domingo, 23 de novembro de 2025

Bolsonaro estava em “surto” e ouviu “vozes” vindas da tornozeleira, dizem aliados


      O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Aliados de Jair Bolsonaro afirmam que o ex-presidente atravessou um “surto” no momento em que usou um ferro de solda para queimar a tornozeleira eletrônica que monitorava seus movimentos. Pessoas próximas relatam que Bolsonaro disse ter ouvido vozes vindas do equipamento, o que aumentou a preocupação sobre seu estado emocional. Com informações do Estadão.

A versão passou a circular com mais força depois que veio a público o vídeo em que ele admite ter “metido ferro” no dispositivo. Antes da gravação se tornar conhecida, aliados negavam qualquer violação.

Alguns chegaram a tratar o episódio como invenção, apesar de o ministro Alexandre de Moraes ter usado a suspeita de adulteração como um dos fundamentos para decretar a prisão preventiva. Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente, disse que a história não passava de “história da Chapeuzinho Vermelho”.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou ao Estadão que a situação revela um estado emocional “totalmente alterado”. Segundo pessoas próximas, o episódio teria sido um surto isolado, sem relação com tentativa de fuga.

Eles argumentam que, se Bolsonaro tivesse intenção de escapar, teria removido o equipamento no momento de sair, e não muitas horas antes. Nas redes sociais, o deputado estadual Lucas Bove reforçou esse argumento ao dizer que não faria sentido danificar o equipamento com tanta antecedência.

“Se você estivesse com uma tornozeleira eletrônica e quisesse fugir em meio a uma vigília, mexeria no computador de monitoramento do equipamento 24h antes do evento ou cortaria rapidamente o aro segundos antes da fuga, com tudo pronto para zarpar?”, escreveu.


A defesa tem evitado detalhar o que ocorreu. O advogado Paulo Bueno afirmou apenas que a tornozeleira teria sido usada para “causar humilhação” ao ex-presidente, sem comentar diretamente as imagens anexadas ao processo.

O relatório enviado ao Supremo pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal mostra o dispositivo com queimaduras em toda a circunferência.

O documento indica que o sistema detectou a violação às 00h07 do sábado, 22, momento em que a equipe de policiais penais que acompanhava a rotina do ex-presidente foi acionada. O registro também aponta que o alerta ocorreu de forma automática, como previsto no monitoramento do equipamento.

Segundo o relatório, Bolsonaro conversou com uma policial quando a equipe chegou à residência. Nas imagens, ele explica o que fez. “Meti ferro quente aí. Curiosidade. (…) Ferro de solda”, afirmou. O ex-presidente tentou minimizar o dano, dizendo que não havia rompido a pulseira: “Não rompi a pulseira não. Está tranquilo aí”.

Fonte: DCM com informações do Estadão

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