao falar dos familiares da ex-primeira-dama.

Em 2019, a Veja revelou que Dona Aparecida, avó da ex-primeira-dama, foi presa em 1997 por tráfico de drogas, quando era conhecida como “Tia”. Na ocasião, foi flagrada com 169 porções de merla (subproduto da cocaína) a apenas 3 km do Palácio do Planalto.

O histórico familiar inclui ainda a mãe de Michelle, Maria das Graças, que em 1988 (quando Michelle tinha 6 anos) foi investigada por possuir dois registros civis. Já o tio preferido da ex-primeira-dama, João Batista Firmo Ferreira, foi preso em maio de 2018 acusado de integrar milícia na Sol Nascente.

Fonte: DCM

Eduardo Bolsonaro chama Tarcísio de covarde por não defender tarifaço

 

Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Foto: Divulgação
A crise interna na direita brasileira ganhou novo capítulo nesta terça-feira (15), quando o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou uma crítica direta ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em seu perfil no X (antigo Twitter).

Na publicação, Eduardo escreveu: “Prezado governador Tarcísio, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”.

A declaração ocorreu após o deputado se dizer “desrespeitado” com a atuação de Tarcísio de não apoiar o tarifaço de Donald Trump ao Brasil.

Tarcísio, por sua vez, reagiu com tom diplomático. À CNN, afirmou: “Sem problemas. Neste momento, estou olhando para São Paulo, para o seu setor industrial, para sua indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, para o nosso agronegócio, para nossos empreendedores e trabalhadores”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem mantido uma postura de neutralidade pública diante do embate entre seu filho e o governador de São Paulo, sobre as tarifas comerciais impostas por Trump. Porém nos bastidores ele tem demonstrado apoio à atuação de Eduardo nos Estados Unidos, destacando a relevância de sua iniciativa para aumentar a pressão sobre o governo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal.

Fonte: DCM

Hospital Torao Tokuda realizou 110 cirurgias em seis dias de atividades

 

    Foto: Divulgação 

Na primeira semana de funcionamento do Hospital Torao Tokuda, em área da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (ACEA), foram realizadas um total de 110 cirurgias eletivas (não emergenciais). O resultado foi obtido no período de 7 a 14 de julho - em seis dias úteis - em diversas especialidades, atendendo pacientes idosos e também crianças.

A informação foi dada pelo gerente administrativo do Instituto Santa Clara – que assumiu a gestão do hospital -, Diego Domingues, ao diretor da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, Lucas Leugi. “No primeiro dia, com a presença do secretário de estado da saúde, Beto Preto, foram concluídas 26 cirurgias pelo Programa Opera Paraná e, nos cinco dias seguintes, mais 84 cirurgias”, informa Leugi.

O diretor da RS reafirma que, a partir de agora, com a ampliação da capacidade do Opera Paraná na região, o atendimento será mais célere, reduzindo gradativamente as filas de espera dos pacientes. “Um expressivo número de pessoas que já passaram consultas e exames pré-operatórios devem ser atendidas, levando em conta que o hospital da Acea terá uma capacidade inicial para realizar cerca de 450 cirurgias ao mês", avalia Lucas Leugi.

O secretário de estado da saúde, Beto Preto, que esteve presente no início das primeiras cirurgias no “Torao Tokuda”, lembra que até agora o investimento foi de aproximadamente R$ 20 milhões em reformas, adequações, equipamentos e mobiliário, pelo Instituto Santa Clara. “O hospital, que foi contratado pelo Governo do Estado, por meio da Sesa, irá atender pacientes da macrorregião de Apucarana”, enfatiza Beto Preto, acrescentando que já está formatada uma boa parceria com todos os municípios na área da 16ª Regional de Saúde.

Fonte: Assessoria de imprensa

Despertar patriótico pode garantir vitória de Lula no primeiro turno

 

Manifestantes protestam contra o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto seguram uma bandeira do Brasil. Foto: Divulgação
Cada vez entendo melhor a máxima de Napoleão, de que nunca se deve interromper o inimigo quando ele estiver cometendo um erro.

Na política, como na guerra, as vitórias são conquistadas não apenas por nossos acertos, mas também pelos erros dos adversários.

O apoio servil da família Bolsonaro e seus vassalos na extrema direita, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, às agressões arbitrárias, injustificadas, prepotentes, de Donald Trump ao Brasil, repercutiu muito mal na opinião pública.

Todos aqueles que apoiaram, de maneira explícita ou tácita (se calando, por exemplo), essa tentativa grotesca de humilhar o Brasil, de subjugar nossas instituições e nossa democracia, cometeram um suicídio político.

O ataque desprezível de Donald Trump à nossa soberania provocou um verdadeiro terremoto na política brasileira, com reflexos imediatos na aprovação do governo e nas perspectivas eleitorais de 2026. As placas tectônicas se movimentaram, e não foi em favor da direita entreguista, corrupta e subserviente.

Segundo pesquisa Atlas/Bloomberg divulgada hoje, o percentual de brasileiros que passou a apoiar a política externa do governo Lula saltou de 50% em novembro de 2023 (última vez em que a Atlas fez essa pergunta, e já era um ótimo número) para um patamar recorde de 60%!

Gráfico de aprovação do Governo Lula. Foto: Divulgação


☆ O despertar do sentimento nacional


Um nervo foi tocado no Brasil.

Os ataques de Trump à soberania nacional despertaram um sentimento patriótico que há muito não se via. A pesquisa Atlas/Bloomberg confirma o que já era fácil observar nas redes sociais: uma onda gigante de indignação contra Donald Trump e contra os políticos que não reagiram imediatamente com uma postura firme em defesa da soberania nacional.

A reação negativa foi especialmente forte contra Tarcísio de Freitas, que tentou justificar a violência de Trump contra o Brasil, e culpar o presidente Lula pelos caprichos autoritários de um chefe de Estado metido a dono do mundo.

Segundo a Atlas/Bloomberg, a aprovação de Lula subiu de 47,3% para 50%, enquanto sua desaprovação caiu de 51,8% para 50,3%. Uma melhora total de 4 pontos em favor de Lula.

Analistas experientes costumam dizer que uma aprovação superior a 50% gera possibilidade de vitória no primeiro turno em eleições presidenciais.

Importante destacar, no entanto, que a aprovação do presidente já vinha crescendo antes mesmo desses ataques de Trump, provavelmente em função do arrefecimento da inflação de alimentos, um fator que, aparentemente, tem uma correlação direta com a aprovação de Lula entre as famílias de baixa renda.

Aprovação do Presidente Lula. Foto: Divulgação


☆ A força da política externa

A pesquisa mostra que 61,1% dos brasileiros consideram que Lula representa o Brasil melhor do que Bolsonaro no plano internacional, contra apenas 38,8% que pensam o contrário.

Outro dado muito emblemático: pela primeira vez mais brasileiros (38%) preferem o Brasil mais próximo dos Brics do que dos Estados Unidos (31%).

A imagem da China também melhorou: se em maio de 2025, apenas 4% responderam que o Brasil deveria se aproximar mais da China, hoje esse número triplicou para 12%.

Esse é um tipo de sentimento muito forte e resiliente, porque vai além da economia, e além desse moralismo de goela tão típico do senso comum antipolítica.

Será complicado para mídia conservadora e liberal, partidos de direita, e influencers da Faria, desconstruírem um sentimento patriótico que vem emergindo das entranhas da consciência popular.

Gráfico sobre Lula ou Bolsonaro representarem o Brasil. Foto: Divulgação


☆ A rejeição às tarifas e a Trump

A imagem pessoal de Donald Trump entre os brasileiros se deteriorou de maneira dramática: 63,2% agora têm uma imagem negativa do ex-presidente americano, contra apenas 31,9% que mantêm uma visão positiva. Esses números mostram que Trump não tem capital político no Brasil para sustentar suas investidas contra o país.

Pelo contrário, suas ações apenas fortalecem a rejeição popular e consolidam o apoio à postura firme do governo Lula.

O impacto econômico das tarifas de Trump também preocupa os brasileiros: 63,5% consideram que as medidas terão alto ou muito alto impacto na economia nacional.

Essa rejeição a Trump não é artificial, pueril, ou estética: metade dos brasileiros entendem que as justificativas usadas pelo presidente americano para impor tarifas ao Brasil podem ser consideradas uma “ameaça à soberania brasileira”.

Gráfico de opiniões sobre as tarifas de Donald Trump. Foto: Divulgação


☆ A capacidade de negociação

Mesmo assim, há um otimismo cauteloso sobre a capacidade de negociação do Brasil. Quando questionados se acreditam que o governo federal será capaz de negociar e chegar a um acordo com os Estados Unidos para reduzir as tarifas, 47,9% dos brasileiros responderam que sim, contra 38,8% que não acreditam nessa possibilidade.

Entre os eleitores de Lula, o otimismo é ainda maior: 78,6% acreditam na capacidade de negociação do governo, enquanto apenas 3,9% são pessimistas.

☆ As consequências eleitorais

As consequências políticas desse episódio pode ir além dos números de aprovação presidencial. Ao fim da ditadura militar, a direita enfrentou muita dificuldade por ter se associado à ditadura e, portanto, à imagem de inimiga da democracia. O que pode acontecer hoje é algo semelhante. Caso permaneça amarrada a esse bolsonarismo desesperado e suicida, a direita brasileira pode pespegar em si a pecha de inimiga de nossa soberania. O que talvez seja um estigma ainda pior.

Trump e seus aliados brasileiros cometeram um erro estratégico monumental ao subestimar o sentimento patriótico do povo brasileiro.

A tentativa de Tarcísio de Freitas, e de outros líderes da direita, de minimizar as agressões de Trump ou de culpar o governo brasileiro pela escalada comercial se mostrou um tiro no pé. A população brasileira, independentemente de suas preferências partidárias, não aceita passivamente ataques à soberania nacional, além de considerar as tarifas de Trump como totalmente injustificadas.

Gráfico de opinião sobre a justiça da taxação de Donald Trump. Foto: Divulgação


Para o governo Lula, esse episódio representa uma oportunidade única de consolidar sua liderança tanto no plano interno quanto no cenário internacional. A alta aprovação à sua política externa oferece uma base sólida para construir um discurso poderoso em defesa da soberania brasileira, que poderá ser uma alavanca simbólica muito eficaz nas eleições do ano que vem, inclusive para o legislativo.

A família Bolsonaro arrastou a sua base para uma posição de apoio a Donald Trump, exatamente no momento em que a maioria do país reage com profunda indignação aos ataques que o presidente americano passou a fazer às nossas instituições democráticas.

A direita se vê diante, portanto, de um dilema insolúvel.

Por um lado, manter o alinhamento com Trump significa abandonar definitivamente qualquer pretensão patriótica e assumir publicamente o papel de submissa a interesses estrangeiros. Romper com Trump, por outro, significaria acusar a família Bolsonaro de traição ao país, e perder uma boa parte desse eleitorado altamente radicalizado, beirando o fanatismo, que se junta ao redor do ex-presidente.

Originalmente publicado no O Cafezinho

VÍDEO – Âncora da CNN chama Bolsonaro de “Bozo” ao vivo e viraliza

Jornalista Elisa Veeck durante transmissão ao vivo na CNN Brasil – Foto: Reprodução

Durante programa da CNN Brasil, nesta terça-feira (15), a apresentadora Elisa Veeck chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “Bozo”. O comentário foi feito ao vivo e rapidamente viralizou nas redes sociais. A jornalista ainda não comentou o episódio.


Elisa é a mesma jornalista que, no início do mês, fez um discurso contundente em defesa do Nordeste, ao abordar a xenofobia enfrentada pela região. Na ocasião, ela denunciou o preconceito estrutural contra o povo nordestino, especialmente em grandes centros urbanos do Sudeste.

Fonte: DCM

Flávio ataca Gonet por pedir condenação de Bolsonaro: “Tomou altas doses de Diazepam”

 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais nesta terça-feira (15) para atacar o procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pelo relatório final da PGR que pediu a condenação de Jair Bolsonaro (PL) por liderar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após a derrota nas eleições de 2022.

No relatório, Gonet cita Bolsonaro 460 vezes e o coloca como “principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado”. A expectativa é que o julgamento no STF seja concluído até o fim de 2025. O ex-capitão pode pegar até 43 anos de prisão.

“Em última análise, o exame dos fatos e das evidências revela que Jair Bolsonaro desempenhou um papel central na orquestração e promoção de atos antidemocráticos”, afirma o texto enviado ao Supremo Tribunal Federal.

Descontrolado, Flávio diz, por meio de um post no X, que “o PGR deve ter tomado altas doses de Diazepam, que causam confusão mental e alucinações”. Na sequência, tenta afastar a imagem de covardia da família ao declarar: “no nosso dicionário não existe a palavra medo, existe a palavra fé”.

O filho “01” de Jair Bolsonaro ainda usa uma frase de Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente Lula (PT) no lawfare da Lava Jato e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir “Direitos Humanos” ao ex-mandatário.

“O remédio é forte e amargo, mas necessário para acabar com o câncer em metástase que atingiu os órgãos vitais da nossa Nação! ‘Não há remédio eficaz no Brasil para cessar violações a Direitos Humanos’ (07/Ago/2016, Cristiano Zanin, advogado de Lula)”, diz o senador.

Confira:

Fonte: DCM

Tarcísio diz buscar negociação "paradiplomática" com estados dos EUA para contornar sobretaxa de Trump

Governador de SP defende estratégia diante da tarifa de 50% imposta pelos EUA e se aproxima de empresas e políticos estadunidenses

       Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante reunião com empresários nesta terça-feira (15), no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que pretende adotar uma estratégia de “relação paradiplomática” com os Estados Unidos. A iniciativa prevê diálogo direto com governos estaduais norte-americanos e senadores daquele país para minimizar os efeitos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Segundo a Folha de S.Paulo, o governador afirmou que “não há disputa” com o governo federal, mas defendeu que São Paulo deve agir “até onde for possível” para proteger sua economia dos impactos da medida anunciada por Trump. A chamada paradiplomacia envolve negociações internacionais conduzidas por entes subnacionais, como estados, e não pelo governo central.

O encontro ocorreu na manhã desta terça-feira e contou com a presença de executivos de grandes empresas brasileiras, como Embraer, Cutrale, Minerva, Usiminas e representantes dos setores de café e aço. Rubens Ometto, do Grupo Cosan, também participou. O governo dos Estados Unidos foi representado pelo encarregado de negócios Gabriel Escobar e pelo cônsul-geral interino, Benjamin Wohlauer — atualmente, os EUA estão sem embaixador no Brasil, e Escobar é o principal representante da embaixada.

Além do governador, participaram do encontro o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, e o chefe do escritório do governo paulista em Brasília, José Vicente Santini — ex-secretário-executivo da Casa Civil na gestão de Jair Bolsonaro (PL), demitido após usar um avião da FAB para viajar de Davos à Índia. Ao todo, 18 pessoas acompanharam a reunião.

Durante sua fala, Jorge Lima destacou que o núcleo de decisões de Trump “é muito restrito” e que seria necessário pressionar os interlocutores americanos para mostrar que a medida trará prejuízos não apenas ao Brasil, mas também aos próprios EUA. Ele mencionou que essa abordagem já foi adotada por outros países e tem surtido efeito.

Ainda de acordo com a reportagem, a reunião buscou sinalizar moderação e capacidade de articulação por parte de Tarcísio, evitando confrontos com o governo Lula. Uma das maiores preocupações é o impacto da tarifa sobre o setor de aviação, que liderou as exportações de São Paulo para os EUA em 2024, com R$ 2,2 bilhões em vendas. O segundo maior segmento foi o de petróleo, seguido por suco de laranja, carne bovina, tratores e pás carregadeiras. Somente o setor agropecuário paulista exportou US$ 1,9 bilhão para os EUA no primeiro semestre deste ano — o equivalente a 30% do total enviado ao mercado americano.

Enquanto o governo paulista articula sua própria reação, o governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também iniciou esforços para enfrentar a crise. No domingo (13), Lula determinou a criação de um comitê interministerial para ouvir os setores mais impactados pela sobretaxa de Trump. O colegiado será presidido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e contará com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda).

De acordo com Alckmin, o grupo iniciou nesta terça reuniões com representantes das indústrias mais expostas ao mercado americano, como as de alumínio, celulose, calçados e autopeças. À tarde, foi a vez dos setores do agronegócio, como suco de laranja, carnes, frutas, pescados e mel. “Vamos conversar também com empresas americanas e com entidades de comércio bilateral, como a Amcham [Câmara Americana de Comércio para o Brasil]”, anunciou o vice-presidente.

A movimentação de Tarcísio desagradou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em declaração à Folha de S.Paulo, Eduardo criticou a iniciativa de Tarcísio: “É um desrespeito comigo”. Segundo ele, a aproximação com a embaixada dos EUA deveria ter passado por sua interlocução.

“Nós já provamos que somos mais efetivos até do que o próprio Itamaraty. O filho do presidente, exilado nos Estados Unidos. Queria buscar uma alternativa lateral. É um desrespeito comigo. Mas eu não estou buscando convencimento da população, eu estou buscando pressionar o Moraes”, declarou, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Eduardo afirmou ainda que não se arrepende de ter defendido sanções dos EUA contra o Brasil, mesmo que isso possa beneficiar Lula. Ele condicionou seu retorno ao país à punição do ministro do STF pelo governo estadunidense.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo