segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Após chamar internauta de "piranha" nas redes, agora Nikolas promete mudar currículo sobre crise climática nas escolas

Deputado do PL-MG apresentou emenda ao Plano Nacional de Educação para incluir abordagens alternativas ao consenso científico

      Nikolas Ferreira (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)


 O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu que o ensino nas escolas brasileiras sobre mudanças climáticas passe a incluir uma “multiplicidade de pontos de vista” e não apenas o consenso científico sobre o tema. A proposta foi apresentada por meio de uma emenda ao Plano Nacional de Educação (PNE), que deve definir as diretrizes do ensino no país pelos próximos dez anos. As informações são da coluna de Thais Bilenky, no UOL.

Na justificativa, Nikolas afirma que seu objetivo é combater o que considera “doutrinação” nas salas de aula. “Evita doutrinação e assegura que a escola apresente dados, métodos e incertezas de forma responsável, distinguindo ciência de ativismo”, diz o texto da emenda. Segundo o parlamentar, a mudança busca “formar o aluno para decidir com base em evidências, preservando a neutralidade e o pluralismo”.

O deputado argumenta que a proposta não tem caráter anticientífico, mas pretende ampliar o debate. “O tema foi sequestrado”, declarou. Para ele, incentivar o confronto de ideias é positivo, pois “cria nos alunos uma cultura de avaliar várias perspectivas sobre um tema”.

A posição de Nikolas Ferreira se alinha a discursos internacionais que questionam o consenso científico sobre o aquecimento global. O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, por exemplo, já afirmou na ONU que as mudanças climáticas seriam “a maior farsa” e atribuiu previsões de desastres ambientais a “pessoas estúpidas”. No Brasil, políticos do campo bolsonarista, como o ex-ministro Osmar Terra (PL-RS), também colocam em dúvida as evidências do aquecimento global — apesar de especialistas apontarem que extremos climáticos, como frio intenso e enchentes, são justamente consequências dessas alterações.

Apesar das justificativas, cientistas destacam que o consenso global sobre o tema é sólido e baseado em décadas de pesquisa. Embora haja diferentes perspectivas sobre a velocidade das mudanças, suas causas específicas e as políticas de resposta, a existência do fenômeno e sua origem ligada à atividade humana são amplamente reconhecidas.

Recentemente, Nikolas recebeu diversas criticas por chamar uma internauta que o criticava nas redes de "piranha". A mulher em questão anunciou que irá processá-lo.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Líder do PT acusa direita de transformar CPI em palco de "pirotecnia bandida"

Rogério Carvalho critica composição da CPI do crime organizado e alerta que a esquerda não pode abandonar o debate

Rogério Carvalho (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A CPI do crime organizado, que deve ser oficialmente instalada pelo Senado nesta terça-feira (4), já nasce cercada de polêmica. O líder do PT na Casa, Rogério Carvalho (SE), afirmou que a direita escalou para a comissão “o time número um da pirotecnia bandida”. Segundo o senador, o objetivo do bloco oposicionista seria transformar a investigação em um espetáculo político.

A declaração foi publicada pela Folha de S.Paulo, que destacou a tensão entre governo e oposição diante da instalação da CPI. O debate ocorre em meio à comoção nacional provocada pela operação policial do governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, considerada a mais letal da história do país.

Entre os principais nomes indicados pela direita estão figuras de forte projeção no campo bolsonarista: Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), Marcos do Val (Podemos-ES), Sergio Moro (União Brasil-PR) e Eduardo Girão (Novo-CE). O PL, segundo a reportagem, ainda articula com PP e Republicanos para que Marcos Rogério (PL-RO) assuma uma das vagas de suplente, enquanto Esperidião Amin (PP-SC) deve ocupar uma das cadeiras titulares.

Nos bastidores do Congresso, a avaliação é de que a CPI servirá de palanque político para a direita, que tenta reconquistar espaço diante da alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Flávio Bolsonaro desponta como o nome preferido do grupo para presidir a comissão, embora outros aliados também sejam cogitados.

Do lado governista, o PT tenta manter protagonismo nas discussões. A legenda deve indicar Rogério Carvalho ou Fabiano Contarato (PT-ES) para representar a base aliada. Já o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento de criação da CPI, deve ser escolhido relator dos trabalhos.

Para Carvalho, é essencial que a esquerda enfrente o debate e não permita que a narrativa da oposição domine o cenário político. A CPI promete se tornar um dos principais focos de disputa política no Senado, refletindo o acirramento entre governo e oposição às vésperas de um novo ciclo eleitoral.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Mauro Cid vai ao STF e deve retirar tornozeleira eletrônica

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro participa de audiência que marca o início do cumprimento de sua pena

      Mauro Cid - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

O tenente-coronel Mauro Cid se apresenta nesta segunda-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para participar de uma audiência admonitória, ato que dá início ao cumprimento de sua pena de dois anos de reclusão em regime aberto, informa a CNN Brasil. O militar, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi condenado no processo que investigou a trama golpista.

Mauro Cid foi o único entre os réus do núcleo principal que não recorreu da decisão proferida em 27 de outubro. Com isso, a sentença transitou em julgado — ou seja, tornou-se definitiva — e o cumprimento da pena pôde ser iniciado.

● Sentença e condições impostas

O tenente-coronel recebeu a menor pena entre os condenados por ter firmado acordo de delação premiada. Entre as restrições determinadas pela Primeira Turma do STF, estão a proibição de deixar a comarca, o recolhimento domiciliar noturno entre 20h e 6h, e a obrigação de comparecimento semanal ao juízo do Distrito Federal. Além disso, Cid não poderá deixar o país, teve o passaporte cancelado, está impedido de usar redes sociais e não pode manter contato com outros réus da trama golpista.

O ministro Alexandre de Moraes determinou que, após a audiência admonitória, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal autorize a retirada da tornozeleira eletrônica. Também será emitido um documento oficial que certificará o período de prisão provisória do militar, que servirá para o abatimento da pena.

● Abatimento de pena e período de detenção

Cid ficou preso preventivamente de 3 de maio a 8 de setembro de 2023 — um total de 127 dias. Em 9 de setembro daquele ano, a prisão foi convertida em medidas cautelares, válidas até esta segunda-feira (3). No total, ele permaneceu mais de dois anos e quatro meses sob restrição de liberdade, segundo cálculo apresentado por sua defesa.

Os advogados argumentaram que esse período deveria ser considerado na detração penal, prevista no artigo 66, inciso III, alínea “c” da Lei de Execução Penal (LEP). O juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal será o responsável por analisar o pedido e definir o tempo a ser descontado da pena.

Com a audiência desta segunda, Mauro Cid inicia formalmente o cumprimento de sua sentença em liberdade, mas sob as condições impostas pelo STF.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Bolsonaro deve ir para a Papuda na próxima semana, avaliam aliados

Expectativa, porém, é que o ex-mandatário fique pouco tempo na Papuda antes de voltar à prisão domiciliar

       Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)

Aliados de Jair Bolsonaro acreditam que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve ordenar, já na próxima semana, a transferência do ex-mandatário para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A decisão, segundo a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, é esperada após a Corte rejeitar os embargos de declaração apresentados pela defesa.

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e é monitorado por tornozeleira eletrônica. De acordo com a reportagem, a avaliação de aliados e familiares de Bolsonaro é de que os ministros da Suprema Corte enxergam a prisão em regime fechado como um gesto simbólico diante do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado.

☉ Entorno bolsonarista fala em tentativa de “humilhação”

Um integrante da família de Bolsonaro, sob reserva, classificou o possível envio à Papuda como uma tentativa de “humilhar” e “desgastar” o ex-mandatário. A percepção é compartilhada entre aliados próximos, que avaliam que a medida teria forte carga política.

Apesar da preocupação, o grupo acredita que a estadia na Papuda deve ser breve. A aposta é que, em poucas semanas, o STF restabeleça a prisão domiciliar por razões médicas. O ex-mandatário enfrenta sequelas do episódio de campanha em Juiz de Fora (MG), sofrido durante a campanha de 2018 e, mais recentemente, foi diagnosticado com câncer de pele.

☉ STF ainda não se manifestou oficialmente

Questionado sobre o assunto, o Supremo não divulgou posição oficial. De acordo com o Metrópoles, porém, o tema vem sendo debatido internamente entre os ministros. Um magistrado que mantém interlocução com o ministro Alexandre de Moraes defende que Bolsonaro continue em prisão domiciliar. “Se nós concedemos a Fernando Collor, não há por que não concedermos a Jair Bolsonaro”, afirmou o ministro, destacando que ambos requerem acompanhamento médico constante.

☉ Moraes defende cela especial na Papuda

Por outro lado, Alexandre de Moraes sustenta que o ex-mandatário deve cumprir parte da pena na Papuda, em uma cela especial, equipada com televisão, ar-condicionado e paredes brancas — estrutura semelhante à de outros ex-mandatários.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. A prisão domiciliar que cumpre atualmente decorre do descumprimento de medidas cautelares em uma investigação paralela, que apura suposta coação no curso de processo judicial.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Quem são os eleitores que rejeitam a extrema direita em Argentina, Brasil e Chile

Pesquisa revela o perfil do eleitorado que rejeita Javier Milei, Jair Bolsonaro e José Antonio Kast nos países da América Latina

São Paulo (SP), 21/09/2025 Manifestantes participam de ato contra a PEC da Anistia e da Blindagem, no MASP. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Um estudo da Fundação Friedrich Ebert (FES), vinculada ao Partido Social-Democrata da Alemanha, traçou um amplo retrato dos eleitores da América do Sul que rejeitam a ascensão da ultradireita. A pesquisa, realizada na Argentina, no Brasil e no Chile, mostra que cerca de 60% do eleitorado desses países se opõe a esse campo político, enquanto um terço ainda o apoia.

Segundo o levantamento publicado pelo jornal El País, a rejeição à extrema direita não se concentra em um único bloco ideológico. Em vez disso, ela se distribui entre diferentes grupos sociais, econômicos e culturais — que vão de setores populares religiosos a jovens urbanos progressistas. O estudo utilizou o método de “Análise de Classes Latentes” para identificar padrões de comportamento político em 5,5 mil entrevistas presenciais realizadas no final de 2023.

☆ Brasil: a diversidade do voto antibolsonarista

No Brasil, o cenário se mostra fragmentado e territorializado. O eleitorado que rejeita o ex-presidente Jair Bolsonaro se distribui em quatro grandes grupos.

Os jovens urbanos progressistas formam quase um terço do total e se concentram nas grandes cidades do Sudeste. São em sua maioria homens, com escolaridade média ou alta, e identificam-se como ateus ou sem religião.A classe média católica do Nordeste (16,7%) se caracteriza por uma base religiosa sólida e escolaridade mais baixa, mas com forte presença feminina. Já o sul popular católico (32,4%) — o grupo mais numeroso — combina setores populares e de classe média que rejeitam o bolsonarismo com firmeza, especialmente pelas políticas de armamento e pela retórica autoritária.

Por fim, o Nordeste feminino e popular, que representa um quarto dos entrevistados, é o grupo mais homogêneo em sua oposição a Bolsonaro. Fortemente católico e de classe baixa, esse segmento rejeita o armamentismo e a radicalização política, mas apresenta divisões internas em relação a temas morais como o aborto e o feminismo.

☆ A rejeição a Milei na Argentina

Na Argentina, quatro perfis principais se destacam entre os que rejeitam o presidente Javier Milei. O primeiro é o da juventude popular, com forte presença de mulheres jovens e pertencente aos estratos sociais mais baixos. Esse grupo, que reúne quase 10% dos entrevistados, é o mais radical em seu rechaço ao governo liberal: mais de 93% afirmam que “definitivamente não” votariam em Milei.

O segundo grupo, o bloco progressista educado, representa quase metade da amostra (45,8%) e é formado majoritariamente por pessoas com ensino superior, de classe média e urbana. Já o conservadorismo popular católico (12,5%) agrega setores mais velhos, religiosos e de baixa escolaridade. Por fim, o centro católico de classe média, com 32% dos entrevistados, é o menos radical na rejeição, mas ainda expressa resistência à agenda ultraliberal do governo.

O estudo aponta que, embora esses grupos discordem em temas morais como aborto e feminismo, todos compartilham um desejo de “ordem sem ultradireita”, defendendo a autoridade do Estado sem recorrer à violência ou à liberalização das armas.

☆ Chile: os que se opõem a José Antonio Kast

No Chile, onde o ultraconservador José Antonio Kast aparece como favorito para as eleições de 2026, a pesquisa também revela uma ampla base social contrária à ultradireita.

As mulheres populares a favor da redistribuição representam um terço do eleitorado anti-Kast e concentram-se nas camadas de baixa renda. O grupo dos progressistas radicais (11%), composto por jovens urbanos e seculares, apresenta alta escolaridade e forte identidade ideológica.

O centro pluralista, que reúne 41,2% dos entrevistados, é o segmento mais numeroso: formado por cidadãos de classe média e alta, com baixa identificação religiosa e posturas moderadas. Já os conservadores moderados (14,9%) são mais velhos, majoritariamente católicos e mostram certa indiferença em relação ao candidato da ultradireita.

Mesmo dentro dessa coalizão contrária a Kast, há contradições: o apoio a políticas redistributivas convive com tolerância à “mão dura” na segurança e discursos mais duros sobre imigração. Ainda assim, o estudo conclui que o custo simbólico de apoiar a ultradireita continua sendo maior do que as divergências em temas morais.

☆ Democracia e igualdade como denominadores comuns

Apesar das diferenças nacionais e culturais, o levantamento da Fundação Friedrich Ebert destaca pontos convergentes entre os eleitores que rejeitam a ultradireita na região. Eles compartilham uma defesa firme da democracia como regime “sempre preferível”, apoiam políticas públicas redistributivas e valorizam o papel do Estado como garantidor da segurança e da ordem — sem recorrer ao autoritarismo.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal El País

domingo, 2 de novembro de 2025

Ronaldo revela seu “time dos sonhos” — mas um craque brasileiro ficou de fora


     O ex-jogador Ronaldo Fenômeno

O ex-atacante Ronaldo Fenômeno revelou sua seleção dos 11 melhores jogadores da história do futebol, em entrevista ao jornal inglês Daily Mail. No desafio, o brasileiro, bicampeão mundial e artilheiro da Copa de 2002, formou um time que mescla lendas do passado e astros ainda em atividade.

A escalação inclui quatro brasileiros: Cafu, Roberto Carlos, Pelé e o próprio Ronaldo. No gol, o Fenômeno elegeu o lendário Lev Yashin, o único goleiro da história a vencer a Bola de Ouro. Na defesa, os escolhidos foram Cafu, Franz Beckenbauer, Paolo Maldini e Roberto Carlos, um quarteto que, segundo ele, combina liderança, força e habilidade técnica.

No meio-campo, Ronaldo optou por um trio de gênios: Zinedine Zidane, Diego Maradona e Pelé. Ele destacou que todos representaram o auge do futebol criativo e que cada um “mudou a forma como o jogo é jogado”. “Pelé foi o maior de todos. Não há comparação”, afirmou o ex-camisa 9 da Seleção Brasileira.

Já o ataque ficou repleto de estrelas contemporâneas. “Messi na direita, eu me coloco no meio e Cristiano Ronaldo na esquerda”, disse, completando a formação ofensiva dos sonhos. O Fenômeno explicou que, apesar de já ter enfrentado os dois em fases distintas da carreira, “seria um privilégio jogar ao lado deles”.

A ausência de Romário, com quem formou dupla no ataque da Seleção nos anos 1990, chamou atenção dos torcedores. Ronaldo, no entanto, afirmou que a lista era “pessoal e simbólica”, e que há “muitos craques que poderiam estar ali”. O Fenômeno costuma citar o ex-parceiro como uma de suas maiores influências, mas nesta lista preferiu montar um time “de eras diferentes”.

A seleção ideal de Ronaldo Fenômeno ficou assim: Lev Yashin; Cafu, Beckenbauer, Maldini e Roberto Carlos; Zidane, Maradona e Pelé; Messi, Ronaldo e Cristiano Ronaldo. O time, com fortes raízes brasileiras e uma constelação de campeões mundiais, reflete a visão do ex-jogador sobre a evolução do futebol em sete décadas de história.

Fonte: DCM

Castro afronta Moraes ao decidir recebê-lo na sede da Polícia Civil após chacina no Rio

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Lindbergh Farias (PT-RJ) publicou um vídeo neste domingo (2) criticando o governador Cláudio Castro (PL) por sua postura após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou mais de 120 mortos. O parlamentar acusou o governador de praticar “necropolítica” e de tentar usar as mortes como capital eleitoral. “Ele faz da tragédia um palanque político”, afirmou.

No vídeo, Lindbergh também comentou a visita do ministro Alexandre de Moraes ao Rio, prevista para esta segunda-feira (3). Moraes é o relator da ADPF das Favelas (ADPF 635), que define regras para operações policiais em comunidades. Segundo o deputado, o STF exige que essas ações sejam acompanhadas de políticas de educação, saúde e segurança pública permanentes, e que os responsáveis pelas organizações criminosas sejam identificados e investigados.

O petista criticou o tom adotado por Cláudio Castro em uma reunião com deputados estaduais, da qual participaram aliados como Carlos Bolsonaro (PL-RJ). No encontro, o governador disse que não receberá Moraes no Palácio Guanabara, mas sim na sede da Polícia Civil, alegando que ali é “a casa das polícias”. “Ou soma conosco, ou some”, declarou Castro, em tom desafiador, ao se dirigir às autoridades federais.

Lindbergh reagiu chamando o governador de “rei da cocada preta”. “Você vai tratar um ministro do Supremo assim? A esperteza demais come o dono”, ironizou. Ele afirmou que a postura de Castro demonstra desrespeito institucional e tentativa de confrontar o STF, que investiga abusos e excessos em operações de segurança pública.

O senador ainda antecipou que o Rio de Janeiro será alvo de uma grande operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal, voltada ao combate ao crime organizado. “Vai ser a maior operação de investigação da história do país”, declarou. Segundo ele, os chefes do Comando Vermelho e das milícias não estão nas favelas, mas “nos prédios de luxo e empresas envolvidas em fraudes”.

Encerrando a fala, Lindbergh sugeriu que as próximas ações federais devem mirar também o núcleo econômico das milícias, que movimenta milhões em atividades ilícitas, como combustíveis, imóveis e segurança privada. “Vamos esperar o final dessa história”, disse o senador, insinuando que novas prisões e quebras de sigilo podem atingir empresários e políticos próximos do governo do Rio.

Fonte: DCM


Moraes ordena preservação de provas da chacina no Rio e convoca entidades de direitos humanos ao STF


O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste domingo (2) a preservação e documentação integral de todas as provas relacionadas à Operação Contenção, ação policial realizada no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais.

A decisão foi tomada no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635 — conhecida como ADPF das Favelas — e atende a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU).

Moraes ordenou que o governo do Rio garanta a conservação de todos os elementos materiais, registros periciais e respectivas cadeias de custódia, permitindo o acesso às informações pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública estadual.

Segundo o ministro, a medida segue o entendimento do plenário do STF, que determinou a obrigatoriedade da preservação de vestígios de crimes e a independência técnica das perícias em casos de mortes decorrentes de operações policiais. O governador Cláudio Castro deverá ser intimado ainda neste domingo para assegurar o cumprimento imediato da decisão.

O ministro também marcou para quarta-feira (5), às 10h, uma audiência com a presença de diversas entidades de direitos humanos e organizações da sociedade civil, como o Conselho Nacional de Direitos Humanos, a Conectas, a Justiça Global, a Educafro, a Rede da Maré, o ISER, o Movimento Negro Unificado (MNU) e o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (IARA).

As instituições deverão indicar seus representantes até a tarde de terça-feira (4). Moraes afirmou que o encontro tem o objetivo de garantir transparência e acompanhamento independente das investigações sobre a operação, classificada pelo governo do Rio como “um sucesso” e por entidades civis como uma “chacina patrocinada pelo Estado”.

A decisão de Moraes reacende o debate sobre o cumprimento das regras impostas pelo Supremo à segurança pública fluminense. A ADPF das Favelas, apresentada em 2019 pelo PSB e julgada em 2022, estabeleceu um conjunto de diretrizes para reduzir a letalidade policial e proteger moradores de comunidades, especialmente durante operações em áreas densamente povoadas.

Entre as medidas fixadas estão o uso proporcional da força, o acompanhamento de ambulâncias em todas as operações, a instalação obrigatória de câmeras em viaturas e uniformes policiais, a comunicação imediata de mortes ao Ministério Público e a proibição de buscas domiciliares noturnas, salvo em flagrante delito.

Entidades de direitos humanos apontam que o governo estadual vem descumprindo sistematicamente as decisões do Supremo. A operação da semana passada, classificada pelo governador Cláudio Castro como “um sucesso” e “um duro golpe contra o crime”, foi uma catástrofe humanitária.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que a União não foi avisada previamente e que não houve pedido de cooperação por parte do governo estadual. Já a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, disse que o episódio representa “o triunfo da barbárie sobre a inteligência”.

Fonte: DCM

"Combate ao tráfico de drogas é restrito aos territórios periféricos", afirma Renato Freitas

Deputado aponta que operações militares atingem apenas periferias e que verdadeiros donos do tráfico permanecem impunes

"Combate ao tráfico de drogas é restrito aos territórios periféricos", afirma Renato Freitas (Foto: Divulgação)

O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) usou a sua página nas redes sociais para criticar a seletividade das operações policiais e a concentração de poder econômico e político dos grandes traficantes. As declarações foram feitas em vídeo publicado no X.

Segundo Freitas, o problema do combate ao crime não está nos territórios periféricos, mas na concentração de riqueza e influência política de quem realmente lucra com o tráfico. "Navio não sobe o morro, aeroporto no morro não tem, e mesmo assim o combate ao tráfico de drogas é restrito aos territórios periféricos", afirmou o parlamentar.

Ele questiona ainda a distribuição da riqueza envolvida no comércio ilegal: "Se o negócio é bilionário, em que banco estão esses bilhões? Quem são os donos dos aviões e táxis aéreos? Os portos e aeroportos são controlados por quem? As empresas de importação e exportação estão sob controle de quem? Eu não caio em conto de fardas".

Freitas aponta que as operações policiais frequentemente atingem apenas os trabalhadores periféricos envolvidos no tráfico, enquanto os grandes operadores permanecem impunes: "Sei que no morro tem muita gente envolvida no tráfico, todos sabemos. Mas também sei que os verdadeiros traficantes são os que pagam os políticos e demais autoridades para não serem investigados ou punidos".

O deputado citou episódios recentes que reforçam essa seletividade. Um deles envolve o helicóptero dos Perrella, aliados de Aécio Neves, encontrado com meia tonelada de pasta base de cocaína. "Quem foi preso nesse episódio? Pra você ver, qual o combate ao tráfico", questionou Freitas.

Ele ainda criticou o caráter militarizado das operações e a letalidade desproporcional quando o alvo é periférico: "A maior apreensão de fuzis, inclusive do Rio de Janeiro, não foi do Bolsonaro. Mas por que quando há operação na Faria Lima, como teve em São Paulo, não tem letalidade?", indaga.

Para Freitas, o modelo atual é injusto e direcionado contra os mais pobres: "Estranho se alguém entrasse dentro do mercado Pão de Açúcar e falasse que a partir daquele momento seria proibida a existência do mercado, que seriam presos ou mortos. Depois, a operadora de caixa, depois o repositor, mas nunca o gerente, muito menos o dono".

Ele defende um combate mais estratégico e baseado em inteligência, ciência e investigação: "Por isso, se eles quisessem de fato acabar com o tráfico de drogas, eles teriam uma política de investigação, polícia de inteligência, não tão militarizada, pronta para guerra, para matar ou morrer, mas uma polícia que utilizasse a tecnologia, a estratégia, a ciência a seu favor e conseguisse desbaratar pelos peixes grandes".

Segundo Freitas, o problema estrutural do combate ao tráfico reside na conivência de quem lucra com o negócio: "Não vai acabar com o tráfico, até porque muitos dos que dão as cartas do jogo ganham dinheiro com o tráfico". A fala reforça a percepção de desigualdade e seletividade no enfrentamento à criminalidade no país, colocando em evidência a necessidade de políticas mais inteligentes e eficazes, que atinjam os verdadeiros operadores do mercado ilegal.
Fonte: Brasil 247

Gilmar reage à chacina do Rio: “favelas não podem ser campo de guerra”

Ministro do STF defende equilíbrio entre combate ao crime e proteção de vidas, destacando falhas estruturais na política de segurança do Rio

       Gilmar reage à chacina do Rio: “favelas não podem ser campo de guerra” (Foto: Reprodução)

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, usou a sua página nas redes sociais para comentar a chacina que deixou dezenas de mortos nos complexos do Alemão e da Penha, ressaltando que “favelas não podem ser campo de guerra”.

Para ele, o debate sobre segurança pública no Brasil é urgente e precisa conciliar o enfrentamento das facções criminosas com a redução da letalidade das ações policiais.

Segundo Gilmar, esse equilíbrio depende do reconhecimento da importância da atuação das forças de segurança, baseada em inteligência investigativa e na competência técnica dos agentes. Ao mesmo tempo, exige a criação de protocolos claros de prevenção e responsabilização por abusos, com fiscalização efetiva das instituições de controle.

O ministro enfatiza que ao julgar a ADPF das Favelas, o STF não proibiu operações policiais, mas estabeleceu parâmetros para que sejam planejadas, proporcionais e transparentes, com o objetivo de proteger a vida de civis e agentes públicos. “O Tribunal determinou medidas concretas, como instalação de câmeras em viaturas e uniformes, presença de ambulâncias em operações de alto risco, restrição de ações próximas a escolas e hospitais, preservação das cenas de crime e divulgação de dados sobre letalidade”, destacou o ministro.

Em abril de 2025, o Supremo foi além e exigiu que o Estado do Rio apresentasse um plano de reocupação das áreas dominadas por facções e milícias, garantindo a presença permanente de serviços públicos, como educação, saúde, moradia e assistência social. A medida visa restituir às comunidades segurança e dignidade, historicamente negadas pelo abandono estatal.

Gilmar Mendes alerta que, enquanto essas políticas não forem implementadas de forma estruturada, as operações pontuais continuarão produzindo resultados parciais e insustentáveis. “É urgente uma política de segurança que enfrente o crime sem transformar as favelas em campos de guerra, garantindo às populações locais o direito elementar de viver sem medo”, concluiu o ministro.
Fonte: Brasil 247

"Se tiro, porrada e bomba resolvessem, o Rio seria uma maravilha”, diz ex-ministro

Carlos Minc desmonta versão de Cláudio Castro sobre operação policial no Rio

         "Se tiro, porrada e bomba resolvessem, o Rio seria uma maravilha”, diz ex-ministro (Foto: ABR)

O deputado estadual Carlos Minc (PSB) fez duras críticas ao governador Cláudio Castro durante entrevista ao programa Boa Noite 247, exibido pela TV 247. Minc afirmou que o governo fluminense perdeu o controle da segurança pública e denunciou “duas grandes mentiras” ditas pelo governador sobre a recente operação que resultou em dezenas de mortes no Rio de Janeiro.

Segundo o parlamentar, a tragédia representa “um desastre de grandes dimensões” e “mostra um descontrole total do governador”. Ele destacou a contradição entre o discurso e a prática do governo: “Eles estão no poder há três anos dizendo que segurança é o mais importante de tudo, mas não reconquistam território, não asfixiam o tráfico e não combatem a corrupção policial. Agora, temos a maior mortandade da história do Rio.”

Na entrevista, Minc lembrou ter sido o autor de uma lei aprovada há alguns anos que define uma operação policial bem-sucedida como aquela que “mata menos, morre menos e apreende mais armas e prende mais criminosos”. “Essa operação foi exatamente o contrário do que a lei diz”, criticou.

O deputado apontou duas inverdades nas declarações de Cláudio Castro. “A primeira é que ele teria pedido apoio do governo federal e que esse pedido foi negado. Isso foi amplamente desmentido. Ele mesmo teve que ligar para o Planalto e dizer que foi mal compreendido”, afirmou. “A segunda mentira é sobre a ADPF das favelas. Durante os dois anos em que a decisão esteve em vigor, houve mais de 2.100 operações. Ou seja, eles operaram, mas operaram mal.”

Minc defendeu que a retomada de territórios não pode ser feita apenas pela polícia: “A reconquista do território não é só da polícia. Tem que chegar junto a cultura, o esporte, o lazer, os estágios, o saneamento, a saúde. Senão, não tem reconquista.”

Durante a entrevista, o ex-ministro do Meio Ambiente lembrou programas sociais que coordenou quando era secretário estadual, como as Fábricas Verdes e o Ecomoda, criados para levar emprego e capacitação a comunidades como o Complexo do Alemão e a Rocinha. “Naquela época, entrávamos nas favelas com projetos sociais e ambientais. Hoje, o que se vê é só tiro, porrada e bomba”, lamentou.

Minc também denunciou o abandono de políticas públicas de prevenção e inteligência: “O governo não coloca um tostão no Disque-Denúncia há cinco anos, o programa de proteção a testemunhas está parado e a perícia do Rio é a única do Brasil que não é autônoma nem comandada por um perito.”

O parlamentar criticou ainda o clima de celebração da violência nas redes sociais. “Deputados bolsonaristas comemoram dizendo ‘62 CPFs cancelados’. É inacreditável. Eles têm orgasmos de alegria com a morte”, afirmou.

Minc concluiu dizendo que a estratégia de confronto permanente fracassou: “Se tiro, porrada e bomba resolvessem, o Rio de Janeiro seria uma maravilha. Mas o que temos é um inferno, com tráfico e milícias controlando 45% do território do município.”

As declarações de Minc escancaram a crise da segurança pública fluminense e ampliam a pressão sobre o governo Castro, já criticado por falta de planejamento e transparência nas ações policiais. Assista:

 

Fonte: Brasil 247

Datafolha: 68% dos moradores do Rio desconhecem a ADPF das Favelas

O governador Cláudio Castro (PL) – Reprodução

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (1º) mostra que 68% da população da cidade do Rio de Janeiro e da região metropolitana desconhecem a ADPF das Favelas, ação apresentada ao STF em 2019. O tema voltou ao debate após a Operação Contenção, considerada a mais letal do país. O índice de apoio à ADPF ficou em 41%, enquanto 43% se disseram contrários, 13% não souberam responder e 3% se declararam indiferentes.

O levantamento ouviu 626 pessoas com 16 anos ou mais por telefone, nos dias 30 e 31 de outubro, com margem de erro de quatro pontos percentuais. Na capital, 63% nunca ouviram falar da ADPF, e no Grande Rio o percentual chega a 73%. Entre quem considerou a operação mal executada, o apoio à ação judicial alcança 78%.

Os dados mostram divisão entre eleitores de 2022: entre apoiadores de Jair Bolsonaro, 64% são contrários à ADPF, enquanto entre eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 66% são favoráveis. Moradores de comunidades da capital e da região metropolitana demonstraram 50% de apoio, enquanto entre quem vive fora de favelas o índice é de 38%.

Corpos dos mortos pela “Operação Conteção” enfileirados na rua no Morro do Alemão. Reprodução
A ADPF passou a impor regras sobre operações em áreas sensíveis desde 2020, restringindo o uso de helicópteros e ações próximas a escolas, creches e hospitais. Em abril deste ano, o STF flexibilizou parte das normas, mas manteve exigências como produção de autópsias com laudos em até dez dias, acionamento do Ministério Público e preservação do local para perícia.

A pesquisa aponta que 57% dos moradores do Rio consideraram a operação um sucesso. A aprovação do governador Cláudio Castro (PL) chegou a 40%, maior índice desde o início do mandato. Na segurança pública, 37% avaliam positivamente o trabalho do governo, percentual semelhante ao dos que consideram a atuação ruim ou péssima.

A presença de militares em ações de segurança registrou apoio de 76% dos entrevistados, e 72% concordam que as Forças Armadas deveriam ter participado da operação realizada na última terça-feira (28). Após a ação, Castro classificou a ADPF como “maldita” e atribuiu a ela dificuldades logísticas e crescimento de barricadas em comunidades do Rio.

Fonte: DCM

Risco de temporada da Papuda apavora o entorno de Bolsonaro; saiba mais


        O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução

Aliados próximos de Jair Bolsonaro reagiram com apreensão após a circulação de rumores, nesta semana, de que o Supremo Tribunal Federal pode determinar que o ex-presidente cumpra 15 dias de prisão na Papuda antes de seguir para um período em regime domiciliar. Com informações do blog de Lauro Jardim no jornal O Globo.

O temor tomou força após a condenação de 27 anos por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, relacionada aos ataques de janeiro de 2023. A versão se espalhou rapidamente entre parlamentares e assessores.

O clima de incerteza se intensificou com a avaliação de que novos desdobramentos judiciais podem ocorrer a qualquer momento. A condenação inclui acusações de organização e incentivo a atos antidemocráticos, com impacto direto sobre sua atuação política. Interlocutores afirmam que o avanço dos autos dificulta estratégias de defesa e amplia o risco de execução de penas restritivas de liberdade.

Ao mesmo tempo, relatos que circulam em Brasília apontam que Bolsonaro estaria mais recluso e enfrentando possível quadro de depressão. Pessoas próximas dizem que o ex-presidente tem evitado compromissos e reduzido interações políticas. Não há confirmação médica pública sobre o caso, e a família mantém silêncio sobre a condição emocional do ex-mandatário.

Rota para o Complexo Penitenciário da Papuda, no DF – Reprodução
A repercussão dos rumores mobilizou grupos de apoio nas redes sociais, que buscam organizar manifestações preventivas. Deputados da base bolsonarista afirmam acompanhar de perto movimentações judiciais e aguardam eventuais despachos. Para aliados, qualquer detenção, ainda que temporária, pode provocar desgaste interno e reduzir influência sobre alas radicais.

Nos bastidores do Congresso, partidos do Centrão avaliam que o cenário de prisão pressiona negociações e impacta cálculos eleitorais. Líderes partidários observam que a condenação por golpe de Estado reduz espaço para articulação política e pode fragmentar o movimento bolsonarista. Enquanto isso, a defesa afirma que pretende recorrer e aguarda prazos judiciais para próximos passos.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

VÍDEO – As quatro propostas de Pimenta para o combate ao crime organizado


      O deputado federal Paulo Pimenta (PT) -Reprodução

O deputado federal Paulo Pimenta (PT) divulgou neste domingo (2) um vídeo com quatro propostas para fortalecer o combate ao crime organizado no Brasil, em meio ao debate provocado pela megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de cem mortos. A primeira iniciativa prevê a recuperação de territórios dominados por facções, com presença contínua do Estado e oferta de educação, saúde, emprego e outros serviços públicos.

A segunda proposta trata da reformulação do sistema penitenciário. Segundo Pimenta, as facções se consolidaram nas prisões, onde muitos detentos acabam dependendo dessas organizações para sobreviver. O parlamentar defende a separação entre presos provisórios e condenados, ampliação de vagas, desconcentração de lideranças e fortalecimento da polícia penal, citando presídios federais como modelo.

Como terceira medida, ele sugere ampliar a fiscalização sobre fintechs e instituições financeiras digitais para bloquear a lavagem de dinheiro. O deputado cita investigações recentes e afirma que a falta de controle facilitou a circulação de recursos ilícitos. Iniciativas anteriores nessa área, segundo ele, enfrentaram resistência pública e de parlamentares da direita.

A quarta proposta mira o controle da venda de armas e munições. Pimenta afirma que mudanças feitas no governo Jair Bolsonaro permitiram a comercialização de armamento de grosso calibre para civis, enfraqueceram o rastreamento de munições e facilitaram o acesso de facções a armamentos de alto poder de fogo por meio de lojas e clubes de tiro.

Além dos quatro pontos, o petista defende a valorização de profissionais da segurança. Ele critica mudanças previdenciárias de 2019 e diz que policiais civis, federais, rodoviários federais e agentes socioeducativos perderam integralidade e paridade, com impacto direto em famílias de servidores mortos em serviço.

Por fim, Pimenta afirma que o governo federal já discute iniciativas estruturais sobre o tema. Ações coordenadas entre Estados, integração policial e políticas públicas articuladas, afirma, podem ampliar a capacidade estatal de enfrentamento ao crime organizado.

Fonte: DCM