quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

A reação raivosa dos bolsonaristas após a decisão de Gilmar que blinda o STF


      O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Foto: Gustavo Moreno/STF

A decisão provisória do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes que restringe a apresentação de pedidos de impeachment contra magistrados à Procuradoria-Geral da República (PGR) provocou revolta entre bolsonaristas. A determinação será analisada pelo plenário virtual do Supremo a partir de 12 de dezembro.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) alega que a decisão exige “uma posição clara em defesa da Constituição e do equilíbrio entre os Poderes”. Para ele, a prerrogativa do Senado de processar e julgar ministros do STF “não pode ser limitada por interpretações”. O bolsonarista defendeu que o Legislativo não deve assumir o papel de mero espectador.

Eduardo Girão (Novo-CE) chamou a medida de “escárnio dos escárnios” e disse que Gilmar Mendes estaria “advogando em causa própria”. Ele cobrou reação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Carlos Jordy (PL-RJ) classificou a decisão como “golpe de Estado”, afirmando que o ato “blinda o STF” e provoca um choque institucional. Segundo ele, “ou o Senado reage ou acabou”.


O deputado cassado Deltan Dallagnol afirmou que o país vive uma “juristocracia absolutista”. Giovani Cherini (PL-RJ) chamou a determinação de “gravíssima” e disse que Gilmar “tira do Senado e do povo o direito de pedir impeachment”. O blogueiro Allan dos Santos também criticou a decisão e afirmou que quem espera a lei “irá fracassar”.


A decisão de Gilmar altera entendimentos da lei de 1950, que prevê que qualquer cidadão pode apresentar pedido de impeachment de ministros do STF. Ele determinou que a abertura e a aprovação do processo exigem maioria de dois terços no Senado, alterando o critério atual de maioria simples. Também fixou que magistrados não podem ser afastados de suas funções durante a análise do processo.

O ministro decidiu ainda que o mérito das decisões judiciais não pode ser usado como justificativa para pedidos de impeachment. Atendeu parcialmente a pedidos do Solidariedade e da Associação de Magistrados Brasileiros, sustentando que o processo é uma ferramenta extraordinária e não pode ser usado para interferir na independência dos Poderes.

Segundo Gilmar, trechos da lei de crimes de responsabilidade não foram incorporados pela Constituição de 1988, como o quórum para abertura do processo, quem pode apresentar denúncias e o uso de decisões judiciais como fundamento para imputações.

Pela Constituição, cabe ao Senado julgar ministros do STF por crimes como exercer atividade política, alterar decisões fora das vias legais, agir com desídia ou comprometer a honra e a dignidade do cargo.

Fonte: DCM

Michelle esculacha aliado de Bolsonaro: “O senhor não me conhece”

      A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PR


A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondeu aos ataques do blogueiro Allan dos Santos, que vive nos Estados Unidos e está foragido desde 2021. Em uma postagem no Instagram, ela afirmou estar “sempre em concordância e validada” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e disse respeitar sua liderança.

Allan declarou em um vídeo que Michelle “está cagando” para o marido, preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A fala ocorreu em meio a uma tensão interna no PL, depois da ex-primeira-dama reclamar da aproximação do diretório do partido no Ceará com Ciro Gomes.

Michelle reagiu afirmando que Allan não tem proximidade suficiente com a família para fazer esse tipo de acusação. “Ele não conhece a nossa rotina, não sabe como a nossa vida virou de cabeça para baixo, muito menos compreende o meu papel como mãe, esposa e presidente do PL Mulher”, disse.

Ela disse ainda que suas agendas não foram canceladas e que Bolsonaro pediu que ela mantivesse os compromissos. “Meu marido me pediu que eu não cancelasse as agendas, até porque temos prazos da janela eleitoral a cumprir”, escreveu.

Resposta de Michelle Bolsonaro a Allan dos Santos. Foto: Reprodução/Instagram

Michelle também explicou que divide o tempo entre suas tarefas e o cuidado com a filha Laura, de 15 anos. Ela afirmou que as refeições de Bolsonaro são preparadas e enviadas diariamente para a PF por seu irmão, Eduardo Torres, e que gostaria de estar ao lado do marido com mais frequência.

Segundo Michelle, isso não acontece por causa de restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. “Se eu pudesse, estaria o dia todo ao lado do meu marido, mas infelizmente o ministro Alexandre de Moraes limitou nossas visitas, talvez duas vezes por semana e por apenas 30 minutos”, disse.

Ela encerrou dizendo que a crítica de Allan ignorou “o impacto e o sofrimento” que poderia causar. “Estou apenas com a minha filha, tentando dar conta de tudo, sendo forte para apoiar o meu marido e cuidar da saúde da Laura, que nunca mais foi a mesma desde o atentado”, afirmou Michelle.

Veja a fala de Allan dos Santos:

Fonte: DCM

Relator atende governo e barra PL Antifacção de Derrite; entenda

      O deputado Guilherme Derrite. Foto: Divulgação

O senador Alessandro Vieira apresentou um novo parecer para o PL 5.582/2025, o chamado “PL Antifacção”, recolocando no texto a criação do crime específico de facção criminosa e equiparando milícias a esse enquadramento. O substitutivo foi protocolado nesta quarta-feira (3) e está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

A movimentação ocorre após semanas de disputa entre governo e Câmara, onde a proposta foi relatada por Guilherme Derrite. Ele retomou pontos centrais defendidos pelo Executivo, que lançou a versão original do projeto. O texto prevê penas de 15 a 30 anos para integrantes de facções e incorpora medidas de caráter assecuratório sugeridas pelo governo.

O relator também retirou trechos incluídos pelos deputados que, segundo ele, eram inconstitucionais, como a proibição do auxílio-reclusão e a restrição ao voto de presos enquadrados no novo tipo penal. Esses dispositivos chegaram a ser alvo de críticas públicas de juristas e do Ministério da Justiça.

Ao mesmo tempo, Vieira buscou diálogo com a Câmara. Ele elogiou o trabalho de Derrite e manteve pontos que ampliam penas quando crimes como homicídio, ameaça, extorsão e estelionato forem cometidos por integrantes de facções.

O parecer ainda conserva regras mais rígidas para a progressão de regime, endurecendo o tratamento penal a quem integrar organizações criminosas. Outra mudança relevante é a criação de um fundo voltado exclusivamente ao combate ao crime organizado.

O mecanismo terá recursos separados do Fundo Nacional de Segurança Pública e será abastecido por um novo imposto aplicado às bets. Segundo estimativas do Banco Central, essa arrecadação pode alcançar R$ 30 bilhões anuais.

Para o relator, a destinação de verba está no centro de qualquer estratégia eficaz. “Entendemos que o principal fator que pode modificar a segurança pública no país e o combate ao crime organizado é a destinação de recursos orçamentários”, afirmou.

O senador Alessandro Vieira. Foto: Divulgação

Vieira também avaliou que o aumento de penas e o endurecimento das regras de execução penal pressionarão ainda mais o sistema prisional. “Sabemos que o sistema penitenciário, já em estado de superlotação, será ainda mais demandado”, disse ao defender o fundo adicional e a reorganização da política de segurança.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou o parecer como “altamente satisfatório” e disse que a versão aprovada na Câmara havia desagradado ao governo. Em entrevista coletiva, destacou que o novo texto acolhe as sugestões elaboradas pelo Ministério da Justiça ao longo de seis meses de consulta a especialistas e entidades.

Lewandowski enfatizou a qualidade do substitutivo apresentado pelo senador. “Eu acho que o projeto está altamente satisfatório, tem um elevadíssimo nível técnico e incorporou grande parte das nossas sugestões”, declarou. Ele citou contribuições de universidades, secretários estaduais de Segurança e setores internos da pasta.

O ministro afirmou ainda que o Executivo vê o texto com confiança. “Então, do ponto de vista do Poder Executivo, eu posso dizer que estamos bastante satisfeitos. É um projeto do senador Alessandro Vieira — um projeto, repito, tecnicamente muito bem elaborado”, disse.

Lewandowski demonstrou expectativa de que a Câmara receba bem o substitutivo, por entender que o parecer atende tanto às demandas do governo como às de parlamentares que defendem instrumentos mais firmes contra facções.

Ao final, reforçou que a proposta equilibra interesses dos dois Poderes. “Eu tenho certeza de que ele será muito bem acolhido pela Câmara dos Deputados, porque é um texto que satisfaz não apenas os desígnios e as pretensões que o Poder Executivo tinha em relação à questão do enfrentamento às facções, mas também atende ao anseio dos parlamentares no sentido de serem dotados, no Brasil, de instrumentos mais eficazes para o combate às facções”.

Fonte: DCM

Motta burlou Constituição para blindar bolsonaristas foragidos



       Hugo Motta com deputados bolsonaristas na Câmara



O presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta burlou a Constituição e adotou os princípios de intocabilidade, inimputabilidade e impunidade da famigerada PEC da Bandidagem para blindar bolsonaristas foragidos.

As condenações criminais do Alexandre Ramagem e da Carla Zambelli pelo STF transitaram em julgado. Ambos perderam seus direitos políticos e tiveram os mandatos cassados, além de receberem penas de privação de liberdade com prisão em regime fechado.

Eduardo Bolsonaro ainda é réu, e não foi condenado na ação penal por coação da justiça, mas se ausentou em mais de 80% das sessões da Câmara desde que fugiu para os EUA, causa mais que suficiente para a perda de mandato.

A Constituição determina, no parágrafo 3º do artigo 55, que a Mesa da Câmara, por meio do presidente Hugo Motta, declare de ofício a perda de mandato de deputados que faltarem a 1/3 das sessões ordinárias [inciso III], ou que perderam os direitos políticos [inciso IV].

Apesar desta definição constitucional explícita e de aplicação direta, o presidente Hugo Motta adotou um rito distinto e que culminará com a deliberação sobre a perda dos mandatos pelo Plenário da Câmara, com a exigência de maioria absoluta de 257 votos para a cassação.

Com isso, ele procrastinou por tempo indeterminado, que pode avançar até o fim da atual legislatura, o desfecho de processos em relação aos quais deveria decidir de ofício, por meio de despacho meramente administrativo para o cumprimento de ordem judicial do STF.

O presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta. Foto: Divulgação

Além disso, com a transferência dos casos para o Plenário, Motta aposta na preservação dos mandatos dos bolsonaristas foragidos devido ao quórum maior, que dificulta a cassação.

É um gesto evidente de solidariedade criminosa do presidente da Câmara com a extrema-direita, que tem no seu correligionário Tarcísio de Freitas, do Republicanos, o cabeça da chapa antiLula na eleição de 2026.

Na prática, Hugo Motta está aplicando o código penal mafioso e de auto-proteção que a súcia parlamentar pretendeu instituir para si através da PEC da Bandidagem.

Deputados e senadores [ainda] não são uma casta de intocáveis e inimputáveis que gozam da impunidade eterna, e decisão da Suprema Corte deve ser respeitada e cumprida, sobretudo em relação aos graves crimes cometidos pelos parlamentares do PL.

Motta está descumprindo sua obrigação constitucional como presidente da Câmara, e por isso se sujeita à denúncia por crime de responsabilidade.

Fonte: DCM 

Gilmar determina que só a PGR pode solicitar impeachment de ministros do STF


       Gilmar Mendes, ministro do STF. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar que restringe à Procuradoria-Geral da República (PGR) a prerrogativa de apresentar pedidos de impeachment contra ministros da Corte.

A decisão suspende parte da lei de 1950 que permitia que qualquer cidadão brasileiro enviasse denúncias desse tipo ao Senado. O tema será analisado pelo plenário do STF em julgamento virtual marcado entre 12 e 19 de dezembro.

A medida ocorre após uma escalada de tentativas de judicialização política contra integrantes do Supremo, especialmente durante períodos de tensão institucional.

Na avaliação de Gilmar Mendes, o modelo anterior abria brechas para o uso “abusivo” do impeachment com o objetivo de pressionar, constranger ou enfraquecer ministros. Segundo o decano, isso poderia colocar em risco a independência judicial, pilar de qualquer sistema democrático.

A liminar também altera o quórum necessário para que o Senado aceite a abertura de um processo de impeachment contra ministros. Em vez da maioria simples, como previa a legislação, Gilmar determinou que sejam necessários dois terços dos votos.

Para o magistrado, permitir o avanço de denúncias com apoio mínimo em plenário representa falha grave no sistema. Ele classificou a regra anterior como “esdrúxula” e incompatível com a Constituição.

“Em uma sessão aberta com 41 senadores, a abstenção de 30 poderia levar à admissibilidade e ao recebimento da denúncia contra membros do Judiciário pela votação de apenas onze”, exemplificou.

Fachada do STF. Foto: reprodução
O ministro também determinou que decisões judiciais não possam ser usadas como justificativa para denúncias de crime de responsabilidade. Dessa forma, divergências sobre o mérito de julgamentos, por mais polêmicas que sejam, não poderão servir de base para pedidos de impeachment.

O objetivo, segundo ele, é impedir que o instrumento seja usado como forma de vingança política contra decisões que contrariem interesses de determinados grupos.

Gilmar Mendes destacou na liminar os riscos de se permitir que ameaças de impeachment influenciem a atuação de magistrados. “Os juízes, temendo represálias, podem se ver pressionados a adotar posturas mais alinhadas aos interesses políticos momentâneos, em vez de garantirem a preservação dos direitos fundamentais”, afirmou.

Ele reforçou que a independência judicial é condição essencial para a estabilidade democrática e para o funcionamento adequado das instituições.

A decisão agora será submetida ao conjunto dos ministros da Corte, que poderão confirmá-la ou derrubá-la no julgamento virtual. Caso seja referendada, a nova regra limitará significativamente a atuação de grupos organizados que vinham apresentando pedidos de impeachment contra ministros do STF como forma de retaliação política.

Fonte: DCM

VÍDEO – Joelma interrompe show e confronta fã após assédio


      A cantora Joelma durante show em que foi tocada por fã. Foto: Reprodução

Joelma interrompeu sua apresentação no Festival LED, em Belém (PA), após ser tocada indevidamente por um fã. O momento, registrado por pessoas da plateia, rapidamente se espalhou pelas redes sociais.

A cantora se mostrou surpresa e irritada ao perceber o gesto. Ao identificar o autor do toque, Joelma virou-se para ele, afastou o microfone e o repreendeu. Ela fez gestos de desaprovação, apontou diretamente para o rapaz e deixou claro que não aceitaria aquele tipo de atitude.

Mesmo visivelmente desconfortável, Joelma retomou a performance e seguiu com o show. Veja o momento:

Fonte: DCM

Moraes cita "infiltração política" de facções ao determinar prisão de Rodrigo Bacellar

Ministro fala em “relevantes indícios” que ligam Bacellar “à atuação dos principais grupos criminosos violentos” do Rio de Janeiro

      Rodrigo Bacellar (Foto: Alerj)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, ao apontar “relevantes indícios” de que o parlamentar atuou para obstruir investigações relacionadas ao crime organizado no estado. A decisão, registrada na Petição 14.969, destaca que o caso envolve possível vazamento de informações sigilosas que frustraram a Operação Zargun, deflagrada pela Polícia Federal em setembro para desarticular relações entre agentes públicos e o Comando Vermelho .

No despacho, Moraes afirma que as evidências apresentadas pela PF revelam um cenário de profunda infiltração política” de grupos criminosos e que as condutas atribuídas a Bacellar comprometem a ordem pública e a própria capacidade investigativa do Estado. O ministro ressaltou que a atuação do presidente da Alerj seria incompatível com o exercício de funções públicas, o que justificou o afastamento imediato do cargo, decidido conjuntamente com a decretação da prisão preventiva .

◍ Indícios de orientação e obstrução à Operação Zargun

A PF aponta que Bacellar teria mantido comunicação direta com o deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, repassando informações sobre a operação policial que o prenderia e orientando ações para impedir a apreensão de provas. Segundo o relatório apresentado ao STF, TH Joias esvaziou seu imóvel na véspera da ação e mudou de telefone após ser alertado, colocando Bacellar como primeiro contato de emergência em seu novo aparelho.

O ministro reproduz no despacho trechos da representação policial que classificam Bacellar como “agente político anômalo na cadeia hierárquica” por onde circulam dados sigilosos, apontando que ele teria contribuído “no encobrimento do investigado à atuação dos órgãos de persecução penal”.

◍ Relações com o crime organizado

Moraes também destacou que TH Joias mantinha, segundo as investigações, relações diretas com a cúpula do Comando Vermelho, intermediando armas, tecnologia e lavagem de dinheiro para a facção. O ministro reproduziu trechos da decisão anterior, no âmbito da ADPF 635, que determinou o aprofundamento de apurações sobre vínculos entre facções e autoridades públicas no Rio.

Para Moraes, as ações atribuídas a Bacellar — inclusive orientações sobre retirada de objetos da residência do aliado e acesso prévio à operação — sugerem a tentativa de preservar interesses criminosos “em clara afronta à atuação estatal contra a criminalidade violenta”.

◍ "Estado paralelo" e risco à investigação

A decisão expõe preocupação com a extensão da influência política de Bacellar, especialmente por ocupar a presidência da Alerj e ter capacidade de interferir em setores sensíveis do governo estadual. Moraes cita que a atuação do parlamentar se insere em um quadro maior de captura institucional por grupos criminosos, referindo-se à existência de um “Estado paralelo” que inviabilizaria investigações e operações policiais.

O ministro registrou que a manutenção de Bacellar em liberdade representaria risco concreto à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal. A Procuradoria-Geral da República também defendeu a prisão, afirmando que as evidências apontam para ações deliberadas de obstrução, inclusive com potencial de intimidação de testemunhas.

◍ Medidas determinadas pelo STF

Além da prisão preventiva de Bacellar, Moraes determinou:

  • o afastamento imediato da presidência da Alerj;
  • a realização de buscas e apreensões em diversos endereços ligados ao deputado;
  • o acesso a documentos, dispositivos eletrônicos, registros e valores que possam reforçar as investigações;
  • a continuidade das diligências da PF, incluindo oitivas e análise de materiais apreendidos.

Moraes também determinou o envio da decisão ao vice-presidente da Alerj para que a Casa delibere, como prevê a Constituição, sobre a manutenção da prisão de seu presidente.

A decisão reforça o entendimento do STF de que crimes praticados no âmbito de organizações criminosas armadas — por sua natureza permanente — permitem a prisão em flagrante de parlamentares, mesmo com prerrogativas previstas na Constituição.

O caso segue em investigação, e a Polícia Federal deverá apresentar relatório parcial em 30 dias, após análise dos materiais apreendidos.

Fonte: Brasil 247

PF demite Anderson Torres e Ramagem após decisão do STF

Ministério da Justiça anunciou a perda dos cargos após STF condená-los pela tentativa de golpe

Brasília- DF - 24-03-2024 - Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski e o diretor-geral da PF, Andrei Passos (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Condenados por envolvimento na tentativa de golpe, Anderson Torres e Alexandre Ramagem foram demitidos da Polícia Federal, anunciou o Ministério da Justiça nesta quarta-feira (3) em portaria.

A decisão vem após o Supremo Tribunal Federal condená-los pela tentativa de golpe e se deu "em cumprimento à decisão proferida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal", no âmbito da Ação Penal (AP) 2668, detalha o documento.

Os ministros do STF aceitaram AP, relativa à tentativa de golpe, e decretaram a perda dos cargos públicos dos condenados.

Fonte: Brasil 247

Davi adia sabatina e votação da indicação de Jorge Messias ao STF


Davi Alcolumbre é presidente do Senado e do Congresso Nacional
Waldemir Barreto/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, informou ao Plenário nesta terça-feira (2) que determinou o cancelamento do calendário de apreciação da indicação presidencial do advogado-geral da União, Jorge Messias, para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF). Um comunicado também foi divulgado, com o mesmo teor (leia abaixo).

O calendário de votação havia sido definido na semana passada — após a indicação ter sido anunciada pelo presidente da República — e previa a análise e votação entre 3 e 10 de dezembro. Entretanto, até agora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não enviou a mensagem com a indicação de maneira formal ao Senado Federal.

— Após a definição das datas pelo Poder Legislativo, o Senado Federal foi surpreendido com a ausência do envio da mensagem escrita, referente à indicação já publicada no Diário Oficial da União e amplamente noticiada. Esta omissão, de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes. É uma interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Poder Legislativo — afirmou Davi.

Para ser aprovado pelo Senado, Messias terá que ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ter sua indicação apreciada em Plenário. Messias foi indicado por Lula no lugar de Luís Roberto Barroso, que se aposentou.

Além de ser aprovado na sabatina da CCJ, o indicado também precisa ter o nome confirmado no Plenário, com maioria absoluta de votos, ou seja, aprovação de pelo menos 41 senadores. O presidente da CCJ é o senador Otto Alencar (PSD-BA) e o relator da indicação, o senador Weverton (PDT-MA).


COMUNICADO

Comunico às senadoras e aos senadores que esta Presidência, em conjunto com a Presidência da CCJ, havia estipulado os dias 3 e 10 de dezembro para a leitura do parecer, concessão de vistas coletivas, realização da sabatina e apreciação, em Plenário, da indicação feita pelo presidente da República ao Supremo Tribunal Federal.

A definição desse calendário segue o padrão adotado em indicações anteriores e tinha como objetivo assegurar o cumprimento dessa atribuição constitucional do Senado ainda no exercício de 2025, evitando sua postergação para o próximo ano.

No entanto, após a definição das datas pelo Legislativo, o Senado foi surpreendido com a ausência do envio da mensagem escrita referente à indicação, já publicada no Diário Oficial da União e amplamente anunciada.

Essa omissão, de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes. É uma interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Poder Legislativo.

Para evitar a possível alegação de vício regimental no trâmite da indicação — diante da possibilidade de se realizar a sabatina sem o recebimento formal da mensagem —, esta Presidência e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) determinam o cancelamento do calendário apresentado.

Davi Alcolumbre

Presidente do Senado e do Congresso Nacional

Fonte: Agência Senado

Janja critica alta da violência contra mulheres e cobra união dos homens no combate ao feminicídio

Primeira-dama afirma ser “inadmissível” que mulheres ainda precisem pedir para não serem mortas e defende ação conjunta da sociedade

     Janja Lula da Silva (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, voltou a condenar publicamente o aumento dos casos de violência contra mulheres no país e pediu engajamento dos homens no enfrentamento ao feminicídio. As declarações foram dadas à CNN Brasil nesta terça-feira (2), após uma sequência de crimes de grande repercussão ocorridos nos últimos dias.

Segundo a reportagem da emissora, Janja classificou como inaceitável que, em pleno 2025, mulheres ainda precisem reivindicar direitos básicos relacionados à própria sobrevivência. “É inadmissível que tenhamos que, em 2025, falar coisas óbvias como ‘por favor, não nos matem’. Mas coisas óbvias também precisam ser ditas, infelizmente”, afirmou.

Durante a entrevista, a primeira-dama reforçou que o combate à violência de gênero não pode ser responsabilidade exclusiva das mulheres. “Enquanto os homens não se unirem a nós para combater o feminicídio, para criar realmente uma consciência de que as mulheres precisam viver plenamente, infelizmente não vamos evoluir como humanidade”, declarou.

Janja também destacou a importância de uma mudança de mentalidade coletiva para que mulheres possam exercer sua liberdade e viver com dignidade. “Os homens precisam entender que nós estamos aqui para andar lado a lado e construir, junto com eles, um presente e futuro onde todas nós possamos viver. E viver com dignidade. Precisam entender que a nossa liberdade deve coexistir com a liberdade deles”, afirmou. Em seguida, completou: “Repito que a luta contra o feminicídio deve ser de todas e todos nós. Das mulheres, porque somos nós quem sofremos, nos nossos corpos, a violência que os homens praticam, mas também dos homens, porque são eles quem tiram nossas vidas”.

As falas da primeira-dama ocorreram horas após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionar, durante discurso em Ipojuca (PE), que foi ela quem solicitou uma abordagem mais firme por parte do governo diante da escalada da violência. Lula disse que Janja lhe pediu uma "luta mais dura" contra agressões praticadas por homens. O presidente, em tom crítico, apelou para que homens assumam responsabilidade e reflitam sobre suas atitudes: “Se você não está bem com sua companheira, por favor, seja grande, não bata nela, se separe dela. Se ela não gosta de você, ela não é obrigada a ficar com você, deixa ela cuidar da vida dela. Não aprisione essa pessoa, não seja malvado, não seja ignorante”.

Lula também lamentou a impunidade percebida em muitos casos e foi enfático sobre a necessidade de reação da sociedade masculina: “Porque, pensando bem, não existe pena para punir um cara desse, porque até a morte é suave. É preciso que haja um movimento nacional dos homens, contra os animais que batem, que judiam, que maltratam as mulheres”.

Casos recentes que intensificaram o debate

As manifestações de Janja e Lula ocorrem em meio à repercussão de crimes brutais registrados em diferentes regiões do país.Na segunda-feira (1º), em São Paulo, Bruno Lopes Fernandes Barreto atirou ao menos seis vezes contra a ex-companheira, Evelin de Souza Saraiva, dentro da pastelaria onde ela trabalhava, na zona norte da capital. A vítima segue internada em estado grave.

No sábado (29), outro caso chocou o país: Taynara Souza Santos, de 31 anos, foi atropelada e arrastada por mais de 1 quilômetro por um veículo conduzido por Douglas Alves da Silva na Marginal Tietê, também na capital paulista. Ela teve as duas pernas amputadas e permanece sem previsão de alta.Dados oficiais mostram que São Paulo registrou, entre janeiro e outubro, o maior número de feminicídios desde o início da série histórica, em 2015. Foram 53 casos — ante 42 no mesmo período do ano anterior.No mesmo fim de semana, em Antônio João (MS), um homem foi preso por agredir a companheira e incendiar uma aldeia indígena. Já no Recife (PE), um homem matou a esposa e os quatro filhos, de um a sete anos, após incendiar a casa da família.

Há dez dias, o caso de Catarina Kasten, de 31 anos, também ganhou ampla repercussão. Ela foi estuprada e assassinada na trilha da Praia do Matadeiro, em Florianópolis (SC). O acusado, Giovane Correa Mayer, de 21 anos, foi denunciado pelo Ministério Público.Com a sequência de crimes e a crescente pressão social, governo federal, organizações de defesa dos direitos das mulheres e entidades civis reforçam o apelo por políticas mais eficazes, ações educativas e mobilização permanente para enfrentamento da violência de gênero.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Lava Jato: PF realiza operação na 13ª Vara de Curitiba

A operação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal, o que indica a possível investigação de autoridade com prerrogativa de foro

     Polícia Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Polícia Federal cumpre, neste momento, mandado de busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela condução dos processos da Lava Jato.

A operação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal, o que indica a possível investigação de alguém com prerrogativa de foro na Corte. A ação reacende o debate sobre irregularidades atribuídas à estrutura que durante anos sustentou os processos da força-tarefa.

A PF não divulgou detalhes sobre o alvo específico da medida, mas a movimentação na unidade judicial paranaense já provoca expectativa sobre os desdobramentos da investigação e seu impacto no histórico da vara que se tornou símbolo da Lava Jato.

Fonte: Brasil 247

Lula sinaliza fim do tarifaço e diz que pediu a Trump combate ao crime "com inteligência"

Lula detalha conversa com presidente dos EUA sobre tarifas e cooperação internacional contra o crime organizado

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista em foto divulgada no dia 2 de dezembro (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (3), que vê a possibilidade de um desfecho positivo para as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. As declarações ocorreram em entrevista à TV Verdes Mares, do Ceará.

Durante a conversa, Lula explicou que tratou de temas econômicos e de segurança em um telefonema de 40 minutos com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, realizado na terça-feira (2). O chefe do Executivo brasileiro destacou que o combate ao crime organizado foi um dos assuntos centrais. “Vamos utilizar a inteligência que nós temos, dos países que fazem fronteira com o Brasil, dos EUA, e de outras partes do mundo, para que a gente possa jogar todo o peso do mundo para derrotar as facções criminosas, o narcotráfico, e tantas outras coisas ilícitas”, afirmou.

O presidente também reforçou que a cooperação internacional deve priorizar tecnologia e monitoramento, e não ações armadas. “A gente não precisa utilizar arma, podemos usar inteligência para acabar com o narcotráfico o crime organizado”, declarou.

Ao comentar as tarifas anunciadas por Trump, que elevaram em 50% a taxação de produtos brasileiros, Lula disse enxergar uma mudança próxima no cenário. “Da mesma forma que o povo teve uma notícia ruim quando o Trump anunciou a taxação [de 50%], acho que está perto de ouvir uma notícia boa”, afirmou. Segundo ele, o diálogo com Washington abre margem para avanços diplomáticos e comerciais. “Muita coisa vai acontecer”, completou o presidente, indicando expectativa de flexibilização nos próximos passos das negociações.

Fonte: Brasil 247