quinta-feira, 13 de novembro de 2025

VÍDEO – “Diploma tem cada vez menos relevância”, afirma Tarcísio


    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Foto: Divulgação

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu que o “diploma tem cada vez menos relevância” e que o mercado de trabalho está priorizando cada vez mais as habilidades práticas dos candidatos.

Durante um evento sobre a ampliação do ensino médio técnico na rede estadual, ele afirmou que as escolas precisam entregar ferramentas reais para que os estudantes disputem vagas de emprego.

“A gente está dando uma coisa pra vocês que é fundamental: ferramenta. O mercado é cada vez mais exigente, mais seletivo e menos desapegado dos diplomas. Diploma cada vez tem menos relevância, a competência tem cada vez mais relevância. O mercado está cada vez mais interessado em saber o seguinte: quais são as suas habilidades e menos interessado em onde você se formou”, disse o governador.

Na avaliação de Tarcísio, as instituições de ensino da rede estadual já estão oferecendo conteúdos alinhados às demandas profissionais. Ele afirmou que os estudantes saem do ensino médio com condições melhores de competir por oportunidades, já que as escolas estariam “enchendo” os jovens das ferramentas necessárias para se desenvolverem com autonomia.

A Secretaria da Educação aproveitou o evento para apresentar a meta atualizada da modalidade. O plano é alcançar 230 mil alunos matriculados no ensino técnico em 2026, o que representaria um aumento de 85,48% em relação às 124 mil matrículas atuais.

Apesar da ampliação, o número ainda está distante da meta inicial anunciada no começo da gestão, que previa chegar ao fim do governo com metade dos estudantes do ensino médio matriculados em cursos profissionalizantes.

Com a soma dos alunos da rede estadual e das Escolas Técnicas (Etecs), o governo calcula que 321 mil jovens estarão no ensino profissionalizante, o que equivaleria a 40% dos estudantes do 2º e 3º ano do ensino médio.

Fonte: DCM

Assembleia Legislativa recebe recomendação para ampliar clareza em suas licitações


Sede da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep-PR), no bairro Centro Cívico, em Curitiba. Foto: Orlando Kissner/Alep-PR

O Tribunal de Contas recomendou à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep-PR) que, em futuras licitações - e, principalmente, ao exigir a apresentação de declaração de inexistência de impedimentos legais e vínculo de parentesco de seus licitantes - especifique de forma clara, precisa e objetiva o alcance desta obrigação.

Segundo o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), a providência deve estabelecer, nos editais, até que nível da cadeia societária da licitante deve-se cumprir a exigência destas declarações e definir critérios objetivos e proporcionais "que assegurem o cumprimento da finalidade preventiva do nepotismo sem criar restrições indevidas ou insegurança jurídica, em observância aos princípios da clareza, segurança jurídica e isonomia".

A recomendação consta do Acórdão nº 3028/2025 - Tribunal Pleno, que julgou parcialmente procedente a Representação da Lei de Licitações formulada pela empresa Adservi - Administradora de Serviços Ltda. contra exigências impostas no Pregão Eletrônico nº 2/2025 da Alep-PR. No valor anual de R$ 19 milhões, a licitação é destinada a contratar empresa especializada na prestação de serviços contínuos de limpeza e conservação, com dedicação exclusiva de mão de obra.

Além da mão de obra, a contratada deve fornecer materiais de limpeza e equipamentos diversos. Entre os serviços contratados descritos no edital, estão desde a limpeza e conservação da sede do Poder Legislativo Estadual, localizado no bairro Centro Cívico, em Curitiba, até desinsetização, desratização, limpeza de caixas d'água e manutenção de sistemas de combate a incêndio.

Prevenção ao nepotismo

A irregularidade apontada pela representante consistiu na exigência de apresentação de declaração pessoal dos sócios (pessoas físicas) quanto às proibições legais e inexistência de grau de parentesco com agentes públicos. Segundo a licitante, a exigência é excessiva e problemática, especialmente para empresas que possuem entre seus sócios pessoas jurídicas, o que inviabiliza a apresentação da declaração.

Em defesa no processo, a Alep-PR argumentou que a apresentação de declaração relativa ao nepotismo como requisito obrigatório para habilitação em suas licitações decorre de ato da Comissão Executiva do Poder Legislativo e visa garantir a transparência, bem como impedir a participação de agentes públicos com interesses conflitantes, sendo aplicável, inclusive, a empresas cujos sócios se constituem em pessoas jurídicas. A defesa explicou que a medida se aplica também a sociedades compostas por holdings e outras entidades jurídicas, revelando-se um instrumento legítimo de compliance.

Análise

Seguindo os opinativos da Terceira Inspetoria de Controle Externo (3ª ICE) - unidade técnica do TCE-PR responsável pela fiscalização das áreas temáticas Legislativa e Jurídica da esfera estadual -; e do Ministério Público de Contas (MPC-PR), o relator do processo, conselheiro Augustinho Zucchi, considerou a Representação parcialmente procedente.

Em seu voto, o relator considerou como "legítima e louvável" a preocupação da Alep-PR ao implementar mecanismos efetivos para prevenir o nepotismo e outras formas de conflito de interesse, mas a discricionariedade administrativa não dispensa os deveres de transparência e segurança jurídica comuns aos processos licitatórios.

Zucchi reconheceu que o edital analisado não estabeleceu, de forma clara e objetiva, até que nível da cadeia societária se estenderia a obrigação quando a licitante é controlada por outras pessoas jurídicas. "Tal omissão viola o princípio da segurança jurídica, decorrente do Estado de Direito (artigo 1º da Constituição Federal - CF/88), e o princípio da publicidade e clareza dos editais, expressamente consagrado no artigo 8º, parágrafo 1º, da Lei nº 14.133/2021, que determina que "o edital conterá todos os elementos necessários e suficientes para a apresentação das propostas, com clareza, precisão e objetividade", pontuou Zucchi, ao citar a complexa cadeia de sócios da Adservi, composta inclusive por holding controladora estrangeira.

Embora a manutenção da regra tenha sido decidida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), em processo movido pela representante em face do mesmo processo licitatório, o conselheiro considerou que houve falha técnica na elaboração do edital ao não graduar níveis de alcance da medida em redes societárias mais complexas.

Ao observar que a regra não prejudicou a competitividade do Pregão Eletrônico nº 2/2025, diante da participação de 36 licitantes, o conselheiro entendeu que não há materialidade que justifique a anulação de parte do certame, restando a necessidade de reconhecer a falha e a consequente expedição de correção para futuras licitações, "garantindo segurança jurídica e isonomia aos licitantes".

O voto do relator foi acompanhado por unanimidade pelos demais membros do colegiado, durante a Sessão de Plenário Virtual nº 20/25 do Tribunal Pleno, concluída em 23 de outubro. O Acórdão nº 3028/2025, no qual está assinalada a decisão, foi veiculado em 5 de novembro, na edição nº 3.562 do Diário Eletrônico do TCE-PR. Cabe recurso.


Serviço

Processo nº: 79758/25

Acórdão nº 3.028/2025 - Tribunal Pleno

Assunto: Representação da Lei de Licitações

Entidade: Assembleia Legislativa do Estado do Paraná

Interessados: Aservi - Administradora de Serviços Ltda, Alexandre Maranhão Khury

Relator: Conselheiro Augustino Zucchi

Autor: Diretoria de Comunicação Social

Fonte: TCE/PR

Farra do INSS: quem é o ex-ministro de Bolsonaro alvo de operação da PF


O ex-presidente do INSS José Carlos Oliveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação/PR

José Carlos Oliveira, ex-presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), foi alvo da nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga desvios durante sua gestão. Além dele, Alessandro Stefanutto, que também presidiu o órgão, também foi alvo da ação e preso.

Ele foi presidente do INSS, ministro do Trabalho e da Previdência no governo Jair Bolsonaro e, em outubro deste ano, aposentou-se pelo próprio órgão. Antes de ser incluído nas investigações, passou a se apresentar como Ahmed Mohmad, mudança que chamou atenção de servidores e parlamentares.

A trajetória de Oliveira no serviço público começou como técnico do seguro social. Ele avançou para cargos de comando, chegando à Diretoria de Benefícios e à superintendência do INSS na Região Sudeste. Em maio de 2021, assumiu o cargo de diretor de benefícios e, poucos meses depois, foi nomeado presidente do instituto. Em março de 2022, Bolsonaro o escolheu para comandar o Ministério do Trabalho e da Previdência.

Na política, teve uma passagem curta como vereador da cidade de São Paulo entre outubro e dezembro de 2012. Ele era suplente do DEM, mas migrou para o PSD antes de assumir o mandato. No âmbito eleitoral e administrativo, era visto como próximo do ex-deputado Arnaldo Faria de Sá, conhecido por atuar em defesa de aposentados e pensionistas.

José Carlos Oliveira em depoimento à CPMI do INSS. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Como gestor do INSS, Oliveira tomou decisões que agora compõem o núcleo das investigações da PF. Ele assinou três acordos de cooperação técnica com entidades que, segundo a Polícia Federal, arrecadaram ilegalmente 492 milhões de reais por meio de descontos indevidos em benefícios. Pareceres técnicos haviam recomendado cautela e apontado riscos, mas foram ignorados por ele.

Em depoimento à CPI do INSS em setembro, Oliveira afirmou que os acordos eram firmados de modo automático e que a autarquia não tinha estrutura para fiscalizá-los. A fala irritou parlamentares, que interpretaram a justificativa como tentativa de minimizar sua responsabilidade direta na assinatura dos atos.

Outro ponto crítico da investigação é o conflito de interesses. Oliveira aparecia como sócio de uma empresa de cobrança, o que contraria regras internas e coloca em xeque sua atuação enquanto dirigente responsável justamente pela área de benefícios. Durante sua gestão, também foi firmado o acordo com a Ambec, entidade hoje no centro da operação policial.

A Ambec tem ligações com empresários já presos, como Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. A PF apura se a atuação de Oliveira contribuiu para o ambiente que permitiu que descontos ilegais se espalhassem pelo país.

Fonte: DCM

Lula pediu a ministros empenho na tramitação de projetos de segurança, diz Gleisi

De acordo com a ministra, a intenção da reunião era ouvir a experiência dos governos sobre o tema e sobre a tramitação dos projetos

Ministra-chefe da secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em entrevista com a imprensa (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi)

Andreia Verdélio, repórter da Agência Brasil - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu, nesta quinta-feira (13), seus ministros que já foram governadores para tratar dos projetos sobre segurança pública em tramitação na Câmara dos Deputados. Lula pediu empenho desses ministros na articulação política para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, enviada pelo governo em abril, e do projeto de lei (PL) Antifacção, encaminhado no final de outubro.

“Os ministros, claro, foram governadores, têm relação com os deputados das suas bancadas, conversam. Então, acho que isso também nos ajuda muito na articulação lá dentro do Congresso”, disse a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, após a reunião com Lula.

De acordo com a ministra, a intenção da reunião era ouvir a experiência de cada um deles sobre o tema e sobre a tramitação dos projetos.

"Foi uma reunião muito interessante e produtiva porque os nossos ministros ex-governadores reiteraram a importância da aprovação desses marcos legais”, acrescentou a ministra.

Entre os pontos principais da PEC da Segurança Pública, o governo defende a integração das forças federais com as estaduais e municipais para “combater efetivamente” o crime organizado. “Isso dá condições de integrar o trabalho das forças de segurança desde o planejamento à ação”, disse Gleisi.

Sobre o último relatório do PL Antifacção, apresentado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), a ministra afirmou que ainda há questões que preocupam o governo, como a apreensão de bens apenas após o trânsito em julgado do processo e a tipificação penal. Segundo ela, o texto precisa deixar claro o tipo penal de facção criminosa - que é um conceito mais complexo de domínio territorial e econômico – diferente de organização criminosa.

Em meio a esse cenário de divergências, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, adiou para a próxima terça-feira (18), como pauta única, a discussão e votação do texto.

Para Gleisi, o governo tem um “acúmulo grande de discussão dessa matéria” e está preparado para fazer a defesa do projeto em plenário.

“O governo se dedicou por seis meses para elaborar esse projeto, esse projeto não nasceu em dois dias. Foi um projeto discutido com especialistas, com a universidade, com autoridades da área de segurança dos estados. Enfim, foi um projeto bastante robusto e bastante estudado. Então nós temos condições de fazer esse debate”, afirmou.

Os ministros que participaram da reunião foram Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente); Rui Costa (Casa Civil); Renan Filho (Transportes); Camilo Santana (Educação); Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome); e Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional).

Também estiveram presentes a ministra Gleisi e os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e da Fazenda, Fernando Haddad.

Fonte: Brasil 247

Alvo da PF, deputado Euclydes Pettersen nega envolvimento em fraudes no INSS

Alvo da Operação Sem Desconto, parlamentar do Republicanos, afirma estar à disposição para esclarecimentos às autoridades

Deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos - MG) (Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados)

A Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (13/11), mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), no âmbito das investigações sobre um esquema de descontos irregulares em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O parlamentar nega as acusações. As informações são do Metrópoles.

A ofensiva faz parte da Operação Sem Desconto, que apura supostas fraudes cometidas por entidades ligadas a aposentados e pensionistas. As autoridades investigam se parlamentares e dirigentes de entidades teriam se beneficiado financeiramente do esquema ou usado influência política para nomeações em setores estratégicos do instituto.

● Reação às acusações

Após ser alvo da operação, o deputado divulgou nota pública negando qualquer envolvimento com o esquema e afirmando que recebe a ação das autoridades com tranquilidade.

“Recebo a ação com serenidade e respeito às instituições. Reitero que nunca tive qualquer vínculo com o INSS, seus dirigentes ou decisões administrativas. Sobre a CONAFER, reafirmo o que já disse em plenário: não tenho relação ilícita com a entidade e nunca participei de sua gestão. Defendo investigações rigorosas e confio plenamente na Polícia Federal, no MPF e no STF. Estou à disposição para todos os esclarecimentos e certo de que a verdade prevalecerá”, disse o parlamentar em nota, de acordo com a reportagem.

O parlamentar também nega ter qualquer relação ilegal com a Conafer, uma das entidades mencionadas nas investigações.

● Suspeitas contra o parlamentar

Segundo a reportagem, o nome de Euclydes Pettersen entrou na mira da PF após ao menos dois depoentes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) citarem o deputado. A comissão apura os descontos não autorizados aplicados em benefícios previdenciários e tenta identificar quem se beneficiou da cobrança irregular.

As investigações avaliam também se o deputado teria indicado aliados para posições-chave ligadas ao INSS. Em depoimento recente à CPMI, o ex-diretor de Governança do órgão, Alexandre Guimarães, afirmou que sua nomeação teria sido indicação de Pettersen, com quem manteria algum vínculo, sem detalhar a natureza da relação.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Lula liga para Gonet e parabeniza recondução ao cargo de procurador-geral da República

Com a aprovação, Gonet mantém sua posição como uma das principais figuras do sistema de Justiça brasileiro

      Luiz Inácio Lula da Silva e Paulo Gonet (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou na noite de quarta-feira (12/11) para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, logo após sua recondução ao cargo ser aprovada pelo Senado Federal. A informação foi publicada pela Coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles.

De acordo com a apuração, Lula fez a ligação pessoalmente para parabenizar Gonet pela aprovação. O procurador-geral foi sabatinado e recebeu o aval dos senadores por 45 votos a 26, resultado que consolidou sua permanência à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) por mais um mandato.A votação ocorreu em um clima de tensão política. Gonet vinha sendo alvo de críticas de setores da direita após apresentar denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no chamado “inquérito do golpe”, que apura tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Mesmo com a resistência de aliados do ex-presidente, a maioria do Senado confirmou o nome do procurador.

Com a aprovação, Gonet mantém sua posição como uma das principais figuras do sistema de Justiça brasileiro, responsável por conduzir investigações e ações penais de relevância nacional, inclusive as que envolvem autoridades com foro privilegiado.A recondução também foi interpretada como um gesto de estabilidade institucional, em um momento em que o governo busca equilibrar suas relações com o Ministério Público e o Congresso Nacional.

O Palácio do Planalto não divulgou nota oficial sobre o teor da conversa entre Lula e Gonet, mas interlocutores do presidente afirmam que a ligação teve tom cordial e de reconhecimento pelo trabalho do procurador à frente da PGR.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Derrite é visto com extrema “soberba” e postura irrita até aliados do centrão

Deputado enfrentou forte reação após tentativa de limitar poderes da Polícia Federal; votação do projeto foi adiada por pressão política e governadores

     Guilherme Derrite (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

Lideranças do centrão se irritaram com a postura do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) na condução do projeto de lei antifacção, uma das principais apostas do governo Lula (PT) para a área de segurança pública. A informação é da Folha de S.Paulo.

Segundo integrantes do grupo, Derrite demonstrou “soberba” ao apresentar o relatório sem consultar previamente aliados, o que teria levado a desgastes desnecessários dentro e fora da base parlamentar.

O texto inicial do parlamentar tentou reduzir as atribuições da Polícia Federal (PF) no combate ao crime organizado — medida que foi amplamente criticada e posteriormente retirada.Com a repercussão negativa, Derrite recuou sucessivas vezes até acatar diversas sugestões do Executivo. Ainda assim, o desconforto foi generalizado tanto entre governistas quanto na oposição. A pressão de governadores e líderes partidários fez o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiar a votação do projeto para a próxima terça-feira (18).

Nos bastidores, parlamentares avaliam que a condução do caso enfraqueceu a imagem de unidade do centrão e deu fôlego à esquerda, que passou a associar a proposta de Derrite à PEC da Blindagem — medida criticada por reduzir a transparência e dificultar investigações contra políticos.

O episódio também ocorre em um momento sensível para o governo Lula na área de segurança. Em outubro, o presidente foi alvo de críticas após afirmar que traficantes também seriam “vítimas de usuários”, e, depois, classificar como “matança” e “ação desastrosa” a operação policial contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos — a mais letal da história do país.

Para líderes do centrão, Derrite ignorou o impacto político que alterações em temas sensíveis poderiam causar. Deputados afirmaram à Folha que, em pautas de alto risco, é prática comum submeter as propostas a uma leitura prévia coletiva, o que o relator teria dispensado por confiar em sua própria experiência.
“Ele é um dos que mais entendem de segurança pública, mas achou que não precisava dividir o texto antes de apresentar. O resultado foi um erro político que poderia ter sido evitado”, avaliou um integrante do grupo sob reserva.

A tensão também atinge o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de quem Derrite é aliado próximo e atual secretário de Segurança Pública licenciado. Parte das lideranças teme que o desgaste respingue no projeto político do governador, apontado como um dos possíveis candidatos à Presidência em 2026.Hugo Motta, responsável por escolher Derrite como relator, também passou a ser cobrado por colegas sobre as estratégias e orientações adotadas. Apesar do revés, o centrão tenta agora realinhar a articulação para evitar novas crises internas antes da votação da proposta.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Defesa de ex-presidente do INSS diz que 'prisão é completamente ilegal'

Alessandro Stefanutto foi preso preventivamente nesta quinta-feira no âmbito da nova fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes no INSS

      Alessandro Stefanutto (Foto: ABR)

A prisão do ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, desencadeou forte reação de sua defesa, que classificou a detenção como ilegal e sem justificativa adequada. Stefanutto foi preso pela Polícia Federal no âmbito da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (13), que investiga fraudes bilionárias por meio de descontos indevidos em benefícios do INSS.

Segundo o UOL, a defesa de Stefanutto afirmou manter plena confiança no resultado do processo. Em nota, os representantes legais declararam que “segue confiante, diante dos fatos, de que comprovará a inocência dele ao final dos procedimentos relacionados ao caso”.

● Nova fase da Operação Sem Desconto

A prisão preventiva de Stefanutto ocorreu na manhã desta quinta-feira durante mais uma fase da investigação conduzida pela Polícia Federal. A operação apura suspeitas de descontos associativos indevidos aplicados em aposentadorias e pensões, esquema que teria atuado em diversas regiões do país.

Segundo a equipe de Stefanutto, o ex-dirigente do instituto “segue confiante, diante dos fatos, de que comprovará a inocência dele ao final dos procedimentos relacionados ao caso”. O posicionamento ocorre após a Polícia Federal prendê-lo nas primeiras horas da manhã, como parte das investigações que apuram supostos descontos associativos irregulares em aposentadorias e pensões.

● Outros alvos

O avanço da operação também atingiu outros nomes de destaque na política nacional. Entre os alvos de mandados de busca está José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência no governo de Jair Bolsonaro (PL). Além dele, foram alvos o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA). As defesas dos citados ainda não haviam se manifestado até o fechamento desta reportagem.

● Mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva

A Polícia Federal cumpre 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva. As ações se estendem por 14 estados — Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins — além do Distrito Federal. Nem todos os nomes envolvidos foram divulgados oficialmente.

● Crimes investigados

A lista de suspeitas investigadas pela PF inclui inserção de dados falsos em sistemas públicos, formação de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de possíveis atos de ocultação e dilapidação de patrimônio.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Ex-ministro de Bolsonaro é alvo da Operação Sem Desconto e vai usar tornozeleira

José Carlos Oliveira, conhecido como Ahmed Mohamad, também é alvo de mandados de busca e apreensão

Ex-ministro de Bolsonaro é alvo da Operação Sem Desconto e vai usar tornozeleira (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)

A nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (13) pela Polícia Federal, colocou o ex-ministro da Previdência José Carlos Oliveira, também conhecido como Ahmed Mohamad, sob monitoramento eletrônico após decisão judicial. Ele chefiou a pasta durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Segundo o Metrópoles, as medidas foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e incluem o uso de tornozeleira eletrônica e buscas em endereços ligados ao ex-ministro.

● Operação mira cúpula da Previdência

A ofensiva também alcançou o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, preso nas primeiras horas da manhã. Stefanutto havia sido afastado judicialmente e, posteriormente, demitido em abril após vir à tona o esquema de descontos não autorizados aplicados diretamente em benefícios de aposentados e pensionistas.

Ainda de acordo com a reportagem, o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) também foi alvo de mandados de busca e apreensão. As medidas integram a estratégia da PF de desarticular o núcleo responsável por autorizar ou facilitar as irregularidades dentro da estrutura previdenciária.

● Monitoramento judicial e medidas cautelares

Segundo a PF, a decisão judicial que obriga o ex-ministro José Carlos Oliveira a usar tornozeleira integra um conjunto de medidas cautelares voltadas a impedir interferências na investigação. As autoridades afirmam que o monitoramento permitirá acompanhar deslocamentos enquanto os investigadores analisam documentos apreendidos.

● Fraudes atingiram milhões de aposentados

O próprio INSS divulgou números que evidenciam a dimensão das irregularidades. Cerca de 6 milhões de beneficiários relataram não reconhecer os descontos aplicados em seus extratos. Desses, 4,8 milhões tiveram as fraudes confirmadas e já estão aptos a receber reembolso em parcela única.

O governo federal prorrogou até 14 de fevereiro de 2026 o prazo para contestar cobranças indevidas incluídas nos benefícios. O esquema revelado permitia o lançamento de cobranças associativas sem autorização prévia, reduzindo o valor efetivamente pago a aposentados e pensionistas.

● Operação mobiliza PF e CGU

A operação tem caráter nacional. Em conjunto com a Controladoria-Geral da União, a PF cumpre 63 mandados de busca e apreensão, 10 de prisão preventiva e outras medidas cautelares distribuídas por 17 estados e pelo Distrito Federal.

Os crimes investigados incluem inserção de dados falsos em sistemas públicos, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Operação da PF expõe bolsonaristas envolvidos em fraudes no INSS

Avaliação do Planalto é de que revelações da PF dividem a responsabilidade pelo caso entre os governos Lula e Bolsonaro

      INSS (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)


A nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (13) pela Polícia Federal, reacendeu o debate sobre a responsabilidade política em torno das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A apuração revela que o esquema irregular atravessou duas administrações, ampliando o impacto do caso na arena institucional.

Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a avaliação dentro do governo Lula (PT) é de que o desgaste não recairá apenas sobre a atual gestão. Investigadores da Controladoria-Geral da União e da PF apontam que os desvios começaram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e se estenderam até o início do governo Lula, quando foram interrompidos após a atuação conjunta dos órgãos de fiscalização.

☉ Esquema bilionário

A investigação identificou um esquema de descontos fraudulentos aplicados a aposentados e pensionistas em entidades que ofereciam supostos serviços, como convênios de saúde, academias e auxílio funerário. O montante total desviado entre 2019 e 2024 é estimado em R$ 6,3 bilhões.

A PF também cumpriu mandados contra Armed Mohamad Oliveira, anteriormente registrado como José Carlos Oliveira, que presidiu o INSS na gestão Bolsonaro e posteriormente chefiou o Ministério do Trabalho e Previdência. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão e terá que usar tornozeleira eletrônica. Já Alessandro Stefanutto, que comandou o INSS na gestão Lula, foi preso preventivamente pela PF no início da manhã.

☉ Operação autorizada pelo STF

A operação, autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpriu 63 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e diversas medidas cautelares nos estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.

☉ Desconformidades começaram na gestão Bolsonaro

Fontes envolvidas na investigação afirmam que as fraudes foram estruturadas ainda durante o governo Bolsonaro e continuaram ocorrendo no início da atual administração. Ainda de acordo com a reportagem, integrantes do governo Lula avaliam que isso dificulta eventual exploração política por setores bolsonaristas, inclusive durante os trabalhos da CPMI que apura o caso.

☉ Defesa de Stefanutto contesta decisão judicial

A defesa de Alessandro Stefanutto afirma que não teve acesso prévio à decisão judicial que determinou a prisão do ex-dirigente do INSS. Os advogados classificaram a medida como “completamente ilegal” e ressaltaram que ele sempre colaborou com a investigação. “Trata-se de uma detenção completamente ilegal, uma vez que Stefanutto não tem causado nenhum tipo de embaraço à apuração, colaborando desde o início com o trabalho de investigação”, disseram.

☉ Auditoria da CGU identifica falhas graves

Uma auditoria realizada pela CGU em 29 entidades vinculadas ao esquema detectou que muitas delas sequer possuíam estrutura para prestar os serviços prometidos. Havia empresas que existiam apenas no papel, mas registravam descontos regulares nos contracheques de aposentados.

☉ Crimes investigados

A Polícia Federal apura crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de patrimônio.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Primeira Turma do STF decide por unanimidade tornar réu Eduardo Tagliaferro

Ex-assessor do TSE é investigado por supostos atos contra a legitimidade do processo eleitoral e por interferir nas apurações de ataques antidemocráticos

Primeira Turma do STF decide por unanimidade tornar réu Eduardo Tagliaferro (Foto: Reprodução/Facebook)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, de forma unânime, abrir ação penal contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral. A decisão foi tomada no plenário virtual após o voto apresentado nesta quinta-feira (13) pela ministra Cármen Lúcia.

Tagliaferro é investigado por supostos atos contra a legitimidade do processo eleitoral e por interferir nas apurações de ataques antidemocráticos. Segundo a Procuradoria-Geral da República, a denúncia reúne indícios de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigações envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Tagliaferro está atualmente na Itália, país onde o governo brasileiro já protocolou pedido de extradição. Mesmo com todos os votos já lançados — de Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino — o julgamento permanece aberto no sistema eletrônico até sexta-feira (14).

De acordo com a PGR, o ex-assessor teria repassado à imprensa mensagens e informações confidenciais obtidas durante sua atuação como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. O órgão afirma que ele fez isso “para atender a interesses ilícitos de organização criminosa responsável por disseminar notícias fictícias contra a higidez do sistema eletrônico de votação e a atuação do STF e TSE”.

A Procuradoria sustenta que as apurações conduzidas pela Polícia Federal apontam o envolvimento de Tagliaferro com ações voltadas a favorecer interesses próprios e de um grupo que atua contra a democracia. Nas redes sociais, o ex-assessor tem recebido apoio de bolsonaristas.

Para o procurador-geral Paulo Gonet, “os elementos não deixam dúvida de que o denunciado, alinhado às condutas da organização criminosa responsável pela tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, bem como à divulgação de informações falsas, revelou informações confidenciais que obteve em razão do cargo ocupado, com o fim de obstruir investigações e favorecer interesse próprio e alheio”.

A PGR também argumenta que a fuga de Tagliaferro do país reforça seu alinhamento com outros investigados que deixaram o Brasil na tentativa de “potencializar reações ofensivas contra o legítimo trabalho das autoridades brasileiras responsáveis pelas investigações e ações penais que seguem em curso regular”.

No voto acompanhado pelos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino, Alexandre de Moraes avaliou que as provas reunidas são suficientes para instaurar a ação penal. O ministro afirmou que o ex-assessor atuou para ampliar uma “campanha de deslegitimação das instituições”. Ainda segundo Moraes, “a grave ameaça materializou-se pela promessa pública de divulgar dados sigilosos, acompanhada de campanha de arrecadação financeira intitulada 'Ajude o Tagliaferro a ir aos USA na Timeline expor as provas', demonstrando intenção deliberada de viabilizar a execução da ameaça”.

Fonte: Brasil 247

STF deve rever pontos centrais da reforma da Previdência em dezembro

Supremo julga ações que contestam mudanças aprovadas em 2019 e pode derrubar regras sobre contribuição, tempo mínimo e aposentadorias especiais

      Sessão plenária do STF - 05/11/2025 (Foto: Victor Piemonte/STF)

A reforma da Previdência de 2019 voltou ao centro do debate diante da possibilidade de mudanças profundas a serem definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As decisões, que podem alterar parâmetros de aposentadorias e pensões do INSS e do funcionalismo, reacendem discussões sobre sustentabilidade fiscal e proteção social. As análises decorrem de uma série de ações diretas de inconstitucionalidade que contestam trechos da Emenda Constitucional 103, informa a Folha de S.Paulo.

A Corte examina, de forma conjunta, 13 ações diretas e outros processos paralelos que discutem idade mínima, forma de cálculo dos benefícios, limites para aposentadorias especiais e cobrança de contribuição de aposentados e pensionistas. O julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, embora esteja na pauta de 3 de dezembro, junto com dois outros processos que tratam de regras de invalidez e aposentadoria especial.

✱ Divergências no plenário e risco de mudança em pontos centrais

O relator, ministro Luís Roberto Barroso, votou pela manutenção da reforma, enquanto o presidente do STF, Edson Fachin, divergiu. Já existe maioria formada para derrubar dois pontos: a alíquota de contribuição de servidores aposentados e o tempo mínimo de contribuição exigido de mulheres no serviço público, hoje fixado em 20 anos — superior aos 15 anos exigidos no INSS.

Um dos trechos mais sensíveis trata da autorização para que estados e municípios cobrem contribuição de aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Para salários mais altos, a reforma ainda permitiu alíquotas superiores às aplicadas a trabalhadores da ativa.

Leonardo Rolim, consultor da Câmara dos Deputados, considera a cobrança indispensável para equilibrar as contas públicas. Segundo ele, sem essa arrecadação, estados e municípios enfrentariam impacto fiscal imediato. São Paulo, por exemplo, perderia cerca de R$ 1 bilhão por ano.
“Se o STF mantiver essa tendência de revogar diversos itens da emenda constitucional 103, irá ampliar substancialmente esse déficit”, afirma.

Paulo Tafner, diretor-presidente do IMDS e pesquisador da Fipe, avalia que derrubar a contribuição dos servidores representaria uma “hecatombe fiscal”, já que governos poderiam ter de devolver valores recolhidos. Ele critica o que considera uma interferência do Judiciário: “fazer política pública” sem respaldo legislativo.
Aposentadoria por invalidez está entre os pontos mais contestados

Outro processo sensível é o que discute o cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente, atualmente fixado em 60% da média salarial mais 2% por ano adicional de contribuição.

O advogado João Badari aponta distorções. Segundo ele, quem se aposenta por invalidez recebe menos do que quem está afastado temporariamente pelo auxílio-doença. “O benefício da doença grave é 31% menor do que o da doença temporária. Isso fere a isonomia e o princípio de proteção social”, diz.
Regras da aposentadoria especial também são questionadas

As restrições impostas à aposentadoria especial, como idade mínima e proibição de converter tempo especial em comum, são foco da ADI 6.309, proposta pela CNTI.

Adriane Bramante, conselheira do IBDP e da OAB-SP, ressalta que trabalhadores que atuam em ambientes insalubres foram prejudicados. “Se o segurado não tiver 25 anos de tempo especial, o tempo de trabalho dele não serve para nada. Isso é flagrantemente inconstitucional”, afirma.

Ela critica a falta de estudos técnicos para definir idade mínima e lembra que o benefício busca preservar a saúde de quem exerce funções nocivas. Segundo Adriane, o impacto fiscal dessa modalidade é reduzido — apenas 0,24% das concessões.

A especialista também menciona decisão relacionada à ADI 7.727, na qual o STF derrubou idade mínima maior para mulheres policiais. “As mulheres têm família e trabalho igual. Trabalho é trabalho. Não se pode diferenciá-las por isso”, conclui.
O que está em jogo nas decisões do STF

Aposentadoria especial

  • Contestação da idade mínima de 55, 58 e 60 anos
  • Proibição da conversão de tempo especial em comum
  • Novo cálculo com redução da média salarial
  • Caso será julgado em 3 de dezembro

Cobrança de contribuição de aposentados e pensionistas no serviço público

  • Contesta alíquotas entre 7,5% e 22%
  • Pode levar à devolução de valores já recolhidos

Idade mínima para mulheres no serviço público e para mulheres policiais

  • STF tende a igualar tempo mínimo de contribuição entre servidoras e seguradas do INSS
  • Liminar já derrubou idade mínima igual à dos homens para policiais mulheres

Cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente

  • Redutor de 60% questionado
  • Auxílio-doença paga mais que aposentadoria definitiva
  • Tema tem repercussão geral e será decidido em 3 de dezembro
As decisões do Supremo poderão redefinir parâmetros aplicados desde 2019, influenciando futuros beneficiários, as contas dos regimes próprios e o equilíbrio financeiro do sistema previdenciário. A expectativa em torno dos julgamentos é alta, dada a possibilidade de mudanças que afetam diretamente milhões de trabalhadores e aposentados em todo o país.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Operação Sem Desconto: PF cumpre 63 mandados e 10 prisões

Ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, um dos alvos da operação, foi preso preventivamente

Nova fase da Operação Sem Desconto cumpre 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva (Foto: Divulgação / PF)

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, nesta quinta-feira (13), uma nova etapa da Operação Sem Desconto, ampliando as investigações sobre fraudes que afetam aposentadorias e pensões em todo o país. O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, um dos alvos da operação, foi preso preventivamente no início da manhã.

A ação tem como objetivo aprofundar a apuração de um esquema nacional responsável por aplicar descontos associativos indevidos em benefícios previdenciários. A força-tarefa concentra esforços em estados de diversas regiões, executando mandados e medidas cautelares autorizadas pela Justiça.

Mandados em 15 estados

Nesta fase, foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares. As ações ocorreram no Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.

Segundo as investigações, o esquema de cobranças irregulares aplicadas a aposentados e pensionistas teria ocorrido entre 2019 e 2024, com prejuízos que podem chegar a R$ 6,3 bilhões. A nova fase da operação envolve suspeitas de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de ocultação e dilapidação patrimonial.

Fonte: Brasil 247