Proposta une frentes evangélica e católica e garante nova liderança com direito a voto no colégio de líderes
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (22), por 398 votos a 30, o regime de urgência para o projeto que cria a bancada cristã da Casa. A medida acelera a tramitação do Projeto de Resolução 71/2025, de autoria dos deputados Gilberto Nascimento (PSD-SP) e Luiz Gastão (PSD-CE), permitindo que o texto seja votado diretamente em Plenário, sem necessidade de análise prévia nas comissões temáticas.
Pela proposta, a bancada cristã será composta por uma coordenação-geral e três vice-coordenadorias, com direito a voz e voto nas reuniões de líderes partidários — instância que define as pautas de votação, negociações políticas e o tempo de fala no plenário. O grupo também poderá usar a palavra por cinco minutos semanais durante as sessões da Câmara.
O projeto foi articulado por Nascimento, que preside a Frente Parlamentar Evangélica, e por Gastão Vieira, representante do grupo católico. A intenção é unificar a representação de parlamentares ligados a pautas religiosas, criando uma instância formal de participação nas decisões políticas da Casa.
“Hoje é um dia de muita alegria. Acabo de receber o requerimento de urgência que cria a bancada cristã na Casa, demonstrando que as frentes evangélica e católica têm interesse de caminhar conjuntamente em muitas pautas que são de interesse da população brasileira”, afirmou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Caso o projeto seja aprovado em definitivo, a bancada cristã passará a ter um assento próprio no colégio de líderes, ampliando de 20 para 21 o número de vagas. O posto garantirá ao seu coordenador o direito de participar das negociações de pauta, indicar representantes em comissões e dialogar diretamente com a Mesa Diretora e o governo federal.
⊛ Base ampla e influência política
A Frente Parlamentar Evangélica reúne atualmente mais de 200 deputados, e a expectativa é de que a nova bancada represente cerca de 300 parlamentares que se identificam com pautas cristãs — mesmo sem vínculo formal com igrejas. O grupo deve consolidar-se como uma das maiores forças políticas da Câmara, com potencial de influenciar votações sobre temas sociais, culturais e morais.
A proposta vem sendo discutida desde a gestão do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL), mas ganhou impulso sob o comando de Hugo Motta, que busca aproximar-se de segmentos religiosos e fortalecer sua base de apoio no Legislativo.
⊛ Culto ecumênico e manifestações
Mais cedo, parlamentares que integram o grupo cristão realizaram um culto ecumênico no anexo da Câmara, com a presença de Motta e da deputada Luana Medeiros. Durante a cerimônia, o deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) cantou uma música pedindo anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou o acórdão com as penas dos envolvidos.
Apesar da mobilização, a pauta sobre anistia perdeu força nas últimas semanas, e líderes afirmam que o foco do grupo será a consolidação institucional da bancada cristã antes de eventuais debates sobre temas mais sensíveis.
Fonte: Brasil 247
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