A diretora-adjunta da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE-DF), Rita de Cássia Gaio Siqueira, voltou a ter seu nome entre as notícias nacionais após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) no último sábado (22). É a voz dela que aparece no vídeo gravado pela Polícia Federal, no qual questiona o ex-presidente sobre a violação da tornozeleira eletrônica.
Com firmeza e cortesia, ela pergunta: “que horas o senhor começou a fazer isso, seu Jair?”, enquanto observava as marcas de queimadura provocadas pelo uso de um ferro de solda.
A abordagem vista no vídeo reflete a trajetória de Rita no sistema prisional. Com experiência acumulada em funções técnicas, operacionais e cargos de chefia, ela é reconhecida por atuações de risco e recebeu condecoração da Câmara Legislativa do Distrito Federal por “ato de bravura” durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Na ocasião, a Casa aprovou votos de louvor a policiais penais da SEAPE, destacando o papel do grupo na contenção da depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. Rita integrou a equipe homenageada por ter agido “prontamente” e contribuído para evitar danos maiores às sedes dos Três Poderes.
O vídeo com Bolsonaro também não foi o primeiro episódio em que Rita lidou com casos envolvendo monitoramento eletrônico.
Em 2022, atuando no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica da SEAPE, ela participou da elaboração de um relatório encaminhado ao STF alertando para o desligamento completo da tornozeleira do então deputado Daniel Silveira.
A falha era considerada grave, pois a bateria zerada impedia o rastreamento e a verificação de eventual rompimento do equipamento. O documento, emitido sob sua responsabilidade técnica, integrou o conjunto de informações que levou Alexandre de Moraes a decretar a prisão de Silveira em 2023.
A carreira de Rita na administração penitenciária se consolidou ao longo dos últimos anos. Em 2015, foi nomeada chefe do Núcleo de Ensino e Aperfeiçoamento Profissional do Centro de Progressão Penitenciária, então ligado à Secretaria de Justiça e Cidadania do DF.
Antes disso, sua trajetória profissional incluiu passagem pelo setor privado: entre 2002 e 2006, foi sócia-administradora da empresa Gaio & Gonçalves Comercial Ltda., voltada à venda de equipamentos e suprimentos de informática em Brasília.
Fonte: DCM
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