segunda-feira, 15 de setembro de 2025

STF espera julgar Eduardo Bolsonaro até o fim de 2025

Deputado pode perder mandato e ficar inelegível em 2026

Deputado federal Eduardo Bolsonaro durante entrevista à Reuters em Washington (Foto: REUTERS/Jessica Koscielniak)

Integrantes da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) trabalham com a expectativa de julgar, ainda em 2025, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Eduardo e o pai, Jair Bolsonaro, foram indiciados pela Polícia Federal (PF) em agosto. Eles são acusados de articular junto a autoridades dos Estados Unidos sanções contra ministros do Supremo, em uma tentativa de impedir que a Corte julgasse o ex-presidente no inquérito da tentativa de golpe. As informações são do g1.

◈ Possíveis consequências para Eduardo Bolsonaro

Se condenado, Eduardo poderá perder o mandato na Câmara dos Deputados e ficar inelegível, o que comprometeria os planos da família para as eleições de 2026.

A PF classificou a conduta como crime de coação no curso do processo, que prevê pena de um a quatro anos de prisão. O delito não depende do sucesso da ação: mesmo que as sanções não tenham surtido efeito, Eduardo e Jair Bolsonaro podem ser condenados.

No inquérito do golpe, Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão. Agora, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se oferece denúncia contra o ex-presidente e o filho.

◈ Julgamento na Primeira Turma do STF

Caso a PGR apresente a denúncia e ela seja aceita, o processo seguirá para julgamento na Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

A alteração que permite o julgamento no colegiado menor foi feita em dezembro de 2023. Até então, casos desse tipo eram analisados pelo plenário, formado por 11 ministros. Atualmente, a Primeira Turma é presidida por Cristiano Zanin, mas a partir de outubro passará a ser comandada por Flávio Dino.

◈ Cenário no Congresso e estratégias políticas

Na Câmara, Eduardo também enfrenta pedidos de cassação. Aliados, no entanto, avaliam alternativas para blindá-lo, como uma possível nomeação para uma secretaria estadual. Essa manobra poderia garantir foro privilegiado e afastá-lo temporariamente das pressões que enfrenta no Legislativo.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

PL ignora presos do 8 de janeiro e só busca anistia para Bolsonaro, diz líder do PSB

Pedro Campos critica postura seletiva do PL e aponta que interesse em anistia cresce apenas quando envolve o ex-presidente

Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | REUTERS/Adriano Machado)

A pressão do PL pela votação do projeto de anistia só ganhou força quando cresceu o risco de condenação para o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou o líder do PSB na Câmara, Pedro Campos (PE). Segundo ele, o interesse na anistia não se repete quando o tema se restringe aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro às sedes dos três Poderes, informa a coluna Painel da Folha de S.Paulo.

O caso voltou a ganhar destaque após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenar Bolsonaro, no último dia 11, a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. A decisão reacendeu debates no Congresso e movimentações políticas em torno da anistia, que têm contado inclusive com o envolvimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

◈ Críticas à postura do PL e de Bolsonaro

Pedro Campos ressaltou que a pauta da anistia se intensifica sempre que Bolsonaro está em risco. “Quem impulsiona anistia para Bolsonaro são sempre aqueles que estão mais preocupados com ele do que com a anistia de 8 de Janeiro”, disse. Para o deputado, os aliados do PL demonstram maior empenho quando o ex-presidente é alvo, enquanto ignoram os demais condenados.

Ele lembrou ainda que, logo após os ataques de 8 de janeiro, Bolsonaro chegou a classificar os manifestantes como “baderneiros e malucos”. Só depois, segundo Campos, o ex-presidente teria retomado a defesa da anistia. “Aquelas pessoas sempre foram usadas por ele. Foram abandonadas por ele desde o dia que ele pegou um avião e foi para os Estados Unidos e continuam abandonadas por ele. Se elas forem esperar por Bolsonaro para serem soltas, não vão ser soltas nunca”, afirmou.

◈ Tarcísio de Freitas e a disputa eleitoral

Outro ponto destacado pelo líder do PSB é a entrada de Tarcísio de Freitas na articulação em defesa da anistia, interpretada como estratégia eleitoral. O governador teria como objetivo aproximar-se do eleitorado mais radical ligado a Bolsonaro e a seu filho, Eduardo Bolsonaro, que hoje exerce maior influência entre essa base. “O fato é que Tarcísio virou o candidato do centrão e da elite econômica do país antes de virar o candidato de Bolsonaro. E agora ele está tendo que correr atrás de quem tem mais voto, que é Bolsonaro”, avaliou Campos.

As falas recentes do governador contra o STF e o pedido de anistia em ato bolsonarista no último 7 de setembro, em São Paulo, são vistas pelo parlamentar como parte dessa tentativa de conquistar apoio. Mas, segundo Campos, o movimento pode afastar setores de centro e da elite econômica. “Soa como um cálculo político que não transparece muito a verdade. E ele vai ter muita dificuldade de conseguir convencer as pessoas disso enquanto houver nomes influentes do bolsonarismo desgastando ele”, concluiu o líder do PSB.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Filha de Fachin é agredida em campus da UFPR

Professora Melina Fachin foi alvo de cusparadas e ofensas

Filha de Fachin é agredida em campus da UFPR (Foto: Marcos Solivan/Divulgação)

A professora Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, foi agredida dentro do campus em Curitiba na última sexta-feira (12), informa o Correio Braziliense.

Melina foi alvo de cusparadas e insultos proferidos por um homem ainda não identificado, que também a chamou de “lixo comunista”. O episódio ocorreu em meio a um ambiente de tensão política no espaço acadêmico.

◈ Reação da família

Em comunicado, o advogado Marcos Gonçalves, marido da professora, confirmou a agressão e atribuiu o ataque ao avanço da retórica extremista no país.

“Esta violência é fruto da irresponsabilidade e da vilania de todos aqueles que se alinharam com o discurso do ódio propalado desde o esgoto do radicalismo de extrema-direita, que pretende eliminar tudo que lhe é distinto”, declarou.

Gonçalves também relacionou o ataque ao clima de hostilidade registrado dias antes na universidade, envolvendo o vereador Guilherme Kilter (Novo-PR). “Ato de violência carrega as assinaturas de todos aqueles que, na última terça-feira, protagonizaram mais um episódio de provocação, de tumulto e desrespeito às instituições, como é a prática desses indignos sujeitos”, completou.

◈ Confronto anterior e cancelamento de evento

O episódio citado pelo advogado ocorreu quando estudantes da UFPR bloquearam o acesso ao prédio de Direito para impedir a realização de uma palestra intitulada 'Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?'. O evento aconteceria na mesma semana do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus ligados à tentativa de golpe de Estado.

A atividade, organizada por apoiadores do ex-presidente, acabou cancelada pela universidade. Apesar da decisão, Kilter e o advogado bolsonarista Jeffrey Chiquini tentaram entrar no prédio, o que gerou conflito com os estudantes.

◈ Nota da universidade

Em comunicado oficial, o Setor de Ciências Jurídicas da UFPR reforçou que a vice-direção havia orientado os organizadores a não entrarem no prédio após o cancelamento da palestra. “Mesmo após o cancelamento e a orientação expressa da vice-direção para que não ingressassem no prédio, os palestrantes forçaram sua presença em adentrar ao espaço. A partir disso, intensificaram-se as manifestações estudantis e, sem que houvessem sido acionadas institucionalmente, forças de segurança pública ingressaram no prédio histórico indevidamente e atuaram de forma desproporcional”, informou a nota.

Embora Melina Fachin não estivesse presente no momento do confronto, o vereador Guilherme Kilter afirmou que notificou judicialmente a professora e o reitor da universidade, Marcos Sfair Sunye, cobrando esclarecimentos sobre o cancelamento do evento.

Fonte: Brasil 247 com informações do Correio Braziliense

Governo e oposição pressionam Alcolumbre sobre visitas do 'Careca do INSS' ao Senado

Parlamentares querem acesso à lista de gabinetes visitados por empresário investigado por fraudes no INSS

     Careca do INSS

A apuração da CPMI sobre fraudes no INSS entrou em choque com a presidência do Senado após a imposição de sigilo às informações sobre a circulação de investigados nos gabinetes parlamentares. Segundo o jornal O Globo, governistas e oposicionistas aumentaram a pressão sobre o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para que revele quais senadores receberam em seus gabinetes o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS".

A princípio, a cobrança partia apenas de senadores da oposição, interessados em saber quais parlamentares tiveram contato com Antunes, que presta depoimento à CPI nesta segunda-feira (15). No entanto, a demanda também passou a ser defendida por aliados do governo, que pretendem expor eventuais encontros de dirigentes bolsonaristas com representantes de associações acusadas de aplicar descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas.

☆ Sigilos e prisão preventiva

Na semana passada, a comissão aprovou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Antunes. Poucos dias depois, o empresário foi preso em operação da Polícia Federal sob a justificativa de risco de fuga. Apesar disso, o Senado mantém as informações de acesso a gabinetes sob sigilo de até 100 anos, decisão adotada ainda na gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O argumento é que a divulgação poderia violar a intimidade e a imunidade parlamentar.

Mesmo com a resistência de Alcolumbre, senadores como Weverton Rocha (PDT-MA) já admitiram encontros com o empresário. A divulgação completa da lista, segundo parlamentares da oposição, poderia expor ainda mais nomes próximos ao presidente do Senado e à base governista.

☆ Disputa entre polos políticos

De outro lado, governistas pressionam para que seja revelado se representantes de entidades como a Amar Brasil Clube de Benefício (ABCB) e a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec) visitaram gabinetes de parlamentares de oposição durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Para eles, os registros podem também atingir partidos de centro, como PP e União Brasil, que hoje avaliam se afastar do governo.

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ligado à oposição, defendeu uma solução institucional, mas admitiu que a via judicial está em estudo. “Estamos tentando resolver com diálogo. Essas informações são importantes. Mas, caso se mostrem realmente imprescindíveis para os trabalhos, se não tivermos uma solução, poderemos entrar com um mandado de segurança, judicializar a questão”, afirmou.

☆ Decisão do STF e presença na CPMI

O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do colegiado, revelou que a Casa concordou em fornecer apenas nomes e datas de entrada dos suspeitos, sem indicar os gabinetes visitados. “O presidente Alcolumbre não se mostrou aberto a abrir os dados de entrada e saída nos gabinetes. Até o momento, teremos o controle do acesso dos suspeitos às dependências do Senado, o que já pode nos dar pistas que podem pautar os trabalhos da CPI”, declarou.

Apesar de o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado que a ida de Antunes à CPI fosse facultativa, Viana anunciou que o empresário decidiu comparecer para apresentar sua versão. “Apesar de toda a decisão do Supremo, nós estamos em contato com a defesa do suspeito e ele confirmou que deseja ir à CPI para apresentar a versão que ele tem de todo esse escândalo, de todos os fatos que estão sendo divulgados”, disse.

☆ Pressões crescentes

Rogério Marinho (PL-RN), da oposição, reforçou a necessidade de acesso integral aos registros: “Se a CPI foi aberta, não pode haver restrição de informação para quem é investigado. Não há acordo para preservar quem quer que seja, precisamos dos dados das visitas do Careca do INSS e de outros suspeitos”.

Na base governista, Paulo Pimenta (PT-RS) criticou a postura de blindagem do Senado. “Queremos que as visitas do Careca do INSS não tenham sigilo, assim como queremos saber por onde andaram os operadores do esquema durante o governo Bolsonaro. Não desistiremos”, declarou.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Novas sanções de Trump podem agravar situação de Bolsonaro e levá-lo à Papuda

Decisão do presidente dos Estados Unidos pode pressionar Moraes e endurecer prisão de Jair Bolsonaro

                 Donald Trump, STF e Alexandre de Moraes (Foto: Divulgação I STF)

Um eventual anúncio do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre novas sanções a autoridades brasileiras pode complicar ainda mais a situação jurídica de Jair Bolsonaro (PL). A avaliação é de aliados do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelos processos que envolvem Bolsonaro, segundo Igor Gadelha, do Metrópoles.

Caso Trump amplie as medidas punitivas contra autoridades brasileiras ou seus familiares, a consequência imediata seria o endurecimento da posição de Moraes. Nessa hipótese, o magistrado poderia determinar que Bolsonaro, já condenado, deixe a prisão domiciliar e seja transferido para o regime fechado no Complexo da Papuda, em Brasília.

⊛ Condenação e resistência da defesa

Na semana passada, a Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por sua participação em uma trama golpista. O local de cumprimento da pena será definido por Alexandre de Moraes, relator do inquérito.

A defesa do ex-presidente já prepara um pedido para que a sentença seja cumprida em regime domiciliar. Atualmente, Bolsonaro se encontra em prisão domiciliar por decisão vinculada a outro processo, que apura sua tentativa, junto ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de pressionar autoridades estrangeiras a adotar sanções contra o Brasil.

⊛ Pressão política e expectativa de sanções

De acordo com interlocutores do STF, Moraes estaria inclinado a negar o novo pedido da defesa. Uma eventual decisão de Trump em aplicar sanções adicionais poderia acelerar essa postura, levando Bolsonaro diretamente ao presídio da Papuda.

Entre os apoiadores do ex-presidente, existe a expectativa de que Washington utilize a chamada Lei Magnitsky contra Viviane Moraes, esposa de Alexandre de Moraes. Eles também aguardam que ocorra uma nova rodada de revogações de vistos para autoridades brasileiras e seus familiares.

Fonte: Brasil 247com informações do Metrópoles

Lula prepara novas indicações ao STM em meio a julgamento de Bolsonaro e generais golpistas

Presidente terá duas escolhas para a Corte Militar que decidirá sobre a perda de patentes de oficiais condenados pelo STF

        Lula, José Múcio e comandantes das Forças Armadas (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve indicar, ainda neste ano, mais dois ministros para o Superior Tribunal Militar (STM), informa Malu Gaspar, do jornal O Globo. A movimentação ocorre em meio à expectativa de julgamento que pode resultar na perda de patentes de Jair Bolsonaro (PL) e de outros generais condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo da tentativa de golpe.

As duas novas vagas no STM surgem com as aposentadorias compulsórias de Marco Antônio de Farias, em outubro, e Odilson Sampaio Benzi, em novembro, ambos ao completarem 75 anos. Com isso, Lula passará a ter quatro ministros escolhidos em seu atual mandato — dois já nomeados, o general Guido Amin Naves e a advogada Verônica Sterman, e mais dois a serem definidos nos próximos meses.

⊛ Composição e papel do STM

O STM é formado por 15 ministros, todos indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado. O colegiado deve contar obrigatoriamente com quatro oficiais do Exército, três da Marinha e três da Aeronáutica, sempre da ativa e no posto mais alto de suas carreiras. A composição é completada por cinco civis, sendo três advogados de notório saber jurídico e dois membros do Ministério Público Militar.

O tribunal será responsável por julgar se oficiais condenados pela Justiça Civil perderão suas patentes, como prevê o Estatuto dos Militares para penas superiores a dois anos. Esse processo, segundo interlocutores das Forças Armadas, só deve avançar após a posse dos novos ministros, o que aumenta a relevância das futuras indicações presidenciais.

⊛ Generais no centro do julgamento

Além de Bolsonaro, que hoje enfrenta um cenário inédito no STM, também podem ser atingidos os ex-comandantes Paulo Sérgio Nogueira (Exército) e Almir Garnier Santos (Marinha), o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto e o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno.

A eventual perda de patente de dois ex-comandantes seria um marco sem precedentes na história das Forças Armadas. Heleno, respeitado no Alto Comando, foi comandante da missão da ONU no Haiti. Já Braga Netto, que caiu em desgraça após a apuração da trama golpista, chegou a chefiar o Estado-Maior do Exército e foi interventor federal no Rio de Janeiro.

O delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, escapará do julgamento por ter sido condenado exatamente a dois anos de prisão, limite mínimo para a perda de patente. Em agosto, ele pediu baixa do Exército, alegando impossibilidade psicológica de seguir na carreira. Segundo seu advogado, Jair Alves Ferreira, “não tem mais condições psicológicas de seguir como militar”.

⊛ Histórico de Bolsonaro no STM

Esta não será a primeira vez que Jair Bolsonaro enfrentará um julgamento na Corte Militar. No fim da década de 1980, ainda capitão, ele foi acusado de planejar atentados a bombas em unidades militares e em uma adutora do Rio Guandu, responsável pelo abastecimento de água do Rio de Janeiro.

Na época, o STM absolveu Bolsonaro por nove votos a quatro, após longos debates sobre a autenticidade dos documentos apresentados. Pouco depois, ele deixou a ativa, ingressou na política como vereador do Rio de Janeiro e, três décadas mais tarde, alcançou a Presidência da República.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Primeira Turma do STF já tem prazo para julgar Eduardo Bolsonaro; saiba quando

 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro. Foto: Divulgação
O Supremo Tribunal Federal se prepara para mais um capítulo da crise política envolvendo a família Bolsonaro. A Primeira Turma da Corte pretende julgar até o fim de 2025 o deputado federal Eduardo Bolsonaro, acusado de tentar interferir no processo que resultou na condenação de seu pai, Jair Bolsonaro, pela tentativa de golpe de Estado. Com informações de Andreia Sadi, no g1.

O caso também corre na Câmara dos Deputados, onde Eduardo enfrenta pedidos de cassação de mandato. A situação do parlamentar é considerada delicada porque, caso seja condenado, ele pode perder o cargo e ainda ficar inelegível.

Eduardo é visto por aliados como uma das opções da família para disputar a Presidência da República em 2026, cenário que depende diretamente do desfecho judicial. A possível inelegibilidade enfraqueceria a estratégia do clã, já prejudicado pela condenação do ex-presidente.

O inquérito conduzido pela Polícia Federal apontou que Jair Bolsonaro e Eduardo articularam junto a autoridades americanas a imposição de sanções contra ministros do STF. A manobra teria como objetivo impedir que a Corte julgasse o ex-presidente no processo do golpe.

Para os investigadores, a iniciativa configura crime de coação no curso do processo, previsto no Código Penal com pena de um a quatro anos de prisão. Um ponto central é que a consumação do crime independe do resultado da pressão. Ou seja, mesmo sem êxito, a conduta pode gerar condenação.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Divulgação
O próprio Jair Bolsonaro já foi sentenciado a 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de golpe, decisão histórica do STF que marcou a ruptura definitiva do ex-presidente com a legalidade democrática. A PF concluiu o inquérito e encaminhou o caso ao Supremo, que remeteu para a Procuradoria-Geral da República. Agora, cabe ao órgão comandado por Paulo Gonet decidir se oferece denúncia contra Eduardo e o pai.

Se isso ocorrer, os ministros da Primeira Turma vão avaliar se aceitam a acusação e os transformam em réus, dando início ao julgamento de mérito. Essa análise caberá ao colegiado formado pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

O relator do processo é Moraes, que já se destacou como protagonista na condução de ações relacionadas aos ataques golpistas. O grupo é responsável por julgar processos criminais de parlamentares e autoridades com foro privilegiado.

A mudança que levou o caso à Primeira Turma foi aprovada em dezembro de 2023, quando o Supremo alterou seu regimento para descentralizar processos antes levados ao Plenário de 11 ministros. A medida visou agilizar a tramitação de casos de alta complexidade e grande repercussão política, como o da família Bolsonaro.

No julgamento que condenou Jair Bolsonaro, quatro dos cinco ministros que hoje integram a Primeira Turma votaram pela condenação: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Apenas Luiz Fux divergiu.

Fonte: DCM com informações do G1

domingo, 14 de setembro de 2025

Empresário ligado a investigação sobre PCC aparece em fotos com Kassab e presidente do PL


Gabriel Cepeda Gonçalves (em destaque) aparece em fotos ao lado de Gilberto Kassab e Valdemar da Costa Neto, acompanhado do lutador de MMA Matheus Serafim – Foto: Reprodução/Instagram

Um empresário investigado por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), Gabriel Cepeda Gonçalves, apareceu em fotos ao lado de dois dos principais líderes partidários do país: Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e Gilberto Kassab, presidente do PSD. Cepeda, dono da rede de combustíveis Boxter, foi alvo da Operação Carbono Oculto da Polícia Federal, que apura lavagem de dinheiro e vínculos de sua família com a facção criminosa desde a Operação Rei do Crime, em 2020.

As imagens foram registradas em agosto, segundo o Metrópoles, pouco antes da deflagração da operação. Em uma delas, Cepeda aparece com Kassab no Palácio dos Bandeirantes, acompanhado do lutador de MMA e assessor parlamentar Matheus Serafim. Ele afirmou ter levado o empresário ao evento para buscar apoio ao esporte. Kassab negou conhecer Cepeda e disse que a conversa foi exclusivamente com Serafim.

No caso de Valdemar, houve dois encontros em agosto.

Em uma publicação feita no Instagram, Serafim escreveu: “Começando a semana em reunião com presidente nacional do PL, Valdemar, e meu grande amigo empresário Gabriel Cepeda”. Posteriormente, as postagens foram apagadas. A assessoria do dirigente do PL informou que Valdemar não conhece Cepeda e que o contato ocorreu apenas pela aproximação com Serafim.

Segundo o Ministério Público de São Paulo, Gabriel Cepeda é proprietário de 23 postos da Rede Boxter e teria utilizado um “laranja” para ocultar sua participação. Documentos da investigação apontam sinais de fraude e simulação na estrutura societária da empresa. A Polícia Federal afirma que a rede era usada para lavar dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

Além das fotos, o empresário também mantém ligação com a política por meio de doações. Ele destinou R$ 10 mil à campanha de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo em 2024 e outros R$ 9 mil ao diretório do Republicanos em Guarulhos, repassados ao deputado estadual Jorge Wilson. A defesa de Cepeda não foi localizada para comentar.

Pablo Marçal (PRTB) – Foto: Reprodução
A Polícia Federal segue investigando o envolvimento de Cepeda e da rede de combustíveis com a lavagem de capitais. A suspeita é de que, além de beneficiar o PCC, o grupo também tenha movimentado valores para outras organizações criminosas.

Fonte: DCM

João Fonseca elimina Tsitsipas e garante Brasil nas eliminatórias da Davis

Brasileiro vence em Atenas e confirma o Brasil nos qualifiers da Copa Davis 2026

João Fonseca elimina Tsitsipas e garante Brasil nas eliminatórias da Davis (Foto: André Gemmer/CBT)

João Fonseca protagonizou uma das vitórias mais marcantes da Copa Davis neste domingo (14), em Atenas, ao derrotar Stefanos Tsitsipas por 2 sets a 1 (6/3, 3/6 e 7/5).

O resultado assegurou a classificação do Brasil para as eliminatórias do torneio em 2026 e consolidou a série contra a Grécia em 3 a 1.

O duelo foi cercado de expectativa por reunir os dois principais tenistas de cada país, diante das arquibancadas lotadas e com a presença do sérvio Novak Djokovic, que recentemente se mudou para a Grécia após se envolver em uma crise política em Belgrado. Segundo a Folha, Tsitsipas, 27º do ranking mundial, jogava em casa sob pressão, enquanto Fonseca, 42º do mundo, buscava repetir o bom desempenho que já havia apresentado na abertura da série contra Stefanos Sakellaridis.

◎ Jogo equilibrado e virada no momento decisivo

A partida começou favorável ao brasileiro, que quebrou o serviço de Tsitsipas logo no primeiro game e manteve a vantagem até fechar o set em 6 a 4. O grego reagiu na parcial seguinte, aproveitando uma quebra no sexto game para empatar o duelo com 6 a 3.

No set decisivo, Tsitsipas parecia a caminho da vitória após abrir vantagem de 5 a 4 e sacar para fechar. Mas a pressão pesou contra o grego: uma dupla falta e erros não forçados deram a chance para Fonseca quebrar o serviço e empatar. O brasileiro, então, confirmou seu saque com dificuldade e aproveitou a fragilidade emocional do adversário no último game para decretar a vitória em 7 a 5.

◎ Repercussão e emoção após a classificação

Visivelmente emocionado, Fonseca destacou a importância de jogar pelo país:

"No Brasil costumamos dizer que nós brasileiros não desistimos nunca e quando você está jogando pelo seu país, você não pode deixar de acreditar. Quero agradecer ao meu time pelo apoio até o final", afirmou.

Sobre o ambiente em Atenas, o jovem de 19 anos acrescentou:

"Sabia que ele estaria nervoso. Está na Grécia, com a equipe perdendo por 2 a 1. Só joguei meu jogo e estou muito feliz por vencer essa partida."

◎ Série brasileira e presença de Djokovic

Antes da vitória de Fonseca, Rafael Matos e Marcelo Melo haviam superado Aristotelis Thanos e Petros Tsitsipas nas duplas, com duplo 6/2 em pouco mais de uma hora. No sábado, Fonseca também havia batido Sakellaridis por 2 a 0, enquanto Stefanos Tsitsipas garantiu o único ponto grego ao vencer Thiago Wild.

O confronto atraiu ainda mais atenção pela presença de Novak Djokovic nas arquibancadas. O sérvio, campeão de 24 Grand Slams, já havia elogiado o estilo de Fonseca e chegou a brincar, em outra ocasião, que gostaria de treiná-lo no futuro.

Com a classificação garantida, o Brasil volta às quadras em fevereiro de 2026, quando buscará uma vaga na fase final da Copa Davis.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro está "bastante fragilizado", diz médico

Exames constataram anemia por deficiência de ferro

     Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)

Exames realizados neste domingo (14) apontaram que Jair Bolsonaro (PL) apresenta anemia por deficiência de ferro. A informação foi divulgada em boletim médico do hospital DF Star, em Brasília, e publicada pela CNN Brasil. O ex-mandatário recebeu alta no início da tarde, após passar por um procedimento cirúrgico para retirada de lesões na pele.

Essa foi a primeira vez que Bolsonaro deixou sua residência, onde cumpre prisão domiciliar, desde a condenação a 27 anos e três meses de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (11). A ida ao hospital contou com forte esquema de segurança, além da presença de seus filhos Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan (PL-SC).

◎ Exames e quadro clínico

Segundo o boletim, Bolsonaro foi submetido a exames laboratoriais, de imagem e à retirada de oito lesões cutâneas, localizadas no tronco e no braço direito. A tomografia apontou ainda resquícios de uma pneumonia recente causada por broncoaspiração.

O médico responsável, Dr. Cláudio Birolini, destacou que a cirurgia ocorreu dentro do esperado. “Ele é um senhor de 70 anos que passou por diversas intervenções. Está bastante fragilizado, identificamos que está com um pouco de anemia por ter se alimentado mal no último mês. Seguimos acompanhando ele de perto do ponto de vista operatório”, afirmou.

De acordo com a equipe médica, Bolsonaro recebeu reposição de ferro por via endovenosa. Os especialistas também informaram que, nos próximos dias, serão divulgados os resultados da análise das lesões de pele, o que permitirá definir a necessidade de tratamentos complementares. Além disso, seguirá o acompanhamento de problemas como hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico e medidas de prevenção à broncoaspiração.

◎ Prisão domiciliar e acompanhamento judicial

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprir medidas cautelares impostas pelo STF. A saída para o hospital foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou que a defesa apresente em até 48 horas um relatório detalhado do atendimento, incluindo horários e procedimentos realizados.

Esta foi a segunda vez que Bolsonaro deixou a prisão domiciliar para cuidados médicos. A primeira ocorreu em 16 de agosto, quando realizou exames devido a episódios de refluxo e soluços persistentes.

Acompanhado por seguranças e policiais penais, Bolsonaro permaneceu cerca de seis horas no hospital antes de retornar para casa.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

CPMI do INSS: Mendonça desobriga presença de Careca do INSS e é questionado: "Quer proteger a tropa?"

Ministro do STF determina que presença de Careca do INSS é opcional após investigação revelar que governo Bolsonaro estava ciente do esquema

Créditos: GutinBdn/Wikimedia Commons

O ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça decidiu que é opcional a presença de investigados pela Polícia Federal na CPMI do INSS., como o chamado "Careca do INSS", Antônia Carlos Camilo Antunes.

Na sexta-feira (12), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS anunciou que ingressaria um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar o depoimento obrigatório dos empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", e Maurício Camisotti.

Os dois foram presos pela Polícia Federal recentemente sob acusação de risco de fuga e ocultação patrimonial.

Os empresários são apontados como integrantes de um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que teria realizado cobranças indevidas a aposentados e pensionistas entre 2019 e 2022.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), classificou como "injustificável" a decisão do ministro. "É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu. Respeito a decisão, mas considero injustificável permitir que não venham depor", afirmou Viana. "Esperamos que a Corte determine a obrigatoriedade da presença dos investigados".

Mudança de rumo da CPMI

A CPMI foi uma conquista da oposição, que acreditaria que encontraria nas investigações motivos para atrapalhar o governo. Contudo, as investigações têm revelado que a fraude era amplamente difundida durante o período do governo Bolsonaro.

Ofícios e documentos revelados pelo site Metrópoles revelam que o governo de Jair Bolsonaro foi alertado ainda em 2019 sobre os descontos indevidos em aposentadorias – caso conhecido como fraude no INSS – que hoje são alvo de investigação Polícia Federal (PF). As notificações chegaram diretamente aos então ministros da Justiça, Sergio Moro, e da Economia, Paulo Guedes, além do próprio presidente da República, mas não resultaram em medidas efetivas para conter os prejuízos.

Um ofício da Secretaria de Justiça de São Paulo, datado de 1º de agosto de 2019, registra que Fernando Capez, então diretor do Procon-SP, levou pessoalmente a Sergio Moro e a Renato Vieira, então presidente do INSS, a denúncia sobre descontos indevidos em benefícios previdenciários. O Procon havia contabilizado 16 mil atendimentos relacionados a fraudes e apresentou uma lista de dez associações suspeitas, entre elas a ABAMSP e a Centrape.

Meses antes, em fevereiro de 2019, Paulo Guedes também foi formalmente questionado sobre o problema. O deputado Fábio Schiochet enviou requerimento cobrando explicações sobre descontos não autorizados. A resposta, assinada por Guedes e por Rogério Marinho, então secretário especial de Previdência e Trabalho, afirmava:

“São realizadas fiscalizações periódicas nas entidades conveniadas e, uma vez comprovada irregularidade, o INSS notificará as entidades, sob o risco de romper o acordo de cooperação com elas.”

O que dizem as defesas

A defesa de Camisotti emitiu nota afirmando que "não há qualquer motivo que justifique sua prisão" e que "adotará todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão".

Já a defesa de Antunes informou que só se manifestará nos autos do processo.

Segundo a investigação da PF, Antunes teria movimentado R$ 9,3 milhões em repasses destinados a pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024.

Investigadores destacam que o empresário possui "influência política" e "grande capacidade intimidatória", fatores que poderiam ser usados para embaraçar as investigações.

Questionamento

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), fez questão de utilizar suas redes sociais para debater a decisão do ministro André Mendonça.

"A CPMI do INSS começou a pegar os bolsonaristas de cheio. Os ex ministros Marinho, Ônix, e Paulo Guedes sabiam de tudo e Bolsonaro também. Agora o ministro do STF, terrivelmente evangélico, dispensou o Careca de ir contar a verdade. Quer proteger a tropa?", afirmou o parlamentar.

Fonte: Revista Fórum

 

É preciso prender Bolsonaro e derrotar a anistia "para que o ciclo de impunidade se encerre", diz Lindbergh

Líder do PT afirma que só a prisão de Bolsonaro e a derrota da anistia podem impedir a repetição de crimes contra a democracia

Lindbergh Farias | Jair Bolsonaro (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | REUTERS/Bernadett Szabo)

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara dos Deputados, voltou a defender a responsabilização criminal de Jair Bolsonaro (PL), já condenado por liderar uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado. Em postagem feita neste sábado (13), o parlamentar citou o editorial do jornal O Estado de S. Paulo, publicado sob o título “Bolsonaro, um cadáver insepulto”, para reforçar que a Justiça precisa impor punições concretas ao ex-mandatário.

“O editorial do Estadão de hoje, intitulado ‘Bolsonaro, um cadáver insepulto’, mostra que Jair Bolsonaro já foi derrotado nas urnas e agora também na Justiça. Mas não devemos enterrar o passado golpista: é preciso cumprir e executar as penas para que o ciclo de impunidade se encerre”, escreveu Lindbergh.

O deputado defendeu que não basta a derrota eleitoral e judicial de Bolsonaro. Para ele, é fundamental garantir que não haja anistia nem perdão para os crimes cometidos contra a democracia brasileira.

“E isso só acontecerá quando ele for preso e sepultarmos também a ideia de anistia. Como aconteceu agora, pagamos o preço por termos deixado impunes os crimes da ditadura militar. Ustra, Heleno, Bolsonaro: todos são fantasmas do passado que rondam o presente quando a justiça falha”, afirmou.

O líder do PT na Câmara ecoou a avaliação do Estadão ao chamar Bolsonaro de “cadáver político insepulto”: um personagem já derrotado, mas que ainda atua para “desmoralizar a democracia”.

Para o parlamentar, qualquer tentativa de reabilitação política de Bolsonaro por meio de anistia seria um ataque direto às instituições democráticas. “Bolsonaro é, como disse o Estadão, um cadáver político insepulto: condenado, derrotado, mas ainda tentando desmoralizar a democracia. Permitir sua reabilitação, por anistia ou perdão, seria vilipendiar a maior conquista civilizatória da sociedade brasileira”, concluiu Lindbergh.

Editorial do Estadão

O editorial citado pelo parlamentar foi publicado pelo Estadão neste sábado. Segundo o texto, a derrota de Bolsonaro nas urnas em 2022 e na Justiça não elimina sua influência negativa na vida política brasileira. O jornal o descreve como um “cadáver político insepulto”, que, mesmo enfraquecido, inspira seus aliados a criar crises institucionais com o objetivo de desmoralizar a democracia.

O Estadão adverte que a proposta de anistia em discussão no Congresso seria um “erro terrível”, pois abriria caminho para novos conflitos entre os Poderes e poderia paralisar o país. O jornal ressalta que a anistia é inconstitucional e, caso fosse aprovada, acabaria vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, em seguida, questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), gerando uma crise institucional ainda mais grave.

Para o veículo, o afastamento definitivo de Bolsonaro é essencial não apenas para preservar a democracia, mas também para permitir que outros partidos construam uma oposição responsável e republicana ao governo federal. O editorial afirma que Bolsonaro sempre desprezou a vida partidária e usou a política em benefício próprio e de sua família, sem compromisso com a sociedade.

Na avaliação do Estadão, anistiar Bolsonaro e seus aliados significaria vilipendiar a maior conquista democrática do país desde 1988 e colocar em risco a estabilidade institucional. O jornal conclui que, diante de sua trajetória marcada por ataques às instituições, Bolsonaro deve ser visto como uma linha divisória: de um lado, os democratas; de outro, aqueles que se associam a um personagem condenado “pelas urnas, pela Justiça e pela História”.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo