quarta-feira, 30 de julho de 2025

Haddad confirma avanço no diálogo com os EUA sobre tarifas de 50%

Ministro disse que a conversa ocorrerá após retorno de Scott Bessent da Europa e destaca que negociações continuarão mesmo após entrada em vigor da medida

       Fernando Haddad e Scott Bessent (Foto: Diogo Zacarias / MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a equipe do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sinalizou disposição para dialogar com o Brasil sobre as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros. Segundo Haddad, a conversa será possível após a volta de Bessent de compromissos na Europa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar da previsão de que as novas tarifas entrem em vigor nesta sexta-feira (1), Haddad afirmou que o canal de comunicação com os Estados Unidos continua aberto. “Esta semana foi melhor e vamos avançar mais”, declarou o ministro, reforçando que o governo brasileiro está empenhado em buscar uma solução diplomática para o impasse tarifário.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está em visita ao Reino Unido nesta semana, onde firmou um novo acordo comercial com os britânicos. Durante a viagem, Trump também participou da inauguração de um campo de golfe em uma de suas propriedades na Escócia.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

"Se os EUA não quiserem comprar de nós, vamos atrás de quem queira", diz Lula em resposta a Trump

Presidente brasileiro ainda acenou para a China, principal concorrente comercial dos Estados Unidos: "temos uma relação comercial extraordinária”

          Xi Jinping e Lula durante reunião em Brasília - 20/11/2024 (Foto: Reuters)

Em entrevista publicada na madrugada desta quarta-feira (30) pelo jornal norte-americano The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil buscará novos parceiros comerciais caso os Estados Unidos, sob a gestão do presidente Donald Trump, sigam com a imposição de tarifas contra produtos brasileiros. O presidente fez um aceno direto à China, principal parceira comercial do Brasil, ao declarar que não se curvará a pressões geopolíticas, informa o g1.

“Se os Estados Unidos não quiserem comprar algo de nós, nós vamos atrás de quem queira. Temos uma relação comercial extraordinária com a China”, declarou Lula, em resposta ao tarifaço norte-americano, que entra em vigor nesta sexta-feira (1º), com uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.

Lula disse ainda que vem tentando contato com Donald Trump para discutir o tema, mas, segundo ele, sem sucesso até o momento. “Ninguém quer conversar”, resumiu o presidente brasileiro.

Lula rejeita alinhamento ideológico - O presidente brasileiro criticou a tentativa de enquadramento do Brasil na lógica de uma nova Guerra Fria entre os Estados Unidos e a China. Segundo ele, o país seguirá adotando uma postura pragmática na política internacional, pautada por interesses comerciais e não ideológicos.

“Se os Estados Unidos e a China quiserem uma Guerra Fria, não aceitaremos. Não tenho preferência. Tenho interesse em vender para quem quiser comprar de mim — para quem pagar mais”, afirmou. Lula também frisou que não vê motivos para antagonismo com o líder republicano. “Trump é uma questão para o povo americano lidar. Eles votaram nele. Fim da história”, disse ao jornal.

China sinaliza abertura a mais comércio com o Brasil - Em meio ao acirramento da tensão entre Brasília e Washington, o governo chinês indicou disposição para aprofundar os laços comerciais com o Brasil. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, declarou na segunda-feira (28) que o país asiático quer cooperar com o Brasil para “defender conjuntamente o sistema multilateral de comércio centrado na OMC [Organização Mundial do Comércio] e proteger a justiça e a equidade internacional”.

Questionado sobre a ampliação da abertura às exportações brasileiras, Jiakun afirmou que a China está disposta a “promover a cooperação com base em princípios de mercado”.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

PF investiga ligação de doadora de Tarcísio com lavagem de dinheiro do PCC

Pecuarista que doou R$ 500 mil à campanha do governador de SP é suspeita de movimentar R$ 1,4 bilhão em nome de esquema do tráfico internacional de drogas

Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Polícia Federal investiga a pecuarista Maribel Schmittz Golin, de 59 anos, uma das principais financiadoras da campanha eleitoral de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo em 2022, por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação foi revelada em reportagem publicada nesta quarta-feira (30) pela Folha de S.Paulo.

Maribel doou R$ 500 mil à campanha de Tarcísio, em duas transferências — R$ 100 mil em 26 de agosto de 2022 e R$ 400 mil em 6 de outubro do mesmo ano, segundo dados declarados à Justiça Eleitoral. Trata-se da sexta maior doação recebida pelo então candidato, que teve mais de 600 doadores. Em nota, a assessoria do governador afirmou que ele “não possui qualquer vínculo com a doadora citada” e que a campanha foi conduzida “com total respeito às leis eleitorais”.

O nome de Maribel surgiu nas investigações da Operação Mafiusi, deflagrada pela PF no fim de 2024 para desarticular um esquema de envio de cocaína pelo porto de Paranaguá (PR) para a Europa, em parceria entre o PCC e a máfia italiana ’Ndrangheta. A PF cita a pecuarista em ao menos quatro transações com Willian Barile Agati, apontado como integrante da facção criminosa. Barile foi preso em janeiro e denunciado à Justiça Federal no Paraná por tráfico de drogas, associação para o tráfico, obstrução da Justiça e organização criminosa.

Entre as transações suspeitas estão a venda de um apartamento por R$ 3 milhões em Santo André (SP), embora o imóvel tenha valor venal de apenas R$ 881 mil, e outro caso semelhante envolvendo um imóvel de R$ 106 mil registrado como vendido por R$ 250 mil. Há ainda três transferências entre quatro empresas de Maribel e Barile que, somadas, chegam a R$ 3,5 milhões.

O relatório da Polícia Federal afirma que “as transações comunicadas no RIF sugerem fortemente a ocorrência de lavagem de dinheiro clássica, relacionada a imóveis”. Segundo a investigação, Maribel possui quatro empresas, todas sem funcionários registrados, mas que movimentaram mais de R$ 1,4 bilhão entre 2020 e 2022 — fator que chamou a atenção dos investigadores.

Apesar da citação de Maribel como investigada, o nome de Tarcísio de Freitas e as doações eleitorais não aparecem no relatório da PF. O controle financeiro da campanha do governador foi realizado por seu cunhado, Maurício Pozzobon Martins, que chegou a ser indicado para cargo no Palácio dos Bandeirantes, mas teve o nome retirado após críticas por nepotismo. Atualmente, ele trabalha no gabinete do deputado estadual Danilo Campetti (Republicanos).

A Folha tentou contato com Maribel, que inicialmente afirmou que sua assessoria se manifestaria, mas não houve retorno. Por mensagens de WhatsApp, ela negou qualquer envolvimento com os crimes: “Não tenho nenhum tipo de envolvimento com isso”.

Outro trecho do relatório policial menciona a atuação de Joselito Golin, marido de Maribel, em parceria com Barile. Um colaborador da PF afirmou que Joselito “esquentava dinheiro dentro da igreja do pastor Valdemiro”, em referência à Igreja Mundial do Poder de Deus, liderada por Valdemiro Santiago. A reportagem procurou o pastor por meio de sua igreja, mas não obteve resposta.

Maribel e Joselito fazem parte do Grupo Golin, conglomerado do setor pecuário com atuação no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. O grupo ganhou notoriedade no passado ao adquirir as Fazendas Reunidas Boi Gordo, pouco antes da falência da empresa, que revelou um esquema de pirâmide financeira e causou prejuízos a milhares de investidores.

As investigações seguem em curso na PF do Paraná, na fase de inquérito, enquanto a Justiça analisa a denúncia contra Barile e outros suspeitos. A movimentação bilionária de recursos por parte de Maribel ainda está sob análise, mas os investigadores apontam forte indício de relação com o tráfico internacional de entorpecentes.

Fonte: Brasil 247 com reportagem publicada pela Folha de S. Paulo

Presidente da CBF e deputada federal são alvos de operação da PF contra compra de votos em Roraima

Ação investiga esquema nas eleições de 2024; Justiça bloqueia R$ 10 milhões e faz buscas na casa de Samir Xaud e na sede da CBF

     Samir Xaud (Foto: CBF/Divulgação)

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, e a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (30), em uma operação que apura suspeitas de compra de votos nas eleições municipais de 2024 em Roraima. O empresário Renildo Lima, marido da deputada e sócio do grupo empresarial da família, também foi alvo da ação. As informações são do g1.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 10 milhões em bens dos investigados. Agentes da PF estiveram na residência de Xaud e também na sede da CBF, no Rio de Janeiro.

Batizada de Operação Caixa Preta, a ofensiva tem como foco o esclarecimento de possíveis crimes eleitorais cometidos pelo grupo político ligado ao MDB em Roraima. Além dos mandados contra Xaud, Helena e Renildo, outros sete mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em diferentes endereços.

As investigações começaram a partir da prisão de Renildo Lima em setembro de 2024, durante o primeiro turno das eleições municipais. Na ocasião, o empresário foi detido com R$ 500 mil em espécie, parte do valor escondido na cueca, conforme revelou a Polícia Federal.

Samir Xaud, atual presidente da CBF, é natural de Boa Vista e foi eleito em maio deste ano, aos 41 anos, sendo o mais jovem a ocupar o cargo na entidade. Médico de formação, essa é sua primeira experiência administrativa no futebol profissional. Ele é filho de Zeca Xaud, que comanda a Federação Roraimense de Futebol desde 1975.

Helena da Asatur, cujo nome de registro é Maria Helena Teixeira Lima, está em seu primeiro mandato como deputada federal e foi eleita em 2022 com 15.848 votos, sendo a única mulher a representar Roraima na Câmara. Nascida no Tocantins, cresceu em São João da Baliza, onde ajudou a eleger o afilhado de casamento como prefeito.

A deputada é também uma das principais empresárias do ramo de transportes em Roraima. Sua empresa, a Asatur, atua desde 2001 e opera principalmente no trajeto entre Boa Vista e Manaus, além de oferecer serviços de fretamento e locação de veículos. A empresa, avaliada em R$ 11,1 milhões, é dirigida por Renildo Lima e uma das filhas do casal. A família também é proprietária da Voare Táxi Aéreo, única empresa do tipo no estado.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Carla Zambelli é levada à penitenciária de Roma enquanto aguarda extradição para o Brasil

Deputada bolsonarista condenada a 10 anos de prisão no Brasil foi detida na Itália, onde se refugiava desde junho

      Carla Zambelli (Foto: Lula Marques/ EBC)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, foi transferida para a penitenciária de Rebibbia, em Roma, após sua prisão na última terça-feira (29). As informações são da agência Ansa.

Zambelli foi capturada em um apartamento no bairro de Aurelia, na capital italiana, depois de uma denúncia apresentada pelo deputado verde Angelo Bonelli. Desde o início de junho, a parlamentar bolsonarista estava foragida na Itália, país do qual possui cidadania, fugindo do cumprimento da pena imposta pelo STF. A condenação diz respeito ao episódio da invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a participação do hacker Walter Delgatti Neto.

O crime, segundo a decisão judicial, teve como objetivo comprometer a imagem do Poder Judiciário. Delgatti foi sentenciado a oito anos e três meses de prisão por sua participação no ataque cibernético.

Zambelli chegou a divulgar um vídeo antes da prisão, no qual afirmava estar “tranquila” e declarou: “Não vou voltar ao Brasil para cumprir pena. Se eu tiver que cumprir pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático”.

Segundo a reportagem, a extradição da parlamentar deve seguir trâmite regular junto à Justiça italiana, e a decisão final ficará a cargo do Ministério da Justiça do país europeu. Ainda não há prazo estabelecido para a conclusão do processo.

A prisão foi efetuada pelas autoridades italianas, que a conduziram à penitenciária de Rebibbia, um dos maiores complexos prisionais da Itália. O local enfrenta problemas de superlotação e já recebeu visitas do papa Francisco, que, em dezembro de 2024, abriu ali uma “porta santa” durante o Jubileu e, em março do mesmo ano, realizou o tradicional rito do lava-pés com detentas da unidade.

Fonte: Brasil 247 com informações da agência Ansa

Leilane Neubarth é hostilizada em loja: 'vocês da Globo são insuportáveis' (vídeo)

Jornalista foi alvo de ataques verbais enquanto fazia compras

     Leilane Neubarth (Foto: Reprodução/Instagram)

A jornalista Leilane Neubarth, de 66 anos, foi vítima de uma agressão verbal na terça-feira (29) enquanto fazia compras em uma loja. A informação, segundo a CNN Brasil, foi divulgada pela própria apresentadora do telejornal Conexão Globonews, exibido nas manhãs do canal de notícias da TV Globo, em vídeo publicado em seu perfil no Instagram.

Segundo Leilane, a gravação registra apenas o momento final do ataque. No vídeo, uma mulher aparece criticando duramente os jornalistas da emissora. “Vocês repórteres da Globo são insuportáveis, fazem um jornalismo de lixo. Eu posso dizer porque eu assistia à Rede Globo”, dispara a agressora. Em seguida, ironiza: “Vai botar jornal? Eu tô com cabelo bom hoje? Queria estar melhor, tô vindo do hospital, entendeu? Trabalho pra cacete, trabalho com gente pobre, muito pobre, que acredita nas bobagens que vocês falam. Jornalixo”.

Na legenda da publicação, Leilane explicou que não reagiu imediatamente à agressão por estar atônita com a situação. “Eu estava numa loja, tranquilamente fazendo compras, quando fui vítima de uma agressão gratuita”, relatou.

A jornalista afirmou que só decidiu filmar após perceber o tom de deboche da mulher. “Além de agressiva, ela foi extremamente debochada, parecendo se exibir na agressão. Por isso decidi postar aqui”, escreveu Leilane na rede social.

Leilane encerrou o texto com uma reflexão sobre respeito em tempos de intolerância: “Ninguém precisa gostar de ninguém. Mas acredito realmente que ‘o respeito é a luz que ilumina a escuridão da intolerância’”.

A publicação mobilizou colegas de profissão e personalidades da mídia, que prestaram solidariedade à jornalista. Nos comentários, nomes como Sandra Annenberg, Renata Ceribelli, Natuza Nery e Marcelo Cosme manifestaram apoio. A cantora Fafá de Belém também reagiu. A jornalista Flávia Oliveira escreveu: “Leilane, querida, não se deixe abater. Proteja-se dessa gente careta e covarde. Elas passarão”.
Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

“Eduardo Bolsonaro tem de ser cassado”, diz Estadão


O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

Em editorial publicado nesta quarta-feira (30), o Estadão afirmou que o mandato do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deve ser cassado por atuar deliberadamente para prejudicar o Brasil em nome dos interesses particulares de sua família. Para o jornal, a Câmara não pode repetir com o “bananinha” o erro cometido há 25 anos, ao deixar impune seu pai, Jair Bolsonaro:

Diante das barbaridades protagonizadas pelo então deputado federal Jair Bolsonaro, este jornal pediu a sua cassação em janeiro de 2000, classificando-o pelo que ele era – um dejeto da democracia, alguém desqualificado que se servia das mesmas liberdades democráticas que sempre desejou eliminar. Passados pouco mais de 25 anos, é preciso dizer o mesmo sobre seu filho Eduardo Bolsonaro. Por atuar deliberada e sistematicamente para prejudicar o Brasil, em nome dos interesses particulares de sua família, Eduardo Bolsonaro precisa ter cassado seu mandato de deputado federal. Trata-se da única reação cabível por parte de uma democracia digna do nome.

Eduardo já fez de tudo, mas não há afronta à democracia que não possa ser superada por outra maior. Não lhe pareceu suficiente, por exemplo, regozijar-se do lobby que fez junto ao governo dos EUA como forma de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a desistir dos processos contra seu pai, tornando-se responsável, em grande medida, pelo tarifaço convertido em chantagem explícita do presidente americano, Donald Trump, contra o Brasil e a favor de Jair Bolsonaro.

Também não lhe bastou arvorar-se em negociador diplomático e pedir sanções contra autoridades brasileiras, entre as quais os presidentes da Câmara e do Senado, o ministro do STF Alexandre de Moraes e o presidente Lula da Silva. Era preciso, como fez o pai durante as décadas que passou no Congresso, enxovalhar a instituição parlamentar que ele mesmo integra: nesta semana, o deputado admitiu na caradura que está sabotando o esforço da comitiva de senadores brasileiros que viajou aos EUA para tentar abrir algum canal de diálogo com o Congresso e o governo americanos a fim de evitar as tarifas impostas por Trump.

O que faz o embaixador nos EUA. E o caso Eduardo Bolsonaro - Nexo Jornal
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado de Eduardo e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Dias antes, reclamou dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), por se pronunciarem sobre o tarifaço sem mencionar o que realmente importa para os Bolsonaros – a liberdade de Jair Bolsonaro. (…) Segundo a cartilha bolsonarista, qualquer ação que se afaste da defesa direta da impunidade para o ex-presidente e outros golpistas equivale a uma declaração de guerra.

Com o prazo expirado da licença que o deputado tirou para sabotar o Brasil em solo americano, e sem planos imediatos de retornar ao País, esperava-se que ele renunciasse ao mandato que os paulistas infelizmente lhe deram.

Nos últimos dias, difundiu-se na imprensa a possibilidade de a Câmara adotar o mesmo artifício usado no caso do deputado Chiquinho Brazão, réu pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco: deixar que as faltas às sessões cumprissem a função da perda do mandato. Será um erro gravíssimo. A fim de cuidar da própria imagem, não bastará ao Legislativo federal recorrer a essa solução. Afinal, Eduardo Bolsonaro passou dos limites e merece não a inércia corporativista da Casa, mas uma punição dura, real e imediata.

Há 25 anos, quando poupou o então deputado Jair Bolsonaro, a Câmara escolheu desmoralizar-se. Que não repita esse erro agora com Eduardo Bolsonaro.

Fonte: DCM

CNN Brasil “entrevista” lobista ligado a Trump e pró-Bolsonaro que é sócio do CEO da emissora


“Entrevista” de lobista ligado a Trump na CNN Brasil: sócio do CEO da emissora – Foto: Reprodução

A CNN Brasil publicou nesta quarta-feira, 30 de julho, uma entrevista com Brian Ballard, advogado e lobista ligado ao presidente dos EUA Donald Trump. Apresentado como conselheiro experiente para negociações internacionais, Ballard recomendou ao governo brasileiro que “ligue diretamente” para Trump para tentar reverter a tarifa de 50% imposta às exportações brasileiras. Ainda defendeu Bolsonaro e alertou para o risco do Brasil “virar uma Cuba ou uma Venezuela”, mantra da extrema-direita.

A emissora, no entanto, omitiu do público uma informação essencial: Brian Ballard é dono da Ballard Partners, firma americana de lobby que firmou uma parceria com a Esfera Brasil — organização comandada pelo lobista João Camargo, presidente do conselho da CNN Brasil e dono de 30% da emissora.

João Camargo, presidente do conselho da CNN Brasil – Foto: Reprodução

Em resumo: a CNN deu holofotes, sem qualquer menção ao conflito de interesses, a um empresário que mantém relações comerciais e políticas diretas com seu principal executivo.

Defesa escancarada de Trump e Bolsonaro e justificativa para interferir no Brasil

Questionado sobre a carta enviada por Trump a Lula, uma chantagem explícita se transformou no tarifaço, Ballard afirmou: “Vou dizer que este presidente é muito sensível e solidário com líderes políticos que são processados por aqueles que assumem o poder posteriormente. Ele acredita que isso está acontecendo no Brasil.”

A declaração tenta justificar a intromissão de Trump em assuntos internos de outra nação com base na ideia de que o golpista Bolsonaro estaria sofrendo “perseguição política”. O processo, no entanto, tramita no Poder Judiciário do Brasil. A CNN não esclareceu esse ponto nem questionou a distorção.

“Em muitos aspectos, isso é muito semelhante ao que aconteceu nos EUA. E sei que este presidente está muito preocupado em ver processos políticos contra ex-líderes de um país”, disse Ballard.

Brian Ballard – Foto: Reprodução

CNN omite sociedade entre lobista americano e CEO da emissora

A Ballard Partners e a Esfera Brasil vão atuar juntas oferecendo serviços de lobby e relações governamentais. O próprio Brian Ballard declarou, no comunicado oficial da parceria, que o objetivo é “ampliar o acesso ao mercado e às instituições públicas” para seus clientes.

João Camargo, dono da Esfera, também é presidente do conselho da CNN Brasil.

A Esfera se apresenta como um “think tank”, mas atua como espaço de articulação entre empresários, políticos e autoridades. Seus eventos reúnem ministros, parlamentares, membros do Judiciário e executivos do alto escalão. Os encontros ocorrem em locais como restaurantes, resorts e embaixadas — inclusive no exterior. Jornalistas recebem jabá para cobrir os convescotes e produzem matérias laudatórias. A Folha de S.Paulo, por exemplo, fez uma reportagem vergonhosa de um encontro empresarial no Guarujá. No pé, a informação de que a repórter viajou de graça.

Camargo rejeita o rótulo de lobista, mas admite que promove reuniões entre interessados e autoridades públicas para tratar de temas como leis e regulação econômica. Ele foi vice-presidente da Vasp no governo Quércia, de São Paulo, e assessor particular de Zélia Cardoso de Mello na presidência de Fernando Collor, até cair em meio ao escândalo PC Farias.

João Camargo e seus irmãos adquiriram a rede de rádios Transamérica, que passou a integrar o amplo grupo de emissoras controlado pela família. O portfólio inclui participações e controle sobre rádios como Alpha FM, Rádio Disney, 89 FM, BandNews FM, Nativa FM e Band FM.

Os ativos são administrados pela gestora 89 Investimentos, comandada por João Pedro Funaro Camargo, filho de João. Além do setor de mídia, a 89 também atua no mercado imobiliário, com investimentos em prédios residenciais e galpões logísticos.

Fonte: DCM

A reação de Bolsonaro ao saber da prisão de Zambelli

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro e a deputada licenciada Carla Zambelli. Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro foi informado da prisão de Carla Zambelli (PL-SP) logo após participar de uma motociata em Brasília, na terça-feira (29). Ao saber da notícia, o ex-presidente pediu detalhes ao líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que o acompanhava no evento, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Segundo Sóstenes, o advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi, disse que a deputada se entregou voluntariamente às autoridades italianas para solicitar “asilo político”. Bolsonaro, então, pediu que o parlamentar continuasse acompanhando o caso. O ex-presidente ainda classificou a prisão como “perseguição” e “maldade”, segundo o Metrópoles. “É muita perseguição e maldade com ela. Foi a frase dele”, relatou Sóstenes.

A versão apresentada pela defesa, no entanto, é diferente da divulgada oficialmente pelo Ministério da Justiça, pela Polícia Federal e pela Embaixada do Brasil na Itália. Zambelli era considerada foragida desde junho, após ser condenada a 10 anos de prisão por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça e alterar documentos.

Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que “autoridades italianas prenderam, na tarde desta terça-feira (29/7), em Roma, uma brasileira que se encontrava foragida no país”. A pasta destacou que a prisão ocorreu graças à cooperação entre a Polícia Federal, a Interpol e órgãos italianos, e que a deputada será submetida ao processo de extradição conforme as leis da Itália e os acordos internacionais assinados pelo Brasil.

Fonte: DCM

Bolsonarista Daniel Silveira chora ao STF por prisão domiciliar: “Risco de morte”

 

O ex-deputado federal Daniel Silveira – Foto: Reprodução
Daniel Silveira solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a conversão de sua prisão em regime fechado para prisão domiciliar, alegando razões humanitárias. A defesa do ex-deputado federal bolsonarista afirma que, após uma cirurgia no joelho autorizada pelo STF, o sistema prisional não tem estrutura para garantir o tratamento adequado durante o período de recuperação, estimado entre seis e doze meses.

Segundo os advogados, o laudo médico entregue à Corte, assinado por Hewdy Lobo Ribeiro, recomenda sessões intensivas de fisioterapia e uso de equipamentos clínicos que não estão disponíveis na Colônia Agrícola Marco Aurélio de Mattos, em Magé (RJ), onde Silveira está preso. O documento alerta que a interrupção do tratamento pode causar “risco de morte”, além de complicações como trombose.

Daniel Silveira foi condenado em abril de 2022 a 8 anos e 9 meses de prisão por ameaças ao Estado Democrático de Direito e coação. Avançou para o regime semiaberto em outubro de 2024 e recebeu livramento condicional em dezembro do mesmo ano, mas teve o benefício revogado após descumprir medidas cautelares.

Fonte: DCM

STF vê sanções dos EUA como ataque pessoal e prepara reação judicial contra Lei Magnitsky

Ministros consideram eventual aplicação da Lei Magnitsky como “ataque abaixo da linha da cintura”

      Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso (Foto: Nelson Jr./STF)

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) articulam uma resposta contundente caso os Estados Unidos levem adiante a ameaça de impor sanções com base na Lei Magnitsky, informa Bela Megale, do jornal O Globo.

Integrantes da corte avaliam que, caso o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, aplique punições financeiras contra ministros como Alexandre de Moraes, a reação não deverá se limitar ao campo político. A resposta poderá envolver medidas jurídicas, capitaneadas pelo próprio STF, em defesa da autonomia do Judiciário brasileiro.

A preocupação se dá diante da possibilidade de bloqueio de contas bancárias e bens que os magistrados possam ter em território norte-americano — uma medida considerada como um “ataque abaixo da linha da cintura”, por atingir diretamente a vida pessoal dos ministros e seus familiares.

Interferência direta e pressão por anistia - A eventual aplicação da Lei Magnitsky está sendo impulsionada por figuras bolsonaristas que vivem nos Estados Unidos. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo articulam nos bastidores junto à gestão Trump e ao Partido Republicano para que as sanções sejam aplicadas. Paralelamente, eles pressionam por uma anistia ampla que contemple Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

Eduardo Bolsonaro foi informado de que uma resposta judicial do STF às sanções é considerada inevitável. Ainda assim, ele teria adotado uma nova estratégia: tentar concentrar o foco exclusivamente sobre Alexandre de Moraes e isentar, ao menos temporariamente, outros ministros da corte, como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.

A tentativa visa criar um “gesto de boa vontade” para distensionar a relação com o Supremo. A manobra também abriria espaço para negociações futuras com ministros que eventualmente possam se opor a punições ou queiram evitar um confronto direto com os republicanos.

STF reage com indignação - Apesar dos acenos, ministros do STF rechaçaram qualquer possibilidade de aceitar esse tipo de “divisão” interna. A avaliação é que a tentativa de isolar Moraes representa mais uma ameaça ao conjunto da corte e, portanto, requer uma resposta institucional.

A insatisfação entre os magistrados é crescente, especialmente diante da atuação explícita de um parlamentar brasileiro, Eduardo Bolsonaro, no exterior, para obter sanções contra membros do Judiciário nacional. O gesto é lido como uma escalada nas pressões políticas contra a Justiça, que tem sido alvo recorrente da extrema-direita bolsonarista.

No governo Lula, prevalece o entendimento de que a aplicação de sanções dessa magnitude — envolvendo o uso da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras — ainda é improvável. No entanto, o clima de tensão e a escalada de movimentos externos com apoio de parlamentares brasileiros acendem o alerta no Palácio do Planalto e no STF.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Prefeitura de Apucarana adota ferramenta VLibras para ampliar acessibilidade em seu site

A iniciativa tem como objetivo promover maior inclusão digital para pessoas surdas, facilitando o acesso à informação e à comunicação


Desde ontem (29/7), o site oficial da Prefeitura de Apucarana (www.apucarana.pr.gov.br) conta com a ferramenta VLibras, um recurso gratuito que realiza a tradução automática de conteúdos em Língua Portuguesa para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). A iniciativa tem como objetivo promover maior inclusão digital para pessoas surdas, facilitando o acesso à informação e à comunicação.

Desenvolvido em parceria pela Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o VLibras é uma suíte de ferramentas de código aberto que permite a tradução de textos, áudios e vídeos para Libras. Com isso, computadores, celulares e plataformas Web tornam-se mais acessíveis para os usuários surdos da língua de sinais.

“O intuito é ampliar o acesso à comunicação e promover a inclusão das pessoas com deficiência auditiva aos conteúdos digitais disponibilizados pelo município”, afirmou o prefeito Rodolfo Mota. Segundo ele, a adoção do VLibras reforça o compromisso da gestão com a acessibilidade e a igualdade de oportunidades no ambiente digital.

A ferramenta já está disponível em todas as páginas do site da Prefeitura e pode ser ativada por meio de um ícone com um avatar que representa um intérprete de Libras, localizado no canto da tela.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

APUCARANA: Prefeitura apresenta estudo e busca soluções estratégicas para acelerar crescimento da economia

Iniciativa promove um debate conjunto com as instituições que integram o Fórum Desenvolve Apucarana, trazendo sugestões e apontando os principais desafios


A Prefeitura apresentou ao Fórum Desenvolve Apucarana um estudo técnico que traça um panorama atual da economia do município e propõe caminhos para destravar o crescimento local. Embora o levantamento aponte o aumento no número de empresas, destaca também desafios como os mais de 500 vazios urbanos e a demanda por mais oferta de energia. A iniciativa visa promover um debate conjunto com as instituições e traz sugestões concretas para impulsionar o crescimento econômico da cidade.

O levantamento foi apresentado durante reunião do Fórum Desenvolve Apucarana pelo secretário municipal da Fazenda, professor Rogério Ribeiro — autor do estudo —, e pelo secretário municipal de Indústria, Comércio e Serviços, Emerson Toledo. O convite partiu do próprio Fórum, com o propósito de fomentar o debate sobre o cenário econômico atual do município e, em conjunto com as instituições, refletir sobre estratégias para impulsionar o desenvolvimento de Apucarana.

“Nosso crescimento real nos últimos anos ficou abaixo da média estadual e nacional. Precisamos refletir, junto com a sociedade civil, como potencializar o desenvolvimento econômico, destravar a cidade e preparar Apucarana para o futuro”, comenta o prefeito Rodolfo Mota. Ainda segundo o prefeito, há exemplos de que Apucarana tem grande potencial não explorado. “Existem mais de 500 terrenos vazios na área central. Esses vazios urbanos poderiam estar gerando empregos, movimentando o comércio e ampliando os serviços”, completou Rodolfo Mota.

O secretário municipal da Fazenda, Rogério Ribeiro, apresentou o levantamento com base em dados de fontes oficiais como IBGE, PNAD, Caged, além de informações internas da Prefeitura. “Somente nos primeiros seis meses de 2025 foram abertas 1.947 novas empresas em Apucarana, sendo 72,4% registradas como MEI. Em todo 2024, foram 2.905 novas empresas no total. Se mantido esse ritmo, poderemos ter um crescimento de até 30% no número de empresas abertas em 2025”, informou.

Para o secretário, o aumento da abertura de empresas pode ser um reflexo de um cenário pós-pandemia que impulsionou o empreendedorismo e da liberdade econômica, que facilita o processo de formalização. “Esse movimento pode demonstrar dinamismo da economia, mas também exige análise qualitativa. Nem sempre o aumento de MEIs significa maior estabilidade econômica, pois pode estar ligado à perda de empregos”, avaliou Rogério, ao destacar a importância de se criar um banco de dados municipal mais robusto para qualificar essas informações.

Rogério também analisa que o crescimento do número de empresas impacta diretamente na geração de renda e no aumento do PIB local. “O faturamento das empresas se transforma em salários, impostos, lucros, juros. Tudo isso compõe a renda agregada do município. E o crescimento econômico é a primeira condição para melhorar a qualidade de vida da população”, pontuou.

Planejamento estratégico, sugestões e desafios

Já o secretário de Indústria e Comércio, Emerson Toledo, destacou que o Fórum Desenvolve Apucarana está constituindo câmaras temáticas para aprofundar o debate sobre o futuro econômico da cidade. “No estudo apresentado pela Prefeitura, foram indicadas seis ações prioritárias: criação de um centro integrado de inovação, formação técnica e profissional, aceleração estruturada de pequenos negócios, observatório econômico, fomento à indústria de alto valor e revitalização produtiva dos vazios urbanos”, detalhou.

Toledo relatou que os participantes do Fórum também apontaram desafios práticos que afetam diretamente o setor produtivo. “Houve manifestações sobre a insuficiência na oferta de energia elétrica para as indústrias e os investimentos previstos pela CCR PRVias que opera nas rodovias da região de Apucarana. Estamos atentos a essas demandas e atuando junto às concessionárias e órgãos competentes para garantir as condições necessárias ao desenvolvimento de Apucarana”, afirmou o secretário.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Pesquisa do governo aponta preço como maior obstáculo para tirar CNH no Brasil

Levantamento revela que 32% dos não habilitados citam custo como principal obstáculo. Governo que acabar com obrigatoriedade de autoescola

      (Foto: Marcello Casal Jr. - Agência Brasil)

Uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República apontou que o custo elevado é o principal fator que impede brasileiros de obterem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O levantamento, conduzido pela empresa Nexus, mostrou que 32% das pessoas sem habilitação consideram o preço como a maior barreira no processo de regularização para dirigir, informa a Folha de S.Paulo.

A pesquisa ouviu 5.550 brasileiros com 18 anos ou mais entre os dias 21 e 31 de março de 2025 e possui margem de erro de dois pontos percentuais. Entre os entrevistados, 80% consideraram que o valor da CNH é "caro" ou "muito caro", e 66% afirmaram que o preço não se justifica frente à qualidade dos serviços oferecidos. Entre aqueles que dirigem sem habilitação, quase metade apontou o custo como o principal impeditivo.

Mais da metade dos brasileiros ainda não têm CNH - O estudo revela que 54% da população brasileira não possui habilitação. Desse total, 12% admitem dirigir mesmo sem o documento — a maioria, motociclistas. Entre os que ainda não são habilitados, apenas pouco mais da metade manifesta interesse em obter a carteira no futuro.

Além do custo, outros fatores que contribuem para a não obtenção da CNH incluem motivos pessoais, como medo ou desinteresse (36%), e a exigência de tempo excessivo (7%).

Governo estuda flexibilizar regras para reduzir custo - Com base nos resultados, o Ministério dos Transportes avalia uma reformulação no processo de habilitação, com foco na redução de custos. Uma das principais medidas em análise é o fim da obrigatoriedade das aulas teóricas e práticas, atualmente exigidas para realização das provas finais.

Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), a proposta será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prevê novas formas de formação, como aulas teóricas à distância por empresas credenciadas ou por meio de uma plataforma digital da Secretaria Nacional de Trânsito. As aulas práticas também se tornariam opcionais, podendo ser oferecidas por instrutores autônomos ou autoescolas.

"O processo atual é caro, trabalhoso e demorado. São coisas que impedem as pessoas de ter carteira de habilitação", declarou o ministro Renan Filho.

População apoia mudanças, mas defende manutenção de etapas - A proposta de mudança encontra respaldo na sociedade: 69% dos entrevistados defendem reformas para baratear a CNH e 56% dizem querer tirar o documento no futuro. No entanto, há divergências quanto à flexibilização das etapas obrigatórias. Duas em cada três pessoas apoiam a manutenção das aulas práticas, embora 42% considerem que essa etapa poderia ser acelerada.

Metade dos entrevistados acredita que o processo atual garante condutores mais preparados, mas 29% avaliam que ele não é eficaz para promover a segurança no trânsito. O modelo adotado por países como Estados Unidos e Canadá, onde autoescolas não são obrigatórias, é aprovado por 54% da população, enquanto 33% se opõem.

Entidades reagem a proposta e apontam riscos - A Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) se posicionou contra a possível extinção da obrigatoriedade das aulas. O presidente da entidade, Ygor Valença, alertou para riscos à segurança e para os impactos econômicos do setor.

"São 30 mil empresas de autoescola, 320 mil empregos, todos de carteira assinada. O impacto é gigantesco", afirmou. Valença também prometeu judicializar qualquer medida nesse sentido.

A Associação Nacional dos Detrans (AND), por sua vez, defendeu que mudanças sejam feitas com responsabilidade, preservando a qualidade da formação. "Defendemos que a formação de condutores deve priorizar a segurança viária e contribuir efetivamente para a redução dos índices de sinistros e mortes no trânsito", destacou a entidade em nota.

Entre habilitados, satisfação com processo é alta, mas custo segue como queixa - Entre os que já possuem CNH, 78% consideraram o processo satisfatório ou muito satisfatório. No entanto, também apontaram o custo e a disponibilidade de tempo como os maiores desafios durante a jornada de habilitação.

Com o debate sobre a reformulação em curso, o governo Lula aposta na pesquisa como ferramenta para orientar mudanças e tornar o acesso à habilitação mais democrático, especialmente entre as camadas da população que mais sentem o impacto do preço atual.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo